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28 outubro 2012

Custos e medicina

Você já foi ao consultório médico e saiu de lá com pedidos de exames que considerou descenessários? Eu não sou médica, aliás, adio o máximo possível a minha visita a um especialista (a não ser ao oftalmologista – míopes, uni-vos), mas acredito possuir uma capacidade mínima para julgar a necessidade, ou não, de certos tratamentos de saúde.

Quando eu descobri a existência de exames periódicos anualmente obrigatórios quase dei um chilique interno. No dia em que me entregaram um encaminhamento para o cardiologista (que inicialmente só era obrigatório a partir dos 30) senti o meu tempo desrespeitado. Quando cheguei ao tal cardiologista (após ouvir uma bronca sobre como eu era muito nova para estar ali), além do eletrocardiograma (parte obrigatória dos exames periódicos) o tal doutor ainda acrescentou um teste ergométrico, aí eu fiquei ponderando a possibilidade deu me rebelar e ainda assim conseguir ter o meu relatório carimbado e preenchido por ele.

Antes que vocês me deem uma bronca, acho importante salientar que pesquisas demonstram uma grande variação na forma como os médicos diagnosticam e tratam os pacientes em condições médicas similares, refletindo custos médicos ineficientes e desnecessários.

Então vamos aproveitar para discutir o trabalho “Accounting and Medicine: An Exploratory Investigation into Physicians’ Attitudes Toward the Use of Standard Cost-Accounting Methods in Medicine” dos autores Greg M. Thibadoux, Marsha Scheidt e Elizabeth Luckey publicado no Journal of Business Ethics em 2007.

Os pesquisadores da área de saúde têm estudado formas de reduzir as variações existentes entre as práticas de cada médico com base em certa padronização – objetiva-se reduzir custos de tratamento ao mesmo tempo em que garanta a qualidade.
Nos Estados Unidos existem diretrizes denominadas Evidence Based Best Practices (EBBP – Melhores Práticas Baseadas em Evidências), fundamentadas em resultados de estudos científicos que fornecem evidências sobre como atingir o melhor resultado da maneira mais custo-eficiente.

Os responsáveis pelo fornecimento de tratamentos na área da saúde investigam formas de “amarrar” a utilização de recursos aos protocolos médicos, na tentativa de monitorar e controlar os custos. Sim, é considerada uma atitude controversa já que reportam e destacam as práticas de cada médico (como o número de testes solicitados e a adoção de terapias específicas) e podem influenciar abordagens clínicas.

Assim, o objetivo do estudo em questão foi a análise da percepção dos clínicos sobre a ligação entre um sistema de custos padronizados de acordo com as diretrizes EBBP. Para isso, os autores questionaram a nove médicos quais as reações e preocupações que advinham da combinação entre os custos e a diretrizes. As respostas mais importantes foram as categorizadas em “centrada em ética”, ou “preocupada com a implementação e utilização do sistema baseado em custos relativamente a EBBP”.

As questões éticas foram citadas com mais frequência. Dos nove profissionais envolvidos, oito demonstraram preocupação sobre as implicações éticas da utilização de custos padronizados na medicina. Um participante afirmou que se os relatórios dos médicos forem utilizados apenas como base de dados financeiros, não há problema. Todavia, o problema surge caso a administração utilize essa base para se envolver de forma a repreender ou controlar a equipe médica. Ademais, uma variância positiva nos custos pode significar não uma melhoria, mas sim tratamento inadequado.

Se por um lado custos meenores de atendimento deixarão montantes disponíveis para investimentos em outras opções, tal como a melhoria da aparelhagem hospitalar, há de se ponderar sobre os benefícios que a padronização de atendimentos a saúde trarão. Apesar de claramente deixarem os custos dessa área mais eficientes, é necessário atentar às possíveis consequências para os pacientes e à qualidade do atendimento médico após a adoção dessas medidas.


