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22 setembro 2017

Desemprego continua aumentando no Setor Contábil

Ontem o Ministério do Trabalho disponibilizou os dados de agosto do Caged com informações sobre o emprego formal. Como tem sido praxe, este blog compilou os dados do setor contábil para verificar o comportamento do setor neste quesito. E como tem acontecido nos últimos meses, o número dos demitidos superou o número dos admitidos: de janeiro de 2015 até agosto de 2017, somente em três meses o sinal foi positivo. E o resultado do mês foi o segundo pior do ano, com uma diferença de 1266 postos de trabalho a menos. E tendo por base os dados dos anos anteriores, este quadro talvez mude somente em outubro.

Em termos acumulados, de janeiro de 2014 até o último mês, foram reduzidas quase 38 mil vagas. Os dados são ruins mesmo. Enquanto a economia como um todo já encontra-se no quinto mês seguido de recuperação, agosto representou o sétimo mês seguido onde as demissões foram maiores que as admissões. No gráfico a seguir fizemos uma comparação entre o setor contábil e a economia. A linha azul mostra que a relação entre admissão e demissão do setor contábil continua uma tendência decrescente. A linha vermelha é esta relação para o geral da economia, dividido por cem para permitir a comparação. É nítida que o mercado de trabalho formal no Brasil melhorou nos últimos meses, revertendo uma tendência de queda.

Como tem acontecido, o salário médio dos demitidos é superior ao dos admitidos. Mas a diferença é a menor do ano, podendo indicar que o processo de demissão para contratar com salário menor já não ocorre com tanta intensidade. Em agosto a diferença foi de 20,6%.


O tempo de emprego dos trabalhadores demitidos no setor foi de quase 38 meses (versus 25 na economia), o segundo maior número da série, mas menor que o recorde do mês anterior. Tanto o fato da diferença salarial ter diminuído, quando a queda no tempo de emprego, são notícias boas, que podem sinalizar uma reversão futura no mercado de trabalho.

A análise por gênero, instrução e tipo de ocupação permite detalhar onde o problema do emprego é mais elevado: nas mulheres, pessoas com o ensino médio completo e nos escriturários. Para finalizar, 74% das demissões foram sem justa causa.

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