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21 novembro 2015

Fato da Semana: Eleições dos Conselhos (47 de 2015)

Fato da Semana: Mais de 350 mil pessoas entraram no sítio do conselho e votaram para eleição dos Conselhos Regionais. Mas a eleição foi marcada pelo baixo comparecimento e um grande quantidade de votos em branco. A análise do resultado revela que o número de votos em brancos esteve relacionado com o número de chapas (quanto maior a disputa, menor este número) e do tamanho do conselho (em conselhos com um grande número de eleitores os votos em branco cresceram).

Qual a relevância disto? É preciso entender que parte deste resultado é decorrente da própria descrença das pessoas com a política e a representação. E do aumento de desemprego, como mostramos mensalmente nas estatísticas apresentadas com exclusividade por este blog. Ou das acusações recentes contra o atual mandatário do Federal. Talvez a falta de proposta das chapas tenha também construído; é bom lembrar que este blog tentou entrevistar os candidatos e somente dois responderam. Mas quem sabe tudo isto seja a explicação para o fato de que os eleitos conseguiram seus cargos com 55% dos profissionais aptos a votar.

Positivo ou Negativo? Negativo, por ser a expressão do descontentamento dos eleitores. Mas quem sabe possamos transformar o limão numa limonada?

Desdobramentos - A ciência política, com Robert Michels, ensina que as representações populares costumam afastar da base, através da construção da oligarquia. Michels mostrou isto há mais de cem anos. Será que a pirâmide deseja realmente aproximar-se das bases?

Robyn Stein Deluca: A boa notícia sobre a TPM




Todo mundo sabe que a maioria das mulheres enlouquecem um pouco antes de ficarem menstruadas, que os hormônios reprodutivos fazem com que suas emoções variem drasticamente. Porém, há pouco consenso científico sobre a síndrome pré-menstrual. "A ciência não concorda sobre a definição, causa, tratamento ou mesmo a existência da TPM", diz a psicóloga Robyn Stein Deluca. Ela explora o que sabemos e o que não sabemos sobre isso, e porque este mito popular tem persistido.

20 novembro 2015

Rir é o melhor remédio





Eleições da Apatia

No início da semana milhares de profissionais votaram para presidente dos conselhos regionais de contabilidade. Segundo relatório divulgado um pouco mais de 350 mil pessoas votaram nestas eleições. Segundo um texto de 2014, existem no país 490 mil profissionais e isto indica que 71% dos potenciais eleitores animaram a votar nestas eleições. Se somarmos aqueles que votaram em branco, somente 57% dos potenciais eleitores optaram por uma, duas ou três chapas concorrentes.

Os votos em branco foram realmente o destaque na eleição de 2015. Enquanto no Amapá somente 5% votaram em branco e 95% dos que acessaram o sitio escolheram entre uma das duas chapas, no DF 37% optaram por não votar na única opção. Em dois locais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, existiam três opções; em 12 duas chapas e na maioria, 14 CRCs, somente uma opção.

Quando o analista coloca os dados numa regressão linear, sendo o percentual de votos em branco a variável dependente, o modelo aponta que o “protesto” dos eleitores tem relação com a quantidade de eleitores do Conselho (quanto maior o conselho, maior o número de votos em branco) e o número de chapas existente, particularmente esta variável. O recado é claro: protesto nas unidades com mais profissionais e sem concorrência.

(P.S.: Já tinha escrito esta postagem quando li o texto da Isabel. Optei por manter o texto, considerando que são complementares)

Resultado das eleições CRC e o nosso comportamento

Fonte: Aqui
Quem tiver interesse em olhar os resultados das eleições CRC 2015 Brasil afora, basta clicar aqui e terá acesso a um pdf disponibilizado pelo Conselho Federal de Contabilidade. Observem a quantidade de votos em branco nos locais onde há apenas uma chapa. Como foi no seu estado?

Lembrando que, das 27 unidades federativas:
DF e 15 estados com UMA chapa;
9 estados com duas chapas;
2 estados com três chapas.
Das 27 uf, 59% já sabiam quem seria o representante antes mesmo de qualquer eleição ou votinho ou site entrar no ar ou o que seja. Ahn? É isso mesmo. Só 11 estados puderam escolher!

