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06 julho 2013

Múltiplo em educação

A Abril Educação anunciou nesta sexta-feira (5/7) a compra de grupo de educação no Recife por cerca de R$ 103 milhões, ampliando atuação da companhia no ensino infantil.

A aquisição, que envolve o Colégio Motivo, a livraria Park Carapuceiro Serviços e o Centro Recifense de Educação, todos no bairro de Boa Viagem, na capital pernambucana, ocorreu após a Abril Educação ter anunciado a compra do Centro Educacional Sigma, em Brasília, por R$ 130 milhões, na quinta-feira (5/7).

Segundo a companhia, a compra do Colégio Motivo adicionará 2,8 mil alunos à base da Abril Educação, além dos 5,1 mil previstos no acordo com o Sigma. (...)


Brasil Econômico - 5 de julho de 2013

Anteriormente fizemos uma análise de múltiplo para o caso do Sigma. Aqui o uso do múltiplo ficaria distorcido, já que inclui uma livraria.

05 julho 2013

Rir é o melhor remédio


Eu não gosto de cachorros, mas esta propaganda ...

Evidenciação Voluntária e Liquidez

Existem dois tipos de evidenciação: a obrigatória, que os reguladores determinam para as empresas o que deve chegar aos usuários; e a voluntária, onde as empresas, por livre e espontânea vontade, divulgam as informações. Das duas, a voluntária chama mais atenção dos pesquisadores pelo seu caráter facultativo. O que intriga é saber o que leva as empresas revelem informações quando não são obrigadas a fazê-lo.

Uma resposta óbvia seria a divulgação de boas notícias, que traria a valorização rápida das ações da empresa e o aumento no valor dos bônus dos executivos. Mas isto não explica a razão pela qual as empresas também fazem divulgação voluntária quando existem notícias ruins. Uma explicação para este caso é que talvez a empresa deseje comandar o processo de divulgação das notícias ruins, evitando que boatos destruam mais o preço das ações.

Nos últimos anos muitos estudos procuraram desvendar os mistérios da evidenciação. E parece que ainda não chegamos a um destino final neste tipo de pesquisa, pois novas descobertas estão aparecendo.

Uma pesquisa divulgada recentemente descobriu um vínculo entre a evidenciação voluntária e a liquidez das ações das empresas. Este tipo de liquidez refere-se a quantidade de negociações dos papéis nas bolsas de valores. Em geral as pesquisas consideram que a liquidez é uma variável exógena. Em outras palavras, que não sofre influencia da própria empresa, sendo determinada pelas forças externas. Pois a pesquisa além de descobrir um vínculo dentre a evidenciação e a liquidez, também mostrou que as empresas podem influenciar na liquidez das suas ações através da divulgação de informações voluntárias.

Outra consequência da evidenciação voluntária é que também pode afetar o custo de capital, reduzindo-o. Se o custo de capital diminui, aumenta o valor da empresa. Assim, a evidenciação voluntária pode ter uma explicação simples: ela aumenta o valor da empresa.

Leia mais em BALAKRISHNAN, Karthik; BILLINGS, Mary; KELLY, Bryan T; LJUNGQVIST, Alexander. Shaping Liquidity: on the Causal Effects of Voluntary Disclosure. Working Paper, NBER, 2013

Saída de Eike da MPX

O grupo EBX de Eike Batista, que já foi um conglomerado industrial com grandes ambições, começou a desmoronar nesta quinta-feira (04/07), sendo a mais nova vítima do boom de uma década do setor de commodities a sofrer uma parada brusca.

Eike, fundador e força vital por traz do grupo de petróleo, energia, portos, navios e mineração, que nomeou todas as suas companhias com um "X" para simbolizar "multiplicação de riqueza", saiu da presidência do Conselho de Administração da MPX, empresa de energia e a mais promissora do grupo.

A companhia de geração de eletricidade também será renomeada até outubro para se posicionar como fora do grupo EBX, disseram executivos da MPX em teleconferência nesta quinta-feira.

