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26 agosto 2011

A origem e partilha dos recursos da Infraero

Por Pedro Correia
No artigo intitulado "As receitas da Infraero são suficientes para garantir aeroportos de boa qualidade?", os autores respondem a seguinte questão:as receitas geradas pela prestação de serviços hoje providos pela Infraero são suficientes para financiar investimentos em serviços aeroportuários de qualidade? A seguir destaco um trecho do estudo:

Há quase cinco anos do “apagão” ocorrido em dezembro de 2006, são reiteradas e duradouras as manifestações para melhoria da prestação dos serviços aeroportuários brasileiros.

Seja por ascensão da chamada “classe C” ao mercado de transporte aéreo, seja por sucateamento da infraestrutura existente ou, mais recentemente, pela demanda de vultosos investimentos em virtude de grandes eventos esportivos (principalmente a Copa do Mundo de 2014), o tema constantemente ocupa a pauta dos noticiários jornalísticos.

De modo geral, em todas as análises empreendidas a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) é percebida como causa central de todos os males apontados. Por isso, diversas soluções vêm sendo apresentadas, sendo a principal delas associada à necessidade de aporte de capitais ao setor, seja por intermédio da abertura de capital da empresa, seja por venda do seu controle acionário, ou, mais recentemente por intermédio de concessões de aeroportos.

Independente de qual venha a ser a solução adotada, será fundamental a geração de receitas para remunerar a empresa prestadora dos serviços e para garantir investimentos em modernização e ampliação de aeroportos. Portanto, há que se responder uma questão central: as receitas geradas pela prestação de serviços hoje providos pela Infraero são suficientes para financiar investimentos em serviços aeroportuários de qualidade?

O que se mostra nesse artigo é:

(a) a Infraero gera um volume significativo de recursos (aproximadamente R$ 10 bilhões no período 2002-2010) que poderiam ser empregados em investimentos e serviços aeroportuários;

(b) esses recursos são, em sua maior parte, transferidos ao Tesouro e ao Comando da Aeronáutica, não revertendo em investimentos no setor;

(c) a Infraero obtém receita mediante a aplicação financeira desses recursos entre o momento da arrecadação e o momento da sua transferência ao Tesouro ou à Aeronáutica, o que gera distorção de foco na gestão da empresa, que passa a se preocupar mais com a gestão desse caixa do que propriamente com os serviços que deve prestar.

Microcrédito

O governo vai privilegiar, na concessão de microcrédito, a partir de hoje, os empréstimo para capital de giro e investimento, em vez do consumo. As operações contarão com uma redução radical das taxas de juros, que passarão de 60% ao ano, como praticadas hoje pelos bancos, a 8% ao ano. Além disso, a taxa de abertura de crédito será cortada de 3% para 1%. Para convencer os bancos a operarem essas linhas, o governo vai colocar à disposição um subsídio de R$ 500 milhões anuais até 2013, que devem compensar a adequação.

O novo pacote de condições para a modalidade de microcrédito faz parte do programa “Crescer- Programa Nacional de Microcrédito”, lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff. Os dispositivos e as condições para acessar os subsídios do Tesouro Nacional estão detalhados em Medida Provisória (MP) que o governo publica hoje no Diário Oficial da União. Os bancos poderão dispor da exigibilidade de 2% dos depósitos à vista deixados compulsoriamente com o Banco Central (BC). O Conselho Monetário Nacional (CMN) divulga hoje a exigibilidade de cada instituição. O limite de empréstimo é de R$ 15 mil.

Fonte:João Villaverde, Valor Economico

3 mitos sobre o capitalismo

Por Pedro Correia

O professor de Harvard, Jeff Miron, comenta sobre 3 mitos sobre o capitalismo:

1º Ser pró-capitalista é a mesma coisa que ser pró-negócios?

2ºO capitalismo gera um distribuição de renda desigual?

3º O capitalismo foi responsável pela mais recente crise financeira?