A Claudia Cruz, do Ideias Contábeis, e eu divulgamos claramente (em mídias sociais) a nossa opção de voto em branco, mas muitas pessoas foram contra pois “não estávamos exercendo a nossa cidadania”. Sim Rio Grande de Sul e Rio de Janeiro, se eu fosse daí concordaria com vocês. Os dois estados que apresentaram TRÊS chapas merecem palmas!!! Os outros tantos com duas chapas merecem um tapinha nas costas. E os com chapa única? Pior: os com chapa única em um local onde os eleitores se esforçaram imensamente para descobrir quem era o representante (independente de ser chapa única, gostaria de saber mais sobre ela antes da votação) e não acharam bulhufas? Ainda são eleitores irresponsáveis por votarem em branco?

Minha Constituição Federal diz que o Brasil é um Estado Democrático de Direito. Diz também que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente [...]”.

Se você só me apresenta uma opção, ainda é democracia? Não. Aí acrescentam a opção de votar em branco... aí sim. Ficou mais razoável...

Não estou dizendo que as chapas únicas mereçam vaias. Longe disso! Talvez, se houvesse concorrência, eu até teria votado naquela que, no fim das contas, ganhou. E eu não tiro a minha culpa na história. Pensando um pouco sobre tudo isso, admito a minha alienação. Só fiquei sabendo que haveria renovação de 1/3 do pleito quando a carta do Conselho chegou informando a senha temporária, por exemplo. Por que eu não soube disso antes? Por que eu nunca me informei sobre como funcionam os Conselhos, como os representantes são eleitos e quem pode e quando deve se cadastrar? Não sei, só sei que nunca o fiz. Por isso reclamo sim de uma chapa única, mas também me repreendo por não ter ao menos tentando incentivar a existência de outras chapas. Eu conheço algumas pessoas que muito se interessariam e em quem eu orgulhosamente votaria e incentivaria a se inscrever (aqui me refiro especialmente ao amigo Dimas Baldini).

Aí chegamos a outro ponto: por que na maioria do Brasil há apenas uma chapa? O Felipe, do blog Contabilidade & Métodos Quantitativos, questionou o pouco interesse Brasil afora.

Por que tantas chapas únicas?

Qual é a sua opinião sobre o assunto?

Na minha, há falta de divulgação e, mais ainda, de cobrança nossa para que as coisas sejam informadas e divulgadas, na do Felipe não vale a pena se aventurar por 1/3 do pleito. Que hipóteses você acrescentaria?

Esperamos que os representantes eleitos, independente de qualquer coisa, façam um bom trabalho. Agradecemos ao Glauber pelo toque a respeito da disponibilização do arquivo com os resultados, parabenizamos à Erlandia Pimentel que apresentou um pique e disposição que nos deve servir de exemplo e agradecemos, ainda, às chapas que nos concederam entrevistas ou conversaram com a gente de maneira mais informal nessas redes sociais por aí...

Links

Emoji é a palavra do ano, segundo o Dicionário Oxford

Ginevra

O retrato desta postagem é de Ginevra de Benci e foi pintado por Leonardo da Vinci entre 1474 e 1478. Este quadro encontra-se em Washington, na National Gallery of Art. A relação da tela com a contabilidade? Ginevra era filha de Giovanni di Amerigo Benci, um “trust” e contador de Cosimo (ou Cosme) de Médici, banqueiro e político do século XV, fundador da dinastia dos Médici, que governou Florença entre 1429 e 1464.

Leia Mais sobre o retrato aqui. Sobre Benci recomendo o capítulo 3, Medici Magnificence, do livro de Jacob Soll, The Reckoning, que é incisivo na descrição do papel de Benci como contador de Médici.

Curso de Contabilidade Básica: Controles Internos

No Capítulo de Caixa do livro de Contabilidade Básica descrevemos algumas medidas que toda empresa deve tomar para evitar problemas nas suas operações. Quando uma empresa não leva em consideração estes cuidados aumenta os riscos de perdas futuras. Mesmo em ambientes altamente informatizados, a falta de observância destas regras pode comprometer até a continuidade.