O movimento tira Eike da MPX num momento em que o valor do seu império, que já foi avaliado em cerca de US$ 60 bilhões, desintegra-se. Uma vez considerado o homem mais rico do Brasil, a participação pessoal de Eike na EBX diminuiu em mais de US$ 20 bilhões no último ano, enquanto as promessas de poços de petróleo, portos, plantas de geração de energia e navios falharam em se materializar. (...)


Saída de Eike da MPX marca início do colapso da EBX - Brasil Econômico - Guillermo Parra-Bernal e Jeb Blount/ Reuters - 04/07/13

Múltiplo em educação

No ensino superior, em processos de aquisição, cada aluno vale algo em torno de seis mil reais. Este valor foi obtido dividindo o valor de aquisição de faculdades particulares pelo número de alunos existentes. Como estas operações geralmente são feitas por empresas de capital aberto, o número representa um valor bastante adequado e justo do valor de uma faculdade.

Uma notícia de ontem mostrou que:

A Abril Educação anunciou nesta quinta-feira (4/7) a compra do Centro Educacional Sigma, em Brasília, por R$ 130 milhões, que serão pagos em até cinco anos.
De acordo com o comunicado, a empresa passará a atender, diretamente, mais de 5,1 mil alunos, desde a educação infantil até o ensino médio. (Brasil Econômico, Abril Educação adquire o Centro Educacional Sigma)

Dividindo o valor pago pelo número de alunos tem-se um valor de cada aluno de 25 mil reais aproximadamente. Este valor é maior que o valor do ensino superior. Uma das razões é que a mensalidade média desta escola está em torno de R$1.400. Isto provavelmente é bem maior que a mensalidade das faculdades. Mas corresponde a quatro vezes o valor?

Uma possível explicação é a inadimplência, que poderia ser menor no ensino médio e fundamental. Mas talvez não seja ainda suficiente para justificar o preço elevado pago pela Abril Educação. Outra justificativa seria o mercado atendido, localizado numa região de elevada renda per capita. Mas isto também já estaria expresso no valor da mensalidade, conforme comentado anteriormente.

A existência de “sinergias”, onde o material produzido pela empresa poderia obter um mercado, como os livros editados pela Abril Educação, pode ajudar a entender. Finalmente, a existência de interessados na aquisição pode ter produzido um leilão.

Deloitte na Espanha

A empresa de auditoria Deloitte poderá perder sua licença como empresa de auditoria na Espanha. O regulador de contabilidade naquele país (ICAC) está investigando a empresa pelos problemas no Bankia, uma instituição financeira que esteve envolvida nos problemas daquele país. Além de ter sido a empresa de auditoria do Bankia, a Deloitte também prestou serviços de consultoria, pelos quais recebeu 2,15 milhões de euros. E recebeu 1,6 milhão pelos serviços de auditoria.

Os problemas do Bankia representam, na Espanha, a crise financeira da Espanha. Mas a Deloitte parece afirmar que seu trabalho de auditor não foi afetado pelo que recebeu como consultor.

Na Espanha, a Deloitte é a maior das Big Four. Entre seus clientes estão a Zara e a Repsol.

Fonte: Big Four

Fundo dos Pastores

(...) Em pouco mais de anos de existência, o CiadPrev [Convenção das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná], soma mais de R$ 22 milhões em patrimônio líquido e 1.150 pastores associados - entre integrados (dedicados integralmente à igreja) e voluntários -, segundo cálculos de Eliel da Costa Batista, assessor da presidência da Ciadescp. "O crescimento médio anual do patrimônio líquido é de 37% e, com base nesses resultados, dá para imaginar qual o potencial de avanço da fundação nos próximos anos", diz Batista.

Sem dúvidas que dá: apesar de ser um fundo de pensão instituído, ou seja, que não tem um patrocinador tal como os demais fundos de pensão constituídos por uma empresa, os aportes mensais são feitos pelo participante e pela igreja - este último arrecadado por meio de dízimo. O valor da contribuição varia de acordo com a idade do participante, bem como com o objetivo a ser alcançado na ocasião da aposentadoria. "O montante médio do aporte, somando a contribuição do participante e da igreja, é de R$ 470", pondera Batista.

