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10 agosto 2019

Como Ler mais Livros na Era de Ouro do Conteúdo



Eu assisti a esse vídeo recentemente e achei tão interessante, que fiquei esperando um tempinho livre para poder escrever mais sobre ele, já que não há legendas em português.

Eu não conhecia este canal então nem sei dizer muito sobre o que é, cheguei nele por meio daquelas indicações do YouTube. O vídeo em si foi produzido com a intenção de dar dicas sobre como ler mais e para isso o Max Joseph (ex-MTV) consultou alguns profissionais e visitou livrarias pelo mundo. Ficou fantástico! Indico que você o assista ao menos pela fotografia, que é maravilhosa.
Como eu mencionei, o Max Joseph visitou várias pessoas para compor este vídeo:

1º - Tim Urban
O primeiro especialista que ele consultou foi o Tim Urban, um empresário, palestrante e blogueiro do “Wait But Why” (aqui um Ted talk com ele sobre procrastinação).

Inicialmente eles falam sobre o quanto leremos antes de morrer. O Max, por exemplo, como lê um livro por ano e provavelmente viverá mais 55 anos, lerá cerca de 55 obras no resto de sua vida. Gente, é muito pouco. Que desespero!

Em seguida o Tim Urban propõe uma mudança de rotina simples: ler meia hora por dia. Caso o Max adote essa estratégia passará de 55 livros em sua vida para mil. Olha a diferença! 

Aí algumas dicas: quando acordar, ligue um áudio livro enquanto escova os dentes e toma café da manhã. Pronto. Você já concluiu os seus 30 minutos. Se você for a um café e ler por duas horas em um sábado, você alcançará 4/7 da sua quota semanal.

2º Eric Barker
Após o Tim Urban, o nosso protagonista, o Max, visitou o Eric Barker, do blog “Barking Up The Wrong Tree”, que lê entre 50 a 100 livros por ano, principalmente para escrever postagens. Como ele faz isso? Evitando usar o Facebook, e-mail e Twitter no celular. Sabe aquele instinto de checar as mídias sociais? Ele redirecionou o dele para abrir o aplicativo do Kindle.

Além de não se distrair com as mídias sociais, o Eric se permite três “checagens” diárias. Funciona assim: a não ser que ele esteja esperando algo importante, só mexe com o e-mail e as mídias sociais três vezes por dia. Então toda vez que vem aquele impulso de checar o que está acontecendo nas mídias sociais, ele se pergunta: há um bom motivo para isso? Caso a resposta seja “não”, ele o redireciona para a leitura de um blog. ;)

Ele ainda dá a dica do “mínimo esforço viável”. Quando estamos tentando criar um hábito é mais construtivo começar pequeno e manter a constância. Se você quer começar a usar mais o fio-dental, por exemplo, comece com o objetivo de um dente apenas. Torne tão simples que você não possa não o fazer. Se dê a meta de ler uma página por dia. Depois que você conseguir fazer isso diariamente por duas semanas, aumente para duas páginas. Aumente gradualmente ao invés de estabelecer metas loucamente grandes, falhar, se sentir mal e não querer mais fazer... porque aí você já está com um condicionamento pavloviano e não irá mais querer retornar à atividade, pois tentou, não deu certo e sentiu um mal-estar.

A diferença entre uma pessoa que lê 55 livros durante a vida e o outro que lê mil não é grande, é apenas um pequeno hábito.

3º Howard Berg
Depois o Max entrevistou Howard Berg, o leitor mais veloz do mundo. Essa não é muito a minha praia... Todavia, ele mencionou algo que considerei interessante e ao aplicar senti diferença: para ler mais rápido, acompanhe a leitura com o seu dedo.


4º Dra. Ruth J. Simmons
Concordo com a participação que veio depois, a da Dra. Ruth J. Simmons, que ressalta a importância de se apreciar a leitura e tomar o tempo necessário para isso.

A Dra. Ruth foi a primeira mulher afrodescendente a liderar uma universidade Ivy League nos Estados Unidos – ela foi presidente da Smith College e da Brown University. Ela também é referência mundial em Literatura Comparada e ainda leciona esse curso. Max foi visitá-la por a ter considerado a pessoa que melhor poderia indicar quais livros ler nesse nosso tempo limitado de vida.

A Dra Ruth não acredita que exista uma lista estabelecida dos livros que devemos ler. Ler é mais importante do que qualquer outra coisa. Ela acredita, ainda, que livros são uma meditação forçada e isso é algo bom.

Esse foi um pequeno resumo das contribuições feitas pelos entrevistados. Mas aproveito para acrescentar algumas considerações sobre o vídeo:

Eu gosto de fazer turismo literário, o que enlouquece o meu pai, e esse vídeo me animou mais ainda. Acho que não conheço nem meia dúzia das livrarias que ele visitou. Eu me decepcionei um pouco com a Lelo Livreiros, no Porto, porque é tremendamente menor do que eu imaginava e se tornou bem comercial, pois alcançou muita fama depois que divulgaram que lá foi um dos locais em que Harry Potter foi escrito. Eles inclusive cobram entrada. A El Ateneu, em Buenos aires, é maravilhosa! Uma preciosidade que vale muito a visita.
Livraria Cultura em São Paulo

Vale mencionar a decepção da visita dele ao Brasil. Inicialmente ele veio para conhecer uma Saraiva em São Paulo, que já foi fechada. Ele foi então à Cultura, que é linda... Mas em meio a todas as outras que vemos no vídeo, não há como não se frustrar com a pobreza nesse quesito em um país tão culturalmente rico quanto o Brasil. Ele fez um vídeo adicional com trechos do Brasil que você pode conferir aqui.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

09 agosto 2019

Contabilizando em Libras

Olha que descoberta fantástica: Contabilizando em Libras. Este é o canal da Karina Ferreira, que é surda e  resolveu fazer vídeos para falar sobre algumas áreas da contabilidade em Libras. Ela também tem uma conta no Instagram: @contabilizandoemlibras Vamos prestigiá-la!!!



Humor e divulgação de resultados

Rir não é somente um bom remédio, como pode ter influencia sobre os resultados:

Em uma teleconferência da empresa Sally Beauty, um analista perguntou para o gestor:

- Eu queria saber, se não for pedir muito, sobre as tendências

O CEO da empresa, Gary Winterhaulter, respondeu

- É pedir demais

A analista respondeu que tudo bem, e os participantes riram da situação.

Esta história real mostra que em muitos anúncios de resultados, a reação dos executivos (e dos analistas) podem dizer muito sobre o desempenho da empresa.

