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06 julho 2012

Rir é o melhor remédio

Carona

Teste 568

A Microsoft anunciou uma baixa contábil de 6,2 bilhões de dólares referente a aquisição, em 2007, da empresa aQuantive, por 6,3 bilhões. Segundo a empresa, isto não terá efeito no caixa. Isto é verdade? Como seria o lançamento contábil?

Resposta do Anterior: o Borrador é tudo isto: um dos livros citados por Pacioli (juntamente com diário e razão), uma costaneira, um memorial e um esboço de um trabalho.

Baixa na Microsoft

A empresa de software Microsoft anunciou que irá fazer uma baixa contábil de 6,2 bilhões de dólares no valor da empresa aQuantive, adquirida em 2007. Esta baixa irá anular o lucro trimestral.

Em 2007 a Microsoft comprou a empresa de publicidade aQuantive por 6,3 bilhões. Como a diferença entre este valor e o montante da baixa é muito reduzido, isto significa dizer que a decisão de aquisição foi um grande erro da empresa no passado. A empresa estaria reconhecendo somente agora este erro.

É interessante notar que um mês antes de comprar a aQuantive, o Google, rival da Microsoft, tinha comprado a DoubleClick por 3,1 bilhões. Esta aquisição foi lucrativa para o Google e pressionou a Microsoft a agir de maneira similar. No mesmo período, outras empresas de publicidade digital também foram compradas.

Entretanto, enquanto o Google conseguiu absorver o melhor da DoubleClick, através do AdSense, um serviço da empresa, o mesmo não ocorreu com a Microsoft.

Segundo um analista da Chessburger, a aquisição foi um movimento reacionário da Microsoft. Só após a aquisição é que a empresa percebeu que a aQuantive não iria agregar muito valor ao negócio de publicidade da empresa.

05 julho 2012

Veduca

O Glauber Barbosa, amigo de mestrado, me falou sobre o “Veduca” há séculos e hoje, finalmente, consegui entrar e interagir com o que há lá. O site, como alguns outros (“Planeta Acadêmico”), disponibiliza vídeos de diversas universidades mundiais, com palestras interessantes e uma alternativa (ou complemento) à educação que temos no Brasil. O interessante é que o Veduca é grátis, tem mais conteúdo e vários são legendados (alguns são brasileiros, inclusive).


No gráfico de nuvens nota-se claramente que há uma maior quantidade de vídeos sobre Ciência da Computação. Engenharia, Medicina e Ciências da Saúde também se destacam. Para encontrar assuntos contábeis, há de se procurar em “Economia” ou “Administração e Negócios”.


Vamos explorar juntos?


Este (sem legenda) é com o professor Douglas Rae, de Yale, (com direito a gravata borboleta vermelha, fera!) é intitulado “Capitalismo: Sucesso, Crise, Reforma”. Rae deslancha: “O socialismo utiliza capital”. “Fascistas usam capital, esquilos e até aranhas também”. (Eu queria um professor assim!) O capitalismo é a subespécie na qual a riqueza acumulada é distribuída de forma a criar novas riquezas em um ambiente competitivo. O capitalismo não foi inventado por um cara esperto como o Adam Smith, mas sim evoluiu de forma orgânica em tentativas e experimentações. Por falhas. Interessante que se você observar a história do mercado ela é recheada de derrotas. [...]


Para quem quer aprender ou tentar gostar mais de estatística e probabilidade, há um vídeo (com legendas) da Universidade de Berkeley, com o professor Fletcher H. Ibser (notem os diversos quadros!). O esquema é tão educativo que é permitido a venda das anotações que são feitas em aula. Imagine o nível da turma...! E a organização dos alunos que anotam, organizam e comercializam o material. Simplesmente fascinante.


Olha que fantástico. Eu estava procurando algo bem diferente disso, mas me deparei com um curso do Dalai Lama sobre “centralidade da compaixão” (com legenda). A risadinha dele é uma graça!


Acho ótimos sites assim, especialmente os bem organizados e com funções diversas de pesquisa. Fica, ainda, a dica para aqueles tão sedentos quanto eu: nos vídeos mais assistidos, nas aulas mais agradáveis e estimulantes, você pode aprender também sobre didática e agregar ao seu perfil técnicas diferentes.


