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25 outubro 2010

Sem cartão

(...) estudo publicado este mês no Journal of Consumer Research, os que estão com eles sempre a mão tendem a comprar mais por impulso e isso se aplica aos alimentos.

Ou seja, o cartão faz com que as pessoas gastem mais com guloseimas e outros alimentos pouco saudáveis. O estudo foi conduzido por 6 meses e mostrou que as pessoas que pagam com cartões recheiam seus carrinhos de compras com alimentos mais prejudiciais à saúde. Além disso, indivíduos que sentem "dor" ao ver o dinheiro ir embora, economizam muito mais quando precisam pagar com dinheiro. Os autores sugerem que pode haver uma conexão entre a forma de pagamento e o aumento de peso nos americanos. Se você anda gastando muito por aí, deixe seus cartões na gaveta e observe não só a economia mas também os efeitos em sua cintura.


Deixe o cartão de crédito em casa

Previdência no Brasil

(...) Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), que compara a distribuição de renda do trabalho da sociedade à dos benefícios previdenciário, a convivência desses dois sistemas foi um dos principais responsáveis pela manutenção das diferenças entre os mais ricos e os mais pobres nas últimas duas décadas.

— Não há dúvida de que o regime próprio promove as maiores diferenças. No regime geral, as pessoas recebem praticamente o que contribuíram — disse Sergei Soares, do Ipea, responsável pelo estudo.

Servidor tem benefício médio de R$5.835. INSS, de R$657

Em 2009, o INSS registrou déficit de R$42,8 bilhões para atender a um público de 23,5 milhões de segurados. O valor médio do benefício, em dezembro daquele ano, foi de R$657,69. Já o regime de aposentadoria da União teve saldo negativo de R$47 bilhões — mas atendeu quase 96% menos pessoas. Os beneficiados foram 936.468 aposentados e pensionistas, o que inclui pessoal civil e militar, legislativo e judiciário. Neste caso, o beneficio médio é de R$5.835 mensais, cerca de nove vezes mais do que o pago a segurados do INSS.


Distorções na previdência acirram desigualdade - 18 out 2010 - O Globo - Vivian Oswald e Geralda Doca

Custos no Setor Público

Brasília - O ministro interino da Fazenda, Nelson Machado, disse hoje (11) que o novo sistema de informação de custos da administração federal passou para a segunda fase de implantação. O novo modelo usa dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), entre outros, com o objetivo de otimizar gastos.

“A modelagem está feita. Já foi carregada para o sistema e agora estamos na segunda fase, treinando funcionários”, afirmou Machado, que se encontrou hoje com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ubiratan Aguiar, para conversar sobre o assunto e lhe entregar um livro feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) explicando o novo sistema e seu processo de implementação.

Segundo Machado, o TCU já teve alguns funcionários treinados para utilizar as informações do novo sistema. “O uso das informações vai depender de cada ministério, de cada poder. A sua importância é utilizar essas informações de custos para reduzir custos.”


Novo sistema sobre custos da administração federal está na segunda fase de implantação - Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil

24 outubro 2010

Rir é o melhor remédio

- Você poderia dizer ao seu chefe que não tem papel no banheiro?

Fonte: funnyplace

Efeito da Basilei 3

A entrada em vigor do acordo da Basileia 3 poderá afetar diretamente a capacidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos demais bancos de garantir linhas de crédito para exportação de produtos de alto valor agregado. O alerta foi feito ontem pela superintendente de Comércio Exterior do BNDES, Luciene Ferreira Machado, que representou o banco em um encontro a portas fechadas em Genebra.

A instituição foi uma das poucas convidadas a participar de um encontro em Genebra com os maiores bancos do mundo, exatamente para tratar da questão do financiamento ao comércio. Só o BNDES, que terá de seguir as regras do acordo da Basileia 3, calcula que precisaria manter reservas imobilizadas de no mínimo US$ 400 milhões por ano para cumprir as novas exigências da regulamentação, apenas para manter suas atuais operações. O valor do capital imobilizado, porém, poderia eventualmente chegar a US$ 4 bilhão, dependendo ainda das negociações internacionais e de como cada país adotará as regras.

"A preocupação dos bancos é muito grande", disse Luciene que representou o BNDES no evento. Além do banco brasileiro, estavam no encontro o Citibank, JPMorgan, Commerzbank, HSBC, BNP, Royal Bank of Scotland e outros gigantes. Para esses bancos, a nova regulamentação ameaça encarecer as operações de comércio exterior.
Impacto

O problema, segundo o BNDES, é que o acordo tem o potencial de afetar o comércio. Linhas de crédito foram equiparadas às operações com derivativos, o que significa que os bancos deverão ter em caixa o equivalente a pelo menos 10% dos empréstimos às exportações.

"No caso do BNDES, nossas operações com comércio exterior variam de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões", disse Luciene, referindo-se ao Fundo de Garantia ao Exportador. Se a exigência mínima for estabelecida, seria necessário encontrar até US$ 400 milhões em reservas para cobrir os empréstimos.

