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03 fevereiro 2011

Teste 423

Veja este senhor da fotografia:

Você sabe dizer que ele é?

Resposta do Anterior: Albert Uberzo. Fonte: Jornal de Angola. Fisco ataca pai de Asterix

Ações do Panamericano sobem novamente

A seguir mais uma evidência da operação Panamericano foi estranha: as ações subiram de forma substancial e informações foram divulgadas na imprensa antes de chegar no mercado.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está investigando a oscilação das ações do banco Panamericano registradas antes do anúncio formal, na segunda-feira, de venda da instituição ao Banco BTG Pactual. A suspeita é que o banco não tenha feito as devidas comunicações ao mercado, como manda a lei para garantir a igualdade de direitos dos investidores, ou que tenha havido uso de informação privilegiada, um crime contra o mercado de capitais.

Houve oscilações de preço dos papéis acima de 10% em dois dos seis pregões que precederam o anúncio. A CVM possui filtros internos para acompanhar o volume e as cotações de ações e tem por norma investigar variações fora do padrão. Mas, neste caso, a autarquia afirmou que as negociações chamaram atenção especial do órgão por causa de reportagens que circularam na imprensa antecipando a venda do banco e a descoberta de um novo rombo.

Suspeitas de que tenha havido vazamento de informações também fizeram com que a CVM cobrasse explicações do banco na semana passada. No último dia 27, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem antecipando que a nova administração do Panamericano negociava novo socorro diante da descoberta de um rombo maior do que os R$ 2,5 bilhões inicialmente estimados.

O banco precisou enviar um ofício no dia seguinte ao mercado esclarecendo que seus trabalhos internos e dos profissionais de auditoria externa ainda não haviam terminado, e que não sabia de forma definitiva o valor das inconsistências contábeis. Acrescentou ainda desconhecer a fonte da notícia. O novo rombo foi confirmado em R$ 1,5 bilhão.

No mesmo dia, o banco divulgou outro comunicado em que confirmava que vinha mantendo entendimentos sobre uma "possível negociação envolvendo a companhia e outras instituições financeiras". Dizia ainda não haver, até aquele momento, nenhum acordo formalizado, "não se podendo, portanto, assegurar que as negociações resultarão na celebração de qualquer tipo de negócio jurídico ou afirmação de configuração de uma efetiva negociação". O documento é de sexta-feira passada e o negócio foi anunciado na segunda-feira.

CVM investiga oscilação das ações do Panamericano - Por Agencia Estado

Risco Moral

Tradução do termo Moral Hazard. Refere-se a mudança de comportamento de um agente econômico diante de uma transação econômica. Em geral o agente comporta-se de maneira diferente caso estivesse exposto totalmente ao risco. Uma pessoa que fez seguro irá dirigir seu veículo de forma diferente de outra que não possui seguro. Provavelmente irá assumir mais risco. Se uma empresa sabe que será salva pelo governo num momento de crise, ela irá assumir mais risco.

Panamericano: ganhadores e perdedores

Quem foram os ganhadores e os perdedores da operação de resgate do Panamericano?

Silvio Santos saiu como grande ganhador. O rombo inicial recebeu como garantia a sua fortuna pessoal. Isto significava que num primeiro momento ele corria o risco de perder todo seu esforço de construir sua fortuna. Entretanto, o aumento do rombo, constatado algumas semanas depois, não contou com um aumento nas garantias, já que ele não as tinha. Ao final da operação, Sílvio manteve o SBT e Jequiti e perdeu um banco. O rombo, de R$4 bilhões, foi vendido por R$400 milhões. Bom negócio para ele.

O Banco que adquiriu também fez bom negócio. A reação do mercado, que aumentou a cotação das ações, mostrou que existia uma possibilidade de ganho imediato. Além disto, o BTG Pactual deve ter saído com garantias de recursos adicionais para manter a instituição financeira durante certo tempo.

Perdedores foram o Fundo Garantidor, que teve que entregar bilhões de recursos para cobrir o rombo. Quem garante o fundo garantidor são os outros bancos. Eles também perderam, pois para evitar um problema sistêmico tiveram que entregar recursos para uma instituição financeira com gestão de baixa qualidade.

A Caixa Econômica também perdeu na operação. Aparentemente a Caixa entrou no Panamericano com o respaldo de duas empresas de auditoria. Entretanto, a expansão do banco estatal para setores populares de financiamento mostrou inadequada. Escolheram o banco errado e tiveram o desgaste de negociar uma saída para que o Panamericano não quebrasse.

