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29 fevereiro 2016

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Neurociência como profissão

Ganhou uma camisa autografada do Messi depois de aparecer na fotografia com um saco plástico pintado pelo irmão

Deficit das universidades federais supera 400 milhões

Citibank é investigado na corrupção da Fifa

Missão

Lucy Kellaway (Meu Trabalho não é mudar o mundo, e nem é o seu, Valor Econômico, 29/2/2016, para assinantes) discorre sobre as grandes missões de uma empresa. Entre o exemplos, uma empresa de contabilidade:

Ainda assim, a companhia que mais vem perseguindo um propósito maior é a KPMG. Ela pagou uma agência de propaganda para criar cartazes que perguntam: "O que você faz na KPMG?", juntamente com respostas que incluem "Nós lutamos pela democracia" e "Eu combato o terrorismo". A única resposta que ninguém parece ter dado é "Eu examino a contabilidade de empresas e sistemas de controle financeiro". 

(Foto: Aqui)

Adiamento

A Gerdau adiou a divulgação do balanço de 2015 para 15 de março, antes previsto para amanhã, dia 1º. "A postergação é importante para que a companhia analise os autos que envolveram a Gerdau, na recente fase da Operação Zelotes", afirma o vice-presidente executivo e Diretor de Relações com Investidores, Harley Lorentz Scardoelli, em fato relevante divulga há instantes.

Fonte: Estadão

Falência

Este artigo realiza uma revisão abrangente dos principais estudos publicados no Brasil e no mundo abordando os indicadores financeiros, amostra, métodos e eficiência preditiva dos modelos de previsão de falências a partir de 1930 até 2015. O levantamento selecionou, no total, 227 artigos sobre a temática, sendo 48 artigos nacionais e 179 internacionais. Após a seleção, esses trabalhos foram agrupados em cinco fases de acordo com suas características metodológicas e de escolha de indicadores financeiros. Dessa forma, este trabalho contribui com a organização dos principais modelos e indicadores de previsão de falências utilizados na literatura desde 1930. Sugere-se, para pesquisas futuras, que os autores foquem na utilização de modelos já existentes, e não no desenvolvimento de novos modelos, bem como na utilização de mais indicadores não contábeis aos seus modelos.

Para ler o artigo, clique aqui. Muito bom levantamento bibliográfico. Além disto, o estudo faz um levantamento dos índices mais usados; o detestável lucro líquido sobre ativo foi o mais usado.

Dívida pública continua subindo

Com o descontrole das contas públicas, o governo Dilma provocou uma explosão da dívida. Um dos indicadores usados para medir a saúde fiscal de um país, o endividamento bruto escalou desde o início do primeiro mandato e chegou a 66,2% do PIB no final do ano passado. Em dezembro de 2010, antes de Dilma, a taxa estava em 51,8%, alta de 14,4 pontos percentuais no período.

Apenas em 2015, a dívida bruta subiu 9 pontos. Com o agravante de que o Brasil paga uma das maiores taxas de juros do planeta. A conta paga pelos contribuintes ficou mais salgada. No ano, os juros nominais acumularam R$ 501,8 bi.




Fonte aqui


Em poucos meses a dívida vai bater em 80% em relação ao PIB.

Rir é o melhor remédio


28 fevereiro 2016

Fraude na fusão JBS e Bertin

A operação que uniu os dois maiores frigoríficos do País, o Bertin e o JBS, dono da marca Friboi, está sendo questionada pela Receita Federal. Para o Fisco, a estrutura societária do negócio, que ajudou a criar a maior empresa de proteína animal do mundo, em 2009, foi “fraudulenta”.

O caso está destrinchado em um procedimento fiscal feito em uma das empresas do grupo Bertin, que foi autuado em 3 bilhões de reais, em impostos e multas.

Apesar de a Receita se preocupar em cobrar tributos, ela aponta outras irregularidades. Houve a transferência, a “preço vil”, de participações para um investidor desconhecido. Os acionistas minoritários também foram prejudicados.

Fundo. As irregularidades, avalia a Receita, foram possíveis graças a uma estratégia particular. Apesar de sempre se falar em fusão, o JBS comprou o Bertin, diz a Receita. A aquisição ocorreu com uma troca de ações, sendo que os Bertin entregaram as suas para a holding da JBS – mas de maneira indireta. No negócio, o Bertin foi representado por um fundo de investimento, o FIP Bertin.

Ao ser criado, o patrimônio do fundo tinha ações do Bertin e era controlado pela família Bertin, que detinha 100\% das cotas. O Fisco apurou que, cinco dias antes do negócio, um novo cotista entrou no fundo: a Blessed, empresa de Delaware, um paraíso fiscal nos Estados Unidos, cujos sócios estão em Porto Rico e nas Ilhas Caymann.

