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Mostrando postagens com marcador desemprego. Mostrar todas as postagens
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24 novembro 2016

Desemprego: Nada de novo

A questão do desemprego no setor contábil continua grave. Segundo os dados do Ministério de Trabalho, tendo por base as informações do emprego formal, em outubro o número de demitidos superou aqueles que conseguiram uma vaga em 972. Já são doze meses que isto ocorre; considerando o valor acumulado, de janeiro de 2014 até o mês passado, foram 26,7 mil vagas reduzidas no Brasil.

O salário médio dos demitidos era de R$430 a mais do que os admitidos, o que corresponde a 19%. Esta distância foi de 25% no mês passado. Mas o tempo médio de emprego daqueles que foram mandados embora aumentou para 36 meses. Também, a exemplo dos meses anteriores, a idade média dos admitidos é menor que dos demitidos: 30,13 anos versus 32,51 anos.

A questão do desemprego atinge principalmente as mulheres, que representam a grande maioria da mão-de-obra contratada na área contábil no Brasil. Em outubro o saldo de admissão menos demissão para as mulheres foi de 713, um pouco acima de 73% do total. O problema tem atingido os empregados com curso médio completo e os escriturários.

A grande maioria das demissões foi sem justa causa. Em outubro representou 77% do total, um número um pouco acima da média dos meses anteriores.

01 novembro 2016

Desigualdade de gênero no mercado de trabalho contábil?

Ao postar ontem sobre a questão do desemprego no setor contábil comentamos que "o saldo entre os admitidos e os demitidos é possível notar que a maioria deles é do sexo feminino (-658 versus -188)".  Mas será que isto é algo comum no mercado de trabalho contábil? Lembrando que incluímos no nosso levantamento os contadores, auditores, técnicos de contabilidade e escriturários de contabilidade e a fonte primária da informação é o Caged, que abrange somente o mercado formal de trabalho.

Diante da questão sobre a possibilidade de existir desigualdade de gênero no mercado de trabalho, compilamos os dados de movimentação desde janeiro de 2015, quando começou a crise no setor. O resultado encontra-se na figura a seguir:
A linha vermelha são as mulheres e a azul os homens. Em cada mês é calculado o número de admitidos no mercado de trabalho e o número de demitidos. Quando ocorre mais admissões que demissões tem-se a criação de vagas de trabalho e a informação está acima da linha do "zero" do gráfico. O gráfico permite constatar que geralmente a linha dos homens está em posição acima da linha das mulheres. Como geralmente o número de demitidos tem sido superior ao de admitidos desde início de 2015, isto significa dizer que as mulheres estariam sofrendo mais com a crise de emprego na contabilidade. Ou seja, o empregador ao demitir tem escolhido prioritariamente as mulheres.

Mas como este gráfico mostra o desempenho de cada mês, não fica muito claro se a movimentação mensal seria mais favorável ao homem ou a mulher. O gráfico a seguir mostra o valor acumulado, desde o primeiro mês (janeiro de 2015). Aqui a visão do efeito da crise sobre o mercado de trabalho fica mais claro. E apesar das mulheres terem sido mais poupadas no início do processo, a partir de setembro de 2015 a situação se inverte.
Considerando os valores acumulados, o número de destruição de vagas para o gênero feminino foi de quase quinze mil postos; para o gênero masculino este número aproxima-se de dez mil. Ou seja, uma diferença de 50% a mais para o gênero feminino.

Estes números impressionam. Além da diferença salarial existente entre homens e mulheres, haveria uma diferença no momento de demitir o funcionário.

O problema da análise acima é que não sabemos quantos homens e quantas mulheres são atualmente empregadas no mercado de trabalho contábil. E esta informação é crucial para análise. Se o setor é ocupado principalmente pelos homens, isto é um sinal claro de desigualdade de gênero. Mas se o setor for ocupado prioritariamente pelas mulheres, dependendo da proporção, teríamos ou não um problema de desigualdade de gênero.

Infelizmente não é possível obter esta informação diretamente do Caged. Mas podemos usar alguns aproximações, como o número de horas contratadas, o tempo de emprego, a soma das idades dos trabalhadores e o salário mensal. Com base nestes parâmetros temos que a participação da mulher é de 62%, 60%, 62% e 56%, na ordem. Ou seja, a mulher detém uma parcela em torno de 60% do mercado de trabalho na contabilidade, segundo esta estimativa (de dezembro de 2014). Há uma diferença no salário, mas isto deve ser resultante do fato de salário pago para mulher ser menor que do homem.

