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05 maio 2006

Poder da Convenção


Convenção significa usos ou costumes sociais estabelecidos. No nosso dia-a-dia temos inúmeros exemplos de convenção como os sinais de trânsito.

Uma das convenções interessantes diz respeito ao mapa mundi. Já acostumamos a encontrar o norte no topo do mapa. Essa convenção vem de séculos atrás, provavelmente derivada do navegadores europeus. Mas nem todos os países adotam/aceitam essa convenção. A Austrália, por exemplo, considera o Sul no topo do mapa. É interessante esse ponto pois começamos a repensar o nosso mundo.

A Convenção também está presente na contabilidade financeira. Ao obtarmos por colocar o ativo no lado direito isso é fruto de uma convenção. O ordenamento do ativo em ordem de liquidez, do maior para o menor, também é resultado de uma convenção.

Qual a vantagem de uma convenção? Talvez facilite a absorção mais rápida de novos conhecimentos. E a desvantagem? Provavelmente temos, com a convenção, a tendência a aceitá-las de forma passiva.

Para um estudo sobre a convenção dos mapas, vide o seguinte endereço: http://www.flourish.org/upsidedownmap/

04 maio 2006

Corrupção e impacto sobre as empresas

A corrupção refere-se a deterioração física de algo. No dia-a-dia a corrupção tem o significado de subornar, de uma ou mais pessoas, em causa própria ou alheia, através do oferecimento de vantagens. A origem do termo é antiga, do século XIV da nossa era.

No Brasil parece que já perdemos a noção da necessidade de combater essa prática. Diante das manchetes dos jornais, é normal aceitá-la, sem refletir seus efeitos.

Para um empresa, a corrupção significa aumento de despesa - se ter a certeza de uma contrapartida em termos de serviços -, com a chance de aumentar o risco de uma ação da justiça ou uma condenação por parte dos clientes.

Os efeitos também se fazem sentir para as empresas que atuam em setores onde a existência de corrupção é uma prática comum. Um aumento na corrupção num país tem impacto sobre os negócios de todas a empresas. Esse é uma possível conclusão de um estudo realizado por três pesquisadores em economia da University of Texas e University of Nebraska.

Os pesquisadores verificaram se existe relação entre o nível de corrupção de um país e o rating da dívida soberana de cada país. Para medir a corrupção, Depken, La Fountain e Butters utilizaram os dados da organização Transparency International, que possui um indicador que mede o nível de corrupção de cada país. O Brasil possuía em 2005 uma percepção de corrupção de 3,7 (quanto maior o índice, menos corrupto é o país), estando em 62o. lugar de uma lista de 159 países. Esse dado de corrupção foi relacionado com o da classificação dos títulos da dívida soberana. Os países que possuem títulos da dívida negociados no mercado internacional possuem uma classificação decorrente da qualidade desses títulos. Quanto pior a qualificação maior a percepção do credor que o país é um mal pagador.

Quando um país não está classificado adequadamente isso significa que se uma empresa daquela nação necessitar de um financiamento externo o custo será significativamente maior. Assim, uma empresa da Finlândia, um país com boa classificação externa, consegue empréstimos externos a um custo menor que uma empresa brasileira, que não possuí uma boa classificação. Os efeitos disso são observados no custo mais elevado dos recursos para as empresas.

O que Depken e seus colegas descobriram é que a classificação da qualidade dos títulos externos de um país possui relação com a corrupção. Em outras palavras, países menos corruptos possuem um risco menor que os países mais corruptos. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram um conjunto de quase 50 países e isolaram algumas variáveis que poderia afetar o nível de risco. Apesar do resultado final não apresentar uma correlação muito expressiva entre a corrupção e o custo da dívida, essa relação existe.

Para se ter uma idéia do impacto positivo de políticas de combate à corrupção num país, uma redução da corrupção na Argentina para o níveis da Tunísia significaria uma economia de $1,3 bilhão de juros anualmente ou quase 1% do seu PIB.

Lâmpada

Quandos pesquisadores empíricos são necessários para trocar uma lâmpada?

Resposta: Cinco. Um para escrever uma grande proposta; outro para fazer a modelagem matemática; dois para colaborarem na pesquisa; e um estudante para fazer o trabalho.