Receitas e Despesas


A partir desta temporada, os times europeus terão de se submeter às regras do Financial Fair Play, uma série de medidas impostas pela UEFA para evitar que os clubes gastem mais do que ganham. No comunicado oficial que anunciou a medida, a entidade diz estar "totalmente comprometida em assegurar que as regras sejam cumpridas com rigor". Entre as várias normas, a principal é a que determina que os clubes não podem se comprometer com despesas que superem suas receitas – o que, obviamente, limita as transações multimilionárias de jogadores.


A contabilidade desta temporada será a primeira a ser submetida às novas regras e tem revelado a força dos magnatas russos, a perda de espaço dos times europeus e até o preconceito naquele país, agora em evidência. Dois times foram multados por racismo, quando a torcida jogou bananas no jogador Roberto Carlos.


Fonte: aqui

Jeitinho Feminino e Buffett


Um dos problemas da falta do rigor técnico é fazer afirmações baseadas em um caso específico. Eis um exemplo aplicado as finanças comportamentais:

(...) É o que a natureza feminina tem demonstrado ao longo da história: as mulheres são mais avessas ao risco. As investidoras passam mais tempo que os homens estudando uma empresa antes de comprar uma ação, não tendem a concentrar demais o portfólio e tomam todas as precauções para não cair em nenhuma armadilha, movidas pelo impulso.


Há evidências de que mulheres lucram mais em investimentos em ações porque os homens tendem a confiar mais em seus tacos ("overconfidence") e, com isso, movimentam mais intensamente suas operações, obtendo piores resultados.


As mulheres e Buffett teriam então algo em comum: são melhores investidores que os homens médios [1]. Tanto isso seria verdade que o mundo dos investimentos possuiria hoje um perfil bem menos masculino que no passado. (...)


Como o perfil do Warren Buffett - comparado ao das mulheres - deu certíssimo, tornando-o milionário, provavelmente veremos nas próximas décadas um fenômeno no mercado financeiro: o do crescimento das mulheres de todas as idades entre os investidores, com seu jeito cuidadoso, sua preferência pelo planejamento e o rigor mais severo na hora de correr riscos.[2] (...)

Paulo Henrique Corrêa - O 'jeitinho feminino' e a estratégia de Warren Buffett - Valor Econômico - 23 Ago 2011

[1] A afirmação que as mulheres são melhores investidores carece que maior comprovação prática, apesar de algumas pesquisas apontarem neste sentido. Entretanto, a existência de poucas mulheres na linha de frente de uma empresa de investimento pode ser explicado por dois motivos: preconceito contra o gênero feminino ou o fato de que as melhores mulheres investidoras talvez não sejam os melhores investidores existentes no mercado.

[2] O caso de Buffett é um caso somente. Talvez seja uma anomalia, e por isto não podemos usá-lo como situação geral.

Ágio do Santander


Existe um questionamento sobre um dos benefícios que o Santander usou para aquisição do Banespa, em 2006. Mais especificamente, o abatimento do Imposto de Renda sobre o ágio:

A questão, acompanhada de perto por advogados e companhias dos mais diversos setores, trata da legalidade do ágio de R$ 7 bilhões pago, em 2006, pelo Santander na aquisição do banco Banespa.


Apesar de a legislação permitir o abatimento desse valor no cálculo do Imposto de Renda e da CSLL, o banco foi autuado, em 2008, em R$ 4 bilhões pela Receita Federal. O órgão entendeu que o valor não seria correto e que, por se tratar de investimento estrangeiro, não poderia ser utilizado no Brasil. (...)


O ágio é o valor pago a mais na aquisição de uma empresa pela renda futura que poderá gerar. No caso do Santander, seriam os juros que o banco tem a receber em razão de empréstimos realizados por clientes do Banespa, por exemplo, ou ainda o lucro gerado pelo uso dos bens intangíveis - como a marca Banespa. A Lei nº 9.532, de 1997, permite a amortização do valor pago como ágio. Ou seja, o montante é registrado na contabilidade da empresa como uma despesa, reduzindo, portanto, o lucro, que é a base de cálculo do Imposto de Renda e da CSLL. Essa operação possibilitou à instituição financeira reduzir em R$ 1,3 bilhão os valores devidos de IR e CSLL.