Ficando com este percentual de 60%, precisamos determinar se o número do saldo de movimentação também está próximo deste valor. Como o saldo de movimentação acumulado é de 24.674 negativos, de janeiro de 2015 a setembro de 2016, o valor para as mulheres, de menos 14.864, corresponde a 60,2%. Podemos então concluir que o número maior de redução de vagas para as mulheres que está ocorrendo no mercado de trabalho contábil no Brasil nos últimos meses não decorre de preconceito contra a mulher. Infelizmente as demissões estão ocorrendo independente do gênero do trabalhador.

31 outubro 2016

Desemprego do setor contábil

Segundo dados primários do Ministério do Trabalho, compilados por este blog, o desemprego do setor contábil continuou refletindo a crise da economia e do setor. Em setembro, o número de demitidos foi 776 a mais do que o número de admitidos. Considerando o acumulado desde janeiro de 2014, este número chega a quase 26 mil profissionais, mais precisamente 25.719. O gráfico abaixo permite visualizar que as demissões são maiores que as admissões há meses, desde novembro de 2015.


Em razão do comportamento do ano passado, este blog acredita que o próximo mês será decisivo para saber se a crise já está finalizando ou não. O gráfico também permite notar que dezembro é um mês ruim para o emprego no setor contábil, já que as duas grandes baixas nas admissões ocorreram justamente neste mês em anos anteriores.


Como tem sido praxe desde que começamos a coletar estes dados, o salário médio dos admitidos tem sido bem inferior ao salário médio dos demitidos. Mas a distância aumentou em setembro de 2016, para 24,94% (versus 19,98% do mês anterior). Na realidade, a diferença dos salários foi a quarta maior desde janeiro de 2014. Os demitidos tinham em média 34,11 meses de emprego e 30,12 anos de idade, versus uma idade média dos admitidos de 32,19 anos. A exemplo dos meses anteriores, a contratação tem ocorrido mais fortemente nos profissionais com maior idade.

Analisando o saldo entre os admitidos e os demitidos é possível notar quue a maioria deles é do sexo feminino (-658 versus -188), com ensino médio completo e escriturários. Outro ponto relevante é que dos 8.072 demitidos, 77% foram sem justa causa. Este percentual é bem superior aos dos meses anteriores.

Professores - Conforme explicamos em postagem anterior, a questão do desemprego para professores de contabilidade é analisada utilizando os 12 meses acumulado. E como nos meses anteriores (e desde janeiro deste ano, o número de demitidos tem superado o número dos admitidos, conforme é demonstrado no gráfico.


O tempo médio de emprego dos demitidos está em quase 42 meses. A análise dos dados permite observar que a demissão tem atingido, cada vez mais, os professores mais antigos. Para que se tenha uma ideia, em setembro de 2014 a idade média dos professores demitidos era de 26 meses. Entretanto, o salário médio dos admitidos tem sido superior aos professores demitidos, exatamente contrário ao que ocorre no setor como um todo. Existem duas possíveis explicações para isto: as escolas (instituto, faculdades, universidades etc) estão contratando empregados que lecionam uma maior carga horária; e isto pode ser reflexo da maior qualificação dos docentes.

24 setembro 2016

Continua o problema de (falta de) emprego

Os dados sobre a situação do emprego formal no país, divulgados ontem pelo governo federal, continuam a mostrar uma situação muito ruim para o setor contábil. Tradicionalmente escutamos que a contabilidade é imune as crises, pois sempre as empresas irão necessitar de contadores. A realidade parece mostrar que a crise econômica atingiu substancialmente os profissionais contábeis, conforme coleta de dados realizada por este blog.

Inicialmente é importante destacar que a informação do emprego formal apresenta um viés óbvio já que não considera do setor informal da economia. Mesmo assim, as informações apresentadas a seguir deveriam preocupar a todos os profissionais da área. Pelo décimo mês consecutivo o número de admitidos foi inferior aos desligados. E nada parece indicar uma reversão deste quadro, já que em agosto de 2016 o número de vagas reduzidas no Brasil foi de 1.186, basicamente um valor próximo do ano anterior (1.023). Considerando os valores acumulados, desde janeiro de 2014, 25 mil profissionais ficaram sem perspectivas de encontrar emprego na profissão. Considerando o número de profissionais existentes em 2015 (de 290 mil empregos formais, segundo a RAIS), isto representa quase 9% da força de trabalho do setor.