Uma pesquisa verificou 85.793 conferências, entre 2003 a 2016. Os quatro pesquisadores descobriram que o humor nas conferências pode ser um sinal importante. O aspecto interessante é que quando os gestores usam o humor, isto tem impacto positivo sobre o retorno. Eis o resumo:

We examine analysts’ and managers’ use of humor during public earnings conference calls. Using a sample of 85,793 conference calls from 2003-2016, we find that experienced analysts and analysts with positive views of the company are more likely than other analysts to use humor on conference calls. We also find that analysts tend to use humor when the tone of their question is unusually negative, and that analysts who use humor on conference calls are allowed to speak for a longer period of time and receive longer responses from managers. When managers use humor, abnormal returns surrounding the call are higher, and analysts’ stock recommendation revisions following the call are more positive. Our study provides new evidence on the use of humor in corporate disclosure events, and our findings indicate that humor has economically meaningful implications for public earnings conference calls.

Kraft versus PwC

Mistério na declaração do investidor Buffett. Parece existir uma disputa com a PwC sobre a contabilidade da Kraft:

Warren Buffett, the CEO of Berkshire Hathaway, which owns a 27% stake in Kraft, told reporters in May that "there's something going on" with Kraft's finances and that it was in a dispute with its auditor, PricewaterhouseCoopers.

Kraft Heinz was subpoenaed by the Securities and Exchange Commission earlier in 2019 as part of an investigation into its accounting methods. Though Kraft said in June that it completed an internal review of its procurement practices, it noted that the SEC investigation wasn't over.

Entrevista com Tadeu Cendon

A partir de julho, o brasileiro Tadeu Cendon assumiu um papel no Board do Iasb. A seguir, uma entrevista que está no site do Iasb.

Tadeu Cendon, one of two new members of the International Accounting Standards Board (Board), had just finished university when he discovered a passion for accounting. More than 30 years later, and he says he has reached the pinnacle of his career with this most recent appointment. ‘It’s a big achievement and I’m very proud of it,’ he says, adding that he is looking forward to working collaboratively with his fellow Board members in setting IFRS Standards.

Just a few weeks after he joined the Board in July 2019, Tadeu took some time to share his story.

How will your previous experience help you in your new role?
For most of my career I’ve been an auditor. Early on, I was told to learn to put myself in the clients’ shoes. An auditor must listen closely to his client, and learn to see the world from their perspective. But an auditor must also listen to other interested parties, such as standard-setters and regulators. This is essential in problem-solving, especially in complex situations.

I want to take a broader view when I think about the people and organisations involved in standard-setting. The accounting framework focuses on the ‘primary users’ of financial statements but I’d like to think more deeply about other stakeholders too.

What are you most looking forward to in your new role?
I hope that my experience and knowledge will enable me to quickly learn about the Board’s current projects. I’m anxious to make a meaningful contribution to the Board’s discussions just as soon as possible. As a Board member, I’m especially keen to understand the views of everyone involved in the standard-setting process. I’m looking forward to this process of learning and sharing.

What have you enjoyed most about being a member of the Board?
It’s only been a short while, but I enjoy the diversity of the opinions expressed by my fellow Board members and by the technical staff. We all learn a lot all the time. Every day we’re able to challenge ourselves and question the fundamentals of our thinking.

What’s the role of financial reporting in today’s global economy?
A single set of standards, especially a high-quality set of standards, means that companies can provide trusted and useful information to investors. In an ideal world, a single set of shared standards should bring more stability to the global economy by reducing complexity and increasing comparability.

What makes our mission of transparency, accountability and efficiency meaningful to you?
By focusing on these three ideals, the IFRS Foundation can continue to develop accounting standards that allow markets to work fairly. Bringing transparency, accountability and efficiency to global financial markets means that useful information can be delivered to all stakeholders, not just investors

How did you end up following a career in accounting?
At a child, I wanted to study engineering, but I enrolled in business school instead. It was only when I started working as an auditor that I knew I had discovered my passion.

And when you’re not working and following your accounting passion, what do you get up to in your spare time? My family and I have just moved to London from Brazil and I try to spend as much time as possible with them. I used to enjoy fishing but I’m now more of a runner. More broadly, I’m looking forward to exploring and enjoying European culture, both in the UK and on the continent—working in London should provide us with a perfect opportunity to do that.

Fraude científica

Recebi um link de uma reportagem sobre fraude acadêmica. Segundo um texto da USP, que usa informações da Clarivate Analytics, autores de artigos aceitos para publicação estão vendendo participação nos textos. A negociação é feita em um site russo, que não identifica periódicos e autores, exceto para os compradores. O preço depende do lugar na lista de autores. Os periódicos são indexados no Scopus e/ou Web of Science, e a área acadêmica parece ser diversificada.

Há também dados disponíveis sobre as últimas transações de autoria. Destes, em 15 de julho, havia 183 acordos de autoria em periódicos supostamente indexados no Scopus, e 11 supostamente indexados no Web of Science. A geografia das transações abrange principalmente a área pós-soviética (Rússia, Cazaquistão e Ucrânia), mas existem autorias vendidas fora dessa região, principalmente para os Emirados Árabes Unidos, China e Reino Unido.


Minha opinião: este não é o único e mais vergonhoso caso de fraude acadêmica. Provavelmente os editores não sabem deste tipo de transação e por isto os periódicos não podem ser acusados.

(Grato Ducineli e Jomar pela dica)

Rir é o melhor remédio






Criança feliz. Mais fotos (muito mais) aqui

08 agosto 2019

Melhoria nas normas de Contabilidade Pública

O IPSAS está propondo melhoria nas normas internacionais do setor público. O documento pode ser encontrado aqui e o prazo para sugestões vai até setembro. Nas propostas, não estão melhorias já realizadas pelo IASB. Mas inclui as seguintes mudanças

IPSAS 5, Borrowing Costs
IPSAS 13, Leases
IPSAS 21, Impairment of Non-Cash-Generating Assets
IPSAS 26, Impairment of CashGenerating Assets
IPSAS 30, Financial Instruments: Disclosures
IPSAS 33, First-time Adoption of Accrual Basis International Public Sector Accounting Standards (IPSASs).
IPSAS 40, Public Sector Combinations

Fan Bingbing reaparece


Em maio de 2018, a atriz chinesa Fan BingBing foi denunciada por um apresentador de televisão; ela teria recebido uma grande quantia para trabalhar em um filme, mas “assinou” dois contratos. O fisco chinês investigou a história como sendo um caso de evasão fiscal. Por três meses a atriz “desapareceu” das redes sociais. Em outubro, a atriz reaparece, pedindo desculpas pelo crime fiscal. A informação é que a atriz pagou uma multa de 127 milhões de dólares, elogiou as autoridades chinesas e pediu desculpas.