Ao escrever esse texto alguns dos mais vistos da semana foram: Origens da Crise Financeira (Princeton); A Psicologia da Felicidade (Fundação TED); Ciência, Misticismo e Religião (UCLA); Introdução à Ciência da Computação (Nova Gales do Sul).


Na próxima postagem discutiremos o iTunesU. Até lá e bons estudos!

Rir é o melhor remédio

Mais uma sobre a "hipocrisia nossa de cada dia":

Cuba


Primavera em Cuba
Luiz Eduardo Vasconcelos e Odemiro Fonseca
O Globo, 25/05/2012
Luiz Eduardo Vasconcelos é engenheiro e Odemiro Fonseca é empresário.


Visitar Havana é ver que o tempo pode parar. A arquitetura de casas e prédios parou no modernismo dos anos cinquenta. Os carros pararam nos rabos de peixe. Os bares pararam nos mojitos e daiquiris. Nas pessoas, há languidez na forma de agir. E os costumes à mesa, nas roupas, na linguagem, no conhecimento e na forma de argumentar mostram que o longo isolamento criou um fosso comportamental entre a ilha e o mundo.

Essa ilha linda, habitada por um povo alegre e musical, nunca foi independente em economia. Primeiro os colonizadores espanhóis, com seus portos fechados e legitimando a escravidão, que somente acabou em 1886. As lutas anticoloniais devastaram os barões de açúcar e tabaco e entraram os americanos comprando tudo. Já se manifestava então o espírito antiamericano na aristocracia rural e entre os intelectuais.

Depois da revolução de 1959, vieram os russos, construindo usinas a óleo diesel e grandes obras. E autoestradas, até hoje vazias. Infraestrutura ajuda se for usada. Como no comunismo não existe custo de capital, é em tais países onde se veem os melhores exemplos de desperdício de capital. Agora Cuba vive de ajuda chinesa, do petróleo de Chaves e dos turistas — que este ano vão ser três milhões. Os canadenses patrocinaram o horrendo aeroporto internacional de Havana e o mundo patrocinou a restauração da bela Havana Velha, patrimônio da Humanidade.
Não se vê atividade agrícola, industrial, transporte nas estradas. A principal fonte cambial são os turistas, pelo uso do peso conversível, comprável em moeda estrangeira, cuja cotação fixada pelo governo força todos a usar tal moeda para pagar por tudo. Os preços ficam perto dos internacionais (o governo já aprendeu), mas quase tudo é da pior qualidade. O charme de Cuba atrai estranhas tribos de turistas, todas muito complacentes.

Os cubanos recebem salários em pesos nacionais, que consomem em produtos muito racionados, em mercados pessimamente mantidos e supridos, que abrem poucas horas por dia. Como acontecia na Rússia, há roubo nas fábricas, que alimentam mercados informais. Educação superior é dada como alta, mas observa-se que muitos universitários não trabalham ou trabalham fora das profissões. E a qualidade da medicina é impossível de ser verificada por um estrangeiro. Sem liberdade, as pessoas não têm como usar educação.

A revolução cubana foi salva por um bônus populacional. Eram 7,1 milhões em 1960. Hoje são 11,1 milhões, com população declinante. A população em 1960 já crescia pouco e havia boa infraestrutura. Se a população cubana tivesse crescido como a mexicana ou a brasileira, Cuba seria hoje uma favela de 22 milhões de pessoas. Se a população cubana tivesse crescido como a do Equador ou da Venezuela, Cuba seria hoje uma favela de 30 milhões de pessoas. Mas mesmo com o bônus populacional, o resultado não é animador. As séries de Angus Maddison mostram que a renda per capita de Cuba em 1950 era a quinta entre os 22 maiores latino-americanos, depois de Venezuela, Argentina, Uruguai e Chile. Em 2001, Cuba estava entre os quatro piores, adiante de Honduras, Nicarágua e Haiti.

O importante porto de Havana definhou a partir de 1960. Mas agora Cuba tem um novo patrocinador — o Brasil. O BNDES financia (85% do investimento mais linhas de crédito para Cuba importar alimentos e máquinas agrícolas) e a Odebrecht constrói o porto de Mariel, para ser uma zona franca. Fomos detidos, longe do canteiro, por um guarda armado, por tirarmos fotos. Retiveram nossos documentos, e quando a novela terminou o nosso motorista, antes exaltando “o maior porto da América Latina”, estava muito silente e preocupado.

