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Mostrando postagens com marcador Covid-19. Mostrar todas as postagens
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30 maio 2020

Menos pesquisas

O gráfico mostra que o número de pesquisas com mulheres que foram submetidas diminuiu com a pandemia. Culpa da jornada de trabalho em casa?

Boas informações

A pandemia tem ensinado (ou deveria estar ensinando) o valor da boa informação.John Kay resume isto da seguinte forma:

The value of models in these areas is as a means of organising thought, not of making predictions. And quantitative models are only as good as the information that is fed into them. The greatest scandal of this epidemic is the delay in undertaking widespread testing. Even though the random testing now being undertaken sounds wasteful it would have yielded invaluable data if it had commenced much earlier. The cost of obtaining good economic and epidemiological information is trivial relative to the costs of bad policy made in its absence.

É o velho adágio: "lixo entra, lixo sai". Ou, conforme Dilbert:
Até hoje não sabemos, no Brasil (e talvez na Inglaterra de Kay) qual o resultado de uma testagem aleatória. Desde março o biológo Fernando Reinach chama a atenção para necessidade de testar, testar e testar. 

27 maio 2020

Rir é o melhor remédio


Pesquisa científica sobre o Covid-19

No domingo encerrou o prazo para submissão de um breve artigo para o Congresso da USP de 2020. O prazo para submissão dos artigos regulares já tinha terminado, mas a organização do congresso resolveu abrir um prazo adicional para submissão, desde que o tema fosse Covid-19 e, naturalmente, a contabilidade.

Creio que diversos pesquisadores submeteram suas pesquisas. E o pequeno círculo com quem conversei, parece que vários deles reclamaram do número de caracteres, reduzido demais para a pesquisa que estava sendo feita.

O interesse pela pesquisa sobre o Covid é comum a toda ciência. Nós postamos aqui que o NBER está publicando muita pesquisa sobre o assunto, um mês depois do Covid ser considerado uma pandemia. E note que esta entidade preocupa com a pesquisa econômica.

Um texto do Nada es Grátis mostra que o efeito contágio do Covid na pesquisa. Usando dados do Scholar, mais de 50 mil artigos sobre o tema foram publicados este ano. Uma base mais restrita, o Web of Science, tem 12 mil artigos. O volume de artigos cresce 21,7% por semana. Ou, a cada 25 dias, o número de artigos é multiplicado por dois.

Boa parte dos artigos possuem como procedência os países que são produtores de ciência nos dias atuais. Mas há um claro destaque para os países que sofreram "na pele" o efeito da doença. No caso dos artigos do Web of Science, a ordem procedência é: Estados Unidos, China, Inglaterra, Itália, Índia, Canadá, Alemanha, Austrália, Irã e Suíça.

Apesar do tema ser tipicamente de saúde, muitas áreas estão pesquisado sobre o assunto. Depois da tecnologia e ciências da vida, as ciências sociais possuem o maior número de pesquisas publicadas. Certamente há controvérsias se ainda é possível publicar boas pesquisas sobre o tema: a amostra certamente é enviesada e os dados ficam defasados rapidamente são duas das dificuldades. Mesmo assim é impressionante saber que 2 mil artigos já foram depositados no SSRN e já temos um periódico sobre o Covid e a Economia.

Este esforço traz dois problemas. O primeiro é a dificuldade de separar os avanços de uma pesquisa das demais. Ninguém consegue ler tanto artigo sobre o tema. E provavelmente muitos deles podem ser "esquecidos", quando representam um avanço, em detrimento de outros, que não seriam pesquisas sérias. Uso de inteligência artificial pode ajudar aqui, mas não resolve o problema.

O segundo aspecto é o custo de oportunidade. O foco da ciência agora é o Covid. Outras frentes de pesquisas relevantes, com malária e câncer, perderam seu status. O Nada es Grátis mostra que o número de publicações no Web of Science sobre malária diminuiu 36%, embora o número de mortos anuais desta doença seja de 405 mil (versus 300 mil do Covid. Ok, esta comparação é inadequada, mas destaca o argumento que não é possível deixar de lado a pesquisa sobre malária). A pesquisa sobre câncer caiu 21%.

Rir é o melhor remédio

Algumas coisas estranhas com o Covid-19


 As duas próximas é para um contador


26 maio 2020

Importância da Vacina

(...) está se tornando mais claro que uma recuperação total da pior queda desde a década de 1930 será impossível até que uma vacina ou tratamento seja encontrado para o coronavírus.

Os consumidores permanecerão no limite e as empresas serão retidas à medida que as verificações de temperatura e as regras de distanciamento permanecer nos locais de trabalho, restaurantes, escolas, aeroportos, estádios esportivos e muito mais.

A China - a primeira grande economia consumida pelo vírus e a primeira a emergir do outro lado - conseguiu reviver a produção, mas não a demanda. (...)

Carmen Reinhart, professora da Universidade de Harvard, que é a nova economista-chefe do Banco Mundial, teve uma mensagem semelhante. "Não teremos algo semelhante à normalização total, a menos que (a) tenhamos uma vacina e (b) - e isso é muito importante - se a vacina estiver acessível à população global em geral", disse ela ao Harvard Gazette.


Bloomberg, via aqui

20 maio 2020

Touros espanhois

Uma consequência do Covid pode ser o fim das touradas. Veja uma notícia do Jornal Econômico:


Caso não se realizem eventos durante 2020, os intervenientes da indústria tauromáquica espanhola poderão perder mais 77 milhões de euros, segundo conta a agência “Reuters” esta terça-feira, 12 de maio.

