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23 dezembro 2006

Preço em alta


O minério deverá sofrer um novo reajuste este ano. As empresas Rio Tinto e Vale do Rio Doce conseguiram um aumento de 9,5% neste mês. Este aumento é possível diante da demanda pelo minério, em especial da China.

Isto significa dizer que provavelmente a Vale deverá ter outro recorde de lucro no próximo ano.

Ontem a Gazeta noticiou que a Merril Lynch recomendava a compra da ação da Vale. Conforme a notícia (MINERAÇÃO: ML reitera recomendação de compra para Vale, Gazeta Mercantil News, 22/12/2006)

"Recomendamos fortemente a compra das ações PN da Vale, dado que o atual desconto de 18% sobre as ações ON é injustificável, pois ambas classes de ação dão os mesmo direitos a voto."

De acordo com Merrill Lynch, a rapidez no processo de negociação é uma clara indicação de que os fundamentos de mercado seguem firmes e que as relações da empresa com os chineses estão cada vez mais saudáveis. O banco reitera sua expectativa de estabilidade nos preços do minério para 2008, com o risco de alta no preço caso a relação oferta/demanda se mantenha justa.

O banco acredita que o patamar de negociação das ações da Vale deve mudar dado o acordo para o preços e pelo fato de que, agora, cerca de 30% das receitas operacionais da companhia serão geradas pelo negócio de níquel.

(...) Para o Merrill Lynch, os próximos catalisadores para a Vale são: maior preço para o níquel em 2007; redução de custos no Brasil, que podem resultar em um aumento de US$ 3 por ADR; sinergias com que podem gerar outro US$ 1 por ADR e notícias positivas resultantes da integração e reestruturação com a Inco.

25 outubro 2006

Vale e Inco 3 - Efeito no custo do capital de terceiros

A reportagem (Estadão de hoje) a seguir informa que o negócio irá trazer benefício para o custo do capital de terceiros pois a Vale seria agora uma empresa internacional. Temos que analisar isto com cuidado pois uma aquisição geralmente aumenta o risco da empresa. Além disto, o mercado acionário geralmente não gosta de empresas compradoras de outras, punindo com a queda na cotação das ações destas empresas.


Com Inco, Vale alcança juros de 1º mundo

Operação abre caminho para que mineradora reduza taxas e tenha custo de financiamento igual ao dos rivais

Agnaldo Brito

Os gastos da Vale do Rio Doce com novos empréstimos no mercado financeiro internacional, o chamado custo de capital de terceiros, devem agora chegar muito próximos aos dos concorrentes diretos da mineradora brasileira, a BHP Billiton, a maior do mundo, e a Rio Tinto (a terceira). A compra de 75,66% do capital da Inco em dinheiro vivo significa mais que a transformação da Vale em segunda mineradora do mundo: é o passaporte para a companhia alcançar níveis de juros só cobrados nos países ricos.

A diversificação geográfica e de produtos reduzirá a expectativa de risco dos investidores em relação à Vale. Hoje, ao se deparar com um papel emitido pela companhia brasileira, o investidor cobra o dobro dos juros que exige para um título emitido pela BHP Billiton. Levantamento feito a pedido do Estado pelo banco de investimentos WestLB mostra o quanto a Vale deve economizar com seus empréstimos no exterior.

A Vale lançou recentemente um título no mercado internacional (bond) de dez anos, com vencimento em 2016. A BHP também lançou um papel em condições semelhantes. Os investidores do chamado mercado secundário de títulos compraram os dois papéis, mas cobraram da Vale 6,25% ao ano, enquanto exigiram da BHP 5,60%.

A mineradora brasileira pagou 1,51 ponto porcentual a mais do que os juros dos títulos do Tesouro americano (a referência nestas operações), enquanto a BHP pagou a metade, 0,73 ponto porcentual. 'A diferença decorre do fato de a Vale ser uma companhia com os pés somente no Brasil. Neste custo de capital mais elevado está embutido o risco país. Com a Inco, a Vale provavelmente chegará muito mais perto da BHP e de outras concorrentes no mundo', explica Claudio Pitchon, diretor responsável por mineração e siderurgia do West LB na América Latina.

Parece uma diferença irrisória, sobretudo no Brasil, onde as empresas pagam juros de 30%, 40% ao ano, ou os consumidores que entram no financiamento rotativo do cartão de crédito são punidos com taxas de 7% a 10% ao mês, ou mais de 100% ao ano. Mas, para operações milionárias (as vezes bilionárias), essa diferença no custo de capital pesa, e muito. Nesta diferença entre os títulos da Vale e BHP, numa operação de US$ 500 milhões, a companhia brasileira pagaria US$ 3,5 milhões acima do que a BHP pagaria ao ano aos investidores.

Custo de capital neste negócio é um fator de competitividade tão importante quanto a eficiência na gestão. 'O fato de ter quase toda a operação no Brasil se torna um grande peso para a Vale. Neste caso, a empresa pode até ser muito competitiva na operação, mas o fato de outras companhias terem maior presença lá fora, garantem a elas custo de capital inferior', diz Pitchon. Por isso, a compra da Inco é um lance tão importante.

GRAU DE INVESTIMENTO

Há um pequeno percalço na aquisição da Inco. A Vale terá reduzida as notas nas agências de classificação de risco. O motivo é o elevado endividamento necessário para a realização do negócio. Entretanto, a Vale não deverá perder a condição de 'grau de investimento', um seleto grupo que paga juros mais baixos. Nem o Tesouro brasileiro alcançou esta condição ainda. Aliás, os investidores que compram papéis da Vale cobram menos do que exigem do Brasil. Um título da Vale com vencimento em 2013 paga 5,7%% ao ano, enquanto o Brasil paga 5,96%.

