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04 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio

Ainda sobre Risco Moral (uma dica de Pedro Correa), o economista Greg Mankiw conta um fato que ocorreu com ele.

Diante da quantidade de neve e a necessidade de retirá-la com uma pá, sua esposa trava o seguinte diálogo

Esposa de Greg : Tenha cuidado.

Greg : Eu terei.

Esposa : Éstá escorregadio lá fora. Eu não quero que você caia.

Greg: Mas eu tenho um monte de seguro de vida.

Esposa : Ha. Ha.

Greg : Mas eu não tenho um seguro de invalidez.Então, se eu tiver um acidente, certifique-se que a queda me mate.

Efeito Janeiro

O efeito janeiro é uma anomalia relacionada com o calendário no mercado financeiro. Em 1980 Donald Kleim observou que desde 1925, no mercado acionário dos Estados Unidos, as cotações das ações de pequenas empresas apresentavam uma forte valorização.

Este comportamento do mercado acionário decorre do fato que não existe a eficiência absoluta. Uma explicação para o efeito janeiro é que os investidores vendem suas ações no final do ano, para recomprá-las em janeiro. Isto faz com que o mercado apresente um aumento maior no mês de janeiro.

O mercado brasileiro também apresenta o efeito janeiro. Usando informações de 1995 (inclusive) até janeiro de 2011, tivemos alguns resultados interessantes. Inicialmente calculamos o retorno anual e o retorno do mês de janeiro. Os resultados encontrados foram os seguintes:


Com base nesses valores observa-se o seguinte
a) Das dezesseis observações (anos) da série histórica, o sinal foi invertido em cinco anos: 2001, 2003 a 2005 e 2010.
b) A média aritmética do retorno anual é de 28,06%, que abrange doze meses de observação; o retorno médio de janeiro é de 2,62%.
c) A correlação de Pearson entre as duas colunas foi de 0,547, com significância de 2,8%. Isto significa que podemos dizer que existe correlação entre as duas colunas, com 97% de certeza. (*)
d) Foi calculada também uma regressão entre a primeira coluna e a segunda. O resultado mostrou que o retorno de janeiro, multiplicado por 3,2, irá corresponder aproximadamente ao retorno anual. (**)
e) Em outras palavras, se o mercado acionário cresce em janeiro, provavelmente o mercado será positivo no ano. Caso contrário, quando o retorno de janeiro é negativo, o retorno do mercado acionário no ano deverá ser negativo. Isto ocorreu em 7 de cada dez anos.
f) Uma notícia ruim: o mercado caiu em janeiro (3,2%, aproximadamente). Mantendo o comportamento passado, a projeção é uma queda do mercado de mais de 12%.
Se o efeito janeiro persistir.

(*) A correlação de Spearman foi de 0,594, sign = 0,015.
(*) A regressão sem o termo constante apresentou o seguinte resultado: Retorno Anual = 3,193 Retorno Janeiro, com R2 = 0,342; DW = 1,998; e Fc = 7,79 (sign. = 0,014)

Teste 424

Recentemente um banco brasileiro anunciou um lucro líquido de R$10 bilhões para 2010. O resultado representa o terceiro maior lucro da história dos bancos. Este banco é o:

Bradesco
Brasil
Itau Unibanco

Resposta do Teste Anterior: O futuro presidente do Iasb, Hans Hoogervorst Fonte: aqui

Por que os gêmeos são importantes para a ciência?

Na explicação científica, alguns pesquisadores consideram que as relações humanas, construídas desde a infância, são cruciais para explicar o comportamento das pessoas. Entretanto, alguns cientistas acreditam que o componente genético pode ser muito importante.

Como provar se a genética é mais relevante que as relações humanas? Os cientistas encontraram uma solução muito engenhosa: pesquisando os gêmeos que foram separados na infância, por qualquer motivo. Reunindo uma grande quantidade de informações sobre estes casos é possível determinar qual a parcela mais importante: os genes ou o componente social.

Vamos imaginar que estejamos interessados em determinar como os investimentos são feitos: conservadores ou mais arriscados. Se ao analisar os gêmeos descobrimos que eles possuem um padrão de comportamento como investidores similares, seria possível afirmar que o aspecto genético é importante. No entanto se não conseguir constatar que os investimentos realizados são semelhantes é que o componente social é crucial.