O Risco Moral não foi comentado. Mas a solução encontrada certamente afeta este risco.

Panamericano: o rombo que não é rombo

Os profissionais que assumiram a gestão do Panamericano a partir de novembro não têm dúvidas: o rombo de R$ 4 bilhões no banco foi provocado por má gestão e incompetência. A maior parte do buraco adicional de R$ 1,5 bilhão, descoberto em janeiro, é explicada por erros técnicos, não por fraudes contábeis. [1]

Cerca de R$ 400 milhões decorrem de contabilização equivocada das chamadas provisões para perdas de devedores duvidosos (conhecidas como PDD, no jargão do setor bancário). Outros R$ 370 milhões são fruto de erro na contabilização de uma operação chamada de hedge cambial. Quando fazem transações no exterior (como emissões), os bancos são obrigados a proteger esse patrimônio em dólar aqui dentro. Vão ao mercado futuro e compram ou vendem moeda estrangeira. A gestão anterior calculou que essa operação gerava um lucro de R$ 170 milhões. Com a valorização recente do real, havia na verdade um prejuízo de R$ 200 milhões.

Todos esses dados devem ser finalmente conhecidos pelo mercado na próxima sexta-feira [2], quando o Panamericano deve divulgar, de uma só vez, os balanços relativos ao terceiro e ao quarto trimestres de 2010. (Estado de São Paulo
)

[1] Outro nome para "barbeiragem contábil"
[2] Veja postagem anterior sobre a tempestividade da informação

Panamericano

O texto abaixo é muito claro: o grande ganhador da operação do Panamericano foi Silvio Santos. O texto explora bem a questão da matemática financeira da operação:

Imagine que você tem uma dívida de R$ 2.000 no cartão de crédito que ficará congelada por 17 anos, pois a operadora abre mão dos juros. Isso não existe. Em qualquer financiamento de carro ou imóvel, o consumidor sempre acaba pagando pelo menos o dobro do valor inicial. Mas, segundo as primeiras informações, a venda do banco PanAmericano, de Silvio Santos, para o BTG Pactual contou com uma matemática financeira incomum. A dívida estimada em R$ 3,8 bilhões ficou congelada, com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) - criado pelos bancos com um percentual das aplicações dos poupadores, para cobrir perdas de correntistas em caso de quebra de instituições financeiras - abrindo mão de juros ou da simples correção pela inflação.

Na operação, o BTG pagará R$ 450 milhões, corrigidos anualmente a 110% do CDI, o que em 17 anos cobriria os R$ 3,8 bilhões, de acordo com o que se divulgou. Só faltou dizer que, em 17 anos, em nenhum outro lugar os R$ 3,8 bilhões serão R$ 3,8 bilhões. Nos cálculos menos conservadores, o valor atualizado seria de quase R$ 25 bilhões.

Na opinião do economista Miguel de Oliveira, da Anefac (associação de executivos de finanças), a explicação para esse tipo de operação atípica é que os bancos calcularam que perderiam ainda mais caso o PanAmericano quebrasse e preferiram abrir mão da receita.

- Os grandes contribuintes são os grandes bancos e eles provavelmente tinham dinheiro investido em carteiras no PanAmericano. Se o PanAmericano quebrasse, eles perderiam esse dinheiro - afirma.

Outra hipótese, afirma o próprio Oliveira, é que os grandes bancos tenham ficado com medo dos efeitos que uma quebra de confiança poderia gerar entre os pequenos e médios bancos.

- Eles podem ter pensado no prejuízo que teriam com a quebra do PanAmericano, as dificuldades dos pequenos e médios bancos para captar caso houvesse uma desconfiança em relação a eles - considera.

Em uma simulação de matemática financeira, se o valor de R$ 3,8 bilhões fosse apenas corrigido pelo IPCA, índice oficial de inflação, no centro da meta de 4,5% ao ano, em 2028 a atual dívida mais que dobraria.

- Se atualizássemos o valor da dívida pelo centro da meta oficial, para manter o mesmo poder aquisitivo, seriam necessários cerca de R$ 8 bilhões - afirma José Dutra Vieira Sobrinho, professor de Matemática Financeira. - É claro que é preciso saber quais são as condições dadas de pagamento, mas alguém está assumindo o prejuízo e esse alguém é a sociedade.