Globo

A Receita Federal autuou a Rede Globo de Televisão por supostas irregularidades na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002. Os fiscais afirmam que a emissora usou uma empresa de fachada no exterior só para não recolher impostos no Brasil. A Globo diz ter seguido a legislação, mas confirma ter pago a multa. A empresa não respondeu à Folha se fez o pagamento para obter descontos e, posteriormente, discutir a multa na Justiça ou se efetuou o pagamento, assumindo a infração. A suposta manobra fiscal resultou em uma multa de R$ 274 milhões pelo não recolhimento de R$ 183 milhões em Imposto de Renda.

Folha de S Paulo

Likes no Facebook

O Departamento de Estado dos EUA "investiu" 630 mil dólares para ganhar milhões de likes no Facebook. As campanhas foram lançadas em 2011 e 2012 para "construir plataformas globais de sensibilização para o envolvimento com o público estrangeiro, aumentando o número de fãs ... em quatro propriedades temáticas Facebook".

Cada uma das quatro páginas conseguiu atrair 2,5 milhões de fãs.

04 julho 2013

Rir é o melhor remédio


Incentivos perversos no Grupo X

Um texto do Valor Econômico (Como atuava o "dream team" de Eike na OGX - Cláudia Schüffner - Valor Econômico - 03/07/2013) mostra como incentivos podem ter um efeito perverso.

política de remuneração criada por Batista, que garantia bônus e ações da companhia para os principais executivos, que podiam receber em quatro anos e, em alguns casos, apenas dois, já que ele abriu exceções para permitir a retirada parcial em metade do tempo. Durante a campanha exploratória da OGX, a equipe de geologia comemorava as descobertas comprovadas apenas por meio da perfuração de poços estratigráficos que identificavam colunas de óleo, sem atentar para os riscos de que não fossem produtivos.

(...) Aos que alertavam para a necessidade de testes de produção para avaliar a vazão e permeabilidade dos reservatórios, a área de exploração dizia que não era necessário, porque a geologia era conhecida, conta uma fonte.

Um conhecido de Eike também vê defeitos na política de remuneração dos executivos do grupo, que segundo essa fonte acredita, incentivava resultados rápidos (para bônus e opções serem exercidas em 5 anos) ao invés de premiar uma postura mais conservadora.

Bancos Oficiais e Grupo X

Um relatório de um banco dos EUA divulgou quem emprestou para as empresas X, informou o Estado de S Paulo (BNDES e Caixa entre os maiores credores de Eike - O Estado de S. Paulo - 03/07/2013):

Os estatais Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal estão entre as principais com R$ 4,888 bilhões e R$ 1,392 bilhão, respectivamente.


Este valor é otimista, já que existem problemas de evidenciação:

(...) os números estão baseados nos balanços do primeiro trimestre deste ano e são apenas uma visão parcial da exposição global das empresas X aos bancos brasileiros.

“As informações e a divulgação das mesmas são pobres e, por isso, é tão difícil avaliar o tamanho da exposição dos bancos em relação às empresas X uma vez que ele pode estar subestimado”, avaliam os analistas.

Eles lembram que o fato de o grupo EBX, holding que concentra os negócios de Eike Batista, não ter capital aberto e, por isso, não divulgar informações sobre suas dívidas totais, dificulta uma análise mais apurada sobre o risco X para os bancos. Além disso há, conforme atentam Arlant, Anne e Yackulic, títulos de dívidas, como debêntures, por exemplo, que não são contabilizadas na linha de empréstimos dos balanços das instituições bancárias e garantias concedidas.


Fazendo uma conta simples, cada brasileiro poderá perder R$33. Este é o problema dos bancos estatais: o prejuízo é socializado para toda população e os responsáveis pela decisão não são punidos.

Mas aqui afirma que somente no BNDES a exposição é de 10 bilhões. Ou seja, dobre este valor.