O Santander, realizou sete operações, envolvendo cinco empresas, além do Banespa. O banco espanhol queria aumentar o capital do Santander Brasil e viu na venda do Banespa uma oportunidade. Como o Banespa era um banco estatal suas ações seriam vendidas por meio de um leilão - do qual poderiam participar empresas nacionais e estrangeiras. No fim de 2000, dias após a abertura do leilão, o Santander criou uma holding no Brasil para ficar com as ações do Banespa. Os papéis foram adquiridos com recursos do Santander Espanha, mas alocadas na holding. No mês seguinte, o Banespa incorporou a holding para formar o Santander atual.


Segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a holding criada pela instituição é apenas uma empresa veículo cuja finalidade foi permitir a internalização de um ágio que, na verdade, pertenceria a uma empresa espanhola e, portanto, não poderia ser usado no país. O objetivo seria apenas fazer com que o banco pagasse menos impostos com a operação. O Fisco argumenta também que não seria possível um ágio desse valor ser fundamentado apenas em rentabilidade futura. "A questão é a forma como o Santander fez o aproveitamento do ágio", diz o chefe da procuradoria da Fazenda no Carf, Paulo Riscado.


Na sustentação oral no Carf, o advogado Roberto Quiroga, que representa o Santander no processo, argumentou que a criação da holding ocorreu para não se chamar a atenção dos concorrentes no leilão do Banespa e facilitar a estruturação do Santander no Brasil. Alega ainda que a rentabilidade futura do ágio foi comprovada por laudo da KPMG. O banco e seu advogado foram procurados, mas disseram que só se manifestarão após o julgamento.


Apesar das especificidades do caso, empresas que fizeram ou pretendem fazer o uso de ágio de capital estrangeiro estão atentas ao julgamento. Isso porque a legislação não é expressa sobre a participação de capital de fora do país. Em outros casos que chegaram ao Carf, como o julgamento do ágio da Dasa e da Vivo, as operações foram realizadas de forma diferente. Assim, a decisão do Carf sobre esse caso dará mais segurança jurídica para esse tipo de operação no país.

Conselho julgará caso bilionário do Banco Santander - Laura Ignacio - Valor Econômico - 23 Ago 2011

Certamente o ágio representou um dos aspectos mais relevantes para a participação do Santander no leilão. Naquele momento, os principais concorrentes (Bradesco, Itau etc) não fizeram propostas mais interessantes por não terem mais condições de usarem ágio para abatimentos futuros do imposto. (Devemos lembrar que a diferença de preço entre a proposta do Santander e o segundo colocado foi substancial por duas razões: a grande sinergia do Santander e o ágio).

É pena que somente cinco anos depois isto começa a ser discutido.

Kadafi


Capa da revista Time com Kadafi. Ideia fantástica.

Apple como Nação

Fonte: aqui

25 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Sobre mulheres, de forma engraçada e preconceituosa (?)

Fonte: Aqui

Aqui um comercial

Teste 518

Esta empresa, com participação estatal, não pode ser auditada pelo Tribunal de Contas da União:

 Itaipu Binacional
Nuclebras
Petrobras

Resposta do Anterior: 133 milhões de 66,5 bilhões é 0,20%. Como isto era metade das ações, o volume adquirido correspondia a 0,40% do capital do Facebook. Para uma avaliação de 2 bilhões em 2006, 0,40% corresponde a 8 milhões de dólares.

Odebrecht


Sobre a questão do valor das ações da família Gradin no grupo Odebrecht, o Valor Econômico (Quanto vale o grupo Odebrecht?,  Cristine Prestes e Mônica Scaramuzzo) apresenta uma reportagem interessante sobre a discordância no processo de avaliação.

A discussão diz respeito a 20,6% das ações. Isto por si só já é passível de polêmica, pois se trata de negociação de ações minoritárias, não o controle da empresa.

O lado da família controladora pretende pagar 1,5 bilhão de dólar pelas ações. O valor foi obtido a partir da avaliação feita pelo Credit Suisse, com base nas demonstrações de 31 de dezembro de 2009 e eventos até 24 de maio de 2010.