27 outubro 2012

Off Topic: Apoio Emocional

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, nos últimos 45 anos, a taxa de suicídio cresceu 60% no mundo. Isso significa que, a cada ano, um milhão de pessoas tiram a própria vida – uma taxa de mortalidade de 16 por 100 mil habitantes, ou o mesmo que uma morte a cada 40 segundos. A notícia fica ainda pior por conta da expectativa de que esse número dobre até 2020.

Segundo dados da OMS, ao longo da vida, 17,1% dos brasileiros “pensaram seriamente em por fim à vida”, 4,8% chegaram a elaborar um plano para tanto, e 2,8% efetivamente tentaram o suicídio.

A média brasileira é de 25 suicídios por dia, número só inferior ao de mortes no trânsito e homicídios. Vale lembrar que o número real de suicídios pode ser bem maior, visto que muitas vezes estes casos são relatados como mortes acidentais.

Esses dados assustadores vêm acompanhados de um pedido da OMS para que os governos tratem esse problema de forma urgente.

Se o número de suicídios é alto, o número de tentativas é 20 vezes maior: 5% da população mundial vai tentar tirar a própria vida pelo menos uma vez durante sua existência. Isso torna o suicídio a maior causa de mortes evitáveis no mundo, matando mais que os homicídios e as guerras (somados).

A situação também é mais comum em países mais pobres, que também são os países menos preparados para prevenir o suicídio. Isso não significa que não tenha gente engajada em melhorar a qualidade de vida dos suicidas.

O CVV (Centro de Valorização da Vida), por exemplo, é uma das organizações não governamentais (ONG) mais antigas do Brasil. Essa instituição, fundada em 1962, se baseia essencialmente no trabalho voluntário de milhares de pessoas distribuídas por todas as regiões do Brasil.

A missão do CVV, como seu nome sugere, é valorizar a vida. Sua principal iniciativa é o Programa de Apoio Emocional realizado por telefone, chat, e-mail, VoIP, correspondência ou pessoalmente.

“Oferecemos apoio emocional, com o objetivo de valorizar a vida de todas as pessoas, prevenindo, assim, que estas pensem em tirar suas próprias vidas”, conta Adriana Rizzo, voluntária do CVV, que também faz parte da equipe de divulgação da ONG.

O atendimento é gratuito e funciona 24 horas na maioria das cidades em que há um posto CVV. As pessoas podem conversar sobre todos os assuntos que considerarem importantes pra elas.

Como o serviço é anônimo, o CVV não tem identificador de chamada e os voluntários não pedem dados pessoais dos que buscam ajuda, é difícil colocar em números quantas vidas foram salvas pelo programa. Mas que muitas já foram, não há dúvida.

“Algumas pessoas que buscam nosso atendimento voltam a nos procurar para agradecer, mas isto não é esperado nem exigido por nós. Em época de fim de ano, elas nos procuram para agradecer e desejar um feliz natal, feliz ano novo”, diz Rizzo.

No quê o programa da CVV se baseia? Rizzo explica que o trabalho da ONG é eficaz porque se baseia em uma necessidade humana básica, que é a de se comunicar. “Sabemos que quando alguém não se comunica com outras pessoas, não tem esta oportunidade, os acontecimentos do dia a dia vão se acumulando e por vezes isto pode levar ao isolamento, depressão e pensamentos suicidas”, afirma.

A voluntária acredita que conversando e compartilhando suas dores e alegrias, as pessoas se sentem compreendidas, melhores e mais leves para continuar a viver.

Esse “senso comum”, aliás, tem base científica. A ciência está cheia de exemplos de situações nas quais os laços sociais desempenharam um fator muito importante na saúde e bem-estar físico e mental das pessoas.

Por exemplo, um estudo mostrou que pessoas com círculo social limitado (poucos amigos íntimos) tornam ou veem seus problemas maiores do que realmente são. Outra pesquisa sugeriu que relações sociais são tão importantes para a saúde como outros fatores de risco comuns, como tabaco, exercício físico e obesidade.