Fonte: www.adamsmith.org

Petrobrás e Bolívia


A questão da Petrobrás na Bolívia teve uma pequena reação do mercado acionário, conforme pode ser vista no gráfico abaixo. Observe que a tendência de alta das ações da empresa sofreu uma pequena reversão. Provavelmente o mercado já contava com essa possibilidade ou visualiza que o impacto sobre o resultado da empresa é reduzido.(O gráfico refere-se a comercialização do ADR da Petrobrás na Bolsa de Nova Iorque nos últimos dias)

02 maio 2006

Finanças Comportamentais

Alguns conceitos relevantes de finanças comportamentais:

Aversão à Perda - Tendência das pessoas preferirem fortemente evitar perdas do que adquirir ganhos. Alguns estudos sugerem que as perdas são duas vezes mais poderosas do que os ganhos. A aversão a perda ajuda a explicar os efeitos dos custos perdidos.

Aversão à Ambiguidade - as pessoas preferem o familiar ao não familiar.

Contágio Emocional - tendência de expressar/ter emoções similares e influenciadas por outras pessoas. As pessoas tendem a ficar felizes quando outras pessoas estão felizes.

Efeito calendário - O desempenho de certos investimetnos tem variado significativamente dependendo do dia da semana, do dia do mês, do mês do ano, da proximidade dos feriados, da posição da terra, lua e sol, etc. Apesar da descrença de certos autores e do fato de que algumas dessas anomalias desapareceram recentemente, o efeito calendário ocorrem em muitos países.

Efeito do falso consenso - Refere-se a tendência que a pessoas possuem em superestimar o grau com que os outros concordam com elas. Pessoas geralmente acham que suas opiniões, crenças e predileções são mais majoritárias do que realmente são. Esse viés ocorre num grupo de pessoas que pensam que sua opinião representa uma grande população. Uma vez que existe consenso e que não existe disputa, eles tende a acreditar que todos pensam igual.

Efeito propriedade (ou "mais vale um pássaro na mão do que dois voando") - As pessoas dão um valor maior aos objetos que são proprietários. Isso contradiz a teoria econômica e tem sido muito questionado.

Uma experiência foi realizada com estudantes universitários. Eram dados dois produtos (café e chocolate) com mesmo valor de mercado. Numa primeira etapa, provou-se que a preferência era idêntica para os produtos (50% optava por café e 50% por chocolate). Depois, foram dados os produtos aleatoriamente aos estudantes e solicitados que os estudantes fizessem troca, caso desejassem. Somente 10% dos estudantes optaram pela troca. O normal seria 50%.

Falácia da Conjunção - Uma condição específica é mais provável de ocorrer que uma geral.

Um exemplo pode ser ilustrado a seguir: Lúcia tem 31 anos de idade, é solteira e brilhante. Graduou-se em filosofia. Quando era estudante, ela teve noções sobre discriminação e justiça social e participou de manifestações contra a guerra nuclear. Qual é mais provável? (1) Lúcia é uma bancária; (2) Lúcia é uma bancária e uma ativista do movimento feminista. Os entrevistados geralmente escolhem o número (2). Entretanto, matematicamente, a probabilidade dos dois eventos ocorrerem juntos (em conjunção) é sempre menor que a probabilidade de ocorrer sozinho. Considere a probabilidade de Lúcia ser bancária com sendo 5%. E também suponha a probabilidade dela ser feminista é de 95%. A Probabilidade de Lúcia ser bancária E feminista é de .05 × .95 ou 0.0475. Isso é menor que a Pr(Lúcia é uma bancária). A opinião 2 parece ser mais representativa da descrição, mesmo sendo menos provável.

Outro exemplo: Foi perguntado a especialistas qual a probabilidade da União Soviética invadir a Polônia e os Estados Unidos cortarem as relações diplomáticas, no próximo ano. Os especialistas responderam com 4% de probabilidade. Para outro grupo de especialistas foi questionada a probabilidade dos Estados Unidos cortarem as relações diplomáticas com a União Soviética no próximo ano. A probabilidade foi de 1%.

Falácia do jogador - As pessoas possuem pouca intuição sobre o comportamento de eventos aleatórios.