Os critérios utilizados para a avaliação do valor da Odbinv estão previstos no acordo de acionistas da companhia, assinado em 2001 entre a controladora Kieppe e os minoritários. O anexo do acordo estabelece que o preço de cada ação será fixado a partir do cálculo do valor da Odbinv, feito anualmente através de uma avaliação independente, a ser realizada pelo Credit Suisse ou outro banco de investimentos de primeira linha aprovado pelo presidente do Conselho de Administração. O documento ainda prevê que a avaliação deve ser concluída até 31 de maio de cada ano e que valerá até maio do ano seguinte, quando uma nova avaliação é concluída.


Ainda segundo o anexo do acordo de acionistas da Odbinv, a avaliação da companhia será feita pelo critério de soma das partes (1) - soma do valor atribuído às empresas que compõem o grupo - e utilizará metodologias adequadas a cada empresa. O documento não lista todos os critérios (2), mas exemplifica que, no caso das empresas do setor químico e petroquímico, será feita "pela análise de empresas comparáveis negociadas em mercados de ações" (3) e que, no caso das empresas de engenharia e construção, será feita "pelo método de projeção e desconto de fluxos de caixa".

Eis algumas observações ao texto acima:
(1) Isto significa que não será considerado a sinergia entre as empresas. Em geral isto tende a aumentar o valor das ações.
(2) A ausência de critérios no documento dá margem para discussões. Além disto, os exemplos apresentados a seguir mostram que os métodos podem apresentar valores diferentes.
(3) Os setores de atuação do grupo tornam inviável e muito subjetivo este método

O texto continua:

Segundo Carvalhosa [Modesto, advogado dos minoritários], a avaliação feita pelo Credit Suisse conferiu à Odbinv um valor cerca de US$ 16 bilhões menor do que a companhia realmente valeria. "O laudo do Credit Suisse é constituído de números, dados e critérios fraudados", diz. O advogado sustenta que, enquanto o Credit Suisse calcula o valor do grupo na ordem de US$ 9,8 bilhões, seu valor real seria de ao menos US$ 25,4 bilhões, número encontrado a partir da análise de operações fechadas no período e com base em laudos públicos.

A afirmação de Carvalhosa é extremamente infeliz e espera-se que seja somente um jogo de cena. Num processo de avaliação, um aspecto é as suposições assumidas, que podemos concordar ou não; mas daí afirmar que existiu fraude, é uma distância longa.

Assim, nas contas da família Odebrecht, a participação dos Gradin valeria US$ 1,5 bilhão - ou seja, US$ 2 bilhões referentes à parcela de 20,6% sobre os US$ 9,8 bilhões resultantes da avaliação do Credit Suisse, subtraídos de 25%, desconto previsto no acordo de acionistas para a negociação de participações minoritárias ilíquidas. Mas, nas contas da família Gradin, suas ações valeriam pelo menos o dobro - além de basearem-se em uma avaliação diversa, os Gradin discordam do desconto de 25%, que, segundo eles, valeria apenas se eles tivessem exercido a opção de venda de suas ações, e não o contrário.


(Foto: Flickr)

Construtoras 1


Sobre a apuração de resultado numa construtora, o valor de 23 de agosto traz duas reportagens interessantes sobre o assunto. Eis trechos da primeira:

A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) surpreendeu o mercado na semana passada ao divulgar que sua margem bruta, que equivale a quanto sobra da receita após descontados os custos de construção, ficou negativa em 21% no segundo trimestre.


Isso quer dizer que, antes de considerar as despesas administrativas e de vendas, a empresa já estava no prejuízo no período.


O motivo para esse resultado - bastante incomum em qualquer setor da economia - foi o reconhecimento de estouros de orçamentos de obras lançadas em 2007 e 2008.


Longe de ser um caso isolado da CCDI, a divulgação de revisões de estimativas de custos de empreendimentos imobiliários tem deixado com frio na barriga os investidores que carregam em suas carteiras ações de incorporadoras. A sensação é que a cada temporada de balanços mais surpresas podem aparecer nos demonstrativos financeiros.


Qualquer pessoa que já fez uma reforma em casa sabe que os gastos quase sempre superam o orçamento. O que chama atenção é que algumas das maiores construtoras do país, especialistas no assunto, também tenham sido pegas de surpresa. (...)