Já outros tipos de estudo fizeram associações entre a família e amigos e como isso ajudou as pessoas a superarem problemas. O suporte de um amigo, por exemplo, pode ajudar alguém a perder peso. O apoio da família é capaz de ajudar uma adolescente anoréxica a se recuperar melhor e mais rapidamente. Uma família amorosa pode ser fundamental para o bom desenvolvimento cerebral de uma criança no início da vida, assim como ser sociável na infância leva a felicidade na vida adulta.

Esses são só alguns exemplos de como a comunicação, o apoio e os laços sociais são importantes para nos manter saudáveis. O CVV pode não estar fazendo ciência de propósito, mas com certeza está colaborando para a vida humana.

Voluntariando

Achou o serviço interessante? Gostaria de se voluntariar? Os voluntários da CVV são pessoas comuns, com mais de 18 anos, que não precisam ter nenhuma formação especial, apenas vontade de ajudar alguém.

Se quiser entrar para o programa, basta participar de um curso gratuito para seleção de voluntários que acontece em todos os postos de atendimento do Brasil, várias vezes ao ano. Veja os endereços dos postos.

Se você precisa de ajuda, escolha a forma de comunicação que mais lhe agrada e entre em contato com a ONG. Você será atendido por um voluntário com o maior respeito e anonimato. Eles não estão lá para lhe aconselhar ou julgar, mas sim para lhe ouvir.

Os voluntários são devidamente treinados para conversar com qualquer pessoa que procure ajuda e apoio emocional e guardarão estrito sigilo sobre tudo que for dito, independente do meio selecionado.

Quer mais informações? Acesse o site da CVV, ou siga a instituição no Facebook ou Twitter.


Fonte: Hyperscience

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Fato da Semana

Fato: A questão não  resolvida da adoção das normas internacionais de contabilidade nos Estados Unidos

Qual a relevância disto? A maior economia do mundo fez em 2002 um acordo com o Iasb para promover a convergência. Nos últimos anos alguns projetos foram desenvolvidos em conjunto, mas os últimos meses tornou evidente que o maior mercado de capitais não irá adotar as IFRS tão cedo. Assim, as três maiores economias do planeta não usam as “normas internacionais”.

Em julho uma equipe da SEC fez um relatório apontando uma série de problemas com estas normas. É importante destacar que é a SEC, a entidade que regula o mercado de capitais estadunidenses, que delega para o Fasb a normatização contábil. Assim, o relatório era uma ducha de água fria nas pretensões do Iasb em ter os Estados Unidos como parceiros. Além disto, a equipe não sinalizou para um cronograma de adoção das normas, que era esperado pelos mais otimistas.

No início da semana ficou claro que os problemas eram inclusive operacionais. A Compliance Week lembrou que até o momento a SEC nãotinha aprovado a taxonomia XBRL das IFRS. Em termos práticos, isto pode inviabilizar que empresas estrangeiras com ações negociadas na bolsa dos Estados Unidos possam usar as IFRS. Esta, por sinal, foi uma grande conquista para o Iasb.

Na metade da semana uma frase da presidente do Fasb parecia sugerir que as coisas voltariam ao normal.
Mas no final de semana saiu um relatório resposta do Iasb para as críticas que foram feitas pela SEC em julho. Mais de três meses depois: parece até que a entidade londrina teve dificuldade de responder as críticas que foram feitas pela SEC.

Este relatório cita o Brasil para afirmar que é possível fazer a convergência desde que se tenha vontade política e que os custos do processo não são tão elevados.

O fato da semana diz respeito a todo processo da convergência internacional.

Positivo ou negativo? – Depende da posição de cada pessoa. Para os defensores da convergência a semana não foi boa no saldo final: aparentemente os Estados Unidos estão ainda muito distantes da convergência. E estão pouco entusiasmados.