O exemplo da atriz parece que ajudou as autoridades chinesas na cobrança de impostos de celebridades e empresas na área de entreterimento.

No último sábado, Fan deu uma entrevista para o New York Times (via aqui) falando sobre o caso. A atriz agradeceu o governo chinês, na primeira entrevista para imprensa ocidental desde maio de 2018: “me fez sentir calma [a prisão] e pensar seriamente sobre o que eu quero para minha vida futura”.

Além de Fan, muitas pessoas que trabalharam com ela também foram presas. Depois da prisão, Fan chegou a dizer, em rede social, estar envergonhada.

"Sem o Partido [Comunista] e as boas políticas do país [China], sem o amor das pessoas, não haveria Fan Bingbing" escreveu.

Ela chegou a compartilhar um mapa da China, onde Taiwan aparece como território chinês (foto).

Rir é o melhor remédio


07 agosto 2019

Publicação nos Jornais 5

Na reportagem sobre a MP da evidenciação nos jornais, o Valor foi atrás de "especialistas" para opinar sobre a medida: Especialistas apontam equívocos em texto de medida.

O jornal obteve opinião de advogados da área. Mas quase todos falaram não da questão da publicação das demonstrações contábeis e sim do fato de MP tratar das informações de empresas de capital fechado. Pela medida provisória, o Ministro da Economia passaria a ter o poder de determinar se estas empresas devem ou não divulgar suas informações.

Publicação nos Jornais 4

A MP sobre publicação das demonstrações contábeis nos jornais foi destaque da primeira página de diversos jornais. Eis o título do Estadão (e o interessante que remete para o setorial "política"):
Na Folha apareceu isto:
No Valor:
O Valor Econômico, na reportagem de página interna, afirma que o presidente da república citou expressamente o jornal:

Eu espero que o Valor Econômico sobreviva à medida provisória de ontem, eu espero

Certamente o Valor é o jornal mais prejudicado em termos de receita. Ao final do prazo de publicação das demonstrações, no início do ano, a edição do jornal chega a ter mais de cem páginas.

Publicação nos Jornais 3

Ainda sobre a MP que isenta as empresas de publicarem em jornal de grande circulação suas demonstrações. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defende uma regra de transição, segundo a Época:

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu nesta quinta feira que o Congresso construa um acordo em torno de uma nova regra sobre a publicação de atos societários e balanços de sociedades anônimas. O presidente Jair Bolsonaro lançou mão de uma medida provisória que vai contra uma lei que ele mesmo sancionou, em abril, que autorizava as empresas a publicarem suas demonstrações financeiras de forma resumida em jornais de grande circulação a partir de 1º de janeiro de 2022.

Até lá, seguiria valendo a regra da Lei das SA, de 1976, que determina a publicação do balanço no diário oficial do estado em que estiver situada a empresa e em um jornal de grande circulação nacional. A MP de Bolsonaro, publicada nesta terça-feira no Diário Oficial, define que as publicações obrigatórias das sociedades anônimas devem ser feitas apenas pelos sites da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o da própria companhia e o da B3, no caso das empresas de capital aberto.

— Retirar essa receita dos jornais da noite para o dia não me parece a melhor decisão. Acho que a Câmara e o Senado poderão construir um acordo onde a gente olhe o futuro onde o papel jornal de fato não seja um instrumento relevante. Mas, no curto prazo, é difícil a gente imaginar, nos próximos cinco, seis anos, que da noite para o dia nós vamos inviabilizar milhares de jornais que funcionam todos os dias informando a sociedade brasileira com muita competência — afirmou Maia.

Em nota oficial, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) disse que recebeu “com surpresa e estranhamento” a edição da MP. A entidade afirmou que o texto está “na contramão da transparência de informações exigida pela sociedade”. na entrevista, Rodrigo Maia defendeu a atuação independente da imprensa.

— Eu acho que imprensa não está atacando ele (Bolsonaro). A imprensa está divulgando notícia. Se é contra ou a favor, essa é uma avaliação que cada um de nós tem que fazer quando é criticado ou elogiado pela imprensa. Não acho que o presidente tenha tomado a decisão de editar a medida provisória por isso. A minha preocupação em relação à medida provisória, que do ponto de vista teórico ela faz sentido, não haverá no futuro papel jornal, essa é que é a verdade. Mas o papel jornal hoje ainda é um instrumento muito importante da divulgação de informação, da garantia da liberdade de imprensa, da liberdade de expressão, da garantia da nossa democracia — disse.

Leia mais aqui

Rir é o melhor remédio

Da internet

06 agosto 2019

Publicação em Jornais 2

A questão da não obrigatoriedade de publicação das demonstrações contábeis é que a medida foi assinada, aparentemente, como uma retaliação à imprensa. Eis o que disse o presidente:

“No dia de ontem eu retribuí parte daquilo que grande parte da mídia me atacou, assinei uma medida provisória fazendo com que os empresários que gastavam milhões de reais para publicar obrigatoriamente, por força de lei, seus balancetes nos jornais, agora podem fazê-lo no Diário Oficial da União a custo zero”, disse o presidente em discurso em Itapira (SP), onde inaugurou uma fábrica farmoquímica.

Mas logo depois, o presidente afirmou não ser uma retaliação:

“Não é uma retaliação contra a imprensa, é tirar o Estado de cima daquele que produz. E quem produz? São vocês! Não estou sentindo cheiro de mortadela aqui”, afirmou, arrancando risos dos presentes.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) criticou a medida:

“Além de ir na contramão da transparência de informações exigida pela sociedade, a MP afronta parte da Lei 13.818, recém aprovada pela Câmara e pelo Senado e sancionada pelo próprio presidente da República em abril. Por essa lei, a partir de 1º de janeiro de 2022 os balanços das empresas com ações negociadas em bolsa devem ser publicados de modo resumido em veículos de imprensa na localidade sede da companhia e na sua integralidade nas versões digitais dos mesmos jornais”, diz a associação.

Minha opinião:
Gosto de ler balanços nos jornais. Assino um jornal físico por este motivo. Além disto, pesquisas mostram que a leitura em papel conduz a melhores decisões que em ambiente virtual. Mas é impossível não apoiar uma iniciativa que reduz a burocracia e melhora o ambiente de negócios.
Isto irá reduzir o custo de evidenciação das empresas. E acreditando no princípio da evidenciação ampla, o prejuízo não será tão elevado assim.

Publicação em Jornais

A Medida provisória 892/2019 alterou a Lei 6404 com respeito a publicação das demonstrações contábeis. Eis as mudanças:

Anteriormente:
Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande circulação editado na localidade em que está situada a sede da companhia.

