31 outubro 2007
Doutorado nos Estados Unidos
1. Pennsylvania
2. Chicago
3. Texas Austin
4. Illinois - Urbana
5. Michigan
No período de 2001 a 2005 a média de doutores formados nos Estados Unidos ficou abaixo de 40 por ano. A seguir o resumo do artigo:
O presente trabalho busca conhecer algumas características dos principais programas de doutorado em contabilidade dos Estados Unidos. Para a seleção da amostra deste estudo, utilizou-se, como base, o ranking divulgado pela revista U.S. News & World Report – America´s Best Graduate Schools in Accounting-2006. Esse ranking lista os 31 principais programas de pós-graduação em contabilidade nos Estados Unidos. Contudo, para o presente trabalho, 3 dessas universidades foram excluídas, restando para análise um total de 28 universidades. A coleta dos dados foi realizada nos sites eletrônicos dos programas selecionados. Buscou-se identificar 4 características desses programas de doutorado: critérios do processo seletivo, exigências para a obtenção do título de Ph.D. in Accounting, disciplinas oferecidas e perfil do corpo docente. Os resultados encontrados evidenciam algumas características dos programas analisados que podem permitir um benchmarking, possibilitando um crescimento da pesquisa acadêmica brasileira. Nesse sentido, o trabalho contribui para a construção e o aperfeiçoamento da contabilidade, à medida que evidencia possibilidades de melhorias nos programas de pós-graduação no Brasil.
16 dezembro 2012
Demanda por PhDs
11 junho 2013
Entrevista com Suzana Herculano-Houzel
Luciana Whitaker/Folhapress | ||
A neurocientista Suzana Herculano-Houzel, que irá falar no TED Global, em seu laboratório na UFRJ |
29 junho 2022
Artur Avila , o gênio brasileiro
A conquista de uma medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO, na sigla em inglês), em 1995, chamou a atenção dos pesquisadores do IMPA, que convidaram o então estudante a cursar algumas disciplinas de mestrado, como a aula de introdução à topologia de Elon Lages Lima, ex-diretor e pesquisador emérito do instituto. Apesar de discreto, o desempenho do aluno nas aulas mostrou que ele poderia ir além. Em 1996, Artur conciliou o último ano do ensino médio com o mestrado no IMPA, antes mesmo de iniciar a graduação na área.
Apesar de muito jovem, conta que não se sentiu intimidado de circular no ambiente que reunia grandes cânones da pesquisa matemática brasileira. “Já tinha contato com muitos professores que eram ligados à olimpíada, como o Gugu (Carlos Gustavo Moreira). Conversava muito com o Elon, que tinha uma preocupação enorme com a transmissão e educação matemática. Ele tinha muita paciência comigo e me chamava para conversar por bastante tempo, estabelecendo um contato individualizado que aproveitei bastante neste momento.”
22 dezembro 2010
Qual a importância da Análise de Balanços?
Esta foi a questão que motivou a pesquisa de Adilson de Lima Tavares na tese de doutorado “A Eficiência da Análise Financeira Fundamentalista na Previsão de Variações no Valor da Empresa”. Trata-se da primeira tese em contabilidade defendida no Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-graduação em Ciências Contábeis (UnB/UFPB/UFRN).
Tavares considerou as empresas brasileiras que mais agregaram valor e tentou verificar se os índices considerados na análise de balanços foram capazes de prever e separar as empresas ganhadoras das perdedoras. Usando três técnicas estatísticas (qui-quadrado, análise discriminate e logit), Tavares construiu o melhor modelo possível. Dos 23 indicadores que foram calculados e testados, os modelos usaram somente um ou dois indicadores, com índices de acertos variando entre 62% a 71%).