Os conceitos errôneos são os seguintes:

(1) um evento aleatório é mais provável de ocorrer por que ele não ocorreu num período de tempo;
(2) um evento aleatório é menos provável de ocorrer por que ele não ocorreu num período de tempo;
(3) um evento aleatório é mais provável de ocorrer por que ele ocorreu recentemente; e
(4) um evento aleatório é menos provável de ocorrer por que ele ocorreu recentemente.

Isso pode ser resumido na seguinte frase: uma moeda não tem memória.

Outros exemplos: (a)
Uma moeda tem 50% de chance de sair cara. A chance de “cara” duas vezes é de 0,5 x 0,5 = 0,25. Três caras é de 0,5 x 0,5 x 0,5 = 0,125. Considere que 4 caras já saíram num jogo de moedas. A falácia do jogador acha que a chance da próxima moeda ser “cara” é de 0,5 5 = 0,03125. Isso está errado. A probabilidade é 0,5.

Uma piada serve para ilustrar essa falácia. Voando num avião, um homem decidiu levar com ele uma bomba. “A chance de um avião ter uma bomba é pequena e a chance de ter duas é quase nenhuma.”

Joguei um moeda 20 vezes e deu cara todas as vezes. Qual a probabilidade de dar coroa na próxima jogada?

Um casal tem duas filhas. Qual a chance do próximo filho ser um menino?

É mais provável vencer na loteria escolhendo o mesmo número toda vez ou escolhendo um número diferente de cada vez?

Mas atenção: a falácia só ocorre quando os eventos são independentes. Se for um jogo de baralho sem reposição, não ocorre a falácia. Eventos esportivos também não podem ser considerados. A rigor, um vencedor num evento tem mais probabilidade no próximo evento que um perdedor.

Heurística - Pessoas quase sempre tomam decisões baseado em regras informais aproximadas e não análise racional.

Ilusão da moeda - A ilusão da moeda pode afetar a percepção dos resultados.

Experiências tem mostrado que pessoas geralmente percebem que um corte de 2% no salário nominal é injusto; mas vêem um aumento de 2% no salário nominal quando a inflação é de 4% como justo, apesar de serem equivalentes.
Preços nomimais são um regra interessante para determinados valores e preços reais somente são calculados quando eles são altamente relevantes (hiperinflação, por exemplo)

Ilusão do Conhecimento - Fazer uma inferência mais forte do que garantida pelos dados.

Moldura (Framing) - A forma como o problema ou a decisão é apresentada irá afetar sua ação. Na teoria da racionalidade de escolha supõe-se que a forma com que o problema é dado não afeta a ordem de escolha.

O exemplo clássico é o problema da doença. Uma nova doença atingiu a população da cidade onde você reside. Um grupo de cientistas trabalha para conter a epidemia. Eles esperam que no mínimo 600 pessoas morrerão por causa da doença. Duas soluções para combater a doença foram encontradas:
=> Se a Solução “A” for aplicada, 400 pessoas morrerão
=> Se a Solução “B” for aplicada, há 1/3 de probabilidade de que ninguém morrerá e 2/3 de probabilidade de 600 pessoas morrerem


A maioria das pessoas escolhem a alternativa B. Também é feito a seguinte pergunta:

Uma nova doença atingiu a população da cidade onde você reside. Um grupo de cientistas trabalha para conter a epidemia. Eles esperam que no mínimo 600 pessoas morrerão por causa da doença. Duas soluções para combater a doença foram encontradas:
=> Se a Solução “A” for aplicada, 200 pessoas serão salvas.
=> Se a Solução “B” for aplicada, há 1/3 de probabilidade que 600 pessoas serão salvas e 2/3 de probabilidade de ninguém ser salvo.


Os dois problemas são idênticos, mas a resposta não.

Ilusão de Controle - Tendência para o ser humano acreditar que ele pode controlar ou influenciar fatores que eles não tem influencia. Poderes para normais, superstições e crenças são situações dessas ilusões de controles. É facilmente encontrado em cassinos: soprar dados, evitar olhar o resultado, etc. As pessoas começam a acreditar que isso é sinal de que estava correto. As pessoas com ilusão de controle geralmente possuem pior desempenho.