Segundo Idésio Coelho, diretor técnico do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), para quem a área de reconhecimento de receitas e custos é a mais sensível no segmento imobiliário, os "ajustes, maiores ou menores, sempre acontecerão", já que o preço de venda é fixo (embora corrigido pelo Índice Nacional do Custo da Construção - INCC) e os custos variam durante a construção, que costuma levar de dois a quatros anos. "Se a empresa demora muito tempo para fazer essa revisão, tem mais impacto. Assim, o ideal é que ela faça esse controle ao menos trimestralmente e principalmente em função de uma evolução importante do projeto", afirma Coelho.


O que aparentemente ocorreu em muitos casos foi que os desvios só foram mensurados pela administração e reconhecidos no resultado com atraso. Quando isso acontece, há o risco de o acionista atual de uma empresa pagar sozinho uma conta (com um dividendo menor) que deveria ter sido dividida com o investidor que tinha os papéis no passado.


"Não tem uma regra obrigando a fazer a revisão de orçamento com determinada frequência. O IFRS diz que tem que fazer de forma tempestiva e sempre que tiver variações das premissas", diz Coelho. De acordo com ele, o auditor avalia se a revisão feita pela companhia é adequada e faz testes para acompanhar as mudanças de estimativas, principalmente quando faz a auditoria completa, do balanço anual.


Constatado desvio em relação ao orçamento, é preciso avaliar se houve erro relevante nos balanços anteriores, o que exigiria a republicação dos mesmos, ou apenas uma mudança de estimativa, com o ajuste sendo reconhecido no trimestre e dali por diante. Nos casos recentes citados, os desvios foram tratados como mudança de estimativa.


Para Fernando Caio Galdi, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, existe sim discricionariedade da administração das companhias sobre o momento de revisão de orçamento e que ao auditor cabe avaliar "como estão sendo feitas essas mudanças, se elas são feitas no período adequado e se as estimativas são realistas". "Tem empresa que tenta adiar o máximo possível a notícia ruim", reconhece ele.


Construtoras 2


"A apuração definitiva (1) dos orçamentos de empreendimentos só é possível com a aproximação da entrega das unidades", diz a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), ao explicar por que o ajuste de custo R$ 141 milhões, principalmente de projetos lançados entre 2007 e 2008, só foi reconhecido no segundo trimestre deste ano.


"É somente nesse estágio que as construtoras, neste caso terceirizadas, conseguem concluir os levantamentos e identificar custos adicionais", afirmou a CCDI, em resposta por e-mail, destacando que a expansão forte do setor nos últimos anos provocou alta nos custos e escassez de mão de obra e equipamentos.


(...) Marcelo Borges, que assumiu como diretor-presidente da Rodobens Negócios Imobiliários no início deste ano, conta que a empresa contratou um novo responsável para a área de controladoria (2), para acompanhar mais de perto as obras. Para ele, o risco de haver desvios é "inerente" ao setor, por conta das variáveis a que se está exposto. "Mas também não quer dizer que temos que aprender a conviver com isso", diz ele, para quem um controle mensal das obras permite não apenas identificar o valor do desvio, mas tambem corrigir aumentos de gastos. (...)

Empresas reduzem terceirização e reforçam controles - Valor Econômico - 23 Ago 2011 (foto: Flickr)

(1) Definitiva não seria orçamento, e sim realizado. Mas uma boa estimativa é possível antes do término da obra.
(2) A controladoria foi responsável. Observe que na empresa anterior a responsabilidade era do ambiente econômico.

IPO do Manchester

Por Pedro Correia

O Manchester United irá realizar IPO em Singapura para captar 1 bilhão de dólares.Por que um time de futebol quer realizar um IPO? De acordo com o Financial Times, os proprietários da equipe,a família americana Glazer,irão utilizar os recursos do IPO para pagar as dívidas do clube, num total de 849 milhões dólares.

