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12 abril 2015

História da Contabilidade Fábrica da Pólvora da Estrella

Não consegui muita informação sobre a Fábrica da Pólvora da Estrella. O Decreto 2555 de 1860 aprovou o regulamento da administração deste estabelecimento vinculado ao exercito. Nesta lei, no seu artigo 38, prevê a competência do escriturário para “fazer toda a escripturação que lhe for ordenada pelo director” (1). Típico do exercício. Sabe-se também que existia uma administração geral, que incluía um capelão e 59 escravos trabalhando, sendo 52 homens (2).

Mas o nosso interesse é recuar um pouco no tempo, mais precisamente vinte anos. Em 1840 esta fábrica apresentou seu desempenho financeiro, que correspondia basicamente a conta de receita e despesa e um quadro de dívida ativa e passiva (3). É bom lembrar que o primeiro documento corresponde a demonstração do resultado. Do lado esquerdo, a receita; à direita, a despesa. A receita começava com o saldo existente no “cofre” no dia 1º de julho de 1839, quando iniciava o ano financeiro (4). O valor era bem pequeno. Metade do total da coluna de receita refere-se a pólvora vendida para o Arsenal de Guerra, entre Junho e Abril. Quando somava-se outras vendas tinha 65% da receita. Outras pequenas receitas totalizavam 6%. Como as despesas eram maiores, para “bater” as contas de receitas e despesas, a Estrella fez um empréstimo no Arsenal de Guerra de 6 contos réis (5). Este valor era considerado como receita.

Do lado da despesa, a maioria era a despesa com pessoal, com destaque para “férias” dos mestres, operários, feitores, enfermeiros, apontador e pessoal dos armazéns. (6) O total do lado direito - da despesa – foi quase 21 contos de réis (mais precisamente 20.843 réis). Para “bater” as duas contas, somava-se o saldo final do cofre.

É possível perceber, portanto, que a conta de receita e despesa da Estrella era tipicamente uma conta de recebimento e pagamento.

O quadro de dívida ativa e passiva apresentava do lado esquerdo a pólvora fornecida a Marinha, Repartição da Guerra, Cassa de Correcção, além da pólvora vendida. Isto incluía “tiros pagos por as embarcações que desobederão ao Regulamento do Porto”, totalizando 250 mil réis. A dívida passiva referia-se a gratificações, “ferias”, aluguel, gêneros, entre outros itens. O total desta dívida passiva foi de 58 contos de réis, indicando um excesso de dívida ativa sobre a passiva de 192 mil réis. Uma grande diferença, sem dúvida nenhuma. Um “note bem” afirmava que do excesso “poderia contar-se seguramente com cento e vinte contos de réis de vantagem do Estabelecimento”.

(1) Decreto 2555 de 1860
(2) Ministério da Fazenda. Proposta e Relatório. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1869. Este é um documento bem interessante, pois se trata da proposta de lei orçamentária.
(3) Publicado no Correio Oficial, Ed. 57, p. 4, 1840.
(4) Observe que isto é diferente do nosso costume de coincidir o ano financeiro com o ano civil.
(5) Moeda da época
(6) Acredito que o termo “férias” significava, aqui, remuneração.

11 abril 2015

Rir é o melhor remédio







Objetos e sentimentos

Fato da Semana (semana 15 de 2015)

Fato da Semana: A condenação das pessoas envolvidas no escândalo da Santyam. A empresa Satyam atua na área de serviços, incluindo desenvolvimento de software. Diversas grandes empresas eram (são) clientes da empresa: GE, Caterpillar, NCR, entre outras. Há alguns anos, em 2009, o então presidente da empresa, Ramalinga Raju, afirmou que existiam problemas na sua contabilidade. Esta confissão chocou já que Raju era considerado um guru pelos indianos. Na época o auditor era a PwC, através do seu braço indiano. A SEC multou a auditoria. O empresário foi preso e liberado no final de 2011.