Recentemente uma pesquisa realizada com gêmeos na Suécia descobriu que 25% da variação do risco de uma carteira de ação têm sua origem na genética. Isto é uma descoberta fantástica: até então os teóricos de finanças não consideravam a questão genética no risco dos indivíduos. E só foi possível graças aos gêmeos.

Leia Mais: CESARINI, David et al. Genetic Variation in Financial Decision-Making. Journal of Finance, outubro de 2010.

O Custo da Economia de Custo

A explosão da plataforma de petróleo da BP no golfo do México em abril de 2010 provocou a morte de 11 pessoas e 4 milhões de barris de óleo no mar. Segundo um relatório de uma comissão da Casa Branca sobre o assunto, o poço de Macondo (*) sofreu com o corte de custos (Corte de custos da BP contribuiu para vazamento no golfo do México, diz relatório. Reuters, Folha de S Paulo)

Agora, os acionistas da BP têm alguma idéia do custo de longo prazo da empresa: mais de 40 bilhões de libras, segundo projeção de Robert Preston, da BBC (BP shareholders are £40bn poorer). Inicialmente os dividendos foram cortados; mais recentemente, foram anunciados dividendos, mas num patamar menor que os do passado.

(*) Uma ironia, já que Macondo trata-se da cidade fictícia criada por Gabriel Garcia Marquez no romance Cem anos de Solidão

Beleza e Emprego

As pessoas mais bonitas têm mais possibilidade de obter um emprego? Uma pesquisa realizada na Europa e Israel tentou comprovar isto. Enviando currículos para empregadores, alguns com foto de uma pessoa atraente e outros sem a foto, mostrou que a imagem pode fazer diferença. E a diferença é favorável para os homens. As mulheres não possuem um prêmio de beleza.

Fonte: aqui

Panamericano


O banco PanAmericano confirmou hoje que o grupo Silvio Santos (o principal acionista) teve que repassar para a instituição financeira a quantia R$ 1,3 bilhão, para cobrir "inconsistências contábeis".

A cifra consta de um comunicado publicado hoje pela administração do banco, que não informa a data do aporte e apenas esclarece que a operação ocorreu mediante uma operação de crédito entre o grupo empresarial do apresentador de TV e o FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

"Inconsistências contábeis" foi o termo originalmente utilizado pela administração do banco para se referir ao rombo nas contas, inicialmente estimado em R$ 2,5 bilhões, e posteriormente revisado para R$ 3,8 bilhões por auditores.

"Esse montante é decorrente do ajuste necessário verificado até o momento em função das apurações das inconsistências contábeis ainda em andamento", afirma a administração, em texto assinado pelo diretor de relações com investidores, Celso Zanin.

Investidores e acionistas do banco terão que esperar mais um pouco para conhecer o tamanho real desse rombo. A administração adiou a divulgação do balanço de 2010, previsto para esta semana, para alguma data "até o dia 15 de fevereiro".

PanAmericano confirma rombo de R$ 1,3 bi e adia balanço - Folha de S Paulo

Imagem, aqui

Panamericano 2

A Caixa Econômica Federal e o BTG Pactual vão comprar R$ 14 bilhões em títulos e carteiras de crédito do banco PanAmericano para que ele possa funcionar em condições competitivas (...).

A decisão foi endossada pelo conselho do PanAmericano em reunião anteontem. A injeção indireta será anunciada na segunda, em um comunicado ("fato relevante").

A proporção que cada um dos sócios do PanAmericano colocará não será igual, apesar de terem praticamente o mesmo percentual de ações do antigo banco de Silvio Santos: a Caixa comprará R$ 10 bilhões, e o BTG Pactual, R$ 4 bilhões.

Os R$ 10 bilhões da Caixa serão aplicados na compra de carteiras de crédito (R$ 8 bilhões) e em certificado de depósito interbancário (R$ 2 bilhões). Os R$ 4 bilhões do Pactual serão aplicados em CDI, um título similar ao CDB, mas que é comercializado só entre bancos.

O BTG comprou na segunda-feira 37,64% das ações do PanAmericano por R$ 450 milhões. Em dezembro de 2009, a Caixa havia adquirido 36,56% do capital total por R$ 739,27 milhões.

A Caixa diz que esses negócios não foram discutidos na reunião do conselho do PanAmericano. Nega também que haverá comunicado ao mercado. O BTG Pactual não quis se pronunciar.