Por que Singapura? Qual é a razão para não abrir capital em Londres ou Hong Kong?Londres não foi escolhida , pois há desconfianças locais quanto ao modelo de negócios de clubes de futebol. Em relação à cidade chinesa, o clube inglês está apto a realizar o IPO na bolsa local, no entanto ,as exigências e os custos de uma oferta inicial são maiores que em Singapura. Segundo Kevin Brown, é uma estratégia para evitar um exame minucioso, por parte dos órgão reguladores de Hong Kong, da situação econômico-financeira do Manchester . Ademais, o clube quer evitar uma identificação excessiva com os chineses, já que diversos fãs estão espalhados por outros locais do sudeste asiático. A seguir a opinião de Kevin Brown:

"The club's opaque finances are seen by sceptics as a key reason why Manchester United decided to locate its IPO in Asia rather than in London, where there is scepticism about the business models of football clubs whose revenues largely disappear in ever-inflating player salaries and transfer fees,'' Brown writes."The air of mystery has been compounded by the club's surprise choice of Singapore for its IPO, rather than Hong Kong, as had been widely expected – a decision described as "hard to explain" by one banker involved in early discussions on the listing. People with knowledge of the proposals say the driving force was a desire to avoid over-identification with China, and to tap the very large fan base among the 600m people of relatively well-developed South-East Asia, for whom Singapore is a natural financial hub. However, the financial sector in Hong Kong is awash with rumours that the switch is somehow designed to allow the secretive Glazers to avoid close scrunity of Manchester's United's finances, including the relationship between the club's debts and their own."

Esferas





Esferas

Eletrobras 3

Eis outro ponto engraçado da entrevista:

Figueira: (...) Vamos separar uma questão: balanço, quando ele fecha os números, quando ele dá lá a receita bruta, ele não tem dúvida da receita bruta. Agora, o que ele quer dizer? Existe uma necessidade de controles internos que me garantam que aquele número foi gerado com confiabilidade, não teve chance de erro, e aí é que entra a SOX. Nessa questão da SOX, ele levantou seis pontos de advertência. O que a lei fala é a necessidade de você ter controles internos e processos chaves da sua organização que você garanta a confiabilidade dos seus números. 

Entenderam? Ele disse que não existe dúvida sobre a receita; mas que a SOX tem questionamentos sobre a  confiabilidade do número. Ou seja, existe dúvida sobre a receita.

(Foto: Flickr)

Eletrobras 2

Ainda sobre a empresa, o Valor fez uma entrevista com seus gestores. Eis um trecho interessante:


Valor: Por que estão atrasando tanto esses balanços?
Figueira É uma pergunta para o financeiro, mas é que houve essa mudança do padrão contábil.
Valor: Mas a mudança foi para todas as empresas...
Figueira: Já viu o número de participações que a Eletrobras tem?
Valor: A Petrobras tem muito mais, e não atrasou.
Figueira: Muitas empresas já adotavam o padrão IFRS, as nossas não. Adotamos o padrão IFRS neste ano, tivemos uma série de motivos para isso. Eu preferia endereçar essa questão...
Valor: Para o presidente (risos). [Figueira é Coordenador Geral da Presidência]
Figueira: É. Para o diretor financeiro, para as pessoas que entendem desse assunto. Eu não me sinto nem confortável para tocar nesse assunto.

Eletrobras


A auditoria externa da Eletrobras apontou deficiências nos controles usados para garantir a qualidade das informações usadas na elaboração dasdemonstrações financeiras da companhia, a holding estatal do setor elétrico. (...)


O auditor da Eletrobras emitiu um parecer, com seis ressalvas, que consta de um documento enviado em julho, com atraso, ao órgão regulador do mercado de capitais americano (SEC, na sigla em inglês).


O chamado Formulário 20-F é uma espécie de balanço anual que as empresas estrangeiras com ações negociadas nos Estados Unidos têm que apresentar à SEC.


O documento, referente ao exercício de 2009, foi entregue com atraso de mais de um ano (o prazo regulamentar é de seis meses depois do fim do exercício).


O relatório de 2010 ainda não foi divulgado, mas a Eletrobras incluiu as considerações do auditor no Formulário de Referência, conjunto amplo deinformações que passou a ser exigido pela Comissão da Valores Mobiliários (CVM), fiscal do mercado brasileiro, a partir de 2010.


Nesse documento, cuja primeira versão foi enviada à CVM no fim de maio com os dados de 2010, foi excluída uma das ressalvas, referente aos controles da usina de Itaipu.


