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29 março 2018

Falência da GM da Coréia?

A GM da Coréia está sob a ameça de falência. Parece estranho isto, mas a empresa, que já vendeu quase 1 milhão de automóveis por ano (em 2007), agora só coloca no mercado 524 mil unidades, sendo quase 400 mil para exportação.

Com participação do governo coreano a gestão da empresa ameaçou pedir falência se os sindicatos não cederam nas reivindicações. A empresa parece estar sem recurso, inclusive para fazer investimentos futuros. Atualmente a empresa possui 16 mil empregados, mas afirma que 180 mil trabalhadores dependem das fábricas coreanas. Há dúvidas com respeito a transparência das informações e o governo tem dúvidas sobre a viabilidade de investir mais na empresa. Para isto, o governo está fazendo uma due diligence na empresa.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

28 março 2018

Resenha: Garra

O livro Garra, de Angela Duckworth, segue aquele padrão de livros de divulgação científica. Como professora de psicologia da Universidade da Pensilvânia, Duckworth fez diversas pesquisas sobre o que leva uma pessoa a ter sucesso. Durante alguns anos, a pesquisadora analisou os dados dos cadetes de West Point, a mais famosa academia militar dos Estados Unidos. Investigou também estudos anteriores, como aquele conduzido por Catharine Cox, que em 1926 publicou uma avaliação de 301 figuras históricas exponenciais, separando entre os gênios mais eminentes e as características da personalidade de cada uma delas. Tudo isto tem-se como fator determinante a GARRA da pessoa ou Grit.

Segundo Duckworth, o esforço conta em dobro, sendo possível desenvolvê-la através de prática e educação. Mais ainda, até mesmo um país, como a Finlândia, pode ter uma cultura de garra, no caso o sisu, um termo que os habitantes deste país escandinavo consideram relevante.

Assim, seguindo o padrão, Duckworth tem como ideia focal que o segredo das pessoas que “chegam lá” é a garra. E tome exemplos, casos, situações pessoais, depoimentos de pessoas famosas, pesquisas anteriores e receitas para que o leitor possa desenvolver a sua garra.

Vale a pena? - Como professor de pós-graduação fico intrigado como um “bom” candidato não consegue, no curso e após ele, desenvolver todo seu potencial. Tenho procurado respostas nas comissões examinadoras, nas características do candidato (origem, experiência anterior, postura etc) e não tenho encontrado uma resposta para esta importante pergunta. A obra de Duckworth é uma potencial resposta, que tem sido usada, em diversos processos seletivos, como uma mecanismo para tentar separar aqueles que terão sucesso ou não. Para aqueles que gostariam de entender como podem atingir seus objetivos, o livro pode indicar que o esforço é a grande resposta. Ou como lembra Angela Duckworth, citando um ditado japonês “cair sete vezes, levantar oito”. Valeu a pena. Para aqueles que acham que as coisas da vida chegam através de um bilhete de loteria, esta não é a obra mais indicada.

Depois de cobrar este livro, vi uma citação do mesmo em uma entrevista com Mario Cilic, um dos maiores tenistas da atualidade:

São muitos desafios durante um dia, durante uma semana, durante um ano. Nisso, essa força interior é extremamente importante. Por isso, para mim, foi um ótimo livro....

Bolsa de Aposta: Quem deve vencer a Copa do Mundo?

As apostas apontam Alemanha, Brasil, França, Espanha e Argentina, nesta ordem, com quase 63% de chance:


Como calcular esta probabilidade? Em primeiro lugar, é necessário, para cada país, dividir o segundo número pela soma dos dois. Para Alemanha isto seria 2 / 11 ou dois sobre a soma de 9 e 2. Fazendo isto para cada país e somando, o total é 1,20, aproximadamente. Estes 20% ficam com quem? Com o cassino, lógico.

A seguir é necessário calcular para cada país o percentual encontrado e dividir por 1,2. Para Alemanha seria: (2/11) / 1,2 = 0,15 aproximadamente, que é a chance de ganhar a Copa.

A chance do Brasil seria então: (1/6) / 1,2 = 13,9%, aproximadamente.

Quanto custa fazer o álbum de figurinhas?

Quanta custa preencher o álbum de figurinhas da Copa?