Se considerarmos uma inflação mais robusta, dois pontos percentuais acima, mas ainda dentro da meta (6,5% ao ano), o valor da dívida saltaria para R$ 11,08 bilhões, praticamente três vezes o valor da dívida atual. Mesmo em um exercício em que o governo doma com folga a inflação, com um IPCA médio em 2,5% ao ano, o valor da dívida também seria elevado para ao menos R$ 5,8 bilhões.

Supondo que os R$ 3,8 bilhões fossem não apenas corrigidos, mas também aplicados em um investimento conservador, como renda fixa ou um título do Tesouro Nacional, com rendimento médio mensal de 0,8% com juros sacados apenas ao fim dos 17 anos, a dívida resultaria em um rendimento de quase R$ 20 bilhões, pelos cálculos de Oliveira, já descontado o valor do Imposto de Renda.

- A operação ainda está muito nebulosa, mas, mesmo por um investimento conservador, está claro que a dívida renderia mais - diz Oliveira.

Se o valor da dívida do PanAmericano fosse aplicado na poupança, o professor de finanças do Ibmec Gilberto Braga calcula que somaria R$ 15,768 bilhões em 17 anos. Já um investimento pouco mais agressivo, com rendimento de 1% ao mês, traria aos cofres do FGC um valor líquido de R$ 24,589 bilhões. (A matemática financeira peculiar que congelou a dívida do PanAmericano
Clarice Spitz - O Globo)

IFRS na América Latina

Representantes de órgãos que emitem pronunciamentos contábeis do Brasil, Argentina, México, Chile e Venezuela se reunirão na sexta-feira, em Brasília, para começar a costurar um trabalho conjunto das entidades [1]. (...)

O objetivo é trocar experiências [2] sobre o processo de convergência para um padrão único e global de contabilidade, tendo como base o modelo internacional IFRS, e organizar as demandas da região [3], sempre que houver consultas públicas do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) sobre novas regras a serem emitidas. (...)

A expectativa do presidente do Iasb, que deixa o cargo em julho deste ano, é que dentro de três anos 150 países estejam usando o modelo internacional de contabilidade. "Há cerca de 200 países no mundo. Os outros 50 passarão a ter problemas para explicar porque usam seu próprio modelo, especialmente [4] se a Securities and Exchange Commission (SEC), dos EUA, decidir por usar o IFRS ", afirma Tweedie. (...)

América Latina quer voz conjunta sobre normas contábeis - Valoronline (02/02/2011)

[1] A idéia se juntar os esforços para fortalecer as demandas da região. Mas o pressuposto de que as demandas são comuns é questionável. Será que os interesses brasileiros são os mesmos da Venezuela. Esperamos que não.
[2] Como o Brasil está na frente dos países citados - talvez exceto o Chile - a troca de experiências não irá trazer ganhos para nossos contadores.
[3] É interessante que nos últimos dias apareceram indicações que o processo de sugestões teria mais resultado através de uma centralização das sugestões.
[4] Observem a dependência do sucesso da convergência depende, efetivamente, dos Estados Unidos.

02 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio

Procurei algo bem engraçado para postar neste item hoje. Eis o que encontrei:

Sarney diz que presidir o Senado será um sacrifício pessoal

Reeleito para presidir o Senado pela quarta vez, José Sarney (PMDB-AP) disse que não desejava o encargo, mas assumiu a missão como um "sacrifício pessoal".

"Não há nenhum órgão no Brasil que tenha hoje a transparência do Senado Federal", disse Sarney. O pemedebista, no entanto, não mencionou as denúncias que vieram à tona em 2009, de que a mesa diretora da Casa teria editado mais de mil atos administrativos secretos.

(...)Ao deixar o Senado, Sarney ainda disse que os 70 votos recebidos são uma prova da confiança dos senadores no seu trabalho. "Eu me emocionei como nunca na minha vida. Estou assumindo este mandato com o gosto da despedida, pois é sem dúvida meu último mandato, disse.

"Vamos prosseguir na preservação dos valores éticos e morais. Vamos prosseguir na votação das reformas", acrescentou o presidente do Congresso.


Muito engraçado, não?

Teste 422

Este conhecido desenhista é muito famoso no mundo dos quadrinhos. Com 84 anos, o fisco francês está exigindo dele 203 mil euros de impostos. O fisco decidiu considerar como ilustrador, e não co-autor, de 24 álbuns, de forma retroativa. Seu nome é:

Albert Uberzo
Frank Miller
John Romita Jr.

Resposta do Anterior: Administração, com 47 docentes; Economia, com 33 docentes; e Engenharia de Produção, com 25 docentes. Fonte: COSTA, Abimael. Rankings dos programas de pós-graduação stricto sensu em ciências contábeis. Dissertação de mestrado: Brasília, 2011.