§ 1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que as publicações ordenadas por esta Lei sejam feitas, também, em jornal de grande circulação nas localidades em que os valores mobiliários da companhia sejam negociados em bolsa ou em mercado de balcão, ou disseminadas por algum outro meio que assegure sua ampla divulgação e imediato acesso às informações.

§ 2º Se no lugar em que estiver situada a sede da companhia não for editado jornal, a publicação se fará em órgão de grande circulação local.

§ 3º A companhia deve fazer as publicações previstas nesta Lei sempre no mesmo jornal, e qualquer mudança deverá ser precedida de aviso aos acionistas no extrato da ata da assembléia-geral ordinária.

§ 4º O disposto no final do § 3º não se aplica à eventual publicação de atas ou balanços em outros jornais.

§ 5º Todas as publicações ordenadas nesta Lei deverão ser arquivadas no registro do comércio.


Proposta:
Art. 289. Art. 289. As publicações ordenadas por esta Lei serão feitas nos sítios eletrônicos da Comissão de Valores Mobiliários e da entidade administradora do mercado em que os valores mobiliários da companhia estiverem admitidas à negociação.

§ 1º As publicações ordenadas por esta Lei contarão com a certificação digital da autenticidade dos documentos mantidos em sítio eletrônico por meio de autoridade certificadora credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput, a companhia ou a sociedade anônima disponibilizará as publicações ordenadas por esta Lei em seu sítio eletrônico, observado o disposto no § 1º.

§ 3º A Comissão de Valores Mobiliários, ressalvada a competência prevista no § 4º, regulamentará a aplicação do disposto neste artigo e poderá:
I - disciplinar quais atos e publicações deverão ser arquivados no registro do comércio; e
II - dispensar o disposto no § 1º, inclusive para a hipótese prevista no art. 19 da Lei nº 13.043, de de 13 de novembro de 2014.

§ 4º Ato do Ministro de Estado da Economia disciplinará a forma de publicação e de divulgação dos atos relativos às companhias fechadas.

§ 5º As publicações de que tratam o caput e o § 4º não serão cobradas.


O que significa:
Acaba a obrigatoriedade de publicação em jornal. Ruim para alguns órgãos da imprensa, que tinha na publicação das demonstrações, uma fonte de receita. Também acaba, a priori, o depósito no registro do comércio. Isto será feito sem custo. Além disto, o Ministro da Economia que irá determinar sobre a publicação das companhias fechadas. Ou seja, não sabemos o que irá ocorrer.

Além disto, a Medida provisória revogou os artigos 6o e 7o.

§ 6º As publicações do balanço e da demonstração de lucros e perdas poderão ser feitas adotando-se como expressão monetária o milhar de reais.
§ 7º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, as companhias abertas poderão, ainda, disponibilizar as referidas publicações pela rede mundial de computadores.


Assim como os artigos relacionados com a publicação em jornais de demonstrações resumidas.

Resultado da Petrobras

A Petrobras divulgou o resultado no final de semana passado. O destaque seria a redução da dívida da empresa, conforme aqui. Além disto, a empresa alardeia seu enxugamento, vendendo unidades. Será isto mesmo?

Os dados apresentados abaixo começam no final de 2010 e atravessam o escândalo de corrupção (na verdade, o efeito do escândalo, já que os problemas de corrupção eram anteriores). A partir das informações contábeis, temos alguns gráficos interessantes (atenção: os valores não estão corrigidos):


No final de setembro de 2015 a empresa estava lotada de caixa: quase 100 bilhões de reais. Desde então, o volume de caixa reduziu para um patamar acima dos 60 bilhões. Mas no final de março chegou a 36 bilhões. No final do primeiro semestre, aumentou para 64 bilhões, bem acima do início da década, mas ainda abaixo do ponto máximo. Isto corresponde, aproximadamente, a receita trimestral da empresa. Ou seja, a posição de maior liquidez da empresa não é tão ruim assim.

Se a empresa está reduzindo seus investimentos, o Ativo não Circulante deveria estar reduzindo. Mas o gráfico mostra que não é bem assim. Este grupo chegou a 755 bilhões (novamente em setembro de 2015), mas reduziu seu valor. Uma parte disto foi devido ao plano de venda de ativos; outra parte, resultado do reconhecimento da imparidade. No final do primeiro trimestre do ano, o não circulante chegou a 800 bilhões e caiu para 784 de agora.
O comportamento do não circulante está explicado no imobilizado. A empresa tem um imobilizado de quase 700 bilhões de reais. Se a empresa produzisse um resultado de 42 bilhões por ano com este ativo, o valor não seria nada impressionante: corresponde ao que seria obtido aplicando a taxa Selic. 

O gráfico acima mostra o peso deste ativo. No final do primeiro semestre, o ativo da empresa era de 965 bilhões. Em termos nominais é o maior valor alcançado pela empresa. Novamente é possível notar que a empresa volta a crescer, sendo que uma grande parte deste crescimento é financiada por dívida onerosa (linha vermelha do gráfico acima).
O problema é que o custo da dívida tem aumentado nos últimos tempos. Veja no gráfico acima que a divisão da despesa financeira por Empréstimos e Financiamentos é maior que 2% ao trimestre. (Aqui, comparamos a despesa do trimestre com o saldo inicial de Empréstimos e Financiamentos. Não retiramos os efeitos cambiais). Ou seja, a empresa está captando a juros maiores. Uma vez que a inflação reduziu nos últimos anos, o custo real tem aumentado. 
O gráfico acima mostra a percentagem do passivo sobre o ativo e a relação entre a dívida onerosa e o total do ativo. Ou seja, a prioridade da empresa em reduzir a alavancagem não é tão "prioridade" assim. Dois pontos positivos na empresa: desde a crise da corrupção a Petrobras tem gerado um caixa das atividades operacionais entre 20 a 25 bilhões de reais; e o ciclo de prejuízo parece ter finalizado.


O problema é que com mais ativo, a rentabilidade exigida pelo acionista tende a ser maior. Assim, apesar de estar gerando lucro, a empresa talvez ainda não esteja agregando valor para o acionista.

Contabilidade do PCC

O PCC (Primeiro Comando da Capital) criou um sistema de tributação de crimes e chegou a cobrar até R$ 250 por mês de seus integrantes para sustentar suas atividades. O esquema foi revelado pelo delegado Ricardo Hiroshi Ishida, da PF (Polícia Federal), responsável por investigações sobre crime organizado em Curitiba. Ishida acompanhou nesta manhã a operação Cravada, que visa desarticular a rede de financiamento da facção criminosa e prendeu 20 pessoas em sete estados. "É como se houvesse um sistema de tributação do crime", afirmou o delegado, descrevendo o financiamento do PCC. "Se pegarmos um salário mínimo de hoje [R$ 998], 25% desse valor iria para essas contribuições para a facção criminosa", explicou.

