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28 março 2017

E para onde foi a DRE?

Recentemente postamos um texto sobre o balanço da Bancoop Par Seguridade. A postagem chamava atenção para o balanço em 31/12/2015, com duas contas somente: CDB e Capital. Ou seja, a empresa foi constituída com aplicação financeira.


Nas notas explicativas tem logo de início a seguinte observação:

A Bancoob Participações em Seguridade S.A. (“Bancoob Par Seguridade”) ou (“Companhia”) é uma sociedade anônima de capital fechado, constituída em 23 de dezembro de 2014, e está sediada em Brasília. 

No início do Relatório da Administração tem o seguinte trecho:

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou, no dia 12 de agosto [2016], a entrada em operação da Sicoob Seguradora de Vida e Previdência S/A, por meio da portaria nº 6.620. Com capital social inicial de R$ 40 milhões (…)

Se a entidade foi constituída em 2014 e tinha aplicação em CDB, para onde foi a receita financeira da empresa em 2015? E onde está a DRE?

Pesquisa

O Grupo de Pesquisas em Organizações da UFGD, Pessoas e Ambiente (UFGD) está pedindo ajuda aos estudantes de contabilidade para responder um questionário sobre a relação da educação financeira e do otimismo no uso de cartões de crédito. Os dados obtidos serão tratados e analisados de forma estritamente confidencial e os resultados somente serão apresentados de forma agregada sem identificação do respondente.

O link do questionário está aqui

Para que serve um banco público?

Pelo menos é o que se pode extrair de um estudo recente publicado pelo FMI. Na verdade, não é  exactamente um estudo, é mais um meta-estudo – o tipo de coisa que se faz quando a  investigação sobre um tema já é tão vasta e dispersa que o melhor contributo que alguém pode dar para o debate é sintetizar o que já existe e usar estatística e bom senso para separar as águas, distinguindo as conclusões aberrantes das conclusões sólidas. Em Bank Ownership: Trends and Implications, três economistas do Departamento de Investigação do Fundo propuseram-se a fazer isso: aventuraram-se numa uma laboriosa compilação de dados, reviram a bibliografia e passaram em revista mais de 100 estudos acerca deste tema.
(...) E, no geral, a maioria dos estudos sugere que os bancos com capital público tendem a ter piores resultados do que os bancos privados. Os custos são frequentemente mais altos, a percentagem de crédito malparado é maior e a rentabilidade é mais baixa. O contraste assume maiores proporções na América Latina, mas os resultados permanecem válidos para a Europa Ocidental. Como em todas as regras em economia, esta também tem a sua excepção: na Alemanha, a banca pública leva vantagem face à banca privada.

(...) A importância dos bancos públicos nota-se mais após as crises se materializaram, altura em que funcionam como um instrumento contra-cíclico para aumentar o crédito quando mais ninguém quer fazer empréstimos. Em suma, eles parecem mais úteis para limpar os estilhaços do que para evitar que os vidros se partam.

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio


Infraero

Além de passivo a descoberto, o balanço da Infraero se destaca por uma nota do auditoria estranha (ou interessante):

Base para opinião com ressalva

Identificamos o registro de notas fiscais de despesas de serviços e materiais decorrentes de exercícios anteriores em 2016, refletindo assim no resultado do exercício, ferindo o princípio contábil da competência. 

27 março 2017

Curso de Contabilidade Básica

No capítulo 3 do volume 1 de nosso livro Curso de Contabilidade Básica (que pode ser adquirido aqui ou aqui) apresentamos logo no início um exemplo de uma nova empresa. A primeira transação é a constituição da empresa, com a integralização do capital. Esta é uma situação rara: provavelmente entre as inúmeras transações que ocorrem numa empresa, a integralização do capital é um evento que acontece uma vez a cada cinco ou dez anos.

Nos exemplos de casos práticos que estamos apresentando aos leitores do nosso livro é difícil encontrar esta situação. Mas recentemente tivemos um exemplo publicado em jornais. A Bancoob Par Seguridade publicou na edição Centro-Oeste do Valor Econômico de segunda (27 de março de 2017) as demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2016 e 2015. Para fins deste nosso estudo de caso, o balanço patrimonial do exercício findo de 2015 era o seguinte:



(Retiramos os dados de 31/12/2016). Logo na introdução tem-se o seguinte texto:

A Bancoob Participações em Seguridade S.A. – Bancoob Par Seguridade, subsidiária integral do Banco Cooperativo do Brasil S.A. – Bancoob, foi constituída em 23 de dezembro de 2014, com o objetivo de deter participação acionária em Companhia Seguradora, em parceria com a Mongeral Aegon Seguros e Previdência S.A. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou, no dia 12 de agosto, a entrada em operação da Sicoob Seguradora de Vida e Previdência S/A, por meio da portaria nº 6.620. Com capital social inicial de R$ 40 milhões e sede em Brasília (DF), a nova companhia é resultado de uma joint venture entre a seguradora Mongeral Aegon e a Bancoob Participações em Seguridade S.A. A chegada da Sicoob Seguradora ao mercado tem como meta levar seguros de vida e planos de previdência aos quase quatro milhões de cooperados do Sicoob no País e a expectativa é que a empresa esteja no grupo das dez maiores seguradoras de vida brasileiras nos próximos cinco anos, pois conta com a experiência da Mongeral Aegon no mercado de seguros de vida e previdência e com a capilaridade do Sistema de Cooperativas Sicoob para distribuição dos produtos da empresa.

O leitor da nossa obra poderá responder as questões a seguir:

a) A partir deste balanço, e tendo por base o explicado no capítulo 3 do livro, seria possível descrever a operação?
b) Existe uma informação no texto acima que contradiz os dados do Balanço. Qual seria?