Qual a relevância disto? Escândalo na Índia como fato da semana? A adoração e decepção Raju parece muito com o que ocorreu no Brasil com outro empresário. A empresa de auditoria é a mesma que não viu os problemas na Petrobras. Talvez possamos aprender com a Índia, que levou executivos para prisão.

Positivo ou Negativo – Positivo, se pensarmos que isto é mais um caso onde é possível pensar que o mundo é justo (não é, mas é sempre bom ter esperança). Mas será que a prisão do auditor é a solução?

Desdobramentos – O escândalo da Satyam foi muito importante, pelo tamanho da empresa, pelo fato de incluir um empresário de “sucesso”, auditoria, BRICs etc. Um bom estudo de caso.

10 abril 2015

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

10 motivos para você aprender TEX/LATEX


Why TeX?


Compared to word processors most people have used a word processor, so a comparison may be helpful.

With a word processors your text is placed while you type it, referred to as "what you see is what you get." In contrast, TeX is a formatter: it separates the steps of entering the material and placing it on the page.

[...]

Beginners like word processing but when they graduate to complex jobs the appeal fades. Word processing a twenty page technical article is hard; for instance, keeping the vertical space between sections uniform is error-prone, and so is making sure that all of the bibliographic entries follow the required format. In particular, very few people have both the knowledge and the eye to correctly lay out equations — people often say their equations "just don't look right." That is, as a user becomes more experienced and knowledgable the TeX approach of having the typesetting done by the program becomes the better choice. (Some word processors offer as advanced features TeX-like facilities for organizing input text, although few users take advantage of them.)
We'll give you ten good reasons ..

These are the reasons most often cited for using TeX, grouped into four areas: Output Quality, Superior Engineering, Freedom, and Popularity.

1. TeX has the best output. 

What you'll end up with is of the highest quality that a non-professional can produce. 


2. TeX knows about typesetting.

As those plain text samples show, TeX's has more sophisticated typographical algorithms such as those for making paragraphs and for hyphenating.

TeX's expertise comes into its own in setting technical material. TeX lets the software handle this task as much as is possible. For instance, it automatically classifies each mathematical symbol as a variable, or a relation, etc., and sets them with appropriate amounts of surrounding space. It also sizes superscripts and subscripts, radicals, brackets, and many other things. The result is that, because your document follows the conventions of professional typesetting, your readers will know exactly what you mean. You almost never have to fret about the formulas. They just come out looking right. 3. TeX is fast.

On today's machines TeX is very fast. It is easy on memory and disk space, too.


4. TeX is stable.

It is in wide use, with a long history. It has been tested by millions of users, on demanding input. It will never eat your document. Never.

But there is more here than just that the program is reliable. TeX's designer has frozen the central engine, the actual tex program. Documents that run today will still run in ten years, or fifty. So "stable" means more than that it actually works. It means that it will continue to work, forever.


5. TeX is stable, but not rigid.
A system locked into 1978's technology would have gaps today. That's why TeX is extendible, so that innovations can be added on.

An example is the LaTeX macro package, which is the most popular way to use TeX today. It extends TeX by adding convenience features such as automatic cross references, sectioning, indexing, a table of contents, automatic numbering of chapters, sections, theorems, etc., in a variety of styles, and a straightforward but powerful way to make tables.

[...]

And, LaTeX itself can be extended. There are thousands of "style files" that do everything from adapting the basics to the needs of the American Math Society, to making cross-references into hyper-references, all the way to allowing you to add epigraphs, the short quotations that sometimes decorate the start or end of a chapter.


6. The input is plain text.
TeX's source files are portable to any computing platform. They are compact; for instance, all of the files for my 450 page textbook and 125 page answer supplement fit easily on one floppy disk. And, they integrate with other tools such as search programs.

