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31 março 2012

Rir é o melhor remédio



Perceberam? [Clique na imagem para melhor resolução.]
No rodapé está escrito mais ou menos isto:
Este capítulo poderia ter sido chamado de “Introdução”, mas ninguém lê a introdução e nós queríamos que você lesse isto. Sentimos-nos seguros em admitir tal fato aqui, na nota de rodapé, porque, igualmente, ninguém lê as notas de rodapé.

Fonte: "Stats: Data and Models: International Edition”. Richard D. De Veaux; Paul F. Velleman; David E. Bock.

Tradução difícil

Apesar de ser uma língua considerada universal e mais fácil do que muitas outras – incluindo o português – existem palavras em inglês que representam conceitos difíceis de traduzir para outras línguas. Inclusive, há centenas de palavras que são encontradas somente em inglês, sem correspondentes que as expressem suficientemente em outros contextos. O Dicionário de Inglês Oxford lista mais de 250.000 palavras distintas, não incluindo muitos termos técnicos ou gírias, o que torna o inglês uma das mais ricas línguas em termos de vocabulário. Como a cultura americana é muito conferida nesse lado do mundo, veja alguns exemplos de palavras que representam um desafio para tradutores:

1 – Pimp
A palavra “pimp” se refere ao verbo transitivo, não o substantivo. “Pimp” significa, aproximadamente, “decorar” ou “enfeitar”. Esse verbo se tornou popular em programas de TV como “Pimp My Ride” (que ajeitava carros antigos). Embora esse termo seja uma homenagem à cultura hip-hop e sua conexão com a cultura de rua, ele se tornou comum e mesmo padrão em uso comercial. A gíria espanhola “pompear”, usada em alguns países latino-americanos, evoluiu como uma derivação direta com um significado próximo.

2 – Auto-tuned
O mundo inteiro está familiarizado com aquela voz não natural, quase robótica, saindo de cantores ao longo dos últimos 10 anos ou mais. Qualquer música gravada é alterada para ter um som melhor. Tanto é assim que o inglês até inventou uma palavra para isso: auto-tuned. Muitos idiomas, entretanto, não tem um correspondente ainda. O adjetivo descreve um cantor cujas imprecisões, erros e falta de sintonia foram digitalmente disfarçados para que parecer que ele executou a canção perfeitamente. Como é um termo relativamente novo, é praticamente intraduzível.

3 – Trade-off
Essa palavra faz parte da lista “não consigo explicar com menos de 5 palavras”. O termo descreve uma situação em que alguém tem que perder alguma qualidade em troca de outra qualidade. Trata-se de uma decisão em que a pessoa compreende totalmente as vantagens e desvantagens de cada escolha. O termo é particularmente difícil de traduzir em qualquer idioma sem o uso de muitas palavras ou a explicação explícita do cenário.

4 – Spam
Essa é uma das palavras que provavelmente todos sabem o significado, mas que não tem tradução e é usada em sua forma original em muitas línguas. A definição de spam é o uso de sistemas eletrônicos para enviar mensagens não solicitadas indiscriminadamente. Nenhuma outra língua tem uma palavra não derivada para este conceito. Spam é, também, um termo para uma carne enlatada.

5 – Bromance
Esse é uma espécie de termo retro que não está mais em uso. Cunhado na década de 90, descreve uma relação muito íntima, mas não sexual, entre dois ou mais homens. Em muitas culturas, incluindo a americana, bromance é confundido com homossexualidade e, portanto, nenhuma outra cultura cunhou um termo para descrever essa relação incomum. Embora o termo possa ser descrito na maioria dos idiomas, nenhuma outra língua além do inglês tem uma palavra para isso.

6 – Facepalm
Esse termo popular nos EUA descreve o gesto de por a palma da mão sobre o rosto, em uma demonstração de exasperação. O gesto é obviamente mundialmente conhecido mas, surpreendentemente, nenhuma outra língua além do inglês parece ter um termo original para esse ato bastante comum.

7 – Kitsch
“Kitsch” define toda arte que é considerada uma cópia inferior de um estilo existente. O termo também é usado de uma forma mais livre quando se refere a qualquer arte pretensiosa, desatualizada ou de mau gosto. Com a única exceção do alemão (de onde a palavra veio para o inglês), o termo é intraduzível para qualquer idioma.