O gráfico apresentado a seguir mostra o comportamento da movimentação no setor, abrangendo os contadores, auditores, escriturários e técnicos em contabilidade do país.
Também conforme já tinha ocorrido nos meses anteriores, o salário médio dos desligados é muito superior ao salário dos admitidos. Isto pode significar um corte nas despesas das empresas. Esta diferença salarial chegou perto dos 20% em agosto de 2016, um valor próximo ao do mês anterior, mas superior a agosto de 2015. Outro aspecto preocupante é que os funcionários demitidos possuíam mais de dois anos no emprego: em agosto o tempo médio de emprego dos desligados foi de 35,4 meses, superior aos 33,3 meses de julho de 2016.

A seguir o gráfico mostra a evolução temporal do salário médio dos admitidos e dos demitidos. Esta diferença esteve próximo dos vinte por cento, com exceção dos dois primeiros meses deste ano, quando a diferença ficou perto de 5%.

Se observa que os admitidos possuíam uma idade média de 30,3 anos, enquanto nos demitidos a idade média era de 32,2 anos.

Outro fator relevante percebido pela análise realizada por este blog é que 70% das demissões foram sem justa causa. Também fizemos o levantamento para a movimentação por gênero, formação do trabalhador e por tipo de emprego. Em agosto nenhum dos segmentos se salvou: as demissões foram superiores as admissões em todos os casos apurados pelo blog.

25 agosto 2016

Desemprego no setor contábil: sem novidades

Os dados de emprego com carteira assinada do Ministério do Trabalho, coletados com exclusividade por este blog, indicam que o problema de emprego persiste no setor contábil. Usando a classificação CBO 2002 e computando Contadores e Auditores, Escriturários de Contabilidade e Técnicos em Contabilidade, o número de admitidos em junho foi de 7406 no Brasil. E o número de desligados atingiu a 8497. Pelo nono mês seguido este número é negativo. Computando desde janeiro de 2014, o número de vagas reduzidas foi de quase 24 mil. Mais precisamente, 23.757. Em termos de salários, estas demissões correspondem a 16 milhões de reais por mês.
Como tem sido comum, o salário dos desligados é muito superior aos admitidos: R$2213 versus R$2656 em julho de 2016. Isto significa uma economia para as empresas, mas reduz a massa salarial do setor contábil. Em julho a diferença foi de 20%, um resultado melhor que junho, quando a diferença ficou em 27%. Em média, os demitidos tinha 33 meses de emprego e cerca de 30 anos de idade.

Na análise por característica do empregado, o único extrato que se salvou foi o empregado com superior completo: um saldo contrato positivo de 36. Nos demais, o número de demissões supera o de admitidos: as mulheres sofreram mais com a crise em julho (uma redução de vagas de 729 versus 362 dos homens), assim como os escriturários (menos 743 vagas).

Os números não são nada animadores.

27 julho 2016

Continua a crise na Contabilidade

Os dados divulgados hoje pelo governo sobre a movimentação da mão-de-obra no Brasil indicam que a crise de emprego continua no setor de contabilidade. Tendo por base somente o emprego formal, durante o mês de junho foram admitidos 8006 contadores, auditores, escriturários de contabilidade e técnico em contabilidade. Mas, por outro lado, foram demitidos 9.422 trabalhadores, indicando uma redução no número de vagas de 1.416. De janeiro de 2014 até junho foram reduzidas 22.666 vagas.
A exemplo dos meses anteriores, o salário médio dos admitidos é R$2.125 e dos demitidos é de R$2.695. Aqui um recorde negativo: é a maior diferença desde que este blog começou a tabular estes dados: 27% ou R$571. De janeiro de 2014 até junho de 2016 isto equivale a uma redução nominal da massa salarial de R$153 milhões. Os números deste parágrafo parecem indicar que as empresas estão demitindo os funcionários com maior salário e contratando funcionários com um salário menor.