Links

Disputa pela Arthur Anderson continua

Preço da Domino´s é melhor que a Amazon, Apple, FB e Google

As mudanças nas fronteiras da Europa ao longo do tempo (1140 a 2012) vídeo

Salário de Parsons, Cuoco e Galecki

Transações de alta frequência sofre para manter ganhos (para assinantes)


25 março 2017

Fato da Semana: Petrobras em 2016



Fato: Petrobras em 2016

Data: 22 de março de 2017

Contextualização - Com a operação lava-jato foi constatado que a empresa estatal Petrobras estava sendo usada num esquema que envolvia políticos, empreiteiras, diretores e elevados cargos republicanos. A consequência contábil era que os ativos da empresa estavam subestimados, assim como diversas decisões foram tomadas a partir do dinheiro da corrupção, ignorando qualquer conselho técnico. Somente após um elevada amortização dos ativos, o balanço da empresa foi publicado.

Entretanto, tudo leva a crer que o valor reconhecido como perda em 2014 não foi suficiente. Nos balanços seguintes, o valor do impairment levado a resultado foi gigantesco, atingindo a 113 bilhões de reais ou 17% dos ativos existentes no final de 2013.

Ao mesmo tempo, a empresa não tem condições de receber aporte do seu maior acionista - a União - e apresenta um volume de dívida que impede um reconhecimento imediato destas perdas.

As demonstrações publicadas nesta semana mostram um prejuízo de quase 15 bilhões de reais, o não pagamento de dividendos pelo terceiro ano consecutivo e uma dívida elevada. Mas, por outro lado, a empresa continua gerando lucro operacional (desconsiderando a perda do impairment) e caixa das operações.

Relevância - Três aspectos foram destacados pelo blog na sua análise. O primeiro é a baixa rentabilidade das aplicações financeiras, abaixo até da inflação. O segundo é a tentativa de reescrever a história através das demonstrações contábeis, dizendo que o esquema de corrupção ocorria entre 2004 a abril de 2012. E a tentativa de assumir um papel de vítima do esquema de corrupção.

As demonstrações contábeis da Petrobras começam a representar um retrato do que ocorreu na empresa nos últimos anos. E como tudo isto ocorreu sem que o auditor soubesse, os sistemas de controle funcionassem e os investidores não punissem a empresa com a queda no preço das ações.

Notícia boa para contabilidade? Não. Analisar as demonstrações contábeis é perguntar como tudo isto aconteceu. As perdas de 113 bilhões de reais acumuladas ao longo dos três últimos anos representam mais de 500 por brasileiro. É muito dinheiro desviado, sem que fosse detectado pelos sistemas de controle (aí incluindo a auditoria). A contabilidade, como responsável por relatar a situação de uma entidade, falhou.

Desdobramentos - Creio que as próximas demonstrações terão resultados melhores. Mas a falta de dividendos pelo terceiro ano seguido pode gerar uma discussão interessante. Se for constatado que a empresa não relatou todas as perdas já em 2014, as demonstrações de 2014 e 2015 podem ser contestadas. Quanto aos três aspectos destacados pelo blog (papel de vítima, baixa rentabilidade das aplicações financeiras e tentativa de reescrever a história) somos céticos, infelizmente.

Mas a semana só teve isto? Dois outros fatos se destacam. O primeiro são as consequências da operação Carne Fraca, que atingiu o setor de proteínas brasileiro. O blog destacou a questão da gestão de riscos, mas outras análises podem ser feitas. O segundo fato é o acordo PwC e MF Global.

Links

10 músicas "inspiradas" em Chuck Berry (inclui Beatles e Beach Boys)

Algoritmo, Netflix e mais um programa feito "especialmente para você"

Em defesa da hierarquia

Mudar os procedimentos contábeis pode ser um sinal de melhoria do processo contábil


Rir é o melhor remédio

Quem nunca?


Normas Brasileiras de Contabilidade Pública

Fonte: Aqui
O Grupo Assessor de Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (GA NBCASP), do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), se reuniu nos dias 21 e 22 de março, para dar continuidade ao processo de convergência às normas internacionais voltadas ao setor, as Ipsas na sigla em inglês. [...] O grupo analisou e aprovou as minutas de normas que tratam de propriedades para investimentos, de patrimônio imobilizado, de patrimônio intangível, de redução ao valor recuperável de ativos geradores de caixa e de redução ao valor recuperável de ativos não geradores de caixa.

As minutas aprovadas correspondem à etapa que antecede a audiência pública. Nela o grupo colhe a opinião e o subsídio das partes interessadas no teor das normas, em especial dos entes da federação e demais órgãos públicos usuários desses normativos. [...]

Os textos aprovados pelo GA seguem para apreciação da Câmara Técnica e, caso aprovados, vão ao Plenário do CFC para inicio do prazo de consulta pública. [...]

Durante a reunião foram abordados temas debatidos na última reunião do Board da IFAC para o Setor Público (IPSASB), ocorrida em Toronto, Canadá, entre os dias 07 e 10 deste mês. O representante do Brasil no Colegiado e Coordenador de Normas Contábeis Aplicáveis à Federação da Secretaria do Tesouro Nacional, Leonardo do Nascimento, fez um breve relato dos temas que foram objeto da reunião. Ele informou que a entidade está preparando duas novas normas, uma sobre leasing outra sobre benefícios sociais, que devem entrar em audiência pública ainda este ano. “A participação nesse organismo internacional da profissão permite termos a possibilidade de opinar sobre as normas que estão sendo elaboradas ou revisadas pelo IPSASB, levando também contribuições em relação à realidade brasileira, destacou Leonardo.”

[...]

Fonte: Aqui