8 – Gobbledygook
Essa palavra é definida como qualquer texto contendo jargão, ou inglês especialmente complicado, que resulta em um texto excessivamente difícil de entender, ou mesmo incompreensível. O termo foi cunhado em 1944 por Maury Maverick. Mesmo para os tradutores de literatura profissionais, essa palavra representa um desafio.

9 – Serendipity
“Serendipity” é qualquer descoberta inesperada, mas feliz. Você também pode chamá-la de achado sortudo, coincidência ou acidente. A palavra foi votada como uma das dez palavras em inglês mais difíceis de traduzir em junho de 2004, por uma empresa de tradução britânica. No entanto, devido ao seu uso sociológico, a palavra tem sido exportada para muitos outros idiomas.

10 – Googly
O “googly” é um termo do jogo de críquete. É um movimento complicado, um tipo de lançamento curvado com giro feito por um jogador com sua mão direita sobre o lado direito do corpo. O “googly” é importante no jogo em questão, mas é usado sem muita frequência porque sua eficácia é graças ao seu valor de surpresa. O termo é tão exclusivo do idioma inglês que o artigo da Wikipédia sobre ele não está disponível em qualquer outra língua. Se fosse para ser traduzido em outra linguagem, seria algo como “tiro curvado de críquete feito por um jogador com a sua mão direita”.


Fonte: Aqui

Coautoria na academia


Bela reflexão de Renato Colistete, professor do Departamento de Economia da FEA-USP, sobre a coautoria em artigos acadêmicos:


Tempos atrás, a coautoria em artigos científicos costumava respeitar critérios simples e objetivos. Um deles era a ordem alfabética, em geral do sobrenome (como na academia internacional) ou do primeiro nome (comum no Brasil). Quando autores colaboravam em mais de um artigo, também era frequente que se alternassem os nomes dos que viriam primeiro. Quase todos, porém, pelo menos nas ciências humanas e sociais, seguiam a regra básica e, aparentemente, lógica: os que assinam um artigo são aqueles que de fato fizeram a pesquisa, coletaram os dados e escreveram o texto.

A situação tem mudado nas últimas duas décadas. As ciências humanas e sociais (tendo a Economia na liderança) têm incorporado cada vez mais um péssimo exemplo das ciências exatas e da natureza, que é o de tornar trivial a inclusão de nomes que realmente pouco ou nada colaboraram com a realização da pesquisa e do artigo que veicula seus resultados.

30 março 2012

Rir é o melhor remédio

A verdade sobre o Panda

Links


Auditoria
A proposta do PCAOB para o novo relatório do auditor está chegando 
E&Y não é legalmente responsável pela fraude na Olympus 
Comentários da normas de rodízio dos EUA 

Eike
As empresas de Eike tiveram um prejuízo de 1,2 bilhão
Mas ele ficou mais rico com os investimentos arábes 

Veja
Messi: o documentário 
Vídeo: Married with children em búlgaro
Um jogador ator

Livros
Cristina Kirchner restringe a importação de livros na Argentina 
56% dos brasileiros nunca compraram um livro 

Prazo médio de pagamento a fornecedores


Definição – Indica o número de dias que a empresa leva para pagar seus fornecedores.

Fórmula – Prazo Médio de Pagamento aos Fornecedores = (Fornecedores Médio / Compras) x 360

Sendo
Fornecedores Médio – representa as dívidas com fornecedores. Pode ser circulante e não circulante. Em geral usa-se o valor inicial desta conta mais o valor final dividido por dois.
Compras – representa a média de compras do período. Em algumas empresas este é um valor difícil de obter, podendo ser substituído pelo custo dos produtos e serviços. Caso o valor seja trimestral, o índice será multiplicado por 90; sendo anual, por 360.

Unidade de Medida – Em dias. É possível calcular em meses ou ano. Se a demonstração for anual e os valores forem multiplicados por 12 teremos o resultado em meses. Se for anual e multiplicado por 1, o valor final estará em anos.

Intervalo da medida – Este índice só assume valores positivos. O usual é que o prazo de pagamento aos fornecedores esteja entre zero e 360 dias.