Desdobramentos – Teremos que esperar até a finalização do processo eleitoral dos Estados Unidos. 

Teste da Semana


Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão no comentários.

1 – A questão do rodízio das empresas de auditoria, impedindo que um mesmo auditor trabalhe durante muito tempo na empresa, foi discutida esta semana por uma entidade fiscalizadora:

IFRS
IOSCO
PCAOB

2 – Esta entidade registrava na contabilidade a concessão de empréstimos para terceiros e os recursos não eram liberados:

BVA
Cruzeiro do Sul
Panamericano

3 – As empresas Deloitte e KPMG foram notícia esta semana e, pasme positiva.

Consideradas as melhores empresas em termos de salários de executivo
Eleitas empresas com melhores programas de estágio
Estão na lista de empresas inovadoras em termos tecnológicos

4 – Nesta semana a CVM

Assinou um convênio de cooperação com a SEC japonesa
Iniciou processo contra os executivos do Panamericano
Passou a ter oficialmente um novo presidente

5 – Insider trading, gestão fraudulenta, caixa 2, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro são alguns dos crimes atribuídos aos executivos do

BVA
Cruzeiro do Sul
Panamericano

6 – Investimento com rentabilidade muito acima do mercado deveria gerar desconfiança. Os papeis de um fundo chamado V55 rendia a variação da inflação mais 13% ao ano. Apesar de que “quando a esmola é demais, o santo desconfia”, este santo não desconfiou:

Comissão de Valores Mobiliários
Fundos de Pensão Petros
Secretaria do Tesouro Nacional

7 – A empresa está finalmente reconhecendo perdas referentes aos royalties de mineração:

Companhia Siderúrgica Nacional
Petrobras
Vale do Rio Doce

8 – Uma apuração do custo de “produção” da princesa Kate, incluindo vestido, cosmético e bronzeamento, mostrou que

É possível ser tão bonita quanto a  Kate com pouco dinheiro
O maior custo é o da manicure semanal
Somente alguém com muito dinheiro pode gastar o montante estimado

9 – As operações de repasse do Tesouro para o BNDES estão sendo lembradas a algo que existiu até a década de oitenta no Brasil:

Conta movimento do tesouro
Emissão de moeda pelo Banco Central
Operação contábil sem o registro no Siafi

10 – Este escritor famoso foi prefeito no interior do país e chegou a produzir dois relatórios de prestação de contas, lembrados pelo valor literário.

Carlos Drummond de Andrade
Graciliano Ramos
Machado de Assis

Periódicos

O vídeo a seguir discute a questão dos periódicos científicos gratuitos, diante do aumento no preço dos periódicos pagos.

Justiça

Três casos internacionais de fraude no dia de ontem. Um empresário afirmou que era dono de uma parcela significativa do Facebook devido a um acordo realizado em 2003 com o fundador da empresa. As acusações foram consideradas falsas e o empresário foi preso.

O ex-primeiro ministro da Itália (e presidente do clube de futebol Milan), Berlusconi, foi condenado por fraude fiscal na Itália. Apesar da condenação, dificilmente ele será preso pois ainda pode existir recurso contra a decisão.

Finalmente, um ex-vice-chairman da Deloitte foi condenado a 21 meses de prisão por uso de informação privilegiada.

Off-Topic: A melhor resposta

"Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. Quem é você? Do que gosta? Em que acredita? O que deseja? Dia e noite somos questionados, e as respostas costumam ser inteligentes, espirituosas e decentes.Tudo para causar a melhor impressão aos nossos inquisidores.

Ora, quem sou eu. Sou do bem, sou honesto, sou perseverante, sou bem-humorado, sou aberto – não costumamos economizar atributos quando se trata da nossa própria descrição. Do que gostamos? De coisas belas. No que acreditamos? Em dias melhores. O que desejamos? A paz universal. Enquanto isso, o demônio dentro de nós revira o estômago e faz cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo, ninguém é tão imaculado assim.