Falando especificamente do álbum, o que pouca gente considera é o investimento necessário para preencher e guardar a lembrança. Não basta dividir 682 (o número de espaços em branco no álbum) por cinco (a quantidade de figurinhas em cada envelope). É preciso considerar as figurinhas repetidas, a distribuição dos lotes pelas bancas de jornal e outras variáveis estatísticas.

Para o matemático Sebastião de Amorim, professor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, para levar a brincadeira até fim, são necessários 280 envelopes que, vendidos a R$ 2 cada, dá um desembolso total de R$ 560.


Mas não foram considerados nos cálculos a troca de figurinhas, talvez a parte mais interessante de completar o álbum. E que reduziria este valor. (E não considerou a hipótese da foto - fonte aqui).

Amazônia e descoberta que pode mudar o que sabemos sobre a região


Pesquisadores da Universidade de Exeter (Reino Unido), Federal do Pará, Estadual do Mato Grosso e IPHAN anunciaram a descoberta de indícios que existiu na Amazônia uma civilização pré-colombiana. A descoberta foi publicada na Nature Communications, com diversas fotografias e indicações do achado. Isto pode mudar muita coisa que sabemos da Amazônia. Entre as descobertas, aldeias fortificadas, estradas, praças e fazendas. A estimativa dos pesquisadores é que esta civilização pode ter chegado a um milhão de habitantes entre 1250 a 1500, indicando ser uma civilização desenvolvida.

Caruana

Terminou ontem o torneio de candidatos que apontou o desafiante ao título de campeão mundial de xadrez. Com três russos (Grischuck, o ex-desafiante Karjakin e o ex-campeão mundial Kramnik), o azerbaijão Mamedyarov, o armênio Aronian, dois “estadunidenses” (So, de origem filipina, e Caruana, nascido nos EUA e com origem italiana) e o chinês Ding, a disputa foi emociante até a última rodada.

Num sistema de todos jogando contra todos, tanto de pretas quanto de brancas, foram 14 rodadas, com 4 jogos cada, com partidas de longa duração ou xadrez “pensado”. Nas primeiras rodadas, o ex-campeão Kramnik tomou a ponta, com boas vitórias. Isto tornava a disputa interessante, já que tinha ocorrido uma troca nada amigável de twiters entre Giri - o “segundo” (ou o conselheiro) de Kramnik - e Carlsen, a atual campeão e provavelmente o maior jogador de todos os tempos. Mas logo depois, uma sequência de derrotas, fez com que o torneio fosse dominado pelo azerbaijão Mamedyarov e o americano Caruana.

Na 12a. rodada, os líderes perderam e na penúltima existiam cinco potenciais vencedores: Grischuck, Karjakin, que liderava, Mamedyarov, Caruana e Ding. Na penúltima, Grischuck sai do páreo, Karjakin perde a liderança, que passa a ser ocupada por Caruana.

O italo-americano Caruana, que lembra Harry Potter, começa a última rodada com 50% de chance de ganhar o torneio. Enquanto as outras partidas prevalece o empate, Caruana vence seu confronto, terminando o torneio em primeiro lugar, com cinco vitórias, oito empates e uma derrota. Pela primeira vez, desde Fisher, os Estados Unidos podem emplacar um campeão mundial. Entretanto, Carlsen, o atual campeão, chega como favorito.

Caruana nasceu em 1992 e obteve o título de grande mestre em 2007. Em 2014 chegou a obter um ranking muito bom de 2844, mas antes do torneio sua pontuação era de 2784, a oitava posição entre os jogadores em atividade. Com o torneio, deve ir para 2804 de rating, o terceiro do mundo. Já Carlsen há muito é o melhor do mundo, seja no xadrez clássico, no rápido e na blitz. Entre eles, foram 10 vitórias de Caruana (22%), 19 empates e 17 vitórias de Carlsen (ou 37%). Baseado no rating, em uma partida Caruana tem 15,5 % de chance de vencer, 26,3% de perder e 58,2% de empate.