Como calcular – O valor de fornecedores é obtido no balanço patrimonial. Compras é possível calcular a partir da informação da demonstração do resultado. Este valor é difícil de ser obtido a partir das informações divulgadas pela empresa.

A figura a seguir corresponde ao balanço patrimonial da empresa Rossi, referente a 31 de dezembro de 2011.

Como é possível perceber, a empresa possuía na conta de Fornecedores de curto prazo, no valor de R$94 milhões de reais, no final do período. O valor médio é dado por:

Fornecedores Médio = (94 161 + 74 732) / 2 = 82 946,5

A figura abaixo apresenta a demonstração do resultado da empresa para o quarto trimestre de 2011.


O valor destacado refere-se ao custo de obras e terrenos da empresa, que para o último trimestre de 2011 foi de 615 milhões. Como não temos o valor das compras, usamos este item como uma aproximação.
Prazo de Pagamento aos fornecedores = (82 946,5 / 616 642) x 90 = 12,14 dias

Grau de utilidade – Elevado. Este índice é importante para saber quanto tempo a empresa está sendo financiada pelo principal passivo não oneroso, a conta de fornecedores.

Controvérsia de Medida – Alguma. Usamos no exemplo o custo, e não o valor das compras do período. No documento que acessamos não existia esta informação. Assim, o resultado obtido talvez não expresse o verdadeiro prazo de pagamento aos fornecedores.

Observações Adicionais
a) Quando o analista deseja fazer uma análise histórica e a quantidade de informações é reduzida, é comum usar somente o valor final de fornecedores. Assim evita-se perder uma informação da série histórica.
b) Valores reduzidos para o prazo pode indicar que a empresa não consegue obter prazo dos seus fornecedores para financiar seus ativos. Mas valores elevados pode indicar dificuldade em efetuar o pagamento aos fornecedores.
c) É sempre importante analisar as características do setor de atuação da empresa na análise.
d) Variações sazonais podem ajudar a explicar o comportamento deste índice para algumas empresas e setores. Em períodos que antecedem ao aumento das atividades as empresas tendem a aumentar o valor das suas compras, que interfere no prazo.

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: Taxa de Queima, Fluxo sobre lucroPrazo de EstocagemMargem LíquidaGiro do AtivoP/LRetorno sobre Patrimônio LíquidoEndividamento OnerosoEndividamentoEbitdaMargem OperacionalNIG sobre VendasValor do EmpreendimentoCapitalizaçãoMargem BrutaROI e Liquidez Corrente

Metal

O mapa mostra o número de bandas de metal por cem mil habitantes. Destaque das os escandinavos, que parecem adorar este tipo de música.

Entrevista com Daron Acemoglu


De acordo com Ideas/Repec, Daron Acemoglu, economista turco e professor do MIT, está entre os 10 economistas mais citados do mundo e, em 2005, foi premiado com o prêmio John Bates Clark Medal. Atua nas áreas de crescimento e desenvolvimento econômico, desigualdade de renda e capital humano. Sua fama está relacionada aos trabalhos que realiza acerca do impacto do ambiente político sobre o crescimento econômico.

Na última semana, juntamente com James Robinson lançou o livro Why Nations Fail:The Origins of Power, Prosperity and Poverty. A principal tese do livro é que o sistema político e suas instituições são a chave para o crescimento e desenvolvimento econômico e explicam as diferenças de renda entre as nações. Países que têm o que eles chamam de sistema político "inclusivo" - aqueles que estendem os direitos políticos e de propriedade tão amplamente quanto possível e, ao mesmo tempo, fazem cumprir as leis e fornecem alguma infra-estrutura pública - experimentam maior crescimento no longo prazo. Por outro lado, Acemoglu e Robinson afirmam que os países com sistema político "extrativista" - em que o poder é exercido por uma pequena elite - ou não conseguem crescer de forma ampla ou definham após curtos períodos de expansão econômica.

Segundo Acemoglu, o crescimento econômico depende de inovação tecnológica generalizada. Mas, a inovação somente se sustenta nos países em que promovem os direitos políticos e de propriedade, dando às pessoas mais incentivo para inventar coisas..O NYT publicou uma resenha otimista sobre o trabalho, enquanto a The Economist fez algumas criticas negativas sobre a tese do livro. Porém, a resenha mais interessante é de Francis Fukuyama.