A despeito do nosso inegável talento como divulgadores de nós mesmos e da nossa falta de modéstia ao descrever nosso perfil no Facebook, a verdade é que o que dizemos não tem tanta importância. Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. O que você diz – com todo o respeito – é apenas o que você diz. Entre a data do nosso nascimento e a desconhecida data da nossa morte, acreditamos ainda estar no meio do percurso, então seguimos nos anunciando como bons partidos, incrementamos nossas façanhas, abusamos da retórica como se ela fosse uma espécie de photoshop que pudesse sumir com nossos defeitos. Mas é na reta final que nosso passado nos calará e responderá por nós. Quantos amigos você manteve. Em que consiste sua trajetória amorosa. Como educou seus filhos. Quanto houve de alegria no seu cotidiano.Qual o grau de intimidade e confiança que preservou com seus pais. Se ficou devendo dinheiro. Como lidou com tentativas de corrupção. Em que circunstâncias mentiu. Como tratou empregados, balconistas, porteiros, garçons. Que impressão causou nos outros – não naqueles que o conheceram por cinco dias, mas com quem conviveu por 20 anos ou mais. Quantas pessoas magoou na vida. Quantas vezes pediu perdão. Quem vai sentir sua falta. Pra valer, vamos lá. Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos dias assinará este inventário. Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos cutucava: suas idéias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras."

Martha Medeiros

26 outubro 2012

Resposta do Iasb

No passado recente (julho de 2012) uma equipe da SEC preparou um estudo sobre a questão da adoção das normas internacionais de contabilidade nos Estados Unidos. O texto faz uma série de críticas ao processo, assim como apresenta os problemas das normas internacionais. Além disto, o texto não indica uma data para que a convergência ocorra.

O relatório sepultou, pelo menos parcialmente, a possibilidade de que a maior economia do mundo possa adotar as normas internacionais. Agora uma equipe da Fundação IFRS preparou um texto sobre o assunto. Apesar do mesmo não ter sido aprovado pelo Iasb ou pelos trustees da Fundação IFRS, não deixa de ser uma resposta ao texto (e críticas) da SEC.

O relatório afirma que a indecisão da SEC pode representar um risco no esforço da convergência entre o FASB e o Iasb. Isto pode representar um risco de que uma década de esforço no sentido da convergência seja “seguido por um novo período de divergência”. Apesar de reconhecer a complexidade do mercado estadunidense, o texto considera que a experiência de outros países indica que a vontade política adequada pode superar os desafios.

Em resposta à crítica da SEC de que o Iasb depende muito da contribuição de alguns países, o texto usa uma relação entre doação e tamanho da economia para mostra que os Estados Unidos contribuíram pouco para o trabalho da Fundação IFRS. Mas que este país possui um quarto dos assentos no organismo internacional, apesar de ter doado menos de 10%.

Sobre o Brasil, eis uma citação interessante:

Finalmente, no Brasil, o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores da Deloitte realizou uma pesquisa em 2011 para descrever relações com investidores, após a adoção do IFRS pelas empresas de capital aberto. Embora a pesquisa tenha coletado dados das empresas apenas alguns meses após a publicação pela primeira vez das demonstrações financeiras em IFRS, alguns benefícios já foram percebidos. A maioria dos entrevistados acredita que a IFRS trouxe mais transparência às informações financeiras. O custo de transição foi menos de US $ 1 milhão para 77 por cento dos inquiridos e os principais fatores de custo foram a aquisição de conhecimentos técnicos da IFRS e preparação de informação comparativa.

Leia mais em IFRS Staff Challenges SEC on Adoption Obstacles , Tammy Whitehouse, Compliance Week

Rir é o melhor remédio

Duas sobre economia:

Qual a diferença entre micro e macro? Microeconomia você está errado sobre coisas específicas; macro você está errado sobre coisas em geral.