A tese foi defendida no dia 20 de dezembro, na UFRN, diante de um público de mais de cem pessoas! O professor Eliseu Martins tomou a palavra, no início dos trabalhos, e lembrou os esforços realizados pela Universidade de São Paulo, em promover a expansão dos cursos de pós-graduação no país. Apesar do doutorado da USP em contabilidade ter sido criado na década de setenta, somente em 2010 tivemos a primeira tese em contabilidade aprovada fora do programa da USP. (É interessante notar que além da presença do professor Eliseu Martins, a banca estava composta por mais três professores formados naquela universidade)
Fazia parte da comissão avaliadora a professora Ilse Maria Beuren, do programa da Furb (que também possui doutorado e irá titular seu primeiro doutor no próximo ano) , o professor Otávio Ribeiro Medeiros, o professor (e coordenador do programa pela UFRN) José Dionísio Silva e o orientador, este blogueiro. Diversos professores do Programa estavam presentes na defesa (Jorge Katsumi Niyama, coordenador por dez anos do programa, Paulo Cavalcante, ex-coordenador pela UFPB, professora Aneide, professor Anderson Mol) além de colegas.
(Na foto, da esquerda para direita, Eliseu Martins, Dionísio, Adilson, César Tibúrcio, Otávio Medeiros, Ilse Beuren e Jorge Katsumi)
31 outubro 2017
Gênero e Pós-graduação em Contábeis
No mestrado acadêmico, o número de mulheres representou 44% do total.No doutorado, 42%. Acredito que se a pesquisa contemplasse o corpo docente, a proporção seria bem menor.
Fonte: Presença do Gênero Feminino entre os Discentes dos Programas de Pós-Graduação de Ciências Contábeis no Brasil. Daniele Cristina Bernd, Marcielle Anzilago e Ilse Maria Beuren. Repec, v. 11, n. 4, art. 3, p. 408-429, out./dez. 2017.
20 setembro 2013
Aprovados novos programas de doutorado e mestrado
No dia 19 de setembro saiu mais um relatório da Capes com mais uma boas notícias. Por coincidência enquanto eu abria o relatório também recebi uma mensagem da Claudia Cruz comemorando, pois foi aprovado um novo programa de doutorado em contabilidade no Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa! A Claudinha leciona na UFRJ e espero que logo ela esteja por lá, positivamente influenciando os pós graduandos. Foi também aprovado o da Universidade Federal do Paraná, no Sul. As duas saíram no relatório da 149a reunião.
Muito bom isso né? O nosso curso está crescendo, mais programas sendo criados e aprovados, o que significa a formação de mais doutores, mais mestres, mais concorrência, o que geralmente acarreta pesquisas melhores, profissionais mais lapidados e motivados.
Mas não foi só a nossa Ciência que apareceu com bons resultados. Para a administração foram admitidos dois cursos de doutorado acadêmico: Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM), Universidade Estadual de Maringá no Paraná (além do mestrado na Universidade Federal de Goiás e na Universidade Estadual de Maringá). Educação está com um novo mestrado na Universidade Federal do Oeste do Pará. Economia aprovou dois mestrados acadêmicos, um também na UFRJ, outro na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Quem se interessar por um mestrado em economia aplicada, procure o programa caçula na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FURG).
Mas não foi só o lado acadêmico que brilhou para a economia. Foi aprovado um mestrado profissionalizante na nossa querida Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O programa é em economia do setor público.
Acho muito legal quando sai um relatório assim, cheio de novos cursos. Enche o nosso caminho de novas possibilidades, dá mais brilho ao olhar. Tantos alunos acham que a carreira em contabilidade é uma linha reta sendo o fim um cargo em um concurso público ou em um escritório de contabilidade. Um relatório eclético assim mostra quantos caminhos podemos seguir. E isso só no Brasil! Imagine as oportunidades lá fora, ou as "misturadas"... um bocado aqui, outro tanto lá fora. Há de se sonhar para voar alto.
Parabéns a todos os envolvidos! Sucesso!!!
11 setembro 2018
Tese em formato de artigo
Na criação do programa da UnB decidimos que a tese de doutorado seria feita no formato de artigo. Algo pouco usual na nossa área, mas que já se torna uma realidade em diversos países. A duas primeiras teses, Rafael e Mariana, já assumiram este formato.
O que seria o formato de artigo? A tese tradicional corresponde a um grande assunto, dividido em uma introdução, uma extensa revisão bibliográfica, uma metodologia, seguida da análise dos dados e conclusão. Para impressionar, geralmente a tese deve ter um tamanho acima das cem páginas. O formato artigo é diferente; a tese é composta por vários artigos, que podem ser inéditos ou não. Isto já é um heresia, já que no meio acadêmico prevalece a noção de que deve existir ineditismo e originalidade. Além disto, estes artigos devem ter uma relação entre si, com uma introdução e conclusão para amarrar os artigos individuais. É possível que um dos artigos seja uma extensa revisão bibliográfica, mas não é obrigatório.