Os trabalhadores demitidos tinham, em média, 35,4 meses de emprego. No mês passado este número era de 33,6 e em maio de 2016 era de 29,4 meses. O desemprego está afetando cada vez mais os trabalhadores mais antigos. Também a exemplo dos dois meses anteriores, o desemprego foi maior entre as mulheres: menos 823 vagas.

Em termos de formação, as pessoas demitidas geralmente tinham o curso médio completo (3309 demitidos) ou superior completo (3774).

26 junho 2016

Continua a Crise de Emprego na área Contábil

Segundo os dados compilados por este blog, a partir das informações de emprego formal do Caged (Ministério do Trabalho), a redução dos postos de trabalho na área contábil continua ocorrendo. Desde outubro de 2015 o número de desligados é superior ao de admitidos para contadores, auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. No último mês foram 7.731 admitidos e 9126 demitidos, o que significa uma redução de 1.395 postos formais de trabalho.

Tomando janeiro de 2014 como base, o número de admitidos foi de 277.618 e de demitidos atingiu a 298.868, significando uma redução de 21.250 postos de trabalho. Se considerarmos um quantitativo de registro no conselho de contabilidade de 500 mil, a redução de postos de trabalho corresponde a quase 5% dos profissionais de contabilidade.

Como é praxe, o salário médio mensal dos demitidos é muito superior ao dos admitidos. Em maio a diferença foi novamente de quase 20%: enquanto os admitidos tinham um salário médio de 2.147 reais, os demitidos possuíam um salário médio mensal de 2.555 reais, uma diferença superior a 400 reais. O tempo de emprego dos demitidos, que em abril era de 29,4 meses, aumentou para 33,6 meses, indicando que trabalhadores mais experientes estão sendo demitidos no setor. As empresas continuam demitindo os mais idosos (média de 32,1 anos) e contratando mais novos (30,2 anos). As mulheres estão sendo mais prejudicadas, como já ocorreu em abril: a perda de posto de trabalhos para o gênero feminino é mais do que o dobro.

Os trabalhadores com ensino médio completo também foram os mais atingidos, com redução de 820 postos de trabalho, de um total de 1.395.

28 maio 2016

Fato da Semana: Emprego no setor contábil



Data: 28 de maio de 2016

Fonte: Caged e Blog

Precedentes
2014 = Apesar da recessão, o setor contábil (incluindo os contadores, auditores, técnicos e escriturários) termina o ano criando mais vagas: 69. Mas entre os contadores e auditores observou-se uma redução de 1.429 vagas.
2015 = Dos meses do ano, somente janeiro e outubro ocorreu um aumento no número de empregados formais do setor. Somente em dezembro houve uma destruição de mais de três mil vagas no Brasil.
fev/16 = O pior mês dos últimos anos: foram admitidos 8.475 pessoas e demitidos 12.669, uma variação líquida negativa de 4.194.
26/05/2016 = Os dados divulgados de abril mostram uma redução de quase vinte mil vagas desde janeiro de 2014. Somente em 2016 foram quase 11 mil. Os números divulgados pelo blog mostram uma diferença salarial entre contratados e demitidos de 20% em abril.

Notícia boa para contabilidade?
A crença de que a contabilidade é imune a crise não foi comprovada pelos números de empregos formais. Não somos a profissão do presente e do futuro. É um reflexo da pior crise econômica que já enfrentamos.

Desdobramentos - A questão política ainda será central no que irá ocorrer nos próximos meses. O ajuste para que a economia volte a cresce irá significar redução dos gastos públicos e talvez até aumento de impostos. Ainda teremos redução nos empregos formais do setor.

Mas a semana só teve isto?
Não. As medidas econômicas anunciadas para tentar corrigir as finanças públicas foram relevantes. O escandalo na Alibaba mostra a fragilidade da contabilidade chinesa.

27 maio 2016

(Des)emprego do Setor Contábil em Abril

Os dados do emprego formal do setor contábil em abril mostram que nada mudou. E isto é muito ruim.

Antes de detalhar é importante destacar que este blog expandiu o critério, incorporando os técnicos em contabilidade e os escriturários. Acreditamos que esta incorporação irá refletir melhor o que ocorre no setor em termos de mercado de trabalho. O desempenho ruim apontado nos levantamentos anteriores nos meses de outubro de 2015 torna-se positivo com esta mudança. Mas nos demais meses, o levantamento continua mostrando uma crise generalizado do emprego formal. É também importante destacar que a base primária dos dados é o Caged, do Ministério do Trabalho.