Na entrevista abaixo, Acemoglu fala de desigualdade de renda e comenta sobre cinco livros que tratam do tema. Eis alguns trechos interessantes:

Inequality is in the news a lot right now. How should we be thinking about it and trying to get our heads around it?

Inequality is one of the things that has changed quite a lot in the United States and other economies over the last three decades or so. A lot of things don’t change radically, but inequality has. Understanding why that has happened and what it implies for our society is important. So it’s a good thing that it’s in the news, it’s an important topic and there is no reason for it to be taboo. Having said that, there is no broad consensus among social scientists about how to talk about inequality, and the average economist probably thinks about it very differently than the average layman. I’m not saying one is right and one is wrong, but the conversation needs to be expanded to bring these different viewpoints to the table.

What’s the economist’s view?

The default position of economists is that inequality reflects the unequal human capital or productive capabilities of different workers. If you start with that premise – that what people earn is commensurate with their contribution to their employer, and also perhaps to society – then greater inequality tells you something about how people’s productivities have evolved over time...We’ve seen a big increase in inequality, measured in various ways, and this reflects the fact that the top people, the more educated, high earners have become more skilled. Technology has favoured them, globalisation has favoured them, and inequality has increased for that reason.

Let’s go through your books. Your first choice is The Race between Education and Technology, published by Harvard University Press. You mentioned in an earlier email to me that it is “a must-read for anyone interested in inequality”. Tell me more.

Acemoglu: It highlights in a very clear manner what determines the productivities of different individuals and different groups. It takes its cue from a phrase that the famous Dutch economist, Jan Tinbergen coined. The key idea is that technological changes often increase the demand for more skilled workers, so in order to keep inequality in check you need to have a steady increase in the supply of skilled workers in the economy. He called this “the race between education and technology”. If the race is won by technology, inequality tends to increase, if the race is won by education, inequality tends to decrease.

One is that technology has become even more biased towards more skilled, higher earning workers than before. So, all else being equal, that will tend to increase inequality. Secondly, we’ve been going through a phase of globalisation. Things such as trading with China – where low-skill labour is much cheaper – are putting pressure on low wages. Third, and possibly most important, is that the US education system has been failing terribly at some level. We haven’t been able to increase the share of our youth that completes college or high school. It’s really remarkable, and most people wouldn’t actually guess this, but in the US, the cohorts that had the highest high-school graduation rates were the ones that were graduating in the middle of the 1960s. Our high-school graduation rate has actually been declining since then. If you look at college, it’s the same thing. This is hugely important, and it’s really quite shocking. It has a major effect on inequality, because it is making skills much more scarce then they should be.

One of the things they point out is that top income shares in the US and the UK started to increase during the Reagan and Thatcher administrations. Isn’t rising inequality just the result of Reagan and Thatcher reducing taxes on the rich?

I personally don’t think that’s the main thing, though it certainly played a role. It played a role for capital income. When you look at the top 0.1%, many of them are capital earners. So if you tax capital heavily, then the rich are not going to have as much capital left and capital income is not going to be as unequally distributed. There is a very mechanical effect from taxation there. But there are two other, more subtle, effects from taxation. One is that more progressive taxation – higher taxes at the top – may discourage people from working very hard and putting in effort. That will reduce their earnings and thus inequality. That may be inefficient, but it’s one of the things that happen when you have high taxes. Secondly, it might change the way in which people bargain with their companies and engage in “rent-seeking” activities in order to increase their pay or their bonuses. In the extreme – and I don’t think this contributes a lot, but just to illustrate – if top incomes were taxed at 99%, then no CEO would be tempted to do semi-illegal things in order to increase his pay, because there would be nothing to gain from doing so. If the top tax rate is 30%, on the other hand, and CEOs get pay from options, they may be tempted to do things like the Enron CEO, Kenneth Lay, did, because they get a lot of money in return. So while high tax rates at the top may inefficiently reduce these people’s labour supply, it may also reduce their rent-seeking activities.