A grande vantagem deste formato é aproximar a tese de um artigo publicável. Acreditamos que o formato pode ajudar a tirar a tese do arquivo da biblioteca da instituição e ser divulgada em um periódico. Isto ajuda o doutorando a conseguir, de forma mais rápida, um currículo acadêmico.
Mas o formato artigo tem alguns desafios. Em primeiro lugar, é necessário vencer a resistência dos acadêmicos tradicionais. Em geral isto é possível diante da longa história de trabalhos que não foram publicados. Para um orientador, a dedicação sem um resultado de publicação é realmente frustrante. E este é provavelmente um grande critério que um professor orientador usa no momento de definir suas orientações: será que este aluno irá ajudar na publicação.
O segundo desafio é evitar a repetição. Se você está construindo três artigos sobre um mesmo assunto, é provável que parte das referências e da própria metodologia esteja repetida.
O terceiro desafio é o fato de que o artigo pode não ser aceito por um periódico. Isto gera uma insegurança no doutorando. Mas este aspecto foi bem abordado no link citado acima:
O importante é lembrar que a rejeição é uma parte normal do processo. A decisão nem sempre é sobre a qualidade do trabalho, mas seu encaixe no periódico naquele momento específico.
O quarto desafio é a relação com o orientador, que será diferente neste formato. Na tese tradicional, o trabalho, depois de aprovado, era transformado em artigo. Na minha experiência de orientador, já tive situações onde o orientando decidiu não publicar; o sentimento do orientador é de perda de tempo. Também já tive situações onde o orientando optou por publicar sozinho; respeito sempre esta decisão, mas se foi um aluno de mestrado, recusarei a orientação no doutorado. E já tive casos em que atuei como um orientador informal em que fui convidado a participar da publicação. Em alguns programas, como é o caso do doutorado da UnB, parte da publicação deve ser com o orientador, obrigatoriamente. Mas esta obrigação não existe no mestrado do programa. Caso o orientador participe do trabalho, conversando, dando ideias e/ou fazendo parte do trabalho é natural que seja considerado como autor do artigo.
O quinto desafio é a curva de aprendizagem do orientador. Estamos acostumados ao formato tradicional; o formato artigo possui diversos problemas - repetição, rejeição de publicação, distinguir pesquisas próximas, entre outros - que não sabemos ainda como lidar. Somente a experiência de orientação vai solucionar isto. Para o orientador é um novo recomeço, uma nova experiência.
Apesar dos desafios, creio que há grandes ganhos no formato artigo. Suas vantagens superam amplamente os desafios. Acredito que permita aumentar a produção de artigos originários dos trabalhos finais de curso.
Aqui uma postagem anterior sobre o mesmo assunto
08 novembro 2007
Doutorado
http://www.unb.br/cca/pos-graduacao/doutorado/seletivo.htm
03 agosto 2014
Estrangeiros doutorandos se mudam para favelas
favela Parque da Cidade
(Foto: Arquivo Pessoal/ Róbinson Acosta)
Bolsa Mestrado | Bolsa Doutorado |
---|---|
Faperj: R$ 1.600 | Faperj: R$ 2.300 |
Capes: R$ 1.500 | Capes: R$ 2.200 |
Cnpq: R$ 1.500 | Cnpq: R$ 2.200 |
O doutorando em Física Juan Guillermo Duenas Luna também já passou por muitas casas desde que chegou ao Rio em 2009. Na época, o então mestrando morava na Urca próximo ao CBPF, onde estuda. Com R$ 1.200 de bolsa, pagava entre R$ 350 e R$ 600 por um quarto. No ano seguinte, foi para o Flamengo, também na Zona Sul, onde morou por dois anos pagando R$ 550 de aluguel.
08 março 2011
Mulheres com doutorado: medida do avanço
- O desenvolvimento da América Latina está dando mais poder às mulheres e reduzindo as distâncias em relação aos homens, mas as desigualdades persistem. No Brasil, as mulheres passaram os homens no número de pessoas com doutorado, mas o desemprego continua sendo maior entre as mulheres. Elas governam vários países mas são poucas nos parlamentos.
