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27 fevereiro 2012

Rir é o melhor remédio

Wally: Onde está meu trabalho?

Caixa da Petrobrás

Sobre a postagem do dia 23 de fevereiro, uma interessante observação de Paulo Diniz:

Para a Petrobrás não houve entrada de caixa no momento da capitalização. Para a União, não houve saída de caixa mas existem sim um custo. A contrapartida deste custo é o aumento do capital da União na Petrobrás gerando futuras entradas de caixa através de maiores dividendos.

Quanto à receber R$ 75bi pela licitação é desconsiderar pontos vitais:
- a cessão onerosa foi concedida no pré-sal e nenhuma licitação foi aberta de 2.010 para cá aguardando a nova legislação,
- a cessão onerosa foi concedida pela lei vigente na época que foi posteriormente alterada para as áreas do pré-sal
- não há incidência de participação especial que não é característica das licitações feitas pela antiga lei.

Pesquisa em Econometria

O blog Prosa Econômica apresenta algumas sugestões para se fazer uma pesquisa em Econometria. Eis algumas sugestões que também são válidas para uma pesquisa em Contabilidade:

Algumas pessoas ficam petrificadas diante do desafio de escolher um tema a ser abordado. Apesar de não ter uma regra de ouro, é importante selecionar um tema atrelado ao interesse do estreiante ao mundo da pesquisa.

Escolher algo ligado à Ecologia, Macroeconomia ou Economia Brasileira não é suficiente. É necessário afunilar ainda mais. Dizia um professor de Técnicas de Pesquisa, se seu tema puder ser resumido em menos de 5 palavras, chances são que ele está amplo demais. Na dúvida, ler alguns artigos da grande área de interesse pode ajudar bastante a detalhar ainda mais seu projeto.
Para que se chegue a um nível de particularização ideal, é essencial que sejam respondidas as questões: o que pesquisar?, por quê?, como?, qual?, onde?, quando?.


Mais adiante, sobre a parte empírica:

Nesta etapa, conhecer e dominar alguns comandos básicos de um pacote estatístico é fundamental durante a condução de toda pesquisa empírica. Alguns programas: STATA, SPSS, R (livre), Gretl (livre), Eviews e MATLAB. (...)


Reforço que não é necessário preocupar-se em aprender muito sobre o pacote já no início da pesquisa. Primeiro, procure saber como abrir uma base de dados no programa escolhido. Depois, com o decorrer da pesquisa e conforme a necessidade de produzir alguma estatística ou de rodar algum modelo, pode-se consultar algum manual tendo em mão termos de pesquisa mais específicos.

Iasb no Brasil

O International Accounting Standards Board (IASB) e o Financial Accounting Standards Board (FASB) anunciaram que o projeto conjunto sobre reconhecimento da receita será debatido em diversos encontros entre março a maio de 2012. Os encontros acontecerão em Londres, Norwalk (EUA) e Tóquio, todos em abril, além de uma rodada adicional em maio, nos Estados Unidos.

Além disto, o Iasb irá promover encontros no dia 26 de março em São Paulo e Kuala Lumpur.

Recomendação

Aqui uma lista de livros recomendada por Nassim Taleb (que escreveu A Lógica do Cisne Negro e Iludidos pelo Acaso, ambos em língua portuguesa). Entre várias obras, o livro de econometria de Paul Kennedy (A Guide to Econometrics). É interessante que eu gosto muito deste livro e recorro muito quando tenho uma dúvida mais prática de métodos quantitativos. Entretanto, a edição existente está um pouco defasada.

Toque do Celular

Um novo estudo publicado no Journal of Environmental Psychology mostra o efeito do toque do celular sobre as pessoas. Mais especificamente, os toques “musicais”.

Quando um toque musical é escutado, a nossa capacidade de lembrar o que estávamos fazendo e de voltar a tarefa original é mais lenta. Ou seja, o tempo de reação é mais demorado. Apesar do efeito também se aplicar aos toques normais, aqueles que simulam músicas de sucesso possuem uma capacidade de distração maior.