Pensamento Mágico - Descreve um tipo de relação causal não científica. O pensamento mágico comete erros de causa-efeito. Por exemplo: alguém acha que a camisa dá sorte pois venceu um jogo com ela. Essa pessoa irá continuar a usar a camisa e irá associar a vitória a camisa. Adeptos não consideram isso como uma mágica. Na Ásia isso é denominado de Karma.

Outra situação são pessoas que acreditam que palavras podem afetar o mundo e por isso evitam certos termos (não fale no demônio que ele aparece). Essas pessaos usam eufenismo. As vezes o pensamento mágico ocorre devido ao fato das pessoas não saberem estatística. Uma situação típica ocorre com o efeito placebo que explica o interesse persistente por medicina alternativa.

Viés de Confirmação - Desejo das pessoas em encontrar informação que confirma a sua visão da situação

Viés do Conservadorismo - Pessoas são lentas em mudar suas opiniões em resposta a evidências recentes.

Winner's curse (Vitória de Pirro) - Ocorre quando ações comuns são tomadas com informação incompleta. Um produto deveria ter valor similar para todos os compradores, mas os jogadores estão incertos sobre o valor do mesmo. Cada jogador estima independente o valor do produto antes da aposta.
O vencedor será aquele que oferecer a maior aposta. Se considerarmos que a média das propostas é a estimativa acurada, então a pessoa com maior aposta terá um produto cujo valor foi superestimado. O efeito dependerá do número de apostadores.

01 maio 2006

Petrobrás e Bolívia

Eis o comunicado do governo da Bolívia referente a nacionalização dos campos naquele país:

"El Presidente, Evo Morales Ayma, mediante Decreto Supremo 28701 nacionalizó el conjunto de los recursos hidrocarburíferos del país e instruyó a las Fuerzas Armadas tomar los diferentes campos petroleros con batallones de ingenieros.

En lo que calificó de una tercera y definitiva nacionalización, Morales explicó que los bolivianos vuelven a asumir la propiedad de este recurso natural que se constituirá, junto a otras acciones, en el pilar central del desarrollo de Bolivia y los bolivianos y, consecuentemente de la liberación de un país con los más altos niveles de marginación social e inequidad en la distribución de su riqueza.

La disposición leída en toda su extensión por el Mandatario y sustentada en la Constitución Política del Estado, la Ley de Hidrocarburos y acuerdos internacionales que permiten a los indígenas aprovechar sus recursos naturales sin perjuicio del apoyo internacional, se constituye “en una respuesta al pueblo”.

“El Estado recupera la propiedad, la posesión y el control total y absoluto de estos recursos”, señala el primer artículo del decreto de nacionalización, que se da a más de tres meses de gestión de la administración gubernamental del Movimiento Al Socialismo (MAS) que ofertó precisamente esa acción que redundará en la política económica del país.

Las Fuerzas Armadas, junto a los fiscales, tomaron hoy las 56 instalaciones de campos petroleros y dos refinerías que estaban controladas por las transnacionales Chaco y Andina, además de la transportadora Transredes a partir del proceso de capitalización impulsado por en el primer gobierno del ex presidente Gonzalo Sánchez de Lozada (MNR).

Las petroleras están obligadas a entregar toda su producción de gas y petróleo a Yacimiento Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), quien también estará a cargo de la comercialización con la definición de las condiciones volúmenes y precios internos y la exportación e industrialización.

La actual administración gubernamental estableció que las petroleras que acaten de forma inmediata esta disposición podrán operar en el país, una vez que en 180 días, a partir de este 1 de mayo, negocien nuevos contratos acordes a la nueva realidad vigente. “Las compañías que no hayan firmado contratos no podrán seguir operando en el país”, afirmó el presidente Morales leyendo el decreto supremo.

Con la finalidad de garantizar la producción, la estatal petrolera deberá tomar a su cargo las operaciones de los campos de las compañías que se nieguen a acatar o intenten impedir la nacionalización de los hidrocarburos, que también implicará que el Estado acceda a 780 millones de dólares anuales.