Um estudo, mostrando essas contradições, será divulgado no final do mês no encontro da Associação de População da América (APA), dos autores José Eustáquio Diniz Alves e Suzana Cavenaghi, da Escola Nacional de Estatística do IBGE, e o consultor George Martini. Os autores mostram que a evolução está no meio do caminho: há avanços e muita herança da velha discriminação. Desigualdade que o mundo começou a enfrentar de forma mais decidida há menos de 20 anos, na Conferência Internacional de População e Desenvolvimento, no Cairo, em 1994, que estabeleceu obrigações que parecem elementares mas que, infelizmente, ainda são metas: a de acabar com toda a forma de discriminação contra a mulher, incluindo-se o infanticídio.
O texto “Revertendo e reduzindo as desigualdades na América Latina” constata que na educação as mulheres fizeram um esforço tão extraordinário para reduzir a distância que já há um “gap reverso”: elas estão na frente em inúmeros indicadores, inclusive no número de doutores no Brasil. Aqui, elas já são maioria entre as pessoas que anualmente recebem títulos de doutorado (vejam no gráfico abaixo). O mercado de trabalho continua sendo discriminatório: há mais desemprego entre mulheres; elas têm salários menores.
-
Um dos velhos argumentos para justificar a diferença salarial é que as mulheres trabalham menos horas. As estatísticas do mercado de trabalho parecem confirmar a impressão. Ela é derrubada por análises mais acuradas como a comparação salarial de pessoas do mesmo nível educacional. Os autores no entanto fazem outra conta de horas trabalhadas incluindo-se as atividades não remuneradas. Um dos temas do estudo que só agora começa a ser compreendido é que é preciso rever o conceito sobre o trabalho de criar os filhos; tido normalmente como obrigação da mulher, como se fosse biologicamente determinado.
Na terra que internacionalizou a expressão “machismo” como se fosse inerente à natureza do ser latino, muita coisa já está em transformação. Os autores acham que a onda de crescimento que atinge quase todos os países latino-americanos pode favorecer as mulheres no mercado de trabalho, reduzindo a diferença salarial e as taxas de desemprego.
A consolidação da democracia na região também é outro fator que favorece o avanço do poder das mulheres. Em alguns países como a Argentina elas já são 30% dos representantes eleitos no Congresso. O Brasil está no grupo dos piores, com menos de 10% de representação feminina. Desde a Conferência de Pequim sobre Direitos da Mulher, o avanço delas na política em todo o continente, incluindo Estados Unidos e Canadá, é visível, mas insuficiente: passou de 12,9%, em janeiro de 1997, para 22,7%, em dezembro de 2010, a proporção de mulheres nos parlamentos das Américas. No século XXI, cinco mulheres foram eleitas no continente: Michelle Bachelet, presidente do Chile até 2010; Cristina Fernández, atual presidente da Argentina; Portia Simpson-Miler, primeira-ministra da Jamaica até 2007; Laura Chinchilla, presidente de Costa Rica até 2013; e Dilma Rousseff, do Brasil, até 2014. “Em contraste, os Estados Unidos em 230 anos de democracia nunca elegeram uma mulher.”
Os autores citam como epígrafe do texto a frase: “Em qualquer sociedade o grau de emancipação da mulher é a medida natural da emancipação geral.” A frase é do filósofo Charles Fourier, de 1808. E ainda há hoje quem pense que feminismo é assunto que interessa só às mulheres.
Coluna no GLOBO, por Míriam Leitão Fonte: Aqui
E às leitoras: feliz dia internacional das mulheres! \o/
13 março 2008
A Pesquisa Contábil no Brasil
Podemos dizer que a pesquisa contábil no Brasil nasce com a criação do primeiro doutorado de contabilidade, na Universidade de São Paulo. Influenciados pelas pesquisas de Edwards e Bell e pelo ambiente inflacionário existente entre as décadas de 1960 a 1980, a pesquisa foi conduzida no estudo dos efeitos da variação nos preços dos produtos sobre a riqueza da empresa.