Leia mais em Your ringtone is making me stupid

Dívida de Jovens, Controle e Auto-Estima

Artigo publicado na revista "Social Science Research" explora a psicologia da dívida entre jovens americanos. De autoria dos sociólogos Rachel Dwyer, Randy Hodson e Laura McCloud, a pesquisa "Youth Debt, Mastery, and Self-Esteem" ("Dívida de Jovens, Controle e Auto-Estima") demonstra como a dívida passou de perigo a necessidade. "Neste início de século, os jovens adultos crescem numa era de acesso sem precedentes ao crédito, mas crescimento vagaroso de ganhos. O resultado é uma alta dramática do endividamento", diz Rachel.

Como resultado, o momento em que um americano entre 18 e 24 anos contrai sua primeira dívida, seja para consumir com o cartão de crédito, seja com um empréstimo estudantil, se tornou uma espécie de rito de passagem. "Ambos os tipos de dívida aumentam a autoestima e a sensação de controle dos jovens", diz a socióloga. "Para os jovens, a experiência da dívida é um investimento no futuro." Essa sensação é mais forte entre os jovens de origem humilde, que se veem, enfim, capazes de aceder plenamente à sociedade de consumo. Tanto para os ricos quanto para os pobres, porém, a satisfação proporcionada pelas dívidas começa a desvanecer a partir dos 24 anos: é o momento em que passam a ter de pagá-las.


Fonte:As muitas caras da dívida

Ensino superior do futuro


Gustavo Ioschpe
Revista Veja, 22/02/2012


O ensino superior do futuro

Há uns anos, fui dar uma palestra em uma universidade privada. Perguntei ao diretor qual era o maior desafio deles. Imaginei que ele fosse me dizer que eram outras universidades semelhantes, ou a universidade pública, mas não: “O que nos atrapalha é esse pessoal que engana os alunos dizendo que curso de dois anos é ensino superior”. Eis um bom retrato do nosso ensino superior: não só pequeno como atrasado. Hoje, nosso primeiro problema é termos uma taxa de matrícula de 22%, entre um terço e um quarto da dos países desenvolvidos, metade da de países como Chile, Venezuela e Peru e abaixo da de todos os Brics, exceto a Índia.

A principal explicação para esse acanhamento no ensino superior é a falência da nossa educação básica. Mas, se algum dia consertarmos esse problema (crença que se aproxima cada vez mais do dito sobre o segundo casamento: é o triunfo da esperança sobre a experiência), nossos graduandos se defrontarão com um modelo de ensino superior defasado. Esse não é um problema só brasileiro. No começo do ano participei de um seminário sobre ensino superior em países em desenvolvimento na Universidade de Oxford, e o que se discutiu lá, mais aquilo que já vem sendo pensado aqui, nos permite ter uma ideia de como será o ensino superior da próxima geração. Eis os horizontes mais relevantes (agradeço a Jamil Salmi, até recentemente líder da área de ensino superior do Banco Mundial, por muitos dos exemplos abaixo).

Flexibilidade - Durante séculos, o ensino superior foi algo que acontecia em universidades, em cursos de quatro anos, preparando o aluno para uma carreira específica. No futuro, o ensino se dará em universidades, em escolas técnicas e em outros formatos que ainda não conhecemos que permitam o lifelong learning, o aprendizado ao longo de toda a vida. Os cursos poderão ser presenciais ou on-line. Mais frequentemente, serão das duas formas. Terão dois, três ou quatro anos de duração. Tratarão de várias áreas do conhecimento, e estarão mais preocupados em ensinar a pensar do que em transmitir conhecimentos e habilidades específicos, pois a obsolescência do saber será ainda maior do que é hoje.