No mês de abril foram admitidos 9.135 novos empregados e demitidos 11.758, indicando uma redução no número de vagas no setor de 2.623. O gráfico a seguir mostra que esta foi uma tendência dos últimos meses.

As informações mostram que desde outubro de 2015 o setor não abre novas vagas. Em fevereiro de 2016 tivemos o pior mês em termos de emprego no setor, batendo dezembro de 2015, um mês onde geralmente existe dispensa de empregados.



A variação acumulada mostra que desde janeiro de 2014 foram reduzidas quase 20 mil vagas no setor. O tempo médio de emprego dos desligados em abril foi de 29 meses. Entre os admitidos, a idade média era de 29,2 anos, enquanto os desligados tinham uma idade média de 30,7 anos. As mulheres foram as maiores vítimas, com 57% dos desligados. 60% dos desligados tinham o ensino médio completo e 77% eram escriturários.



O gráfico a seguir mostra uma realidade persistente na movimentação do setor: o salário médio dos admitidos é bem inferior ao dos admitidos. Em abril a diferença ficou em 20%, acima da média dos períodos anteriores (de 17%) e dos valores de janeiro e fevereiro deste ano (5% e 9%, na ordem).

É interessante notar que não existe relação estatística entre a perda salarial admitidos e demitidos com o saldo de movimentação no mês (correlação de 9,7% no período).

19 maio 2016

Emprego e salário na contabilidade

Mensalmente este blog está divulgando os dados de desemprego no setor contábil. E o quadro é muito ruim: o número de demitidos tem sido muito superior aos admitidos. Outro efeito da crise econômica tem surgido nos dados de emprego formal do Caged: a troca de funcionários com maior salário por novos com menor salário.

Usando os dados de “contadores e auditores”, “escriturários de contabilidade” e “técnicos em contabilidade” do Caged este blog tabulou o número de admitidos e de demitidos entre janeiro de 2014 a março de 2016. (Observação importante: nos dados que geralmente divulgamos a “família” é somente de contadores e auditores. Ou seja, esta base é mais ampla)

Também se obteve o salário médio mensal dos dois grupos (admitidos e demitidos). O resultado, ao longo deste período, encontra-se no gráfico a seguir:


Ao longo dos últimos meses o salário médio dos admitidos é muito menor que o salário médio dos demitidos. As empresas estão contratando menos e quando contratam são pessoas com menor salário. Profissionais com maiores salários são demitidos e quando as empresas contratam a oferta é por um salário menor. No período analisado a diferença entre os salários ficou em 17%. (Falta considerar o efeito da inflação) (Em outubro de 2015 a diferença ficou em 28%). Em termos monetários, o demitido custava R$338 a mais que o admitido.

22 abril 2016

Desemprego bate recorde

O Ministério do Trabalho tem o costume de divulgar os dados do emprego formal na sexta-feira. E novamente os números não são bons, expressando o elevado desemprego no setor contábil.

Em março de 2016 o número de trabalhadores admitidos foi de 2.123, bem abaixo dos 2.581 do mesmo mês do ano anterior. Já o número de demitidos foi de 2.742, um pouco menor que os 2.878 de março de 2015.


Mas enquanto no ano de 2015, no mês de março, a redução de vagas foi de 297, no último mês o número foi de 619. Deste total, 346 vagas reduzidas eram do gênero masculino. Em termos acumulados a redução de vagas no setor atinge a quase oito mil (7.984 vagas).

Um aspecto importante: o salário médio dos contratados no mês de março 21% que o salário dos demitidos. Ou seja, está existindo um achatamento salarial no setor, com troca de empregados mais caros por outros mais baratos.

27 fevereiro 2016

Desemprego

Como temos feito regularmente, este blog acompanha os dados de desemprego formal do TEM (Ministério do Trabalho e Emprego), mais especificamente de Contadores e Auditores (Classificação do Código Brasileiro de Ocupação). Desde janeiro de 2016 o número de desligados supera o número de admitidos. Isto significa um aumento nos desempregados do setor. Se em dezembro a redução dos postos de trabalho foi de 1.016, um recorde negativo no setor, em janeiro isto diminuiu substancialmente: o número de admitidos foi somente 44 postos menor que o número de demitidos. O gráfico mostra a evolução no quadro de emprego do setor:

Boa notícia? Infelizmente não. Janeiro é um mês tipicamente de contratação. Nos anos anteriores o número deste mês era sempre positivo, conforme o gráfico a seguir. No ano passado, por exemplo, o único mês positivo em termos de mercado de trabalho foi exatamente janeiro.