A entrada da Vale neste seleto grupo mundial de crédito não se deu em pouco tempo. Em 2003, a companhia fez a emissão de papéis com vencimento em 2013. Pagava então 8,43% de juros ao ano. Neste ano, o mesmo papel tem juros menores, 6%. 'Não é pouca coisa, significa economia de US$ 2,43 milhões numa operação de US$ 100 milhões', diz Pitchon.

01 junho 2006

China x Vale


Reportagem do Wall Street Journal informa de uma luta entre a China, grande consumidora de insumos para sua indústria crescente, e os grandes produtores. A reportagem cita o exemplo do gás GNL, que a China considerou caro demais. Para tentar vencer os produtores, a China decidiu substituir o gás por carvão mineral doméstico.

Nesse momento a China procura evitar o aumento nos preços do minério de ferro. Esse produto é controlado por três grandes empresas no mundo, entre elas a brasileira Vale do Rio Doce. Em 2005 os consumidores tiveram que pagar mais de 70% pelo produto. Isso naturalmente refletiu no lucro recorde da Vale em 2005, quando a margem líquida foi de quase 50%. Em 2006 os produtores já conseguiram um aumento de 19% com alguns países asiáticos, mas a China quer resistir.

A seguir, a reportagem completa:

China quer usar tamanho de seu mercado para conter os preços das commodities
June 1, 2006 4:05 a.m.

Por Patrick Barta
The Wall Street Journal

Um confronto entre a China e as maiores mineradoras do mundo sobre o preço do minério de ferro ressalta o desejo do país de usar seu poder de barganha como um grande comprador de matérias-primas num esforço para deter a desenfreada alta dos custos, algo que pode ter implicações para a economia global.

A economia chinesa é uma força propulsora por trás do recente aumento da demanda e dos preços de petróleo, cobre e uma série de outras commodities. Pequim está tentando usar essa força para empurrar os preços para baixo. Se bem-sucedida, a iniciativa pode beneficiar indústrias e consumidores mundo afora que hoje arcam com os mais altos preços das commodities em uma geração — e geralmente culpam a China pela situação. Mas se os esforços chineses terão algum efeito significativo, ainda é uma questão em aberto.

Em alguns casos, a China está se recusando a comprar commodities que ela considera muito caras, retirando uma fonte de demanda do mercado. Em outros casos, está aumentando os esforços para desenvolver fontes alternativas ou acumular estoques de minerais, podendo assim puxar o tapete das mineradoras, que querem limitar o número de novas minas para manter os preços altos.
[iron]

Muitos especialistas em commodities duvidam que a China vá conseguir derrubar os preços tão cedo. As táticas do país têm sido até agora atrapalhadas e anticompetitivas, argumentam muitos analistas, e muitas de suas tentativas de escavar novas fontes de oferta não tiveram sucesso. Além do mais, a China precisa tanto de matérias-primas para construir estradas, fábricas, conjuntos habitacionais e outras coisas que seu poder de barganha é limitado no curto prazo.

Funcionários do Ministério do Comércio e da Comissão Nacional do Desenvolvimento e Reforma, a principal agência de planejamento do país, dizem que o governo não se envolve na negociação de preços de commodities industriais específicas, deixando isso para empresas individuais. Mas o governo chinês já disse que está preocupado com o impacto econômico dos altos preços das commodities, e muitos economistas acreditam que as últimas medidas sugerem uma estratégia mais coordenada. Isso seria fácil de pôr em prática, já que muitas das empresas que mais consomem recursos naturais na China são estatais.

No ano passado, a petrolífera estatal chinesa Cnooc Ltd. recusou-se a assinar novos contratos para gás natural liquefeito, ou GNL, depois de ter concluído que o preço havia subido demais. Em vez disso, a China está contando mais com o carvão mineral doméstico para alimentar suas usinas energéticas, embora fazê-lo aumente a degradação ambiental. A decisão retirou uma das maiores fontes de demanda nova no mercado internacional de GNL e pode resultar em preços menores do que se esperava anteriormente, se a demanda da China não voltar a subir.

A China está batendo o pé em relação ao minério de ferro. Geralmente, o preço do minério de ferro é decidido em discretas reuniões todos os anos entre as produtoras e as siderúrgicas que o consomem. Três empresas — a Companhia Vale do Rio Doce e as gigantes anglo-australianas BHP Billiton e Rio Tinto — controlam cerca de 75% do mercado mundial de exportação do minério, o que lhes dá mais poder de barganha. No ano passado, elas obrigaram as siderúrgicas a engolir um aumento sem precedentes de 72%.

Este ano, siderúrgicas do Japão, Coréia do Sul e Europa aceitaram um aumento de 19%. Mas a China, rompendo com a tradição, recusou-se a aceitar esse jogo. Os líderes da indústria siderúrgica chinesa dizem que as mineradoras precisam considerar o enorme tamanho do mercado da China quando negociam preços lá e oferecer seus recursos minerais com um desconto. A China já é o maior consumidor mundial de minério de ferro.

A maioria dos analistas acredita que a China vai perder na atual rodada de negociações, e pode entregar os pontos a qualquer momento. Mas no longo prazo, a teimosia pode levar a mudanças na maneira como o preço do minério de ferro é negociado. A China pode, por exemplo, decidir comprar mais no mercado à vista de países como a Índia. Embora isso possa custar-lhe mais atualmente, pode também provocar uma mudança que diluiria o poder das mineradoras no longo prazo.