Recentemente um grande banco mundial teve problemas relacionados à falha nos controles internos. O Deutsche Bank foi fundado em 1870 e possui receitas de mais de 30 bilhões de euros, com quase cem mil funcionários. Em qualquer critério utilizado, o Deutsche estará entre os maiores bancos do mundo. Mesmo com estas características, o Deutsche passou por um típico erro de empresa imatura: num negócio relacionado a um fundo de investimento, um funcionário digitou o valor bruto da operação, em lugar do valor líquido. Um simples erro de digitação fez o Deutsche pagar, em junho de 2015, seis bilhões de dólares numa mesa de câmbio. Geralmente esta operação é feita por um funcionário de nível inferior, mas conferida pelo seu chefe. Isto é uma das formas que a empresa tem para evitar erros: um faz e outro confere. Mas o problema do Deutsche é que o chefe esta de folga e por algum motivo ninguém verificou o que foi realizado.

A sorte do Deutsche é que o banco conseguiu recuperar o dinheiro no dia seguinte. Mas uma falha tão banal levanta dúvidas sobre os controles existentes na empresa. É bem verdade que situações como esta pode ajudar a empresa a corrigir falhas nos seus controles, mas um profissional contábil sabe como é comum “erros de digitação” e tenta construir alternativas para evitar estes problemas.

Leia mais em ARNOLD, Martin; MARTIN, Katie. Erro de digitação leva Deutsche Bank a ter perda temporária de US$6 bi. Valor Econômico, 20 de out de 2015.

19 novembro 2015

Rir é o melhor remédio

Já acabou, banca!?

Já viu o viral "Já Acabou Jéssica?" Caso não, veja aqui (e assista a versão Bad Blod também).

Ontem o João Estevão, a quem agradecemos, publicou a versão do "Pós-Graduação da Depressão" no Facebook e eu ri um bocado. Compartilhemos:


Novas ideias são o que importam nos periódicos

Os rankings de classificação dos periódicos científicos estão baseados no número de citações. Como a classificação por importância é relevante na ciência, já que geralmente selecionamos aquilo que iremos ler baseado nestas classificações: periódicos bem classificados recebem nossa atenção e desprezamos os periódicos com baixa classificação. O crescimento no número de periódicos torna mais relevante ainda estas classificações.

Uma forma de medir a importância de um artigo ou periódico é o número de citações. Mas esta lógica é circular, já que periódicos bem citados recebem os artigos dos melhores cientistas. Packalen e Bhattacharya, em Neophilia Ranking of Scientific Journals, fazem uma crítica a este modelo e propõe avaliar os periódicos baseados num outro critério: a capacidade de abrir novos campos de pesquisa. Os pesquisadores construíram um novo ranking para determinar o periódico de ajudou com “novas ideias” para área médica. No ranking dos autores os periódicos Current Medical Research and Opinion, American Journal of Chinese Medicine e Translational Research foram os destaques, mas nenhum deles estão entre os mais citados.

Ah, entendi...

Como qualquer brasileiro comum achava estranho a propaganda sobre o fim do sinal analógico de televisão. Toda vez que ligava a TV em casa aparecia a informação que era analógica e que num determinado momento do tempo o sinal seria desligado. Qual a razão disto. Ontem, ao ler uma reportagem, entendi o motivo. O texto tratava das pessoas de Rio Verde, que terão o sinal analógico finalizado no dia 29 de novembro como um teste para o que irá ocorrer no resto do país. Eis o texto que esclareceu tudo:

O "apagão" está marcado para o dia 29 deste mês e abre caminho para o uso do espectro pelas operadoras de telefonia celular (Valor Econômico, Daniel Rittner, Desligamento de sinal analógico de TV provoca incerteza em município goiano, 18 nov 2015)
(Cartoon aqui)

Legado amargo

Segundo Braitner Moreira (Dinheiro ainda escoa em nome da Copa, Correio Braziliense, 16/11/2015) doze centros de treinamento que deveria acolher seleções da Copa do Mundo receberam, no total, 14,6 milhões do Ministério do Esporte. Mas o leitor sabe que a Copa já aconteceu. O interessante é que

Dos centros de treinamento que ainda recebem dinheiro do Estado neste ano, apenas dois sediaram algum time durante a Copa de 2014: a Croácia se hospedou no Centro de Treinamento Praia do Forte, em Mata de São João (BA), e a Bósnia ficou no Estádio Municipal Antonio Fernandes, em Guarujá (SP). Os demais entraram na conta da construção de um legado esportivo para o país. (...)

O local onde a Bósnia treinou para o Mundial, por sinal, segue em obras, mesmo um ano depois da eliminação da equipe europeia: é o caso do Estádio Antonio Fernandes, de Guarujá. A entrega está prevista para 31 de dezembro de 2016, com um ano e meio de atraso.