A disputa irá ocorrer no final do ano, em Berlim. Mas é preciso ter cuidado em apontar favoritos. No último desafio, Carlsen era muito favorito em relação ao russo Karjakin e teve dificuldades em continuar com o título. Nestes momentos, os “frios e calculistas” jogadores de xadrez mostram sua face humana. A exemplo de Aronian, um dos favoritos do torneio de candidatos, mas que após as primeiras derrotas fez um torneio horroroso para os seus padrões. Típico de um ser humano, que sente as consequências da derrota. Por isto, os torneios de xadrez são tão fascinantes.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui
Indicado pelo professor Cláudio Moreira, a quem muito agradecemos.

27 março 2018

Profissionais qualificados mais demitidos

Saiu na Exame:


Leia mais sobre o mercado de trabalho: aqui.

Pós-graduação e saúde mental

Nos últimos anos foram publicadas diversas pesquisas que alertam sobre o estado de saúde mental dos alunos de doutorado. Um exemplo recente é o trabalho que acaba de sair na Nature Biotechnology, apontando que os doutorandos são seis vezes mais propensos a desenvolverem ansiedade e depressão em comparação com a população geral. Segundo esse trabalho, dirigido pelo pesquisador Nathan Vanderford, da Universidade de Kentucky (EUA), isto significa que 39% dos candidatos a doutor sofrem de depressão moderada ou severa, frente a 6% da população geral.

Poderíamos pensar que esses resultados se devem a cortes nas condições de trabalho, ou que sejam algo intrínseco a empregos altamente competitivos, sejam ou não doutorados; entretanto, outro estudo, este realizado pela Universidade de Gent (Flandres, Bélgica), conclui que os doutorandos, em comparação com outros grupos profissionais com alta formação, sofrem com maior frequência sintomas de deterioração na sua saúde mental. “Esta é uma publicação muito importante, porque progressivamente estamos compreendendo que existem problemas de saúde mental entre os doutorandos, e estudos como este nos ajudam a entender melhor suas causas”, afirma Vanderford.

Para aprofundar esse tema, Katia Levecque, pesquisadora da Universidade de Gent e primeira autora do estudo belga, reuniu uma amostra de 3.659 doutorandos de universidades flamengas, que seguem um programa muito similar ao do resto da Europa e Estados Unidos, e quantificou a frequência com que os alunos afirmaram ter experimentado nas últimas semanas algum entre 12 sinais associados ao estresse e, potencialmente, a problemas psiquiátricos (especialmente a depressão). Entre essas características estão sentir-se infeliz ou deprimido, sob pressão constante, perda de autoconfiança ou insônia devido às preocupações.

Os resultados foram que 41% dos doutorandos se sentiam sob pressão constante, 30% deprimidos ou infelizes, e 16% se sentiam inúteis. Além disso, metade deles relatavam conviver com pelo menos 2 dos 12 sinais avaliados no teste.

[...]

O estudo também examina se entre os doutorandos existem condições que aumentem as possibilidades de ter ou desenvolver um problema psiquiátrico. Levecque conclui, por exemplo, que o desenvolvimento desses sintomas é independente da disciplina do doutorado, sejam ciências, ciências sociais, humanidades, ciências aplicadas ou ciências biomédicas. Não ocorre o mesmo quanto ao gênero, já que as mulheres que fazem doutorado têm 27% mais possibilidades de sofrerem problemas psiquiátricos que os homens.

Outro fator que pode influir na saúde do estudante, nesse caso tanto negativa quanto positivamente, é o tipo de orientador: a saúde mental dos doutorandos era melhor do que o normal quando tinham um mentor cuja liderança lhes inspirava. Pelo contrário, outros estilos de liderança eram neutras, ou no caso dos orientadores que se abstinham de dirigir ou guiar o doutorando — um tipo de liderança laissez-faire — seus orientandos tinham 8% mais chances de desenvolverem sofrimento psicológico. “Mas, além do estilo de liderança, há outros fatores importantes, como o nível de pressão no ambiente profissional, o próprio controle sobre o ritmo de trabalho ou quando fazer pausas, que também estão relacionadas com o orientador. Por isso o orientador é relevante tanto direta como indiretamente para a saúde mental dos doutorandos”, detalha a pesquisadora.

Leia a reportagem completa: aqui.

Enviado pelo professor Cláudio Moreira, a quem agradecemos.