De acordo com o delegado da PF Martin Bottaro Purper, coordenador da operação Cravada, a estimativa é que o PCC obtinha até R$ 1 milhão por mês com essas contribuições. Esse valor era distribuído por cerca de 400 contas bancárias para evitar seu rastreamento e, de lá, saia para financiar compra de armas, drogas, pagamento de despesas de familiares de membros da quadrilha e para remunerar lideranças.

"Eles arrecadam valores em rifas ou mensalidades. Esse valor sai da base e chega para os líderes, que administram o dinheiro", disse Purper. "Tudo é feito para que os líderes tenham bastante dinheiro, a base sustente e vários crimes sejam cometidos com ajuda do financiamento". Segundo a PF, toda a contabilidade era era feita pelos próprios presos de dentro dos presídios. Na operação Cravada, a PF constatou que funcionava no presídio estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, uma espécie de central de administração dos recursos.
(...)

O superintendente regional da PF no Paraná, o delegado Luciano Flores, disse que as mais de 400 contas bancárias usadas pelo PCC foram bloqueadas por ordem judicial. Ele espera que a operação e o bloqueio sirva para "asfixiar os meios de financiamento da facção". "Que o dinheiro deixe de circular e financiar crimes violentos", afirmou.

Fonte: Aqui

Mais sobre a contabilidade do PCC aqui e aqui.

Introdução à Contabilidade | Prof. Odair Correa



Eu fico muito feliz ao ver o pessoal da minha turma de mestrado conquistando o mundo por aí. Hoje o Odair nos enviou um vídeo, pois está adentrando o mundo do ensino a distância. No vídeo ele faz uma excelente introdução à contabilidade.

Sucesso, amigo querido! Você nasceu pra isso!!

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

05 agosto 2019

Siga o dinheiro

Nos últimos anos, a luta contra corrupção, terrorismo e outros crimes, encontraram no rastreamento da movimentação financeira um instrumento bastante importante. Brasileiros, conhecemos como isto pode ocorrer através da história recente de nosso país. Dois outros exemplos mostram como isto também ocorrem em situações distintas:

Um documento do Centro Stigler (via aqui) mostra que a crítica ao uso do rastreamento financeiro para descobrir o foco do terrorismo pode ser inadequado. O documento mostra que é possível reduzir os ataques de terroristas a partir de um estudo realizado no Paquistão.

Primeiro, o financiamento do terrorismo afeta o tipo de ataque terrorista que estão sendo planejados. (...) Em segundo lugar, [há] aumento dos ataques que está ligado aos grupos terroristas que desfrutam de um aumento no financiamento.

Outra situação foi revelado pelo ProPublica e WSJournal (via aqui) que alguns pais evitam o custo das mensalidades da faculdade nos EUA. Em alguns lugares, há ajuda financeira para os “necessitados”. Os país, para obterem este tipo de ajuda, “desistem” da custódia dos filhos. E assim, podem se qualificar para auxílios. Este tipo de fraude ocorre pelo fato do custo da educação estar aumentando nos últimos anos.

03 agosto 2019

Big Data e Pesquisa em Ciências Humanas/Sociais

Salganik, em Bit by Bit: Social Research in the Digital Age, faz um interessante apanhado sobre o uso de Big Data em pesquisa social. O autor, um sociólogo da Princeton, considera três grandes vantagens e três desvantagens neste tipo de fonte de dados.

As vantagens são: big, always-on e não reativo. O que significa isto? Segundo Salganik, o fato de termos um grande número de dados permite que o pesquisador possa estudar eventos que são raros, estudar a heterogeneidade de maneira mais completa (eu posso pesquisar o homem branco, que vive em Brasília, com idade de 20 anos e que torce para o América de Natal) e conseguir detectar diferenças que são pequenas. A segunda grande vantagem é o fato de estar constantemente coletando informações. Se uso o Twitter para saber como as pessoas estão pensando sobre a economia, posso fazer uma pesquisa com as últimas mensagens que foram postadas. Finalmente, a base de dados onde podemos obter um grande número de informações geralmente são não reativas. Ou seja, o comportamento das pessoas não muda por estarem sendo observadas ou suas opiniões não se alteram na frente de um pesquisador. Assim, uma pessoa que está pesquisando no "search" do Google tenderá a ser mais verdadeiro que aquela pessoas diante de uma questão de uma pesquisa (vide o que diz o livro Todo Mundo Mente)

Mas o uso do big data em pesquisa possui sete inconvenientes. Alguns dos problemas apontados podem ser solucionados. Mas não deixam de representar um risco para qualidade da pesquisa. Os problemas são: incompletude, inacessibilidade, não representatividade, drifting, influenciado pelo algoritmo, sujeira e o fato de ser sensível. Em geral informações derivadas de big data não foram feitas para a sua pesquisa.Isto significa dizer que nem toda informação estará disponível. Se desejo saber o efeito da raça na escolha de um time de futebol, talvez não tenha esta informação no Facebook. Assim, o big data geralmente é falho nas informações demográficas. É possível resolver parte deste problema com técnicas, como imputação ou fazendo cruzamento de bases diferentes.

Um segundo problema é a inacessibilidade. Poucos pesquisadores possuem acesso da base de dados do Facebook. E quando conseguem este acesso, precisam fazer compromissos que podem prejudicar a pesquisa. A questão da inacessibilidade é muito menos uma barreira tecnológica do que problemas legais, éticos e de negócios.

Grande número de dados é bom para pesquisa, mas muitas vezes eles não representam a população de maneira adequada. A não representatividade faz com que uma pesquisa usando as postagens do Twitter não sejam representativos já que está restrito as pessoas que possuem conta nesta rede social e utilizam de maneira regular. Assim como Salganik, não acredito que isto seja um empecilho para pesquisa. O autor faz uma discussão importante ao lembrar que dificilmente uma amostra da população consegue ser realmente representativa em todos os aspectos. 

Drifting significa aqui mudança. Grandes bases de dados precisam lidar com mudanças na forma como as pessoas usam um sistema, que pessoas usam o sistema e com as mudanças do sistema. Parece-me que o Facebook teve, ao longo do tempo, este tipo de mudança: inicialmente, a rede social no Brasil era predominantemente habitada por jovens; com o tempo, pessoas mais idosas passaram a se cadastrar na rede. Muitos jovens transferiram sua preferência para o Instagram, nos anos recentes. Este tipo de mudança pode alterar os resultados coletados com dados do Facebook, por exemplo.