La distribución de los recursos generados por la explotación de los recursos hidrocarburíferos también cambiará. De los recursos económicos generados de aquellos campos donde se haya registrado una producción superior a los 100 millones de pies cúbicos diarios de gas durante el 2005, se destinará el 82 por ciento al Estado y 18 por ciento para las empresas.

Del total de recursos que genera la industria petrolera en los megacampos, el 32 por ciento se inscribe en el Impuesto Directo a los Hidrocarburos (IDH), 32 por ciento se destinará a la participación adicional para Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos, 18 por ciento irá en regalías y participaciones y el saldo, 18 por ciento se irá a las compañías para cubrir costos de producción, inversión y utilidades.

“Para los campos cuya producción certificada promedio de gas natural del año 2005, haya sido menor a 100 millones de pies cúbicos diarios durante el período de transición se mantendrá en actual distribución del valor de la producción de hidrocarburos”, informó Morales, dejando claro que las regalías de los departamentos productores no serán afectadas.

También se realizarán auditorías a cada una de las empresas para determinar las inversiones realizadas en este proceso de capitalización, sus amortizaciones, costos de operación y rentabilidad. Los resultados determinarán “la retribución o participación” de las empresas en el marco de los nuevos contratos que se firmarán.

El Estado toma inmediatamente el control y la dirección de la producción, transporte, refinación, almacenaje, distribución, comercialización e industrialización de hidrocarburos en el país, aseguró el Presidente, en parte de un discurso, donde expresó que este es el “mejor regalo” para los trabajadores en su día.

Se transfieren en propiedad a Yacimiento Petrolíferos Fiscales Bolivianos, a título gratuito, las acciones de los ciudadanos bolivianos que formaban parte del Fondo de Capitalización Colectiva en las empresas petroleras capitalizadas Chaco S.A.; Andina S.A., Transredes S.A.”, señala el decreto de nacionalización.

Con el fin de que esta decisión no afecte el pago del Bonosol, que se garantiza con los dividendos de estos recursos, el gobierno compromete la “reposición” de estos aportes para no generar ningún problema en el pago de este beneficio a las personas mayores de 65 años.

Las acciones del Fondo de Capitalización Colectiva que están a nombre de la Administradoras de Fondo Pensiones (AFP) en las empresas Chaco, Andina y Transredes serán “endosadas” a nombre de YPFB, anunció el Presidente y explicó que el Estado, a través del fortalecimiento de la empresa estatal, participará en toda la cadena productiva hidrocarburífera.

“Se nacionaliza las acciones necesarias para que Yacimiento Petrolíferos Fiscales Bolivianos controle como mínimo el 50 por ciento mas uno en las empresas Chaco S.A.; Andina S.A., Transredes S.A.; Petrobras Bolivia; Refinación S.A. y Compañía Logística de Hidrocarburos de Bolivia S.A.”, establece el decreto de nacionalización."

(Do sítio de Ricardo Noblat)

Na sua última demonstração financeira a Petrobrás fala em diferentes situações de risco entre as quais:

Estamos sujeitos a riscos substanciais relacionados a nossas operações internacionais, em particular na América Latina e no Oriente Médio.

Operamos em vários países diferentes, especialmente na América Latina e no Oriente Médio que podem ser política, econômica e socialmente instáveis. Os resultados das nossas operações e a situação financeira de nossas subsidiárias em esses países podem ser afetados adversamente pelas flutuações da economia local, pela instabilidade política e pelas medidas governamentais relacionadas à economia, incluindo:

imposição de controles cambiais ou de preços;>

imposição de restrições nas exportações de hidrocarbonetos;

desvalorização da moeda local; ou

aumento das alíquotas de exportação para o petróleo bruto e os derivados de petróleo.

Caso um ou mais dos riscos descritos acima se materializarem, é possível que não consigamos obter os nossos objetivos estratégicos em esses países ou em nossas operações internacionais como um todo, que poderá ter um impacto negativo nosresultados das nossas operações e situação financeira.