Por que se faz tanta pesquisa com o mercado acionário?

Sejamos honestos. A maioria das pessoas que conhecemos não sabe para que serve o mercado de ações. E a imagem que temos, de um bando de pessoas gritando, de maneira desesperada, não ajuda muito. É bem possível que o leitor seja investidor neste mercado, quando ele compra cotas de fundos de investimento, mas é provável que não queira saber muitos detalhes sobre o que ocorre lá.

Entretanto, os pesquisadores parecem que adoram estudar o mercado acionário. Qual a razão disto?

A principal explicação para a existência de inúmeras pesquisas com informações do mercado acionário diz respeito ao termo “mercado”. A comercialização de ações das empresas ocorre num local mais próximo de um “mercado ideal”. Com a vantagem de que as transações são registradas pela bolsa de valores e ficamos sabendo dos resultados.

Assim, se queremos saber como as pessoas reagem às notícias ruins da economia, procuramos verificar como o mercado acionário reagiu quando ocorreu a crise financeira. Se pretender estudar o efeito de uma aquisição de uma empresa, basta comparar os preços das ações antes e depois que a notícia circulou. Caso queira saber se o risco aumentou ou não, verificou se as negociações ocorridas mostram um “nervosismo” das pessoas que estão comprando e vendendo ações.

Para o pesquisador, usar o mercado acionário é a maneira mais fácil de responder muitas perguntas.

Tempestividade

O Banco Panamericano vai publicar seu balanço do 3º trimestre no dia 29 de dezembro, disse nesta terça-feira (21/12) a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho.

A divulgação do balanço foi suspensa após a descoberta de "inconsistências contábeis" na carteira de crédito do Panamericano pelo Banco Central. O banco teve de ser socorrido pelo controlador, o Grupo Silvio Santos, com um empréstimo de R$ 2,5 bilhões, obtidos com o Fundo Garantidor de Créditos.

Maria Fernanda, que preside o conselho de administração do Panamericano, disse que ainda não sabe como "o empréstimo será contabilizado, mas que será de maneira transparente".

Brasil Econômico

P.S. Até esta data (2 de fevereiro) o balanço não tinha sido publicado.

Eis o que diz a Estrutura Conceitual sobre o assunto:

Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão econômica dos usuários.

Panamericano

As repercussões da venda do Panamericano para o BTG Pactual por R$450 milhões continuam.

As ações preferenciais do banco aumentaram 20% (Panamericano sobe mais de 20% e supera preço da OPA, Valor Econômico, Beatriz Cutait)

Sabemos que a Caixa continuará com a participação adquirida no final de 2009 (37% do capital social) e o BTG terá 51% das ordinárias e 22% das preferenciais. Aos minoritários será ofertado um preço de 4,89 reais por ação, o mesmo valor pago ao controlador. Entretanto, a valorização indicaria que os minoritários provavelmente não irão vender suas ações. O principal motivo é o fato dos novos gestores serem do ramo.

"A leitura é de que o mercado está uma dando indicação de que a adesão à OPA pode não ocorrer. Aparentemente, os minoritários querem ficar na empresa", pontuou o analista da Ágora Corretora Aloisio Villeth Lemos. "Uma combinação de informações levou o mercado a ser mais otimista na precificação imediata da empresa, mesmo que os minoritários continuem sem o balanço." Mas não existe a pretensão de cancelar o registro de companhia aberta.

O balanço do terceiro trimestre, prometido anteriormente para o final de 2010, ainda não foi divulgado. Existe a promessa para os próximos dias. Esta questão foi objeto de reclamação da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) (Anefac critica falta de transparência no caso PanAmericano, Vanessa Dezem, Valor). A Anefac criticou o trabalho das auditorias:

O caso colocou luz sobre a capacidade de as auditorias em captarem fraudes. Vertamatti afirma que tem caído a qualidade dos trabalhos das auditorias no Brasil, diante da pressão sobre os custos dos serviços, que têm sido remunerados de forma insuficiente.

"Hoje a auditoria está muito mais voltada para cumprir procedimentos, do que fazer a função de auditar propriamente", acrescentou um executivo do setor, que preferiu não se identificar.

Outra conseqüência é a classificação de risco do banco. Moody´s informou que irá manter sua nota de rebaixamento, mesmo com o anúncio. O banco tem o rating D para solidez financeira (Rating do PanAmericano continua em revisão, diz Moody s, Paula Cleto | Valor)