A Blessed ficou com 67\% das cotas, que valiam cerca de 3 bilhões de reais, por 10 mil dólares. Ou seja: na largada, os Bertin aceitaram ser minoritários em seu próprio fundo por uma “bagatela”, diz o Fisco. Menos de um ano depois, houve nova cessão de cotas, por 17 mil reais. A Blessed hoje tem 86\% do fundo, e ainda faz parte do grupo JBS com o nome de Pinheiros.

O gestor até 2012 era o Citibank, que por ter participado “bovinamente” das operações, diz o Fisco, é solidário na multa. O Citi entrou na Justiça para tentar reverter as transferências das cotas e aliená-las, no caso de ter de assumir a multa. Procurado, não se manifestou.

Berkshire Hathaway

A Berkshire Hathaway informou o retorno anual desde 1965:

A empresa de investimento do bilionário Buffett teve um retorno médio de 20% ao ano. O ano passado não foi muito bom para a empresa: -12,5% contra quase 1% da SP500

GAAP e Pro forma

Estes é um daqueles gráficos (via aqui) que dizem muito. De cor escura, o lucro por ação segundo as normas de contabilidade geralmente aceitas. Em 2015 temos uma redução no LPA em relação dos dois anos anteriores. Da cor mais clara, o lucro por ação segundo a informação considerada pela gestão como mais adequada, que recebe o nome de pro forma.

História da Contabilidade: O papel da contabilidade pública segundo o Ministro da Fazenda

A história da contabilidade pública no Brasil é bastante rica e merece, por si só, um longo debate. De certa forma podemos dizer que a contabilidade pública é o reflexo da forma como os políticos e o povo enxerga o bem público. Se existe um zelo pelo bem público certamente a contabilidade pública será valorizada e respeitada. Isto é válido para a história como um todo, conforme demonstra Jacob Soll no livro The Reckoning (1).

Depois de várias postagens históricas sobre este assunto podemos concluir que a contabilidade pública no Brasil adotou, tardiamente, o método das partidas dobradas de maneira corriqueira e sistemática somente no século XX (2). Isto é espantoso e demonstra que de uma maneira geral a contabilidade pública reflete a falta de zelo com o bem público no nosso país.

Nas pesquisas realizadas tenho encontrado muitas normatizações. Mas a sensação geral é que existiu, na história brasileira, um grande descasamento entre a lei e a prática contábil na área pública. O exemplo mais claro disto foi citado anteriormente: a adoção das partidas dobradas. Embora a maioria das citações insiste em destacar a norma de 1808, com a chegada da família real no Brasil, que obrigava a adoção das partidas dobradas, no início do século XX isto ainda não era uma realidade. Isto enfatiza a necessidade de estudarmos a contabilidade pública não sob a ótica das normas, mas da prática existente.

Como consequência, tenho sido cético nas minhas pesquisas quando encontrou uma norma ou um discurso sobre este assunto. Minha preferência tem sido na contabilidade das entidades privadas, justamente aquelas onde a documentação é menor.

Mas tive a grata surpresa de encontrar um discurso, proferido pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda e publicado no O Brasil (3). Depois de expor a mazelas da situação contábil da administração, o ministro afirma:
A contabilidade é indispensável para as finanças públicas. Simples e tão atual.

(1) Voltaremos a falar sobre esta obra num futuro breve.
(2) Já mostramos como isto ocorre em postagens anteriores.
(3) O Brasil, 17 de janeiro de 1859, vol. Xii, n. 1563, p. 2. Provavelmente trata-se de Joaquim José Rodrigues Torres ou Visconde de Itaboraí. É interessante notar que Torres formou-se em matemática em Portugal; naquela época, a relação entre contabilidade e a matemática era muito próxima.

Rir é o melhor remédio


27 fevereiro 2016

Fato da semana

Fato da Semana: Prejuízo da Vale

Data: 25 de Fevereiro de 2016

Fonte: Vale

Precedentes:
1997 - A empresa Vale do Rio Doce é privatizada durante o governo do FHC. Nos anos seguintes a empresa teve uma forte expansão, adquirindo empresas e conquistando mercados.
2002 a 2013 - A Vale cresce, adquirindo empresas, como Inco, e conquistando mercados.
2015 - A redução da atividade econômica na China ajuda a derrubar o preço do minério. Ao mesmo tempo, uma subsidiária da empresa é responsável pelo maior desastre ambiental do Brasil.

Notícia boa para contabilidade? Apesar do elevado prejuízo, nós somos otimistas. A empresa divulgou um resultado que reflete sua realidade (ao contrário do controverso resultado da Petrobrás do ano passado). A contabilidade fez a sua parte em mostrar o que estava ocorrendo na empresa. Outro aspecto é que a empresa ainda é viável.

Desdobramentos - A situação ainda será difícil para a empresa em 2016. A empresa poderá desfazer de alguns negócios para enfrentar os desafios futuros.