Viés de sobrevivência e o empreendedorismo

É muito comum textos enaltecendo o empreendedorismo de alguns, indicando que qualquer um pode ser um sucesso como empresário. Este é o exemplo do texto de 22 de março do Valor Econômico, com o título de “sucesso de startups anima acadêmicos a empreenderem” (Jacílio Saraiva, p. B2). O título já resume a tônica do texto: qualquer um pode ser empreendedor de sucesso.

Um problema deste tipo de texto é não considerar o viés de sobrevivência. Provavelmente o jornalista entrevistou algum empresário que ainda não fechou as portas. Isto dá um ideia errada de que o mundo dos negócios é feito de sucesso, quando na realidade o fracasso é a regra mais comum.

Outro ponto crucial é imaginar que todo mundo deve ser um empreendedor. Como destaca este um texto do El País: Nos estamos maleducando al pensar que todo el mundo tiene que ser emprendedor” . Nem todos as ideias novas são geniais e não basta ter uma ideia genial para ser um empreendedor de sucesso.

Os Políticos não são Burros

Alguns modelos econômicos sugerem que as pessoas que decidem pela política geralmente são menos competentes e, por este motivo, fazem esta escolha. Assim, em lugar de usar seus neurônios para uma atividade acadêmica ou criar uma empresa e ser um empresário de sucesso, o político resolve fazer uma atividade desprezada pelos mais aptos da sociedade. Também há uma idéia de que os políticos não traduzem uma representação da sociedade.

Usando uma grande quantidade de informações, cinco pesquisadores concluíram que “os políticos não são burros”. Além disto, a democracia representaria uma “meritocracia inclusiva”, já que os políticos realmente representam a população. Talvez a conclusão mais surpreendente seja que em média os políticos são mais inteligentes e melhores que a população que eles representam. Em uma família, em um processo de triagem, o filho ou a filha mais inteligente terá mais possibilidade de ser político (a).

Isto realmente é surpreendente, já que geralmente acreditamos que os políticos são incompetentes e pouco representativos. Segundo a análise realizada por Dal Bó, Finan, Folke, Persson e Rickne, pesquisadores da Universidade da Califórnia, de Estocolmo e de Uppsala, na pesquisa intitulada “Who becomes a Politician”, o processo de triagem dos partidos, a competência individual e uma representação social são características do sistema democrático:

Uma implicação ampla desses fatos é que é possível para a democracia gerar liderança competente e socialmente representativa.

Apesar da pesquisa ter sido realizada na Suécia, com os dados locais, baseado na experiência brasileira e sendo imparcial, podemos realmente dizer que os políticos não são burros.

Fonte: Dal Bó, E., Finan, F., Folke, O., Persson, T., & Rickne, J. (2017). Who Becomes a Politician?. The Quarterly Journal of Economics, 132(4), 1877-1914. (Foto, Cynthia Nixon, atriz, que decidiu ser candidata a governadora)

Leia também aqui

Rir é o melhor remédio

Capas de discos de antigamente:






26 março 2018

Ironia: Facebook pede desculpas nos jornais

Não passou desapercebido. Diante da crise do Facebook, a empresa decidiu usar um canal de comunicação com o público mais "confiável": recorreu à mídia tradicional para pedir desculpas. O Facebook usou anúncios de página inteira em jornais, como New York Times, Wall Street Journal, Washington Post e em 6 jornais britânicos

No texto, Zuckerberg diz:

“nós temos a responsabilidade de proteger suas informações. Se não conseguimos fazer isso, nao merecemos”. “Vc deve ter ouvido falar de um app de quiz desenvolvido por um pesquisador de uma universidade que vazou dados do Facebook de milhões de pessoas em 2014. Isso foi uma quebra de confiança, e peço desculpas por não termos feito mais naquela época. Agora estamos tomando medidas para assegurar que isso não aconteça de novo”.

Por que temos poucos contadores charlatães?

Um texto de Berk e van Binsbergen (2017) tem-se um estudo da relação entre regulamentação e a presença de charlatães. Tradicionalmente as pesquisas mostram que entre a presença de licença (caso do contador) e da certificação (caso de finanças), o primeiro caso nunca é preferível, nem para oferta nem para demanda.