Uma mudança técnica ocorre no próprio algoritmo. Recentemente, uma rede social passou a não divulgar mais o número de likes em cada postagem. Isto naturalmente afeta os dados coletados nesta rede social. Este problema é importante, já que muitos sites estão mudando constantemente sua configuração, procurando maximizar o tempo de navegação do usuário no mesmo. Se estas mudanças não estão documentadas, podem influenciar os resultados obtidos nas pesquisas.

As fontes de um grande número de dados geralmente são sujas. Ou seja, são afetadas por porcarias, como spam. O número de hastags pode ser manipulado por robôs e isto tem sido feito com bastante frequência. Mesmo uma Wikipedia pode ser editada, apesar dos controles existentes para evitar manipulações nos verbetes.

Finalmente, o Big Data é uma informação sensível. Imagine que deseja verificar o volume de pesquisa da minha universidade através do uso da rede existente lá. Se o objetivo da pesquisa é procurar saber quais as áreas que estão sendo objeto de interesse por parte dos alunos e docentes, o endereço da internet que está sendo consultado agora pode representar uma fonte de informação valiosa. Entretanto, com este tipo de informação, a pesquisa irá descobrir que muitas pessoas usam a rede para assistir um filme na Netflix, ou um jogo de futebol ou até um site pornográfico. A informação obtida pode revelar preferências sexuais e ideológicas, dados pessoais que podem constranger as pessoas. Isto explica a inacessibilidade deste tipo de informação.

50 anos da Revolução de Ball e Brown na contabilidade

In the early to mid 1960s, the finance world had a very low opinion of accounting, particularly in terms of financial statement information. The generally accepted wisdom was that such accounting was of no value in the assessment of a business’s worth, and was therefore completely unrelated to such investment matters as stock prices. It’s an attitude that seems absurd today.

The respect in which accounting is currently held is partly due to the work done by two young Australians at the University of Chicago. One was Philip Brown. The other was Ray Ball, who arrived at the university’s hallowed halls a few years after Brown.

“When I arrived the place just crackled with ideas,” Ball, who was four-and-a-half years younger than Brown, says.

“You would walk into the faculty lounge and say something and someone would immediately get up and start writing on the blackboards, trying to dissect the idea, pull it apart and play with it.

[...]

The idea that Ball and Brown challenged was the one around the value of accounting. The lowly opinion of the profession came from the fact that, at the time, there were so many different methods accountants could choose to produce various financial results. It led to the belief that number crunchers were simply employed to hoodwink investors or creditors.

This was a serious issue at the time. An academic paper written by another Australian accounting heavyweight, R.J. Chambers, concluded that from a single set of organisational transactions, the various accounting methods available meant it was possible to report 30 million different profit figures. Another problem was historical-cost accounting, which did not take inflation into account and therefore, on balance sheets, did not compare like with like.

Ball and Brown believed that accounting would never have played such a central role in business and finance for so many centuries if it truly lacked value and meaning.

They decided to run a study, which, put very simply, would find out whether and how share prices had reacted to information captured in financial statements in the past. The pair did so by crunching big data, and the data really was big. The computer (the only one at the University of Chicago) filled two rooms!

“It took up an enormous space, but the size of its memory was one two-millionth the size of my iPhone’s memory,” smiles Ball, who is now the Sidney Davidson Distinguished Service Professor of Accounting at the University of Chicago Booth School of Business.

“When one person was running a job on it, nobody else in the university could do any computing. The file of historical stock returns was on magnetic tape that took three minutes for the computer to read from one end to the other.”

The results of their study empirically demonstrated for the very first time that accounting figures were of immense value to investors. Accounting reports, such as annual reports, profit reports and profit warnings, correlated directly with shifts in stock prices.




Also, the now famous “Figure 1” graph in their published paper – “Ball and Brown (1968): An Empirical Evaluation of Accounting Income Numbers” – clearly illustrated the fact that the market anticipated profit reports, building value into a stock (or taking it away) in the lead-up to a report, as well as responding with a rise or fall in value after a report’s release.

The article was originally rejected by The Accounting Review, partly because it was all but impossible to find a referee with the knowledge to handle the submission, but also because editors felt it had “little to do with accounting”.

However, in 1968, when Nicholas Dopuch (also remembered as a transformational figure in accounting research) was appointed as editor of The Journal of Accounting Research, the study finally earned its place in history.
The result

In the pre-internet era, news didn’t spread quickly. Ball and Brown returned to Australia and got on with their lives. Academics mostly reacted to their paper with indifference. The typical financial academic, Brown says, went on believing financial statement information meant nothing. Still, in the absence of the two young Australians, their research study took on a life of its own.

As more academics cited “Ball and Brown (1968)” in their own work, people began to take notice. Eventually, those in the academic and financial realms recognised the work as a true classic.

“Overall, ‘Ball and Brown (1968)’ expressed a view of information in markets that was new to the accounting literature, and contributed to a sea change in attitudes toward financial markets, disclosure, and financial reporting,” the pair wrote in a 2014 paper called “Ball and Brown (1968): A Retrospective”, published in The Accounting Review.

“Viewed more generally, the research demonstrated that accounting is a viable area for market-based and information-economics reasoning, at a time when these areas were just being developed. It helped elevate the status of accounting research among colleagues in adjacent areas and in universities generally. We are fortunate and proud to have authored it.” 
 Figure 1.


Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio


02 agosto 2019

Atividades do Iasb

Para quem deseja acompanhar as atividades do Iasb, aqui um sumário da reunião do Board ocorrida em julho. Pelo presidente e vice do Board. Um sumário do grupo IFRS Taxonomy Consultative Group (ITCG), que teve uma reunião em junho de 2019 pode ser encontrado aqui. O encontro do Iasb e o Fasb e a reunião do Iasb, sob a perspectiva da Deloitte que faz observações sobre os projetos da entidade internacional pode ser obtido aqui .

Novo Representante do Brasil no Board do Iasb

Em substituição ao Amaro Gomes no Board do Iasb, a entidade sem fins lucrativos com sede em Londres, colocou Tadeu Cendon (fotografia). Apesar de não existir uma "cadeira cativa" para o Brasil, Cendon seria o substituto de Amaro. Eis uma breve biografia:

Mr Cendon has almost three decades of experience in auditing and consulting. He joins the Board from PwC Brazil Accounting and Consulting Services, where he has worked as Partner responsible for providing accounting advice to audit teams and multinational companies reporting under IFRS Standards. He has also served as the Director for Professional Development at the Brazilian Institute of Independent Auditors (IBRACON).