Pelo acordo, a exigência poderia variar entre 10% e 100% do valor do empréstimo para exportações, algo que ainda está em negociação e que cada governo nacional adotará de uma forma. Na prática, se agências reguladoras têm o direito de exigir até 100%, só o BNDES teria de cobrir suas transações em US$ 4 bilhões em capital imobilizado.

Os bancos internacionais têm avaliação semelhante à do BNDES em relação ao acordo da Basileia 3. Alegam que créditos a exportação não podem ser tratados dessa forma, já que os riscos que representam são mínimos. Recente estudo elaborado por grupos asiáticos apontou que apenas 0,002% dos contratos de créditos de exportação resultam em inadimplência.


Basileia 3 deve afetar crédito, alerta BNDES - Estado de São Paulo - 23 Out 2010

23 outubro 2010

50 anos de um técnico em contabilidade


A foto mostra a homenagem feita ao técnico em contabilidade Baltazar Guimarães Silva, meu pai, pelos cinquenta anos de profissão. O autor da pintura do lado direito deste blog formou-se na primeira turma da sua cidade.

Soccernomics

Para aqueles que gostam de futebol e contabilidade, saiu a edição em língua portuguesa de Soccernomics. O livro apresenta, de forma simples e inteligente, questões sobre finanças dos clubes de futebol e aspectos quantitativos sobre este esporte. A leitura é agradável e as idéias são interessantes.

Rir é o melhor remédio


O antes e o depois. Maja desnuda e Maja vestida, de Goya. Fonte: aqui

22 outubro 2010

Rir é o melhor remédio


O antes e o depois na pintura. Quadro: O Grito. Fonte: aqui

Teste #371

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Carro elétrico

O esforço para pôr carros elétricos nas estradas é apoiado por governos e montadoras de todo o mundo, mas eles enfrentam um obstáculo que pode ser difícil de superar: o custo teimosamente alto das enormes baterias que alimentam os veículos.

Tanto a indústria quanto os governos apostam que um rápido aumento das vendas de carros elétricos vai derrubar o preço das baterias, que podem corresponder a mais de metade do custo de um veículo elétrico.

Mas vários cientistas e engenheiros do setor acreditam que será difícil obter reduções de custo. Diferentemente de pneus ou torradeiras, as baterias não devem desfrutar das tradicionais economias de escala à medida que os fabricantes aumentem a produção.

Alguns especialistas dizem que a maior produção das baterias fará com que o preço dos principais metais usados em sua manufatura continuem estáveis — ou talvez até subam —, pelo menos no curto prazo.

Esses especialistas também dizem que o preço das peças eletrônicas usadas nas baterias, bem como das caixas que as abrigam, não devem declinar consideravelmente.

O Departamento de Energia dos Estados Unidos estabeleceu uma meta de redução nos custos das baterias de carros de 70% em relação ao preço do ano passado, estimado em US$ 1.000 por quilowatt hora de capacidade, até 2014.

Jay Whitacre, um pesquisador de bateria e analista de política tecnológica da Universidade Carnegie Mellon, está cético. As metas do governo "são agressivas e dignas de esforço, mas não são alcançáveis nos próximos três a cinco anos", disse ele ao Wall Street Journal. "Vai levar pelo menos uma década" antes que essa redução de preço seja obtida.

O alto custo das baterias é evidente nos preços definidos para os primeiros carros elétricos. O Leaf da Nissan Motor Co., que deve chegar ao mercado americano em dezembro, vai custar US$ 33.000. As atuais estimativas da indústria são de que só sua bateria custe à Nissan cerca de US$ 15.600.

O custo vai tornar difícil para o Leaf dar lucro. E também pode diminuir suas vendas, já que mesmo com os incentivos fiscais do governo ele vai custar mais que o dobro do preço inicial do Nissan Versam que tem tamanho similar e sai a partir de US$ 13.520.A Nissan não comenta o preço das baterias, além de informar que as primeiras versões do Leaf não darão lucro. Só depois, quando a empresa começar a produzir em massa as baterias em 2013, o carro será lucrativo, segundo a Nissan.

A montadora japonesa acredita que pode cortar os custos da bateria por ganhos de escala. Ela está erguendo uma fábrica no Tennessee que terá a capacidade de montar até 200.000 baterias por ano.

Outros proponentes dos elétricos concordam que os custos da bateria vão cair com o aumento da produção. "Eles vão baixar pela metade, se não mais, nos próximos cinco anos", diz David Vieau, diretor-presidente da fabricante americana de baterias A123 Systems, de Watertown, Massachusetts, que recentemente abriu uma fábrica em Michigan.

Alex Molinaroli, diretor da divisão de baterias da Johnson Controls Inc., está confiante de que pode cortar o custo de produção das baterias em 50% nos próximos cinco anos, embora a empresa não informe qual o custo atual. A redução de custo vai decorrer sobretudo da gestão eficiente de fábrica, corte de desperdícios e outras despesas relacionadas à administração, não de alguma melhora básica na tecnologia da bateria, diz.

