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13 outubro 2008

Depois da ajuda...

Conforme postado anteriormente, a AIG, a empresa de seguros que já recebeu mais de 100 bilhões de ajuda do governo dos EUA, promoveu gastos com executivos considerados questionáveis. No Valor Econômico de hoje um texto sobre o assunto:

A indecência de diretores de grupos financeiros salvos pelo dinheiro público provoca revolta de investidores e autoridades na Europa e nos Estados Unidos. A direção do grupo financeiro belga Fortis fez um banquete de US$ 200 mil para 50 corretores independentes na sexta-feira, alguns dias depois de o banco ter sido salvo da falência graças à intervenção pública. O rega-bofe ao custo de US$ 4 mil por convidado foi realizado num palácio gastronômico do principado de Monte Carlos. Somente um prato de 50 gramas de caviar real do Irã custou US$ 650. O restaurante abriga uma das melhores caves de vinhos do mundo. Para o Partido Socialista da Bélgica, foi um insulto a milhares de poupadores e ao Estado. "O mundo das finanças perdeu toda a decência e joga com somas superando a compreensão", criticou.

No começo da semana, foi revelado que a diretoria da seguradora americana AIG gastou US$ 370 mil num fim de semana num luxuoso hotel em uma praia na Califórnia, uma semana depois de o Tesouro americano ter salvo a companhia com um pacote de US$ 85 bilhões. A fatura foi exibida no Congresso americano, irritando ainda mais parlamentares que tinham hesitado em aprovar o pacote para socorrer o setor. Os executivos da AIG usaram o dinheiro da empresa para pagar quase US$ 200 mil pelos quartos, US$ 150 mil só de refeições e US$ 23 mil no "spa". Culpados, milionários e impunes. Foi como o jornal espanhol El Pais definiu a situação da casta "intocável" de diretores de bancos em meio a dramática crise financeira. O americano Stanley O'Neall é o campeão da lista: foi para casa com US$ 161 milhões como indenização quando deixou o Merrill Lynch com US$ 7,7 bilhões de perdas. Seu sucessor, John Thain, negociou habilmente um contrato de US$ 200 milhões para ele e dois executivos do Goldman Sachs. Richard S. Fuld ganhava US$ 17 mil por hora no Lehman Brothers. Uma comissão de investigação do Congresso americano descobriu que Fuld autorizou o pagamento de US$ 20 milhões a dois diretores do Lehman quatro dias antes de o banco declarar falência. (AM)

Revolta com festas regadas a verbas
Valor Econômico - 13/10/2008

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