OK, so to get more of a sense of your own view, let’s talk about your book, Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity and Poverty.

In terms of understanding this top inequality, I mentioned the possibility that it might be about politics. How should we think about politics? What are the levers of politics? For that we need a conceptual framework and that’s what this book tries to provide. It’s co-authored with my long-term collaborator and friend Jim Robinson – and it’s not about US or UK or Canadian inequality. It runs through several thousand years of history, and tries to explain how societies work and why, often, they fail to generate prosperity for their citizens. It’s a very political story.

...The absolutist institutions created a very unequal distribution of political power and a very unequal distribution of economic gains in society and the two became synergistic – the very unequal distribution of political power locked in a very unequal distribution of economics gains. This created a vicious circle, but the conflict it engendered sometimes led to a breaking down of the institutions that this unequal distribution depended on, opening the way for more open institutions, which are one of the engines of prosperity.

Venha competir no Programa Multi UnB, UFPB, UFRN - II

Fazer mestrado é difícil. Não posso falar do doutorado – ainda – mas o mestrado exige garra, determinação, bom humor. Ele espera que você seja inteligente, criativo e atento, mas, mais que nada, que haja resiliência. No meu Programa o curso dura, em média, dois anos. Eu tive que terminar antes para poder defender com o meu orientador na banca, já que ele iria (e foi) fazer um pós doutorado na Europa. Assim, para mim, foram 17 meses de curso.

Eu não posso reclamar da minha criação. Ou dos meus pais. Não tive maiores desafios, como o demonstrado em “Venha Competir no Programa Multi”. O que me assombra? Saúde. Ou a falta dela.

Acho que todos que acompanham o blog regularmente sabem o quanto considerei a pós graduação uma jornada gratificante. Os que me conhecem um pouco mais sabem que a caminhada foi árdua e que se não fossem as várias pessoas claramente listadas nos agradecimentos da minha dissertação, assim como os pequenos anjos que encontrei por aí, eu não teria terminado.

Meus parentes alimentam um relacionamento muito forte. Minha família materna é portuguesa, com direito a almoços dominicais, vinho, bacalhoada, vizinhos portugueses acompanhando. É tão natural que acho engraçado quando algum amigo frequenta a casa pela primeira vez e comenta o sotaque, pois, com raras exceções, me passa imperceptível.

Há exatamente um ano eu perdi o meu avô - para quem dediquei a minha dissertação. Isso foi no auge da minha pesquisa. Eu estava na biblioteca, polindo o referencial teórico, me preparando para mexer com a análise de resultados, quando o meu pai me ligou. Eu sabia que a ficha iria demorar um pouco a cair então eu mandei um e-mail para o meu orientador, outro para a minha turma avisando, guardei as minhas coisas, fui para o carro e desabei. Foi a primeira pessoa próxima e amada que perdi. Eu sofri e ainda choro muito quando penso nele - de orgulho e agradecimento, de saudade. Com o apoio dos meus amigos, com o suporte ao meu redor, voltei ao trabalho em mais ou menos quinze dias. Se não fosse a cobrança e a paciência do meu orientador...

Eu me lembro de que quando eu era pequena falava que seria professora e meu avô sorria orgulhoso. Ele não chegou a me ver dar aulas na Universidade de Brasília, ou me ver com o título de mestre. A defesa foi no dia seguinte ao que seria o aniversário de 95 anos dele. Foi a minha forma agradecer e homenagear: unindo a minha energia ao ciclo do meu avô. Foi triste e lindo ao mesmo tempo. Senti-me vitoriosa e em paz naquele dia.

Eu conheço muitos mestrandos que estão começando agora a jornada. Sei como é difícil dormir tentando estar preparado para os debates, querer não passar vergonha, achar motivação nas épocas de bloqueio quando temos que entregar páginas e páginas de pesquisa para o nosso orientador. Sei como dói seguir em frente, com a cabeça erguida, mesmo com o coração encharcado de lágrimas.

Ano passado foi um dos mais difíceis que tive. Foi o ano em que fui titulada. E valorizo: a conquista do meu sonho. Nem todos têm a chance ou a vontade de agir e realmente perseguir um sonho. Eu consegui. Foi difícil, mas deu certo. Tornou-se uma paixão.