O gráfico a seguir é mais alarmante. Mostra a evolução acumulada do emprego/desemprego de contadores e auditores. Iniciando em 2014, o número tornou-se negativo em abril de 2014 e não para de cair. São quase sete mil vagas no setor que foram reduzidas.

24 novembro 2015

Chegaremos ao fundo do poço?

Pela nona vez seguida o número de demissões superou ao de contratações no setor contábil segundo os dados primários do Ministério do Trabalho e Emprego que este blog compilou. Em outubro foram contratados 2.163 contadores e auditores e demitidos 2.599, uma redução de 436 postos de trabalho.
Em janeiro de 2015 foi o último mês que o mercado contratou mais que demitiu. Quando se considera o acumulado do ano foram mais de quatro mil demissões a mais que as contratações. Se focar somente nas demissões o número é de 27.637 profissionais que foram mandados embora ou que pediram suas contas. Se considerarmos 390 mil registrados no conselho isto representa 7% daqueles que possuem registro no CFC e que recentemente participaram das eleições.
Em outubro de 2014 o número de demissões superou as contratações no mercado formal em 121 pessoas. Mas logo a seguir, em novembro e janeiro, o número ficou positivo. Até onde se tem a estatística, este é o pior momento em termos de emprego para profissão.

Obviamente que estes números são reflexos da crise econômica brasileira.

05 setembro 2015

Fato da Semana: Mercado de Trabalho do Contador (36 de 2015)

Fato da Semana: O Ministério do Trabalho divulgou os números desagregados do emprego de julho de 2015. Trata-se do registro das pessoas que estão no mercado de trabalho formal. A partir desta base de dados, o blog apurou o mercado de trabalho de Contadores e Auditores (inclui aqui também os técnicos em contabilidade). O número de demitidos novamente superou os contratados, fato que se repete desde fevereiro. Além disto, conforme divulgamos ontem, o salário dos homens ainda são superiores ao salário das mulheres.

Qual a relevância disto? Provavelmente teremos redução de salário. O problema é maior quando se considera que milhares de novos profissionais estão sendo formados a cada semestre, e talvez não estejam nesta estatística.

Positivo ou Negativo? Negativo.

Desdobramentos? A tendência é acompanhar o mau momento da economia. E se isto for verdadeiro, o quadro negativo deve permanecer para 2016.

06 agosto 2014

Mercado de Trabalho no Brasil

O comportamento do mercado de trabalho no Brasil é um tema que merece uma maior reflexão da sociedade, notadamente sob os aspectos econômicos e políticos. A economia brasileira passa por um quadro inusitado, com taxas de crescimento da economia (PIB) muito baixas nos últimos anos, e um mercado de trabalho próximo do pleno emprego. Esse contexto instigante, quase paradoxal, indica que é preciso analisar e explicar melhor o que está ocorrendo nesse importante mercado.

Os grandes números do mercado de trabalho no País, medidos pelo IBGE, revelam que um contingente de 91,2 milhões de pessoas tinha alguma ocupação no primeiro trimestre de 2014, contra os 91,8 milhões verificados no trimestre imediatamente anterior. Por sua vez, o número de brasileiros desocupados passou de 6,1 milhões para 7,0 milhões entre o quarto trimestre de 2013 e o primeiro de 2014. Na comparação com o último trimestre de 2013, houve aumento na taxa de desemprego em todas as regiões.

Deve-se destacar, nesta análise, que a elevação da população não economicamente ativa tende a ocorrer, em geral, pela postergação da entrada no mercado de trabalho dos jovens, fruto do crescimento da renda familiar, e a um fator conjuntural, em decorrência da disseminação de informações pessimistas da economia. Assim, em um cenário de redução de crescimento da economia, a difusão de informação de que empresas não estão admitindo faz com que as pessoas se retraiam naturalmente, deixem de procurar empregos. Para agravar esse cenário, registre-se que existe um contingente significativo de jovens brasileiros que não estudam e nem trabalham, contribuindo para elevar o tamanho da população não economicamente ativa.