Use of this type of input file stems from TeX's roots in the world of science and engineering where there is a tradition of close cooperation among colleagues. A binary input format, especially a proprietary one, is bad for cooperation: you probably have had to go through the trouble of upgrading a word processor version because coworkers upgraded and you could no longer read their files. With TeX systems that rarely happens — the last time that a LaTeX release lost even a small amount of compatibility was in 1995.

Another advantage of plain text is that the text may be automatically generated, for instance if it is drawn out of a database for a report. Getting a word processor into that work flow is a challenge. But TeX fits right in.

There are even ways to run TeX directly from XML input, which many people think is the standard input format of the future. So, with the TeX engine in the middle the input may be adjusted to meet your needs, and changing times.


7. The output can be anything.

As with inputting, TeX's outputting step is separate from its typesetting. The TeX engine's results can be converted to a printer language such as PostScript or to PDF or HTML, or, probably, to whatever will appear in the future. And, the typesetting — line breaks, etc. — will be the same no matter where your output appears. (Did you know that word processing output depends on the printer's fonts, so that if you email your work to someone with a different printer then for them the line and page breaks are likely to come out differently?)

Many people find that TeX's input language fits with how they think about their material. For instance, a scientist might describe a formula to a colleague over a telephone using TeX constructs. Freedom

Most computer users have heard about Free and Open-Sourced software and know that, as with the GNU programs, Linux, Apache, Perl, etc., this style of development can yield software that is first class. TeX systems fall into this category.

8. TeX is free.

The source of the main tex engine is open; the Free Software Foundation uses it for their documents. All of the other main components are open, also.


9. TeX runs anywhere.

Whatever platform meets your needs — Windows, Macintosh, a variety of Unix, or almost anything else — you can get TeX, either freely distributed or in a commercial version.

So although the core of TeX was written some time ago it fits well with today's trends. Popularity

Using the same system as many other people has advantages. For instance, you can get answers to your questions. And, because of this large user base, your system is sure to be around for years.

10. TeX is the standard.

Most scientists, especially academic scientists, know TeX. Research preprints, drafts of textbooks, and conference proceedings, all are regularly produced with TeX. As a result, many publishers of technical material are set up to work with it.

Having to use a bad system simply because it is popular would be sad. But nonetheless, the existence of such a base is itself one argument in favor of a software package.
Fonte: aqui 

Caso queira mais dicas, acesse aqui.

Satyam

A justiça da Índia condenou Raju, o ex-executivo da empresa de terceirização Satyam, numa fraude contábil que ficou conhecida como a "Enron da Índia". Além de Raju, seu irmão e oito outras pessoas foram consideradas culpadas pela fraude, que ocorreu há seis anos, em 2009.

O processo gerou milhares de páginas, informou o Business Insider. Em 2009 o próprio Raju confessou a fraude. Considerado um guru entre os empresários indianos, os problemas com a Satyam abalaram a Índia. Ele ficou preso até novembro de 2011.

Um detalhe importante é que o tribunal também condenou dois ex-funcionários da empresa Price, S. Gopalakrishnan e Srinivas Talluri, com uma sentença de sete anos de prisão. O escritório da PwC em Bengaluru negou participação dos ex-funcionários. Aqui uma cronologia do escândalo.

Petrobrás

A Petrobras afirmou nesta quinta-feira que ainda "não há data definida para a divulgação" das demonstrações contábeis auditadas do terceiro e do quarto trimestres de 2014.

Em e-mail à Reuters, a petroleira reafirmou que continua trabalhando para divulgar os resultados financeiros "o mais breve possível".

Um conselheiro da empresa afirmou à Reuters na quarta-feira que os números podem ser votados em reunião do Conselho de Administração em 17 de abril. O membro do colegiado pediu anonimato porque as deliberações são particulares.


Fonte: Brasil Econômico

Frase

Hoje, as pessoas são capazes de comunicar-se rapidamente através de uma variedade de mídias - e talvez nenhum desenvolvimento linguístico melhor indica mudanças nas maneiras de comunicar que o onipresente emoticon.