Dos países nos quais operamos, as nossas operações na Argentina são as mais significativas e representam aproximadamente 5,6% de nossa produção total de petróleo bruto e gás natural e 3,3% das nossas reservas comprovadas de petróleo bruto e gás natural em 31 de dezembro de 2004. Como resultado da crise, o governo argentino tomou uma série de medidas regulamentares, inclusive a imposição de controles de preço em indústrias do setor de petróleo e gás natural. De outro lado, as nossas operações na Bolívia representaram aproximadamente 2,3% da nossa produção total em barris de óleo equivalente e 2,8% das nossas reservas comprovadas de petróleo bruto e gás natural em 31 de dezembro de 2004. As recentes turbulências políticas na Bolívia tiveram como alvo a participação de companhias estrangeiras na indústria de gás natural da Bolívia, o que ocasionou o aumento dos pagamentos de royalties e impostos em maio de 2005 e alguns grupos políticos clamam pela nacionalização do setor de energia. Em junho de 2005, os intensos protestos da oposição conduziram à renúncia do Presidente Carlos Mesa, após 19 meses no cargo. Em geral, a situação política, econômica e social da Bolívia, e, particularmente a política de energia do país, permanecem extremamente instáveis e imprevisíveis. As decisões políticas e a deterioração na situação da Argentina e da Bolívia poderão causar efeitos adversos nos nossos investimentos e no resultado das nossas operações financeiras.

Importância da Classificação

A importância da classificação na área contábil pode ser visualizada nas empresas elétricas. Segundo as normas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a determinação das tarifas do setor deve levar em consideração a capacidade de cobrir os "custos operacionais eficientes das distribuidoras" e levar em conta a "remuneração justa e adequada sobre os investimentos realizados com prudência pela distribuidora".

O índice seria dado por:

RT = (RR - OR)/(RV + RS)

sendo
RT = índice de reposicionamento da tarifa
RR = soma das despesas com encargos e compra de energia com custos operacionais, despesas de capital e tributos
OR = outras receitas que corresponde as receitas extraconcessão e de serviços
RS = receita de suprimento de energia a outras distribuidoras
RV = receita verificada

Observe que a classificação de uma receita como extraconcessão leva a uma menor tarifa para a empresa. Em outras palavras, cria-se um incentivo para que as receitas não sejam classificadas como "OR" e sim como RR.

29 abril 2006

Frase

Frase:

“Vai na contabilidade: tem um item chamado móveis e utensílios e o Zagallo está lá”

Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, brincando que o coordenador técnico da Seleção já foi incorporado aopatrimônio da entidade

28 abril 2006

Complexidade dos Impostos e seu Custo

Gary Becker é um renomado economista norte-americano, famoso por defender a análise custo-benefício para explicar as razões de um crime.

No dia 16, Becker escreveu no seu blog um lamento pelo fato de estar, ele e sua esposa, dedicando horas na preparação do seu imposto de renda. Becker aproveitou para fazer alguns cálculos sobre o custo das horas dispendidas pelo investidor norte-americano para fornecer informações para seu fisco.

Segundo Becker o custo é alto. Sua estimativa fala em 2.6 bilhões de horas - estimativa conservadora no seu entender - para preparar as declarações. Quando se compara com a receita fiscal esse custo fica mais elevado ainda.

Ainda bem que isso ocorre nos EUA...

27 abril 2006

Livro na Era Digital

Quando Luca Pacioli publicou seu livro de contabilidade a imprensa tinha acabado de ser criada por Gutemberg. Estamos vivendo uma época de transição entre o conteúdo impresso para o conteúdo digital. Qual seriam as mudanças no conteúdo didático da forma como conhecemos?

Acredito que essa alteração tecnológica terá dois impactos significativos: na forma como divulgamos o conhecimento e no seu conteúdo.

Engana-se que pensa que a era digital é somente uma transposição do conteúdo impresso para o computador. Na realidade a própria essência do conhecimento transmitido deve-se alterar com essas mudanças tecnológicas.

Nos primórdios, o conhecimento era dado por uma obra impressa e só. Hoje, um livro didático é acompanhado por transparências, planilhas (depende da área) e eventualmente documentos adicionais em formato para ser lido por um editor de texto.

A produção de um conhecimento nos dias de hoje vem acompanhado de um pacote de conteúdos a disposição do cliente. Uma obra de primeira linha num país desenvolvido possui uma home-page onde os materiais adicionais estarão disponíveis. Além disso, a home-page torna-se um canal de acesso do leitor/consumidor ao produto. Em certas obras impressas já existe explicitamente uma citação a home-page, incentivando o leitor a consultá-la.