Para uma melhor compreensão do que está ocorrendo no mercado de trabalho, diante de sua complexidade, é necessário levar em consideração, também, o tempo que o trabalhador permanece na fila do desemprego. Nesse sentido, merecem destaque os dados que mostram um preocupante aumento do contingente dos que estão buscando um novo emprego há mais de um ano, que se aproximam de 18%. Esse dado evidencia que os efeitos decorrentes do baixo desempenho da economia brasileira estão chegando ao mercado de trabalho, dando início a um inquietante processo de deterioração nesse mercado.

Pode-se concluir, assim, que as taxas baixas de desemprego no Brasil deverão iniciar nos próximos meses um processo de deterioração, em função das perspectivas desfavoráveis no desempenho da economia brasileira. Assim, é preciso alertar que o cenário do mercado de trabalho no Brasil merece mais atenção do que comemoração.


O agravamento do mercado de trabalho no Brasil - José Matias-Pereira

*José Matias-Pereira é professor de administração pública e pesquisador associado do programa de pós-graduação em contabilidade da Universidade de Brasília (UNB)

20 janeiro 2014

Desemprego no Brasil

Esta reportagem explica a mudança na metodologia de cálculo da taxa de desemprego:

61 milhões estão fora da força de trabalho
38,5% da população em idade para trabalhar não tem ocupação nem procura emprego, de acordo com o IBGE
2/3 dos que estão fora das estatísticas de desemprego são mulheres; 55% não têm fundamental completo


GUSTAVO PATU
DE BRASÍLIA/FSP

Um contingente de 61,3 milhões de brasileiros de 14 anos ou mais não trabalha nem procura ocupação --e, portanto, não entra nas estatísticas do desemprego.
Trata-se de 38,5% da população considerada em idade de trabalhar pelo IBGE, ou o equivalente à soma do total de habitantes dos Estados de São Paulo e do Rio.
Nos EUA, ainda se recuperando da crise, a taxa é similar, 37,4% --as metodologias, porém, não são as mesmas.

Referente ao segundo trimestre de 2013, o dado brasileiro ajuda a ilustrar como, apesar das taxas historicamente baixas de desemprego, o mercado de trabalho mostra sinais de precariedade.
Mesmo tirando da conta os menores de 18 e os maiores de 60 anos, são 29,8 milhões de pessoas fora da força de trabalho, seja porque desistiram de procurar emprego, seja porque nem tentaram, seja porque são amparados por benefícios sociais.

Esse número supera o quádruplo dos 7,3 milhões de brasileiros oficialmente tidos como desempregados nas tabelas do IBGE --o que dá uma ideia de quanto o desemprego poderia crescer se mais pessoas decidissem ingressar no mercado e disputar vagas.
Os dados sugerem que grande parte dos que estão fora da força de trabalho é dona de casa: 40,9 milhões são mulheres. Entre os desempregados, a proporção de mulheres é bem menor, de pouco mais da metade.

O grau de instrução da maioria dos que não trabalham nem procuram emprego, previsivelmente, é baixo: 55,4% não chegaram a concluir o ensino fundamental.
Mas uma parcela considerável, de quase um quarto do total, inclui os que contam com ensino médio completo ou mais escolaridade.

Considerando toda a população em idade de trabalhar, de 159,1 milhões, as proporções dos grupos menos e mais escolarizados são semelhantes, na casa dos 40%.


MELHORA

A nova pesquisa ainda não permite análise da evolução dos dados nos últimos anos, mas outros trabalhos apontam melhoras na participação feminina e na escolaridade do mercado de trabalho.
Estudo de 2012 do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontou que mais da metade das mulheres participa atualmente da força de trabalho, ante menos de um terço no início da década de 1980.

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que a pasta ainda está avaliando os resultados da nova pesquisa. Ele ressaltou que não é possível dizer que houve alta do desemprego, já que se trata de nova metodologia.