Ou seja, Cendon é originário de uma Big Four. Seu mandato deve ir até julho de 2024

Desfile da Victoria´s Secret

Adriana Lima se despedindo em seu último desfile, em 2018
O badalado desfile anual da Victoria's Secret foi cancelado. Seguem trechos interessantes da reportagem da Vogue:

[...] o desfile da Victoria’s Secret não acontecerá este ano. A informação ainda não foi confirmada pela grife, que já havia comunicado em maio que a apresentação de 2019 não seria televisionada pela primeira vez em quase duas décadas.

Sendo confirmada ou não, a possibilidade do show acabar representa o fim de uma era: o evento acontecia anualmente desde 1995 e ao, longo do tempo, se transformou no maior acontecimento do business, com apresentações apoteóticas de celebridades como Rihanna e Justin Bieber. Ser eleita uma Angel era o ápice da carreira de uma modelo.

A marca, no entanto, já vinha sendo amplamente criticada pela falta de diversidade na passarela. Enquanto novas grifes de lingerie como a Savage X Fenty, comandada por Rihanna, celebram todos os tipos de mulheres e corpos, a VS seguia presa ao seu próprio padrão de beleza, completamente ultrapassado.
[...]

A polêmica declaração de Razek é o perfeito retrato de que a Victoria´s Secret não tem olhado para o mundo ao seu redor, presa a seu antigo case de sucesso, que ficou ultrapassado. O desfile fazia sentido em uma época que a moda valorizava um único padrão de beleza. Mas – finalmente! – a indústria mudou. Estamos vivendo um novo momento, que celebra a diversidade, a personalidade, homens e mulheres reais. O consumidor passou a ter voz ativíssima, nada mais é imposto. [...]

A própria audiência do desfile já havia sofrido um enorme impacto: ao longo dos últimos anos, os expectadores caíram de 9,7 milhões de pessoas (2013) para 3,3 milhões (2018). [...]

O descontentamento com a marca já podia ser sentido também nas vendas: em 2018, as ações da L Brands caíram 41% devido à desaceleração das vendas na Victoria´s Secret. No mesmo ano, foram fechadas 30 lojas da marca – para 2019, a previsão é que outros 53 endereços encerrem as atividades. “O problema vai muito além do desfile em si”, pondera Ju Ferraz, colunista do Vogue Gente. [...]

Fundada nos anos 70, a Victoria´s Secret nasceu em meio a uma revolução sexual (a pílula anticoncepcional havia chegado ao mercado na década anterior) e foi um importante marco para a época, uma das primeiras marcas a vender lingerie tão abertamente, em lojas dedicadas exclusivamente à roupa íntima – era empoderador (e sexy) ter controle sobre o próprio corpo.
“Já nos anos 90, as supermodels agregavam à marca de underwear um status que nenhuma outra teve no mundo”, relembra Pedro Sales, diretor de moda da Vogue. “Ganhando fortunas, Gisele, Stephanie Seymour e Naomi riscavam a passarela, ovacionadas como grandes artistas do showbiz. No Brasil, fazer parte do casting foi o sonho de muitas meninas, que viam em modelos como Adriana Lima, Alessandra Ambrosio e Lais Ribeiro uma carreira cheia de fama e altos cachês.”

[...] Mas o mundo mudou e a Victoria´s Secret se afundou no próprio case que criou, hoje antiquado.”

Em 1982 a The Limited (L Brands, atualmente) comprou a Victoria’s Secrets por US$ 1 milhão. Les Wexner, dono da marca, é hoje a 413ª pessoa mais rica do mundo, segundo a Forbes.

Rir é o melhor remédio


01 agosto 2019

Gerenciamento de Impressão

The aim of this study is to investigate the evidence of impression management in terms of selectivity or improved presentation in the graphs and charts used by companies. The reports of 180 Brazilian companies between 1997 and 2014 were analysed. The variables tested were: company size, profitability, age, variation in results, report size and publication period. The results indicated that there is a significantly positive relationship between financial performance and the total amount of graphs and charts, in particular those with key financial information (net income, net revenue and dividends) and those with improved or enhanced presentation. This is a sign of impression management in the reports analysed. It was verified a relationship between the company’s age and the low amount of graphs and charts used by the company during the initial years of the analysis period to disclose financial information in their reports.

Impression management using graphical resources in Brazilian company reports. Keylla Dennyse Celestino da Silva; Fernanda Fernandes Rodrigues; e César Augusto Tibúrcio Silva. Int. J. Accounting and Finance, Vol. 9, No. 1, 2019

Números de Brumadinho

Ontem a Vale divulgou suas informações referentes ao segundo trimestre. A divulgação desperta interesse, não somente pelo tamanho e importância da empresa. Mas também pela posição da gerência com respeito a tragédia de Brumadinho.

É bem verdade que o assunto não é novo, já que o problema ocorreu em janeiro e a empresa já tinha divulgado uma informação anteriormente. Mas passados alguns meses, é possível perceber que o desastre ambiental ainda repercute no desempenho. E ainda irá afetar este desempenho nos próximos meses.

O principal número é a provisão que a empresa faz para cobrir os problemas causados pela barragem. Os números indicam um valor de 6 bilhões na DRE dos seis primeiros meses, sendo 4,5 relacionados com o primeiro trimestre (fonte: aqui). Este valor inclui os acordos na justiça, a compensação dos danos, multas e despesas. O fato de ser o segundo desastre ambiental em menos de quatro anos certamente afetou o valor da provisão (o outro desastre, da Samarco, a Vale fazia parte da joint-venture).

Já segundo o Valor o impacto seria de 23 bilhões! Eis o trecho:

O provisionamento de R$5,3 bilhões feito pela Vale no segundo trimestre devido ao rompimento da barragem em Brumadinho se somou aos 17,315 bilhões de provisões e despesas registrados pela empresa no primeiro trimestre. Contando outros R$621 milhões em despesas incorridas pela empresa no segundo trimestre, o acidente com a barragem causou até o momento impacto de R$23,236 bilhões no balanço da mineradora.

Confesso que não encontrei este valor de R$17,315 bilhões. Isto contraria até o valor divulgado pela empresa.

Rir é o melhor remédio


31 julho 2019

Muito trabalho para o IASB

A figura acima resume os próximos trabalhos para o IASB. (Foi elaborada a partir de informação deste site). Mais normas. Dois projetos grandes - relatório da administração e demonstrações primárias - e várias "emendas" as normas existentes.