Os problemas identificadas pela auditoria independente da empresa, a PricewaterhouseCoopers (PwC), vão desde a falta de controles eficazes para "prevenir e detectar distorções relevantes nas demonstrações financeiras" até "equipe interna com número insuficiente de pessoas com um nível satisfatório de conhecimentos contábeis [sobre as regras contábeis americanas]".


"As ressalvas do auditor não estão relacionadas aos números do balanço, mas aos controles internos e processos-chaves que garantem a confiabilidade dos números", diz Luiz Augusto Figueira, coordenador geral da presidência da Eletrobras.


"Ele identificou pontos de fraqueza que precisam ser aprimorados, mas nem por isso deu negativa de opinião ou deixou de auditar os números. Ele garante que aqueles números estão certos", afirmou Augusto Figueira. "[A mensagem do auditor foi] melhore alguns pontos de controle interno para garantir que o acionista tenha mais certeza desse investimento."


Fernando Macedo, gerente da divisão de controles internos do departamento de gestão de riscos da empresa, diz que em 2009 a empresa não tinha uma área de controle de gestão de riscos implementada. "Em 2010 criamos a área e estabelecemos a política de gestão de riscos, para acabar com esse problema." Mas, ele ressalta que a "atualização dos controles internos com a maturidade necessária tem um tempo mesmo".


Como parte de um projeto ambicioso de se tornar a "Petrobras do setor elétrico", a Eletrobras começou um processo de reestruturação para ganhar mais controles sobre suas coligadas, o que incluiu a adoção de uma sistema de gestão e de auditor únicos para todas as empresas do grupo.


José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras, avalia que já houve um progresso "bom" e que a empresa está dando prioridade à questão da tecnologia, que inclui a adoção do software de gestão da alemã SAP.


"Vamos fazer um trabalho muito interessante sobre essas ferramentas de informática para dotar a Eletrobras de todos os recursos, não só nas empresas de geração e transmissão, mas também de distribuição", disse. "A integração para nós é fundamental, tem que começar com a parte deinformática."


Contudo, ele admite que nem todas as empresas do grupo Eletrobras adotaram o sistema. Além da holding, Furnas, Eletronorte, Eletronuclear usam o SAP, as outras não. "Temos um sistema satisfatório na Chesf e na Eletrosul, mas não é o SAP. Não queremos que seja necessariamente o SAP. Queremos que os sistemas falem entre si, que sejam integrados. Tem diversas alternativas que analisamos e chegamos à conclusão das alternativas que são viáveis. Mas em todos os casos em que a alternativa é viável, tem um requisito: a integração", disse Carvalho Neto.

(Valor Econômico, 23 Ago 2011,Eletrobras faz revisão de seus controles internos; Nelson Niero, Cláudia Schüffner e Rafael Rosas  Foto: Aqui

24 agosto 2011

Rir é o melhor remédio




Guerra contra o Androide (da Google), que arrota Motorola e suas patentes.

Por que reduzir a corrupção aumenta o valor da empresas brasileiras?



A visão do mercado financeiro sobre um determinado país pode ser expressa através da nota da sua dívida externa. Esta nota é dada por empresas de ratings, sendo a mais famosa a S&P. Quando um país tem um bom desempenho, sua nota melhora; se aumenta o risco de não pagar suas dívidas, sua nota piora.

Já foi observado, no entanto, que as notas dos países possuem uma grande correlação com o Índice de Percepção da Corrupção (Corruption Perceptions Index). Isto significa dizer que países mais corruptos geralmente são aqueles que recebem as piores notas.

Se o Brasil melhorar o combate à corrupção isto poderá ter efeitos benéficos sobre sua nota externa. Uma melhoria na nota do nosso país produz efeitos sobre o custo do empréstimo do governo e das empresas brasileiras. Cai, portanto, o custo do capital.

O custo do capital é usado para descontar a riqueza que será gerada por cada empresa, sendo um dos parâmetros básicos para cálculo do valor. Pelas fórmulas de cálculo do valor das empresas, quanto menor o custo do capital maior o valor da empresa. Assim, redução da corrupção pode aumentar o valor das empresas brasileiras.

Leia mais em: The difference between S&P and Moody’s