GLOSSÁRIO DA NOVA PESQUISA
Conceitos que mudam com a Pnad contínua:
> PEA (População Econo-micamente Ativa): Passa a se chamar Força de Trabalho (soma das pessoas ocupadas ou à procura de trabalho)
> PIA (Pessoas em Idade Ativa):* Passa a se chamar Pessoas em Idade de Trabalhar
> Recorte de idade: Antes, a idade mínima era 10 anos. Agora, é 14 anos
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Desemprego passa a ser medido em 3.500 cidades
DO RIO
DE SÃO PAULO

A principal diferença entre a nova pesquisa, a Pnad contínua, e a antiga, a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), é a abrangência geográfica, que foi ampliada para obter informações sobre o mercado de trabalho com mais precisão em todo o país.
A PME é restrita às seis maiores regiões metropolitanas. Já a Pnad contínua vai a 3.500 municípios em todos os Estados. Outra diferença é o período de coleta e divulgação dos dados. A PME é feita mensalmente, a Pnad contínua, trimestralmente.

Até o fim do ano, a nova pesquisa vai incorporar dados que havia no levantamento antigo e que não foram divulgados ontem, como a ocupação por setores da economia e o rendimento.
As primeiras informações deste ano (relativas ao primeiro trimestre) serão divulgadas em 27 de maio.

A PME vai continuar sendo feita até o fim deste ano e depois será encerrada. Como são pesquisas distintas, a série de dados sobre o mercado de trabalho brasileiro será novamente descontinuada (a última vez que isso ocorreu foi em 2002).

Existe uma demanda de economistas e até de outras áreas de dentro do instituto para que parte das informações da nova pesquisa seja produzida mensalmente. O cálculo da inflação, feito pelo IBGE, usa dados mensais de rendimento extraídos da PME.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e emprego do IBGE, os técnicos estudam como fornecer a cada mês a taxa de desemprego, o rendimento e o número de trabalhadores com carteira assinada. A expectativa é concluir esse trabalho até o fim deste ano.
Além da maior abrangência, houve mudanças no conceito de desocupação e na população considerada apta para trabalhar. A idade mínima subiu de 10 para 14 anos (idade que a legislação permite o trabalho como aprendiz).

Na nova pesquisa, se uma pessoa procurar emprego nos últimos 30 dias, mesmo tendo feito um "bico" no período, será considerada desempregada. Antes, ela não poderia ter tido nenhum trabalho no período.

Outra mudança é considerar desempregada uma pessoa que não procurou emprego, mas estava disposta a trabalhar. Até agora, ela estava fora da força de trabalho.
Especialistas afirmam que as mudanças contribuíram para aumentar o patamar da taxa de desemprego do país, que subiu cerca de 1,5 ponto percentual.
Segundo o IBGE, as alterações seguiram orientações da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
(MARIANA CARNEIRO E PEDRO SOARES)
DIFERENÇAS NO DESEMPREGO
7,4%
é a taxa da Pnad contínua
no 2º trimestre de 2013

5,9%
é a taxa da PME
no 2º trimestre de 2013



Aqui um texto da Miriam Leitão

03 janeiro 2014

Desemprego e crescimento da economia

Enquanto a economia brasileira apresenta taxas de crescimento reduzidas, o nível de desemprego é cada vez menor. Esta aparente contradição tem uma explicação: a forma de mensurar o desemprego usada no Brasil:

A população desocupada em novembro passado somou 1,1 milhão de pessoas nas regiões metropolitanas pesquisadas, enquanto a ocupada atingiu 23,3 milhões de pessoas. No setor privado, o número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 11,8 milhões, sem mostrar variação em relação a outubro. A redução da desocupação, que mostra uma queda em relação à taxa de 5,2% de outubro último é função do aumento da inatividade. Assim, não houve melhora no mercado do trabalho, mas decorrente do grande número de pessoas que deixaram de procurar emprego: 148 mil pessoas.

Quando feita a comparação entre novembro de 2012 e o mesmo mês de 2013, constata-se um total de 801 mil pessoas a mais—estão sem trabalhar ou desinteressadas em buscar uma vaga. É oportuno ressaltar que esse desinteresse pode ser explicado, em parte, pelo crescimento da renda, que em novembro se encontrava em R$1.965,20, o que pode estar contribuindo para que os jovens, idosos e mulheres desistam de demandar o mercado de trabalho por uma vaga, para complementar os rendimentos da família. (Desemprego no Brasil real - José Matias-Pereira)


Uma possível explicação são os programas sociais do governo, que incentivam as pessoas a não procurar emprego. Gonzagão já dizia: "pois doutor uma esmola/a um homem que é são/ou lhe mata de vergonha/ou vicia o cidadão". (fonte do cartoon, aqui)