Além disso, um autor pode contar também com o Blog, com plataformas educacionais (como Hot Potatoes), com chat e comunidades virtuais.

Em outras palavras, a tecnologia está mudando a forma como o conteúdo está chegando ao aluno. Mas também está alterando o próprio conteúdo.

Com o rápido acesso ao mundo e suas notícias é possível construir rapidamente estudos de casos atuais, aumentar a agilidade com que um conhecimento chega ao aluno (um nova lei pode estar junto ao leitor instantes depois de sua aprovação, com comentários sobre seus efeitos sobre a contabilidade financeira, por exemplo), possibilitar que em sala de aula o professor possa ter o apoio da internet, utilização de informações mais próximas à realidade, aumento no dinamismo dos exercícios e dos exemplos utilizados entre outros fatores.

Ou seja, não é somente a tecnologia que está mudando, mas também o seu conteúdo. Isso significa que novos autores estão surgindo, mais adaptados as novas tecnologias. Esses autores provavelmente saberão utilizar de forma mais efetiva todas essas ferramentas. Ou, pelo menos, terão apoio de uma equipe que possa ajudar a criar conteúdos para os diferentes meios de propagação do conhecimento.

E isso é ótimo para todos nós.

26 abril 2006

Inimigo do Planeta

Paul Krugman é um dos economistas mais influentes no mundo. Candidato ao Nobel (serei sincero: não sei a razão dessa indicação) tem aparecido constantemente nos jornais. Num dos artigos publicado no NY Times (que eu saiba, não traduzido para o português), Krugman escreveu: "O inimigo do Planeta". Engana-se que apostou em Bush ou algum radical do momento.

A figura atende-se pelo nome de Lee Raymond, ex-chief executive da Exxon Mobil. Raymond recebeu $686 milhões em 13 anos, mas não é esse o motivo da ira de Krugman. A razão é que Raymond tornou-se inimigo do planeta pela postura em relação as alterações climáticas. Raymond diz acredita que nada está ocorrendo no mundo com respeito ao clima. A ciência está errada. Os cientistas estão errados.

Raymond, e outros executivos, criaram a Global Climate Coalition, com o propósito de apoiar a indústria do petróleo e seus interesses. Quando as pesquisas tornaram-se mais evidentes, empresas como a BP e a Shell deixaram essa entidade. A Exxon decidiu lutar contra a ciência, nas palavras de Krugman.

Krugman acredita que a imprensa tem dedicado espaço demais a pesquisas controversas, favoráveis as empresas de petróleo.

O interessante é que observei o comportamento do mercado (preço das ações) da Exxon e comparei com a Shell e BP. Minha análise foi no "olhometro" mas não notei diferença. Talvez o mercado não acredita que a postura da Exxon seja prejudicial no futuro.

Os ecologistas podem mudar isso: boicote pode resolver.

O que fazer com o dinheiro que não é seu?

Um dos principais problemas de uma empresa moderna é o fato de que os objetivos de um administração podem não ser o melhor para seus acionistas. Esse dilema é denominado pela ciência de conflito de agência.

Os exemplos são inúmeros. No Brasil não temos ainda uma cultura que defenda, de forma integral, o princípio da entidade. Talvez por essa razão seja difícil perceber esse conflito no país. Em outros países, onde o mercado é mais desenvolvido, esse problema geralmente é noticiado.

Tomei três exemplos desses problemas apresentados pelo sítio Footnoted, especializado na parte narrativa das demonstrações financeiras:

a) A 1-800 Contacts pagou ao seu executivo US$12 mil por ano para "serviços domésticos". O relatório não é claro se esse pagamento é de uma babá ou um mordono ou um caseiro.

b) A WSFS Financial pagou para seus executivos serviços de planejamento financeiro sob a justificativa que era para encorajar hábitos pessoais na área financeira. Dois detalhes: os executivos são ricos; e a empresa atua na área financeira e provavelmente os executivos deveriam ser especialistas na área.

c) A Federated Department Stores deu aos executivos "desconto na compra de mercadorias". Não informa qual desconto.