Antes de detalhar este ponto, é necessário entender a diferença entre licença e certificação. Na licença, temos uma exigência para exercer a profissão. Isto ocorre com o médico, o advogado e o contador, por exemplo. Já na certificação, os trabalhadores podem exercer a profissão, mas o certificado é como uma informação (sinalização) para o mercado sobre a sua “competência”. Qualquer pessoa pode ser um diretor financeiro, mas um CPA informa que estudou para isto. A certificação, além de separar os charlatães das pessoas qualificadas, não reduz a concorrência, o que é positivo para os clientes e também para os trabalhadores. Caso o objetivo seja somente aumentar o salário do profissional, o licenciamento é preferível à certificação, já que divulga informações assim como diminui a concorrência.

Berk e van Binsbergen mostram que profissões onde existem grupos fracos, com grande oferta de trabalhadores hábeis e período de treinamento menor, com menos sinais com respeito à habilidade do profissional, são mais propensos aos “charlatães”. Compare, por exemplo, o cardiologista com o massaterapista. O cardiologista precisa de anos de estudos e são poucos os habilitados a tal; já o segundo não precisa de muitos estudos. A presença de “charlatães” será maior no segundo grupo.

Os autores analisam várias profissionais e, usando dados dos Estados Unidos, constatam que os contadores possuem maiores custos de oportunidades (a chance de um deles perder algo por um erro é muito maior que um médico, por exemplo), elevados padrões,

suggesting that the profession is likely to feature fewer charlatans.

Escola do Trabalhador

(...) Lançada em novembro de 2017 pelo Ministério do Trabalho, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), a escola tem 126.480 pessoas cadastradas, com um total de 181.372 matrículas, já que um mesmo estudante pode fazer mais de um curso. Dos 21 cursos já disponíveis, o de Inglês Aplicado ao Trabalho é o que tem mais conclusões até agora: serão entregues 3.768 certificados, o equivalente a 11,8% do total de 32.038 matrículas na disciplina.


Para os interessados, aqui a relação de cursos. Deste autor, Análise de Investimentos & Demonstrações Contábeis e Sua Análise. De Fernanda Rodrigues e Mariana Guerra, Elaboração de Folha de Pagamento nas Empresas.

Rir é o melhor remédio

Quando alguém pinta em um muro algo que não deveria ser publicado, nada melhor que um bom disfarce. Em Berlim, um símbolo que não deixa saudade foi retirado de maneira discreta dos muros:







25 março 2018

Blockchain e a Gestão Pública

Já comentamos sobre o impacto do Blockchain na contabilidade, positivo e negativo. O trecho do texto a seguir é no primeiro grupo:

(...) qualquer entidade integrante da Administração Pública poderá acessar facilmente todos esses dados, tal como numa pesquisa feita no Google, mesmo não sendo ela a responsável pela guarda ou emissão de tais documentos. Será possível a conexão de informações entre as Administrações, coisa que hoje não ocorre.
Portanto, facilita-se a vida dos licitantes que não terão mais a atual dificuldade de colher toda essa documentação, bem como garante à Administração a veracidade dos dados aos quais terá acesso. Pense em não correr risco de falsificação de documentos, certidões fora de validade, etc.

Quanto à capacidade técnica dos licitantes, por exemplo, de empresas de engenharia, a Administração licitante poderá acessar o acervo técnico registrado na entidade profissional competente, poderá verificar como se deu o andamento do serviço ou obra realizado para outras Administrações, ao invés de exigir atestados.

Provavelmente cheguemos a um nível de especialização dessa tecnologia nas licitações que passe a ser desnecessária a fase de habilitação, podendo-se ir direto à disputa de preços.

Recebendo sem trabalhar

Um jornal de Portugal relata um caso interessante que ocorreu na cidade espanhola de Valência. Dez anos em ir trabalhar, Recio foi demitido em 2017. Durante o período recebeu salário, mas não irá a julgamento:

O funcionário do Arquivo Geral e Fotográfico de Valência que esteve 10 anos sem ir trabalhar, apesar de continuar a receber salário – cerca de 50 mil euros por ano – não cometeu qualquer crime, concluiu o Ministério Público (MP) espanhol, que decidiu arquivar a queixa com o argumento de que Carles Recio alertou os seus superiores para a sua situação e que estes o ignoraram.

A visão do Ministério Público é que Recio informou o que estava ocorrendo para seus superiores, que não fizeram nada.

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