[Este é um texto que vale a leitura. Viva o Emoticon! Viva a linguagem moderna!]

Erros em planilha

Erros em planilhas empresa podem estar colocando bilhões de libras em situação de risco, uma pesquisa encontrou. (...) Quase uma em cada cinco grandes empresas sofreram perdas financeiras como resultado de erros em planilhas, de acordo com F1F9, que fornece modelagem financeira e previsão de negócios para as empresas. (The Telegraph)


O uso generalizado de planilhas, a falta de conferência e o receio de muitas pessoas em verificar os cálculos podem induzir a estes problemas. Apesar do texto do jornal inglês apresentar números, é sempre difícil mensurar a responsabilidade das planilhas nos problemas encontrados. Mas o texto considera ser possível culpar as planilhas - não as pessoas que usam - por um grande número de erros.

"Na maioria das vezes apenas uma pessoa numa empresa tem o conhecimento de como os modelos de planilhas financeiras são construídos. As outras pessoas são incapazes de compreender e, portanto, verificar a análise. O potencial de erros é enorme."

Recentes documentos detalhando o colapso da Enron em 2001, após a conclusão de todos os processos judiciais, mostrou que 24% das fórmulas de planilha da corporação continha erros.

Dr Hermans disse: (...) "O que é verdadeiramente chocante é que parecia haver uma cultura de total aceitação de que os erros eram simplesmente parte de trabalhar com planilhas."

Postalis

O diretor financeiro do fundo de pensão Postalis, dos funcionários dos Correios, declarou que

Há investimentos que são fora da curva. Os do Postalis são fora do gráfico

Realmente, com investimentos em bancos liquidados (Cruzeiro do Sul e BVA), empresas de Eike Batista, títulos atrelados à dívida de países como Argentina e Venezuela, os investimentos deste fundo de pensão representam uma lição de como não investir. Mas será que nos outros fundos isto é muito diferente?

09 abril 2015

Rir é o melhor remédio

Sucesso: como as pessoas pensam que é e como realmente é

Curso de Contabilidade Básica: Lucro e Caixa

De uma maneira geral, o lucro e o caixa de uma empresa andam na mesma direção. Ou seja, os valores do lucro de um período devem ser coerentes com o fluxo de caixa gerado nas atividades operacionais. Mas nas situações práticas isto pode não ocorrer e uma empresa pode ter lucro, mas não está gerando caixa ou ter prejuízo e está gerando caixa. Nestes casos é sempre interessante que o usuário busque a explicação para esta divergência.

Vamos olhar o caso do Centrad ou Concessionário do Centro Administrativo do Distrito Federal. Esta empresa foi constituída em 2009 para fazer a construção, operação e manutenção do Centro Administrativo do Distrito Federal. O prazo de vigência do contrato é de 22 anos e a entidade tem a participação da Odebrecht e Via Engenharia. A empresa apresentou uma demonstração do resultado com um lucro de R$79 milhões:

Mas o fluxo de caixa das atividades operacionais foi negativo em 302 milhões de reais em 2014:

É também importante ressalvar que estes dois itens foram divergentes em 2013. Qual a razão da divergência? Observe que a DFC inicia com o lucro do exercício e que o principal item é o “ativo financeiro”, com valores acima de 100 milhões para o ano de 2014. Assim, o valor do lucro que era positivo em 120 milhões transforma-se num caixa negativo de 302 milhões. Eis o que diz uma nota explicativa da empresa:

Assim, a empresa adquiriu o direito a faturar do contrato com o governo do Distrito Federal que irá implicar em receber, em períodos futuros, quase um bilhão de reais. Este valor só irá entrar no caixa da empresa nos próximos anos, a partir de 2016.

Observe que em 2015 provavelmente ainda haverá um descasamento entre o lucro e o caixa da empresa, já que o ativo circulante é reduzido (31 milhões) e a grande parcela a receber é de longo prazo.