Vários destes episódios de controle social (paradas em postos policiais, ameaças aos guias dos turistas — “cuidado com o que falas”, lorotas incríveis), potencializados pela ridícula TV e imprensa estatal, ausência de livros e internet, impossibilidade de viajar e os ainda existentes CDRs (Comitês de Defesa da Revolução — que são por quarteirão e participação compulsória), mostram que a primavera cubana está longe de acontecer. Depois de 53 anos de ditadura, o povo cubano tem medo dele mesmo. A liderança cubana parece inerte e misteriosa. Ninguém sabe como e onde vivem e o que fazem. Mas fala-se à boca pequena sobre Chaves. Hospeda-se na antiga residência do embaixador brasileiro. Este palácio residencial foi expropriado quando as relações diplomáticas foram cortadas, e, depois de restabelecidas, o Brasil nunca solicitou a devolução.

Mapa da Disney

Fonte: aqui

China e a fraude

Um dos atritos entre os Estados Unidos e a China ocorre na área contábil. É isto mesmo. O assunto tem sido tratado discretamente, mas o problema pode ser explosivo.

Algumas empresas chinesas possuem ações cotadas nas bolsas dos EUA. Entretanto, a qualidade da informação contábil é ruim. As autoridades dos EUA estão tentando resolver este problema, seja através do fortalecimento das empresas de auditoria de renome (leia-se, especialmente, as big four) ou através de maior evidenciação contábil. A China não tem sido muito amistosa com estas empresas (vide aqui, uma postagem do blog sobre o assunto)

Contudo, algumas fraudes contábeis começaram a gera preocupação. Segundo Tindale, os problemas na area contábil encobre o enriquecimento de pessoas importantes ligadas ao poder central.

"Você confia em mim?"

Essa foi a pergunta que o Aladin fez à princesa Jasmine antes dela subir no tapete mágico dele. Histtória ultrapassada. Mágico mesmo é tapetinho projeto por Shin Yamashita, um estudante de Design no Instituto de Tecnologia de Kyoto. Babemos:




Manipulação da Libor

Bob Diamond, de 60 anos, renunciou ao cargo nesta semana após o Barclays ter concordado em pagar quase um bilhão de dólares em multas por manipular as taxas de juros que são referência no sistema global financeiro.


Políticos britânicos consideram o caso como um símbolo de uma cultura de cobiça que tem manchado todo o sistema financeiro. Jornais destacaram os e-mails revelados no caso, que mostram operadores se parabenizando por manipular números.


Pensativo e mostrando humildade perante o comitê parlamentar, o homem que até terça-feira era um dos executivos financeiros mais bem pagos e poderosos e dono de uma reputação agressiva, reconheceu o comportamento "indesculpável" de seu grupo de operadores.


"Quando leio os e-mails desses operadores, fico fisicamente doente", disse Diamond. "Esse comportamento foi repreensível, foi errado. Peço desculpas, estou decepcionado e muito bravo".


Ele disse que os envolvidos na manipulação das taxas de juros estariam sujeitos a investigação criminal e devem ser tratados com severidade. A contravenção "não representou a companhia que eu amo tanto", disse o executivo norte-americano.


Mas ele também insistiu que o Barclays estava sendo usado como bode espiatório por ter cooperado com as autoridades a ajudar a revelar suas infrações.


"O foco desta semana tem estado sobre o Barclays porque foi o primeiro", disse Diamond, descrevendo anos de cooperação com agências regulatórias para revelar a prática.


A decisão do banco de cooperar com reguladores aparentou ter sido feita para limitar os danos causados pela polêmica, mas o tiro saiu pela culatra, prejudicando a reputação do banco e custando a Diamond seu emprego, disseram analistas do setor.


O Barclays reconheceu que seus operadores agiram conjuntamente com outros a fim de manipular a London Interbank Offered Rate, ou Libor, a taxa que grandes bancos dizem emprestar uns dos outros e que serve de referência para trilhões de dólares em contratos globais.


Além dessa manipulação, que aconteceu de 2005 a 2009, o banco britânico também admitiu que suas contribuições para as taxas Libor no alto da crise financeira de 2008 fizeram seu balanço parecer mais robusto.