Nesta fase é preciso destacar os trabalhos sobre a correção monetária de balanços, a correção integral e os estudos mais avançados sobre a variação de preços específicos. Os nomes de Sérgio de Iudícibus e Eliseu Martins formaram a base dos diversos trabalhos elaborados na Universidade de São Paulo. Influenciado por esta escola, fiz minha dissertação de mestrado na UnB tratando da questão da subestimação do indexador e os efeitos sobre as sociedades de economia mista, sob a orientação do professor Alexandre Assaf Neto.
A redução da inflação em níveis adequados com o Plano Real e a abertura da economia brasileira, iniciada no governo Collor, permitiu o crescimento da segunda vertente de pesquisa: a contabilidade de custos. Nesta época começam a aparecer no país os trabalhos norte-americanos de Kaplan, sobre o custeamento por atividades, trazido por diversos pesquisadores, entre os quais destaco o professor Massayuki Nakagawa. Mas estes estudos foram colocados em segundo plano diante da força da escola Gecon, sob o comando do professor Catelli. Observamos aqui, pela primeira vez no Brasil, a existência de correntes opostas – custeamento por atividades versus Gecon – onde a escolha de um lado significava necessariamente a oposição do outro lado. Neste momento, aprendemos que existe na academia divergências que podem ser profundas e interferir, decisivamente, na discussão e debate mais científico.
No início do século surge de forma atrasada no nosso País a pesquisa em contabilidade positiva. Este ramo da pesquisa iniciou-se com trabalhos pioneiros de diversos pesquisadores no final da década de sessenta nos Estados Unidos. Entretanto, uma vez que a preocupação no nosso país era com a influência da inflação, num primeiro momento, e a contabilidade de custos, num segundo instante, a pesquisa positiva ficou relegado no segundo plano no nosso país.
Acredito que a participação do professor Corrar, na cadeira de métodos quantitativos no doutorado da USP, além dos estudos que o professor Iudícibus promovia em contabilometria, foi decisiva para que um grupo de doutorandos/doutores tivesse interesse pela contabilidade positiva. Além disto, a necessidade de um corpo docente com o título de doutor fez com que muitos programas de pós-graduação buscassem socorro em doutores de áreas correlatas, vários deles em economia e ciências com grande embasamento teórico, o que provocou um maior destaque nesta área. Pouco a pouco os textos com grandes discussões teóricas, citações de bibliografias, em especial livros, e exemplos hipotéticos foram substituídos por testes estatísticos, hipóteses e ferramentas quantitativas. Esta é a fase que estamos hoje no Brasil.
É possível observar o papel relevante que o doutorado da Universidade de São Paulo teve na pesquisa contábil brasileira. Além disto, a USP foi uma grande escola, que ajudou a formar diversos doutores
11 junho 2013
O discreto perfil acadêmico dos economistas
Os indícios de uma crise econômica brasileira têm incitado analistas a suspeitar da competência de nossos economistas. Embora alguns questionem se economia é uma ciência, não há dúvidas de que ela é ancorada em teorias.
É possível estimar-se a competência de nossos economistas nesse contexto? Há sem dúvida um caminho para isso. Hoje, há bases de dados que permitem medir prestígio público e acadêmico para as diversas áreas do conhecimento.
No primeiro caso, se teria uma medida de visibilidade por meio de exposição na mídia. No segundo, a medida de prestígio seria alcançada pelas publicações em revistas acadêmicas especializadas. É de se esperar que, em ambas as categorias, prestígio tenha uma correlação com competência.
No cenário nacional, já se tem uma surpresa. Ao contrário do que acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, onde os economistas de renome público são também autoridades acadêmicas, no Brasil há uma dicotomia entre os economistas mais dedicados à academia (assim reconhecidos pelo CNPq) e aqueles distinguidos publicamente --são praticamente dois grupos distintos.
A segunda surpresa é que, em ambos os grupos, as publicações acadêmicas são exíguas. A terceira surpresa é que o percentual de economistas nacionais que obtiveram doutorado no exterior sob a supervisão de conceituados acadêmicos é superior aos de todas as demais áreas, alcançando 70%.
O que se pode inferir desses dados? Primeiro, que a contribuição brasileira para o corpo de conhecimento universal em economia é muito baixa. De fato, de acordo com a base Thomson-Reuters, enquanto no cômputo geral de publicações de artigos científicos o Brasil ocupa a 13ª posição, em economia a posição é a 30ª. Em um marco de qualidade e impacto, medido por citações por artigo, a posição é ainda inferior, 42ª.