Mas pesquisadores como Whitacre, as Academias Nacionais de Ciência dos EUA e mesmo algumas montadoras não estão convencidos, principalmente porque mais de 30% do custo das baterias é de metais como níquel, manganês e cobalto. (O lítio representa apenas uma pequena porção dos metais nas baterias.)

Os preços desses metais, que são definidos pelos mercados de commodities, não devem cair com o aumento da produção de baterias — e podem até subir por causa do crescimento da demanda, segundo um estudo das Academias de Ciência divulgado este ano e engenheiros familiarizados com a produção de baterias.

As células de baterias de íon de lítio já são produzidas em massa para computadores e celulares e o custo delas caiu 35% de 2000 a 2008 — mas não baixou muito mais nos últimos anos, segundo o estudo das Academias de Ciência.


Alto custo das baterias é obstáculo para carros elétricos - 20 Out 2010 - The Wall Street Journal Americas - Mike Ramsey

Custo Histórico, Valor Justo e Custo de Oportunidade

O Tribunal de Contas da União (TCU) poderá investigar uma operação de R$ 150 milhões firmada entre a BNDESPar, subsidiária do BNDES), e a empresa LLX Logística, do empresário Eike Batista. O pedido foi protocolado na terça-feira pelo representante do Ministério Público no TCU, Marinus Marsico. O banco não teve prejuízo [1], mas, para ele, deixou de ganhar R$ 90 milhões.

A BNDESPar pagou R$ 1,80 por cada uma das 83 milhões de ações (12% do capital) da LLX que adquiriu no aumento de capital realizado em abril de 2009. Cinco meses depois, a Centennial, de Eike, e um fundo de pensão canadense, sócios da LLX, compraram de volta metade das ações da BNDESPar pelo valor inicial acrescido de juros de 15% ao ano e variação da inflação pelo IPCA. No entanto, os papéis já tinham valorizado quase 145%.

“Pedi para investigar se houve favorecimento e quebra dos princípios da impessoalidade e da economicidade na administração pública”, disse o procurador. Para ele, o banco foi prejudicado por uma cláusula do contrato que previa a recompra de metade dos papéis pelo valor inicial, com a correção prefixada, no prazo de 36 meses. [2] Como as ações valorizaram rapidamente, o direito de recompra foi exercido antes do prazo e os acionistas ainda pagaram uma multa de 20% sobre a remuneração.

Mesmo assim, diz o procurador, o BNDES vendeu por R$ 96 milhões um lote de ações que já valia mais de R$ 180 milhões. “O BNDES comprou as ações a R$ 1,80 e vendeu a R$ 2,20, quando elas valiam R$ 4,44 no mercado”, disse. Atualmente, as ações da LLX estão cotadas em torno de R$ 9. “Não houve prejuízo efetivo ao banco [3], mas ele abriu mão do custo de oportunidade.” Por outro lado, os acionistas da LLX tiveram ganho de R$ 89,2 milhões com a operação, segundo cálculos do procurador. Ele ressaltou que não havia cláusula similar em favor do banco, que teria assumido sozinho o risco.

Marsico disse ter examinado outras 17 operações da BNDESPar para concluir que a cláusula não era padrão nos contratos do BNDES. Ele encontrou o artifício apenas na que resultou na criação da Fibria Celulose. [4]

O BNDES confirma que a cláusula é um instrumento pouco usual no banco, mas foi essencial para concretizar o aumento de capital da LLX, uma forma de desalavancar a companhia para os investimentos nos portos Sudeste e do Açu, que somam R$ 6,1 bilhões. O BNDES também concedeu financiamentos de R$ 2,5 bilhões aos projetos.

Na visão do BNDES, não é possível desconectar a recompra do cenário de incerteza em que foi fechado o contrato, no auge da crise mundial. A LLX informou que, sem a cláusula de recompra, a capitalização não aconteceria e a BNDESPar não teria entrado no capital da empresa. Era a contrapartida para que os acionistas cedessem gratuitamente o direito de subscrição à BNDESPar. Só diluiriam suas participações àquele preço com a garantia de recomposição.

Em nota, o BNDES destacou que a revenda resultou num retorno de 27% sobre metade do investimento em apenas quatro meses. “O retorno do BNDES na operação como um todo, incluindo o lote opcionado, foi de aproximadamente 200%.” [5]


TCU pode investigar acordo BNDESPar-LLX - Lu Aiko Otta / BRASÍLIA Alexandre Rodrigues / RIO - 22 Out 2010 - O Estado de São Paulo

[1] Considerando somente o custo histórico, esta frase esta correta.
[2] Neste caso, a operação "aproxima-se" de um empréstimo
[3] A rigor não, e considerando o custo histórico.
[4] Informação assimétrica?
[5] Sim, mas o banco abriu mão de um ganho maior.