Menor duração – O Brasil tem três tipos de formação: bacharelado, licenciatura e curso de tecnólogo. Esse último dura entre dois e três anos, focado no desenvolvimento de uma competência profissional específica, normalmente para cargos de salário médio. No Brasil, só 10% das matrículas em cursos presenciais está nesse tipo de curso. Na China, é mais da metade. Nos países desenvolvidos (OCDE), é um terço (dados disponíveis em twitter.com/gioschpe). Em vez de ser percebido como a melhor alternativa para a pessoa que busca um diferencial rápido e eficaz no mercado de trabalho, o curso de tecnólogo ainda é erroneamente visto como um “primo pobre” do ensino “de verdade”.

Laços com o ensino básico – Nas últimas décadas, o ensino superior se massificou e deselitizou (o Brasil ainda chegará lá), e o ritmo de inovação no mercado de trabalho fez com que um diploma de uma boa universidade não fosse mais suficiente para uma carreira cada vez mais longa. Assim, a distinção entre educação básica e superior vai ter cada vez menos sentido. Ambas estarão dentro de um contínuo, que começa na pré-escola e só termina com a morte. Na Alemanha, as faculdades de engenharia e escolas politécnicas já estão em contato com jardins de infância para atrair futuros bons engenheiros. No Brasil, teremos um problema adicional a resolver: as áreas de licenciatura e pedagogia, hoje patinhos feios da academia, terão de ganhar em importância e prestígio. As universidades terão de entender que sem um aluno bem formado no ensino básico não conseguirão fazer o seu trabalho com qualidade.

Tecnologia – No Brasil, só reconhecemos diplomas de instituições brasileiras, mas certamente em breve validaremos o ensino dado nas melhores universidades do mundo. Hoje já é possível assistir, on-line e sem custo, a aulas de instituições como o MIT e Stanford. Nos EUA, um sexto das matrículas do ensino superior já é feito em cursos on-line. O Brasil está chegando perto, com uma em cada sete, depois de uma explosão que levou o número de matriculados de 200 000, em 2006, para 930 000, em 2010. Stanford, Purdue e Duke são universidades que já gravam todos os seus cursos, para que os alunos possam baixá-los e rever as aulas quantas vezes quiserem. Há algumas semanas, a Apple lançou uma plataforma de venda de livros didáticos para o iPad. Além do texto, tem vídeos, animações, lugar para resumos. Em breve, serão compartilháveis.

Desabou a Torre de Marfim – À medida que o ensino superior se massifica, desaparece a noção da academia como instituição alheia (e superior) ao mundo “real”. Haverá cada vez mais forte competição entre instituições pelo aluno, o que faz com que as universidades precisem se desdobrar para atender às demandas dos alunos e de seus futuros empregadores. A Universidade do Sul da Flórida dá uma garantia a seus alunos de engenharia: se, durante seus cinco primeiros anos no mercado de emprego, eles sentirem a necessidade de competências que não aprenderam na faculdade, podem voltar e aprendê-las de graça.

Currículo – Oscar Wilde (1854-1900) escreveu que nada que vale a pena saber pode ser ensinado. O desafio das universidades do futuro será ensinar apenas aquilo que vale a pena saber, o que demandará novos currículos e nova didática. Um exemplo é o Olin College of Engineering, nos EUA. O ensino é centrado na resolução de problemas, sempre em equipes. Não há departamentos acadêmicos e os professores não recebem cátedra. O currículo é baseado em um triângulo entre engenharia (o projeto é exequível?), empreendedorismo (é viável?) e humanas (é desejável?).

Interdisciplinaridade – Os problemas do mundo real são complexos e não respeitam fronteiras departamentais. A universidade do futuro terá de respeitar essa realidade. Todo aluno de graduação nos EUA passa por todas as grandes áreas do saber. Só no início do terceiro ano é que ele precisará decidir qual será a sua “major”, a área em que vai se diplomar. Antes disso, o futuro cientista estuda sociologia e o historiador estuda matemática. A especialização virá mesmo só na pós-graduação. Algumas universidades federais no Brasil tomaram a iniciativa de criar um “bacharelado interdisciplinar”. É um bom começo, ainda que a iniciativa seja limitada pelo fato de que o aluno estuda apenas uma de quatro grandes áreas (artes, humanidades, saúde e ciência e tecnologia).