Perguntam-me frequentemente o que é mais importante para se preparar para um mestrado, como agir na entrevista, o que fazer. A minha resposta: perseverança. É isso o que mais importanta. Não é o seu inglês, ou os seus certificados, nem mesmo os seus artigos publicados. De nada vale isso a não ser que você saiba claramente a resposta para esta pergunta: Quando os sinais parecem dizer para você desistir, o que você faz?

Alfabeto e filmes

Um teste para aqueles que gostam de cinema: descobrir o nome dos filmes da década de oitenta. Confesso que descobri 7 :(.

29 março 2012

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Taxa de Queima


Definição – Para as empresas que não estão gerando caixa com as atividades operacionais mostra quanto tempo o capital circulante líquido será consumido na empresa

Fórmula – Taxa de Queima = Capital Circulante Líquido /|Fluxo de Caixa das Operações|

Sendo
Capital Circulante Líquido = diz respeito a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. Só é usado quando o CCL for positivo.
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais = corresponde ao caixa gerado pela empresa derivado as atividades operacionais. O índice é calculado quando este item é negativo. Assim, usamos o módulo do valor no índice.

Unidade de Medida – Em exercícios sociais. Se o fluxo for anual indica quantos anos, mantendo a empresa este desempenho, irá suportar seu CCL.

Intervalo da medida – O índice só pode ser usado para situações onde o denominador é negativo e o numerador é positivo. Como usamos módulo de fluxo de caixa, o intervalo estará entre zero a infinito.

Como calcular – Os valores são obtidos na demonstração dos fluxos de caixa e no balanço patrimonial.
Para exemplificar, considere o balanço da Marfrig, controladora. O fluxo de caixa das atividades operacionais é apresentado a seguir.
A empresa não tem gerado caixa nos dois últimos anos: R$1,05 bilhão e R$960 milhões, em 2011 e 2010. Isto significa que o fluxo de caixa é negativo, que corresponde a primeira condição para o uso do indicador.
Para calcular o Capital Circulante Líquido é necessário o ativo circulante e o passivo circulante. As duas figuras a seguir apresentam esta informação.

O Capital Circulante Líquido seria igual a R$1,395 ou R$4 000 285 – R$ 2 605 409.

A taxa de queima para o final de 2011 é dada por:

Taxa de Queima = 1 394 876 / 1046 373 = 1,33 anos

Ou seja, mantendo esta geração negativa do fluxo de caixa, a empresa irá suportar 1,33 anos com o CCL positivo. No final de 2010 a taxa de queira era de:

Taxa de Queima  = 2 428 884 / 960 127 = 2,53 anos

Em um ano a taxa de queima reduziu em 1,19 em razão do fluxo das operações mais negativo.

Grau de utilidade – Regular. Seu uso está restrito a situações onde o fluxo das operações é negativo e o CCL é positivo. Entretanto, nestas situações, a taxa de queima pode ser um índice relevante.
Controvérsia de Medida – Não existe controvérsia. No livro de Administração do Capital de Giro, de Assaf Neto e Silva, este índice é apresentado de maneira invertida.


Observações Adicionais
a) A taxa de queima é um sinalizador para as empresas em dificuldades. Outros parâmetros devem ser levados em consideração na análise, antes de uma conclusão mais incisiva.
b) Uma empresa pode sobreviver no curto e médio prazo com um fluxo negativo nas operações e um CCL menor de a unidade. Entretanto esta situação geralmente não persiste no longo prazo.
c) Neste índice, menores valores indicariam uma situação mais crítica da empresa. No exemplo apresentado, a situação em 31 de dezembro de 2011 era pior do que doze meses antes.
d) Persistindo um fluxo de caixa negativo, a tendência da empresa é ter uma taxa de queima cada vez menor, indicando que a situação da empresa é mais crítica.


Veja também
Fluxo sobre lucro
Prazo de Estocagem
Margem Líquida
Giro do Ativo
P/L
Retorno sobre Patrimônio Líquido
Endividamento Oneroso
Endividamento
Ebitda
Margem Operacional
NIG sobre Vendas
Valor do Empreendimento
Capitalização
Margem Bruta
ROI
Liquidez Corrente