Quantos economistas são necessários para trocar uma lâmpada? Nenhum. A mão invisível irá trocar.

(Fonte: The Cartoon Introduction to Economics, vol 1: Microeconomics, Grady Klein e Yoram Bauman.

Quase 1 milhão

O leitor deve ter percebido que o blog está quase atingindo 1 milhão de visualizações. Diariamente superamos mais de duas mil, o que é razoável para um blog voltado para um assunto técnico. Grato a todos os leitores.

Pedimos que respondam a enquete no início da página, lado direito: o que você sente falta no Blog? Os itens listados são postagens que chegamos fazer no passado e já não fazemos mais: links; testes (chegamos a mais de 500), resenhas  de livros; artigos técnicos exclusivos (como sobre valor justo) ou material didático (a série sobre índices).

Bunheads

A série Bunheads é sobre Michelle Simms,  uma ex-bailarina de Las Vegas, que aceita a proposta de casamento de um admirador e muda para cidade de Paradise. Logo que chega na cidade, o marido morre num acidente de carro e deixa para Michelle a casa, com uma escola de balé, onde dá aula a sogra de Michele chamada Fanny.

A série foi criada por Amy Sherman-Palladino, a mesma de Gilmore Girls. Bunheads tem muita semelhança com Gilmore Girls: diálogos rápidos, com muitas tiradas e centrada nas mulheres. A professora de Balé Fanny foi atriz de Gilmore Girls. E Michelle, a bailarina, lembra muito Lorelai, até fisicamente.

No quinto episódio da primeira temporada Michelle descobre que a escola de balé é uma bagunça em termos administrativos. E resolve ir procurar um CPA para entender o que está ocorrendo. A cena a seguir, de dois minutos, mostra quando Michelle descobre o que realmente está acontecendo na escola de balé:





Aqui uma tradução rápida

CPA: Embora seja uma contabilidade incomum, não tenho informações necessárias para análise do capital bruto... se pudesse achar os débitos B2C ou B3C.
Fanny: Ei, você me fez vir até aqui.
Michelle: Desculpe, voltei. Continue com o...
CPA: Certo. Com respeito as despesas mais importantes de capital, separei em duas partes. Não podemos ignorar o significado das despesas com os prejuízos líquidos.
Fanny: Quanta classe!
CPA: Não concordam?
Michelle: Perdão.
CPA: Estou falando muito rápido?
Michelle: Não. Como queria que ele falasse mais rápido. Quer dizer, estou entediada. Você não está?
Fanny: Não entendi nenhuma palavra depois do “oi, meu nome é Bob”.
CPA: Eric. Meu nome é Eric.
Fanny: Oh.
CPA: Vamos direto ao ponto. Revisei tudo e seus problemas não são a péssima organização contábil. Seu problema é a receita.
Michelle: O que isto significa?
CPA: vocês precisam ter alguma. Vocês já sentaram e avaliaram como as coisas funcionarão? Certo, vamos começar pela Michele.
Michelle: Espera, como me pôs no problema?
CPA: Seu marido deixou propriedades, dois carros, um funcionando, dois CDs, uma conta bancária que se administrar sabiamente conseguirá manter por um bom tempo, mas não para sempre. Você precisa de alguma receita.
Michelle: A escola de balé ajuda, certo?
CPA: Ajudaria se tivesse algum aluno.
Michelle: Do que está falando? Aquele lugar está cheio, as turmas estão lotadas.
CPA: Perdão, pagantes. Segundo os registros, a maioria não paga.
Michelle: Não pagam? É isto mesmo, Fanny?
Fanny: Acho que sim. Se você nos trouxe a um contador decente.
Michelle: Por que eles não pagam?
Fanny: Existem bolsas de estudos.
Michelle: quantas?
Fanny: Não tenho certeza.
Michelle: São quantos alunos?
CPA: 75
Michelle: E quantos pagam?
CPA: 9
Michelle: 9?
CPA: 9
Michelle: Nove? Nove? Nove?
Fanny: Você parece um alemão
Michelle: Nove?
Fanny: Terminamos?
Michelle: Nove?
Fanny: Vamos
Michelle: Nove!
Fanny: Diga adeus ao adorável contador.
Michelle: Nove? Nove?