Nada é de graça – Um sistema educacional que matricule perto de 100% dos jovens (EUA, Finlândia e Coreia do Sul já estão chegando perto disso) é caro. Não é possível estender esse benefício a número tão grande de alunos e esperar que os contribuintes paguem a conta. Com exceção de México, República Checa e países escandinavos, todos os países da OCDE cobram mensalidades de seus alunos em universidades públicas. Passaremos por mais algumas invasões de reitorias, mas chegaremos lá.

26 fevereiro 2012

Rir é o melhor remédio

Dois trabalhos de Glennz: coelho e futebol


Ratings

Seis das sete agências de classificação de risco de crédito atuantes no Brasil apresentaram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sugestões na audiência pública da minuta que regulará sua atuação no País. O grupo inclui as três grandes instituições de rating internacionais - Standard & Poor's (S&P), Moody's e Fitch Ratings -, que apresentaram relatórios minuciosos. As nacionais LF Rating, SR Rating e Liberum Rating também participaram.


Dentre os questionamentos levados ao órgão regulador pelas estrangeiras está a exigência de que tenham um funcionário específico e independente no Brasil responsável pela implementação e cumprimento das regras e controles internos da empresa (compliance). As agências alegam ter uma estrutura global e pedem que a CVM flexibilize a regra, permitindo que o suporte de compliance possa ser feito por suas operações no exterior.(...)

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Em 2006, Muhammad Yunus recebeu, em conjunto com o Grameen Bank, o prêmio Nobel da Paz pelo trabalho desenvolvido com o microcrédito. Foi uma decisão controversa do Comitê Norueguês, mas após a premiação muitos países, inclusive o Brasil, tentaram desenvolver instrumentos parecidos.

Mas notícias da Índia mostram um dos efeitos perversos do microcrédito: aumento da taxa de suicídio. Moradores endividados da província de Andhra Pradesh estão cometendo suicídio para não pagar suas dívidas. Segundo número compilado pelo governo do sul da Índia, mais de 200 pobres se mataram no final de 2010. O governo culpa as empresas de micro-finanças, que concedem empréstimos aos pobres, de pressionar as pessoas. As empresas negam. Mas alguns documentos das próprias empresas parecem indicar que seus funcionários tinham informações sobre alguns dos suicídios.

As investigações parecem apontar que empregados molestam verbalmente os mutuários endividados, incluindo humilhações.

O sucessor

O investidor Warren Buffett é um dos mais carismáticos investidores. Com sua firma Berkshire Hathaway tem conseguido, ao longo de muitos anos, obter retornos acima do mercado. Agora, na sua carta anual aos acionistas, Buffett afirmou que já escolheu alguém para sucedê-lo. Com mais de oitenta anos, o futuro executivo-chefe da empresa já era aguardado há anos. Segundo Buffett, a transição será tranquila "quando o momento chegar".

O nome do sucessor não foi revelado, mas acredita que já trabalha na empresa.

Buffett, que tem 81 anos, dirige o Berkshire Hathaway há quase meio século e transformou a empresa, que era apenas uma fabricante de têxteis debilitada, em um conglomerado com interesses em ferrovias, varejo e seguro, além de ter uma carteira gigante de ações negociadas em bolsas.

Na carta aos acionistas, Buffett afirma que ainda não tem planos de se aposentar dos cargos de presidente, executivo-chefe e diretor de investimentos do Berkshire. O empresário disse que está com uma "saúde excelente" e que não irá a lugar algum e destacou que os acionistas não devem interpretar a carta como sinal de que o próximo CEO assumirá o posto em breve.