Festivais como San Isidro em Madrid, a feira de abril de Sevilha e San Fermin em Pamplona, ​agendados para julho, foram cancelados, tendo os animais sido enviados diretamente da criação para o matadouro.

Os criadores deste tipo de gado já contabilizam perdas de milhares de euros, uma vez que o custo de criação de um “touro de combate” ronda os cinco mil euros e que só é rentável caso os eventos se realizem. Em contrapartida, cada touro vendido para um matadouro rende 500 euros, uma quantia bastante abaixo do planeado aquando da criação destes animais.

Os governos locais cortaram o financiamento deste tipo de festas, os políticos de esquerda opõem-se e nos últimos anos, o movimento anti-tourada espanhol tem vindo a ganhar relevância. Algumas cidades e regiões, principalmente a Catalunha, já proibiram touradas, ou “corridas de touros”. Embora os grandes festivais ainda atraiam multidões, o interesse público nas touradas diminuiu consideravelmente.

Apesar de Espanha já ter começado a diminuir as restrições relativas ao distanciamento social em tempo de pandemia, não é claro que alguma corrida possa ser realizada até outubro, mês em que é concluída a temporada tauromáquica.

14 maio 2020

Bola de Cristal dos Grandes Bancos Brasileiros 2

Eis algumas das empresas e o cancelamento das projeções

Raizen - 7 de abril - "optou por suspender as projeções financeiras e operacionais para o ano safra 2020/2021 (“guidance preliminar”), divulgadas em Fato Relevante de 14 de fevereiro de 2020, tendo em vista a evolução e os impactos gerados pela pandemia do Coronavírus (Covid-19) em seus negócios e o atual contexto de incertezas, em que os cenários mudam rapidamente a cada dia."

Smiles - 8 de abril - "o cancelamento das projeções divulgadas no Fato Relevante publicado em 02 de dezembro de 2019, em razão da expansão da COVID-19 e seus impactos sociais e econômicos, em especial no setor de atuação da Companhia, os quais afetam de maneira significativa as premissas utilizadas para a elaboração de tais projeções".

Ultrapar - 1 de abril - "Adicionalmente, a Companhia comunica o cancelamento das projeções financeiras para 2020 divulgadas em fato relevante de 03 de março de 2020. Tais projeções tinham como uma de suas principais premissas o crescimento de 2% do PIB brasileiro em 2020, o que já não mais representa o consenso atual de mercado, de acordo com o último relatório Focus emitido pelo Banco Central. Adicionalmente, a volatilidade e a velocidade de mudança de cenários não permitem, neste momento, que seja estabelecida uma nova projeção."

IRB - 22 de abril - "a nova Diretoria Executiva da Companhia decidiu retirar suas projeções (guidance) para o ano de 2020, apresentadas por meio de Fato Relevante divulgado em 18 de fevereiro de 2020".

Randon - 24 de abril - "considerando a incerteza, a volatilidade e o rápido alastramento da pandemia de COVID19 nos mercados em que atua, está atualmente impossibilitada de estimar seus impactos nas operações para o ano de 2020 e, portanto, cancela suas projeções (Guidance 2020), divulgadas por meio de Fato Relevante, no último dia 17 de fevereiro."

Bradesco - 30 de abril - "comunica ao mercado que suspende nesta data suas projeções divulgadas (“Guidance”) referentes ao ano de 2020. A decisão deve-se às elevadas incertezas causadas pela pandemia da COVID-19 e seus diversos impactos no ambiente econômico.

Itau - 4 de maio - "informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que sua administração decidiu suspender as projeções para o ano de 2020, divulgadas por meio de Fato Relevante em 10 de fevereiro de 2020.
A decisão de suspender as projeções decorre da baixa visibilidade sobre a extensão e profundidade dos efeitos da crise atual trazida pela pandemia de COVID-19."

Banco do Brasil - 7 de maio - "comunica a suspensão de suas projeções para o ano de 2020, divulgadas por meio do Fato Relevante em 13/03/2020. 2. A suspensão se dá em razão do ambiente de alta volatilidade e de incerteza decorrentes da pandemia do novo-coronavírus (COVID-19), que tem exigido atualizações frequentes de cenários e de premissas, dificultando a construção de estimativas acuradas".

Natura- 11 de maior - " A administração da Natura Cosméticos optou por descontinuar as projeções acima referidas em razão (a) da consolidação da Avon Products, Inc, que implicou uma diferente estrutura para os seus negócios e operações; e (b) da insuficiente visibilidade dos efeitos da pandemia da COVID-19 e seus potenciais impactos nos negócios da Natura Cosméticos. Novas projeções serão fornecidas oportunamente, uma vez obtida maior visibilidade sobre tais fatores e caso a administração assim julgue ser pertinente."

10 maio 2020

Sem precedentes


O gráfico acima mostra o número de vezes que a palavra "sem precedentes" (unprecedent, em inglês) foi usada nas apresentações dos resultados. Na crise financeira de 2008 isto este presente, mas agora, com o Covid-19, isto voltou. São empresas com mais de 5 bilhões de valor de mercado. A empresa CME Group, que opera com derivativos, foi a campeã.

"Acho que toda a organização realmente fez um trabalho fantástico em termos de gerenciamento de nossas despesas neste tempo realmente sem precedentes e com uma quantidade sem precedentes de atividades na bolsa", disse John Pietrowicz, CF da empresa.