Folha de S Paulo

Incentivos

Quando a Inbev adquiriu a Budweiser, a empresa teve que contrair uma pesada dívida de 54 bilhões de dólares. Ao final de 2009 a dívida já tinha reduzido.

Agora a empresa anunciou pagamento de 28 milhões de opções para os executivos. Com uma condição: o pagamento somente acontecerá se a empresa conseguir reduzir a dívida líquida sobre o lucro para 2,5 vezes, até o final de 2013.

Uma boa notícia para a família dos executivos: os analistas estão prevendo que até o final de 2011 o objetivo será alcançado.

O gráfico mostra que nos últimos meses o mercado está razoavelmente confiante na empresa. As ações chegaram a 56 dólares, bem acima dos 40 dólares de setembro de 2009.

03 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Links

Iasb e Fasb e as perdas de crédito

Gráfico: O terremoto do Haiti não foi o mais violento

Pessoas estranhas nos caixas eletrônicos

O grande assalto ao banco do Afeganistão

CPA é uma profissão estressante

As normas internacionais sem os Estados Unidos: a opinião de Sir David Tweedie

China irá criar uma cidade com 42 milhões de habitantes

A Microsoft (leia-se Bing) copia dos resultados do Google

O Iasb e o Fasb propõe solução comum para impairment accounting

As agências de ratings não possuíam capacidade preditiva durante os anos 1930s

Africa adota as IFRS

Por que as demonstrações contábeis são cada vez maiores?

Quando analisamos uma demonstração contábil publicada há vinte anos percebemos que o número de páginas era muito reduzido. Existe claramente um aumento nesta quantidade. Michele Leder, em Financial Fine Print (Wiley, 2003) mostra que 1997 o número de páginas destinadas às notas explicativas era, em média, 14,85; em 2002 chegava a 28 páginas.

Quais as explicações para este aumento de páginas? Arrisco a listar algumas das razões, mas certamente existem mais motivos.

Em primeiro lugar é importante que se diga que nem tudo é informação realmente. Os marqueteiros das empresas descobriram que uma demonstração contábil deveria estar acompanhada de uma fotografia da natureza quando o relatório comentar os gastos ambientais. Antes das páginas sobre o desempenho, uma fotografia de um trabalhador sorridente e simpático torna mais palatável o resultado. E assim por diante. Estas fotografias tomam espaço e apesar de influenciar o usuário não representam informação. Mesmo assim, sabemos que isto não explica completamente o aumento no número de páginas.

Uma segunda explicação decorre da complexidade do mundo atual. Isto naturalmente gera uma necessidade de mais explicações sobre o que está ocorrendo com a empresa. Quanto mais complexa as relações econômicas, mais informações serão necessárias.

Uma terceira resposta possível é: “na dúvida publique”. Por um lado, as empresas, com medo de eventuais processos judiciais, preferem publicar informações, mesmo que não sejam relevantes. Não querem ser acusadas de esconder algo que poderia ser importante. Os reguladores, por outro lado, ao descobrirem uma área passível de litígio preferem exigir que todas as empresas façam a divulgação. Mesmo que restrita a um setor específico. É o “pecar pelo excesso”.

A quarta resposta possível para nossa pergunta diz respeito à associação entre quantidade de informação e qualidade da empresa. Associamos divulgação com menor risco, com melhor gestão financeira, maior profissionalização e maior retorno futuro, entre outros aspectos. Mas como medimos a quantidade de informação? Certamente o número de páginas do relatório é uma variável relevante. Isto parece muito com um aluno que acha que a qualidade do seu trabalho de final de curso é medida pelo número de páginas.

Em quinto lugar, mas não menos importante, as pessoas necessitam de emprego. Aquele funcionário do departamento de RI tem que pagar a conta da escola da sua filha. Qual a forma de mostrar que seu trabalho é importante? Mostrando que a cada ano são necessárias mais informações. Isto garante seu emprego e a escola da filha.

Finalmente, e também não menos importante, o aumento do número de páginas deve-se a duas funções dos computadores das empresas: “Control C” e “Control V”. Boa parte dos relatórios produzidos são cópias dos relatórios passados. (Uma orientanda minha, Ludmila Melo, mostrou que isto ocorre no Brasil, na sua dissertação de mestrado) Assim, quando uma empresa acrescenta uma informação, não se retira outra que já não é importante. Utiliza-se os dois comandos para manter aquilo que já foi dito.