Prever sucesso empresarial é difícil

Resumo:

We compare the absolute and relative performance of three approaches to predicting outcomes for entrants in a business plan competition in Nigeria: Business plan scores from judges, simple ad-hoc prediction models used by researchers, and machine learning approaches. We find that i) business plan scores from judges are uncorrelated with business survival, employment, sales, or profits three years later; ii) a few key characteristics of entrepreneurs such as gender, age, ability, and business sector do have some predictive power for future outcomes; iii) modern machine learning methods do not offer noticeable improvements; iv) the overall predictive power of all approaches is very low, highlighting the fundamental difficulty of picking competition winners.


Fonte: Predicting entrepreneurial success is hard: Evidence from a business plan competition in Nigeria

Seminário Internacional


Caixa e Equivalentes

O gráfico abaixo mostra a evolução, nos últimos meses, do Caixa e Equivalente de 278 empresas brasileiras. 

O volume de caixa tem-se mantido estável nos últimos anos. Entretanto, o número é influenciado por grandes empresas. Usando somente a mediana temos:
A Petrobras, que chegou a ter quase 100 bilhões de reais em setembro de 2015. Este valor caiu para 54 bilhões em março de 2019 e 36 bilhões em junho de 2019. 

Rir é o melhor remédio


30 julho 2019

Máquinas não vão dominar o mundo


Stephen Hawking envisioned an AI apocalypse and noted astronomer Sir Martin Rees envisions cyborgs on Mars. A tech analyst thinks robots should run for office. Never mind, Dilbert’s creator, Scott Adams, thinks we’ll soon be ruled by The Algorithm anyway. And cosmologist Max Tegmark explains how he thinks AI could end up running the world. It’s a cool apocalypse but does that make it more likely?

Here are some of the true limitations on machine intelligence, for the next time the subject comes up over coffee:

● Computer science professor Robert J. Marks points out that machine intelligence is much more sophisticated today than in the past but it hasn’t fundamentally changed: “A bigger computer would be like a bigger truck. All a truck can really do is haul things and all computers can really do is calculate. Limitations on computer performance are constrained by algorithmic information theory. According to the Church-Turing Thesis, anything done on the very fast computers of today could have been done—in principle—on Turing’s original 1930’s Turing machine. We can perform tasks faster today but the fundamental limitations of computing remain.”

● Software pioneer François Chollet points out that an intelligence is not capable of designing an intelligence greater than itself.

Melanie Mitchell, Professor of Computer Science at Portland State University warns that machines do not understand what things mean. However powerful, they will always be vulnerable to malicious takeovers:


Numerous studies have demonstrated the ease with which hackers could, in principle, fool face- and object-recognition systems with specific minuscule changes to images, put inconspicuous stickers on a stop sign to make a self-driving car’s vision system mistake it for a yield sign or modify an audio signal so that it sounds like background music to a human but instructs a Siri or Alexa system to perform a silent command.
Melanie Mitchell, “Artificial Intelligence Hits the Barrier of Meaning” AT New York Times

Those who say that a system can be designed that is sophisticated enough to prevent that miss the point: The hacker is looking for a vulnerability due to the fact that the system only mimics understanding but does not possess it. To the extent that the system does not possess understanding, such points will probably always exist.

● Computer engineer Eric Holloway reminds us that a defining aspect of the human mind is its ability to create mutual information. You might understand a sign you have never seen before because you can guess, on your own, what someone might be trying to tell you. Machines operate according to randomness and determinism but Levin’s Law of independence conservation states that “no combination of random and deterministic processing can increase mutual information.”

● Software architect Brendan Dixon adds that human intelligence is not simply a matter of IQ; culture plays an important role. The geniuses who develop great ideas are working within a surrounding culture of other unique people with ideas. One can input a great deal of information into a system but the system isn’t a culture in the same way.

● Finally, physicist Alfredo Metere of the International Computer Science Institute (ICSI) insists that AI must deal in specifics but humans live in an indefinitely blurry world that is always changing:


AI is a bunch of mathematical models that need to be realised in some physical medium, such as, for example, programs that can be stored and run in a computer. No wizards, no magic. The moment we implement AI models as computer programs, we are sacrificing something, due to the fact that we must reduce reality to a bunch of finite bits that a computer can crunch on.Alfredo Metere, “AI will never conquer humanity. It’s too rational.” at Cosmos

So, given these limitations, is AI a threat to democracy? The main problem that neurosurgeon Michael Egnor sees is its obscurity. We often don’t know how AI is being used:


What algorithms does Google use when we search on political topics? We don’t know. It is inevitable that such searches are biased, perhaps deliberately, perhaps not… It is not far-fetched to imagine self-driving cars “choosing” routes that go past merchants who “advertise” surreptitiously, using the autonomous vehicles. How much would Mc Donald’s pay to route the cars and slow them down when they pass the Golden Arches? How much would a political party pay to skew a Google search on their candidates?

In short, the real concern is not that the machine will run the show but that the machine’s owners will run it and we won’t know exactly how they are doing it. They’ll say they don’t know how they are doing it either. It just somehow happened.

Assuming we get past that, non-hype experts think that our future is more likely to include coexisting with AI and robots than having our lives run by them:


Once people come to understand how limited today’s machine learning systems are, the exaggerated hopes they have aroused will evaporate quickly, warns Roger Schank, an AI expert who specialises in the psychology of learning. The result, he predicts, will be a new “AI winter” — a reference to the period in the late 1980s when disappointment over the progress of the technology led to a retreat from the field… David Mindell, a Massachusetts Institute of Technology professor who has written about the challenges of getting humans and robots to interact effectively, puts it most succinctly: “The computer science world still has a long way to go before it has a clue about how to deal with people.” Richard Waters, “Artificial intelligence: when humans coexist with robots” at Financial Times

And with that, of course, supercomputers are not going to be much of a help.

Fonte: aqui

Resultado de imagem para ai winter

Ordem dos fatores

Salganik, em Bit by Bit, conta uma história bem curiosa para reforçar que a forma como é feita uma pergunta pode mudar a resposta. No caso, Salganik usa esta história para destacar os riscos de um questionário e de uma pergunta.

Dois padres, um dominicano e um jesuíta, estão discutindo se é pecado fumar e rezar ao mesmo tempo. Como não chegaram a uma conclusão, cada um vai consultar o seu superior. Tempos depois, ao se encontrarem, o dominicano pergunta:

- O que seu superior disse?

O Jesuíta responde:

- Ele disse que está tudo bem.

- Isto é engraçado, diz o dominicano. Meu superior disse que é pecado.

- O que você perguntou?, quer saber o jesuíta

- Eu perguntei se está certo fumar enquanto rezava.

- Oh, eu perguntei se está certo rezar enquanto fuma.