Fonte: Reuters

Lucro em Filmes

A seguir, um texto muito interessante sobre os problemas da indústria do cinema:

Estou tentando compreender dois fatos aparentemente inconciliáveis. Primeiro, "Homens de Preto 3" já faturou mais de US$ 550 milhões nas bilheterias de todo o mundo. Segundo, embora um representante da Columbia Pictures, a produtora do filme, tenha me dito recentemente que o filme "agora está no azul", parece que até recentemente o estúdio podia perder dinheiro com ele. Como isso é possível?

Não é tão complicado. O custo de produção ficou perto dos US$ 250 milhões; as despesas mundiais de marketing devem ter sido parecidas; e uma grande proporção do dinheiro arrecadado com a venda de ingressos vai para as salas de cinema e as distribuidoras locais. (...)

Todos os negócios requerem certa dose de adivinhação, mas prever as futuras bilheterias de cinema é um ramo especialmente opaco. [1] (...)

O motivo pelo qual a maioria dos estúdios termina no azul quase todos os anos é que encontraram maneiras de, no jargão do setor, monetizar os fluxos auxiliares, vendendo direitos de TV e de distribuição no exterior, criando videogames, atrações de parque de diversões e outros produtos vinculados aos seus filmes. [2]

E os grandes sucessos, por raros que sejam, continuam a bancar o custo de muitos fracassos.[3] Mas os lucros não são enormes. (...)


Outro motivo para que os estúdios continuem no topo é que desafiá-los não vale o risco, para a maioria dos empresários (mesmo os maiores sucessos precisam de anos, às vezes uma década, para recuperar seus custos [4]). (...)

Fabrizio Perretti, professor de administração de empresas na Università Bocconi, na Itália, diz que Hollywood agora está mesmo se destruindo. Porque obter financiamento e audiências se tornou mais difícil, as empresas concorrem para produzir filmes maiores e mais caros enquanto eliminam os riscos, o que explica o motivo para que cada vez mais filmes dependam de propriedade intelectual existente.

Dos cem filmes de maior faturamento em todos os tempos (levando em conta a inflação), 18 são continuações, e mais de metade foi lançada depois de 2000. [5]

Lucro de estúdios de cinema é gerado por receitas auxiliares de filmes - ADAM DAVIDSON - DO "NEW YORK TIMES" - Folha de S Paulo


[6]



[1] Tenho dúvidas se difere muito de outro tipo de indústria, como moda ou eletrônicos.
[2] Será que a relação não é contrária? Os fluxos auxiliares permitem que a indústria possa produzir filmes mais caros.
[3] Isto é parecido com o que ocorre na indústria farmacêutica, onde os remédios de sucesso bancam os fracassos de pesquisa.
[4] Tenho dúvidas. Existe uma grande concentração de receita na primeira semana de exibição. Além disto, o lançamento de produtos auxiliares ocorre muito próximo ao lançamento do filme (um sucesso passa na TV em menos de um ano após sua exibição no cinema).
[5] O correto seria levar em consideração o poder de compra da população.
[6] Existe um sítio chamado Junk Chart. Este infográfico mereceria estar numa postagem de lá. Observe que o infográfico não diz nada. É horrível. De um lado, os custos (salários, distribuição, viagens, locação etc) e do outro "para onde vai a bilheteria" (estúdios, salas e distribuidores) e "como os estúdios cobrem a diferença". Não faz nenhum sentido isto. Deveria ter do lado direito as "receitas", mas não é isto que ocorre. Além disto, a figura não informa nada sobre valores. Mas aí já seria pedir de mais.

IPO do Manchester United

O Manchester United é um dos clubes mais bem sucedidos do futebol mundial. Agora, o clube inglês fez o pedido de oferta pública inicial nos Estados Unidos.

A finalidade é obter recursos. Apesar da oferta, a família Glazer, atual proprietária, irá manter o controle do clube. O esquema de venda será de um tipo de ação onde cada ação corresponderá a um voto; as ações da família Glazer corresponderão a 10 votos por cada ação. Este tipo de situação é comum no mercado dos Estados Unidos.

No passado orientei um aluno de mestrado, Renato Amador, que desejava avaliar os clubes de futebol do Brasil. Diante da qualidade das demonstrações contábeis existentes, o trabalho acabou sendo sobre o Manchester. Fiquei impressionado com a sua organização. Meu orientando solicitou as demonstrações contábeis do clube e as recebeu em sua casa.