O bom a cena é que o contador passa uma imagem de eficiência: descobriu rapidamente o que estava ocorrendo na empresa. Mas as mulheres ficam entediadas com o palavreado do CPA.

Cruzeiro do Sul

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) marcou para 13 de novembro, às 15 horas, o julgamento do ex-presidente do banco Cruzeiro do Sul Luis Octavio Indio da Costa preso em São Paulo na segunda-feira. O advogado de defesa será o ex-presidente da autarquia Marcelo Trindade.

O julgamento de Luis Octavio Indio da Costa na CVM tratará da não divulgação de fato relevante referente a negociações para uma possível compra do banco Prosper. (CVM julgará sócio do Cruzeiro do Sul - 25 de Outubro de 2012 - Valor Econômico  - Luciana Bruno)

O processo é anterior aos problemas financeiros da instituição e sua liquidação, que ocorreu em setembro. Ao mesmo tempo, a Polícia Federal indiciou o banqueiro em sete crimes, com possibilidade de 50 anos de prisão.

A PF geralmente atribui a empresários e controladores de instituições financeiros esses crimes. Para Índio da Costa, no entanto, a PF reservou uma surpresa ao indiciá-lo também como incurso no artigo 27 C da Lei 6.385/76 - operações simuladas e manobras fraudulentas com ações na Bolsa de Valores por meio de "interpostas pessoas" com a finalidade de lucro indevido, pena de 1 a 8 anos. A PF e a Procuradoria da República estão impressionadas com o drama de centenas de clientes do Cruzeiro do Sul que foram lesados. Perderam economias de uma vida inteira e criaram uma associação das vítimas do banco.

O rosário de ilícitos imputados ao banqueiro alcança quatro artigos da Lei 7.492/86 (Colarinho Branco). Foi indiciado no artigo 1.º (gestão fraudulenta de instituição financeira, pena de 3 a 12 anos), artigo 6.º (manter em erro sócio ou investidor com informações falsas, 2 a 6 anos), artigo 11 (caixa 2 de banco com movimentação paralela de recursos, pena de 1 a 5 anos de prisão) e artigo 17 (mútuos vedados, reclusão de 2 a 6 anos).

A PF atribui quadrilha a Índio da Costa - artigo 288 do Código Penal, 1 a 3 anos, combinado com o Decreto 5.015 (organização criminosa). E o enquadrou por lavagem de dinheiro (3 a 10 anos de cadeia), crime financeiro como ação antecedente. (Índio da Costa é indiciado em sete crimes - 25 de Outubro de 2012 - O Estado de São Paulo - Fausto Macedo)

Fundos de Estatais

Onde têm um grande escândalo contábil no Brasil tem um fundo de pensão de uma estatal envolvido, para azar dos seus funcionários. No caso do BVA isto parece que não foi exceção:

A Petros investiu R$ 51 milhões em cédulas de crédito bancário (CCB) emitidas pela V55 Empreendimentos, uma das empresas criadas pelos principais sócios do BVA - José Augusto Ferreira dos Santos e Benedito Ivo Lodo - para injetar recursos no banco. O saldo a ser pago dessa CCB, que vence em junho de 2013, é estimado em pouco mais de R$ 20 milhões. Com a intervenção no BVA, os bens dos acionistas, incluindo a V55, ficaram indisponíveis. (Petros financiou sócios do BVA, 25 de Outubro de 2012, Vinícius Pinheiro)


Talvez uma das razões seja a ganância:

O investimento nos papéis da V55 rendia para a Petros o equivalente à variação do IPCA mais 13% ao ano, bem acima da meta atuarial de 6% da fundação. A posição na V55 representava 5,5% do total de CCBs detidos diretamente pelo fundo de pensão.