Essas informações são intrigantes. Elas fazem aflorar dúvidas quanto à aplicação acertada dos conhecimentos da área econômica aos problemas nacionais. Como, porém, deixar de reconhecer dados que falam em favor dos nossos economistas. Um, que os exames de ingresso em instituições nacionais prestigiosas de ensino de economia são muito competitivos, abrindo caminho para alunos de qualidade. E outro, o de que que o ensino em nível de graduação dessas instituições é de boa qualidade.
É difícil se esquivar da impressão de que, no Brasil, há uma linha divisória entre graduação e pós-graduação em economia. Talvez o baixo encanto por produção científica frente à atração que setores não acadêmicos exercem (mercado, consultoria, política e comunicação pública) afastem os economistas de uma pós-graduação árdua, pouco compensadora financeiramente e com baixa exposição pública.
Talvez isso seja parte da explicação pela alta propensão dos egressos da graduação em economia em buscarem doutorado e pós-doutorado no exterior.
Óbvio está que esporadicamente surjam impactos positivos em nossa economia motivados por orientações dos economistas. Porém, é mais provável que essas se encontrem nos "think tanks" do que na academia. Um bem sucedido foi o Plano Real. [Folha de São Paulo]
ROGERIO MENEGHINI, 72, professor aposentado da USP, é coordenador científico do programa SciELO de revistas científicas brasileiras
15 junho 2019
Tese e ensaio-maternidade
Sarah Whelan Curtis, de 26 anos, acaba de terminar sua pesquisa de doutorado. Para comemorar o árduo trabalho de quatro anos, ela participou de um ensaio de maternidade. Mas ao invés de exibir um recém-nascido fofo, ela mostrou orgulhosamente a sua tese.
“Eu tenho vários sobrinhos e sobrinhas, e minha mãe me disse: ‘consiga um doutorado ou me dê um neto’. Eu consegui meu doutorado”, disse ela ao Yahoo Lifestyle.
Depois de ver tantos amigos compartilhando fotos de seus bebês, ela teve esta ideia. Quando o trabalho ficou pronto, ela pegou uma manta de bebê, enrolou sua tese nela, e pediu ao seu marido que tirasse fotos de seu recém-nascido. Ela postou as fotos no Twitter e elas fizeram grande sucesso entre outros acadêmicos que também sentem que suas pesquisas são como filhos.
“Sim, eu fiz um ensaio com a minha tese. O trabalho de parto mais longo de todos. #phdlife”, escreveu ela na legenda das imagens.
Ela fez seu programa de Ph.D. na Universidade Emory em Atlanta (EUA), na área de epigenética.
03 julho 2017
Editais do Mestrado e Doutorado
14 janeiro 2020
Ministro da economia da Sérvia
09 janeiro 2015
Seleção do Mestrado e Doutorado na UnB
Para a seleção não será necessário o teste Anpad. As aulas do mestrado serão segunda de tarde e noite e terça de tarde e noite. As aulas do doutorado acontecerão uma vez por mês, durante uma semana completa (de segunda a sexta).
O prazo vai até o final de janeiro.
19 março 2021
Algumas estatísticas sobre o Multi
Conforme postado, ontem foi oficializado o fim do programa Multi. A seguir algumas estatísticas do programa (coletadas por Jorge Katsumi, seu coordenador por vários anos):
- Recomendado pela CAPES por meio do OFICIO CAA/CTC/ 59 DE 20 06 2000
- Proposta Inicial com UnB/UFPB UFRN e UFPE, que se retirou em 2007
- Na oportunidade, apenas 4 programas de pós graduação em contabilidade existiam no Brasil: USP, PUC, UERJ e UFRJ
- 313 dissertações defendidas com sucesso, e 3 reprovações. Foram 136 no Núcleo Brasília e 177 no Nordeste:
- 64 teses de doutorado defendidas com sucesso e 5 desistências
- Por Linhas de pesquisas: Contabilidade e M.Financeiro, 69 (BSB) e 43(NE) = 112; Cont. para tomada de decisão, 27 (BSB) e 78 (NE) = 105; e Impactos da contabilidade , 40( BSB) e 56(NE) = 96
- Das 313 dissertações defendidas, 130 resultaram em publicações nos anais de congressos, livros ou periódicos
- Docentes,em nível de mestrado que mais contribuíram para publicação: Paulo Lustosa, 15 em 23 orientações, ou 64%; Cesar Augusto, 14 em 34 orientaçoes ou 41%; e Jorge Niyama , 12 em 26 orientações, ou 46%.
- Professores que mais participaram de bancas de mestrado: 1) Cesar Tiburcio , 53 34(ORIENTRADOR), 19 (membro); 2) Jose Dionisio , 44 26 (OR), 18 (membro); 3) Paulo Cavalcante, 43 (16 (OR) e 27 (membro); 4) Jorge Niyama 39 26 (OR) e 13 (membro); 5) Paulo Lustosa 39 23 (OR) e 16 (membro)
- Professores que mais participaram de bancas de doutorado: 1) Jose Dionisio ,18 6 (OR) e 12 (MEMBRO); 2) Paulo Lustosa, 14 6 (OR) e 8 (M); 3) Cesar Augusto, 13 8 (OR) e 5 (m); 4) Edilson Paulo, 11 7(OR) e 4 (M); 5) Jorge Niyama , 11 7 (OR ) e 4 (m); 6) Otavio R,Medeiros 11, 5 (OR) e 6 (M); 7) Jose Matias P. 10, 6(OR) e 4 (M); 8) Paulo Cavalcante 9 4 (OR) e 5 (M)
- Professores que mais participaram de bancas de mestrado+doutorado: 1) Cesar Tiburcio , 66 42 (OR) e 24(M); 2) Jose Dionisio , 62 , 32(OR) e 30 (M); 3) Paulo Lustosa , 53 29 (OR) e 24 (M); 4) Paulo Cavalcante, 52, 32 (OR) e 20 (M); 5) Jorge Niyama , 50 33 (OR) 17 (M)
19 dezembro 2022
Avaliação Capes dos Programas de Pós
Saiu hoje o resultado da avaliação quadrienal da pós-graduação brasileira. Os programas que possuem no seu nome o termo "contabilidade" ou derivados apresentaram o seguinte resultado:
Nota 6
Fucape - Administração e Ciências Contábeis - ME/DO
Universidade de São Paulo - Controladoria e Contabilidade - ME/DO
Nota 5
FURB - Ciências Contábeis - ME/DO
Universidade Federal de Minas Gerais - Controladoria e Contabilidade - ME/DO
Universidade Federal da Paraíba - João Pessoa - Ciências Contábeis - ME/DO
Universidade Federal do Paraná - Contabilidade - ME/DO
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Ciências Contábeis - ME/DO
Universidade Federal de Santa Catarina - Contabilidade - ME/DO
Universidade de Brasília - Ciências Contábeis - ME/DO
Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto - Controladoria e Contabilidade - ME/DO
Fucape - Ciências Contábeis e Administração - MP/DP
UP Mackenzie - Controladoria e Finanças Empresariais - MP/DP
Nota 4
Universidade Federal da Bahia - Contabilidade - ME
Universidade Federal do Ceará - Administração e Controladoria - ME/DO
Universidade Federal do Espírito Santo - Ciências Contábeis - ME/DO
Universidade Federal de Goiás - Ciências Contábeis - ME
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Controladoria e Contabilidade - ME
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Controladoria - ME
Universidade Federal de Uberlândia - Ciências Contábeis - ME/DO
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Contabilidade - ME
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Ciências Contábeis - ME/DO
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Ciências Contabeis e Administração - ME
Universidade de São Paulo - Controladoria e Contabilidade - ME/DO
Faculdade Fipecafi - Controladoria e Finanças - MP
Fucape RJ - Ciências Contábeis e Administração - MP
PUC São Paulo - Ciências Contabeis, Controladoria e Finanças - MP
Universidade Federal do Ceará - Administração e Controladoria - MP
Fucape-MA - Contabilidade e Administração - ME
Furg - Contabilidade
Universidade Estadual de Maringá - Ciências Contábeis - ME
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Ciências Contábeis - ME
Universidade Federal de Pernambuco - Ciências Contábeis - ME/DO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Ciências Contábeis - ME
Universidade Federal de Santa Maria - Ciências Contábeis - ME
Centro Universitário Fecap - CiÊncias Contábeis - ME
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Ciências Contábeis - ME
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Controladoria e Gestão Pública - MP
Nota 2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Ciências Contábeis - ME
Meus comentários:
1. Os programas de mestrados com nota 4 serão sérios candidatos a pleitear a abertura de curso de doutorado. Ou seja, a médio prazo poderemos ter mais 9 cursos de doutorado no país. Muito? Provavelmente sim.