Ou a falta de conhecimento de finanças, mais especificamente, diversificação.

Nas nuvens

Eis um caso interessante, onde se  cruza incentivos, contabilidade criativa e reconhecimento de receita.

O problema decorre de como empresas software-as-a-service [SaaS] contabiliza receita. Quando uma empresa de SaaS obtém um novo cliente, ele normalmente assina um acordo de vários anos, normalmente três. Mas as regras contábeis GAAP só permitem reconhecer a receita depois que o serviço é realizado. Empresas "nas nuvens" querem mostrar aos investidores que, para cada novo cliente que assina, irá receber muito mais dinheiro, garantido pela duração do contrato.

Numa das empresas, a SuccesssFactors, os vendedores recebiam comissão para cada novo contrato, mesmo que o cliente não fosse novo. Nas demonstrações da empresa existiam um grande número de "clientes" novos.

A SuccesssFactors foi recentemente adquirida pela SAP.

Frase

Pretendemos continuar a trabalhar em cooperação com o IASB e outros reguladores de todo o mundo para continuar a melhorar os padrões dos EUA, bem como padrões globais de contabilidade, e torná-los mais comparáveis.

Leslie Seidman, presidente do FASB, sobre a relação com o Iasb

Vale

a Vale reconheceu, em seu balanço, uma perda provável de US$ 542 milhões (R$ 1,1 bilhão) relacionada aos royalties de mineração no Brasil, a chamada CFEM.

Segundo a mineradora, esses recursos foram provisionados porque houve uma "mudança na avaliação da perda associada à dedução dos custos de transporte da receita de vendas sujeita", tema em discussão com o governo, que cobra da mineradora o pagamento extra de cerca de R$ 4 bilhões. (...)

Para Luciano Siani, diretor financeiro da Vale, a provisão "reflete o reconhecimento de perda provável". O executivo disse, no entanto, que o assunto ainda está sob discussão com o governo e não quis estimar outras possíveis baixas contábeis ocasionadas por possíveis pagamentos extraordinários de royalties contestados pelo governo.

"A regra diz que devemos provisionar no balanço. mas não há nenhuma outra perda provável além desse valor", disse.


Fonte: aqui

Novo Presidente da CVM

Leonardo Porciúncula Gomes Pereira foi nomeado presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela presidente da república, Dilma Rousseff, por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (24/10).

O executivo deve permanecer no comando do órgão até 14 de julho de 2017.

Com experiência no setor privado, Pereira era vice-presidente executivo da Gol Linhas Aéreas, e havia ocupado os cargos de presidente e conselheiro da Companhia Vale do Araguaia, de diretor de planejamento corporativo e de relações com investidores da Globopar e diretor executivo financeiro da Net Serviços de Comunicação.

Graduado em engenharia de produção e economia, o executivo já esteve a frente da vice-presidência do Citibank e diretoria da área de aviação para a América Latina.


Fonte: Aqui

25 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Custo da Kate

Kate Middleton, provavelmente a futura rainha do Reino Unido, é uma das mulheres mais admiradas do mundo. E emuladas, conforme o Business Insider.

Mas para uma mulher comum, é praticamente impossível copiar o "jeito" de Kate. Uma análise da Vogue da Austrália mostrou que Kate deve gastar muito para ser "a" Kate. Convertido em dólares dos EUA eis alguns dos itens:

=> 56 mil dólares de guarda-roupa, que inclui roupas "simples" da Zara até Stella McCartney.
=>  Tratamento do cabelo = 14 mil dólares por ano, sem incluir 3 mil de coloração a cada seis semanas.
=>  Cosméticos = 2,2 mil por ano
=>  Manicure semanal = 6,7 mil dólares por ano
=>  Bronzeamento = 13 mil por ano