2. Os programas de mestrado/doutorado com nota 3 estão sob observação. Isto inclui o programa da UFPE.
3. A grande surpresa foi a confirmação de um boato de que a USP da capital tinha levado uma nota baixa. O programa da USP, que já foi 6, teve uma nota 4 agora na avaliação. O interessante é que a USP Ribeirão, sua co-irmã, recebeu nota 5. Mas a USP entrou com recurso e a nota final ficou 6.
4. A UERJ de Contábeis, que já contribuiu substancialmente para evolução da área no Brasil, recebeu nota 2. A crise financeira deve ter sido um dos motivos para esta nota reduzida. Mas com o recurso, o curso subiu para 3
5. No total, 35 programas de pós na nossa área. Nada mal.
6. Na primeira postagem cometi dois enganos. Grato Sandro pela correção.
27 março 2018
Pós-graduação e saúde mental
Poderíamos pensar que esses resultados se devem a cortes nas condições de trabalho, ou que sejam algo intrínseco a empregos altamente competitivos, sejam ou não doutorados; entretanto, outro estudo, este realizado pela Universidade de Gent (Flandres, Bélgica), conclui que os doutorandos, em comparação com outros grupos profissionais com alta formação, sofrem com maior frequência sintomas de deterioração na sua saúde mental. “Esta é uma publicação muito importante, porque progressivamente estamos compreendendo que existem problemas de saúde mental entre os doutorandos, e estudos como este nos ajudam a entender melhor suas causas”, afirma Vanderford.
Para aprofundar esse tema, Katia Levecque, pesquisadora da Universidade de Gent e primeira autora do estudo belga, reuniu uma amostra de 3.659 doutorandos de universidades flamengas, que seguem um programa muito similar ao do resto da Europa e Estados Unidos, e quantificou a frequência com que os alunos afirmaram ter experimentado nas últimas semanas algum entre 12 sinais associados ao estresse e, potencialmente, a problemas psiquiátricos (especialmente a depressão). Entre essas características estão sentir-se infeliz ou deprimido, sob pressão constante, perda de autoconfiança ou insônia devido às preocupações.
Os resultados foram que 41% dos doutorandos se sentiam sob pressão constante, 30% deprimidos ou infelizes, e 16% se sentiam inúteis. Além disso, metade deles relatavam conviver com pelo menos 2 dos 12 sinais avaliados no teste.
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O estudo também examina se entre os doutorandos existem condições que aumentem as possibilidades de ter ou desenvolver um problema psiquiátrico. Levecque conclui, por exemplo, que o desenvolvimento desses sintomas é independente da disciplina do doutorado, sejam ciências, ciências sociais, humanidades, ciências aplicadas ou ciências biomédicas. Não ocorre o mesmo quanto ao gênero, já que as mulheres que fazem doutorado têm 27% mais possibilidades de sofrerem problemas psiquiátricos que os homens.
Outro fator que pode influir na saúde do estudante, nesse caso tanto negativa quanto positivamente, é o tipo de orientador: a saúde mental dos doutorandos era melhor do que o normal quando tinham um mentor cuja liderança lhes inspirava. Pelo contrário, outros estilos de liderança eram neutras, ou no caso dos orientadores que se abstinham de dirigir ou guiar o doutorando — um tipo de liderança laissez-faire — seus orientandos tinham 8% mais chances de desenvolverem sofrimento psicológico. “Mas, além do estilo de liderança, há outros fatores importantes, como o nível de pressão no ambiente profissional, o próprio controle sobre o ritmo de trabalho ou quando fazer pausas, que também estão relacionadas com o orientador. Por isso o orientador é relevante tanto direta como indiretamente para a saúde mental dos doutorandos”, detalha a pesquisadora.
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Enviado pelo professor Cláudio Moreira, a quem agradecemos.