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21 setembro 2025

Ignobel 2025

O álcool melhora a fluência em línguas estrangeiras? Lagartos da África Ocidental têm cobertura de pizza preferida? E pintar vacas com listras de zebra ajuda a repelir moscas que picam? Essas e outras perguntas de pesquisa inusitadas foram homenageadas esta noite em uma cerimônia virtual que anunciou os vencedores de 2025 do Ig Nobel. Sim, é aquela época do ano em que o sério e o jocoso convergem — pela ciência.

Criado em 1991, o Ig Nobel é uma paródia bem-humorada do Prêmio Nobel; ele reconhece “realizações que primeiro fazem as pessoas rirem e depois as fazem pensar”. A cerimônia,


assumidamente camp, inclui mini-óperas, demonstrações científicas e as palestras “24/7”, em que especialistas explicam seu trabalho duas vezes: uma em 24 segundos e outra em apenas sete palavras.

Os discursos de aceitação são limitados a 60 segundos. E, como sugere o lema, as pesquisas premiadas podem parecer ridículas à primeira vista, mas não deixam de ter mérito científico. Nas semanas seguintes à cerimônia, os vencedores também farão palestras públicas gratuitas, que serão publicadas no site do Improbable Research.

Eis os premiados 

Biologia - Tomoki Kojima, Kazato Oishi, Yasushi Matsubara, Yuki Uchiyama, Yoshihiko Fukushima, Naoto Aoki, Say Sato, Tatsuaki Masuda, Junichi Ueda, Hiroyuki Hirooka e Katsutoshi Kino, por seus experimentos para descobrir se vacas pintadas com listras semelhantes às de zebras conseguem evitar picadas de moscas [foto]. 

Química - Rotem Naftalovich, Daniel Naftalovich e Frank Greenway, por experimentos para testar se comer Teflon [um tipo de plástico formalmente chamado “politetrafluoretileno”] é uma boa maneira de aumentar o volume de comida — e, portanto, a saciedade — sem elevar o conteúdo calórico. 

Física -Giacomo Bartolucci, Daniel Maria Busiello, Matteo Ciarchi, Alberto Corticelli, Ivan Di Terlizzi, Fabrizio Olmeda, Davide Revignas e Vincenzo Maria Schimmenti, por descobertas sobre a física do molho de massa, especialmente a transição de fase que pode levar à formação de grumos, o que pode causar desagrado.

Design de Engenharia - Vikash Kumar e Sarthak Mittal, por analisar, sob a perspectiva do design de engenharia, “como sapatos com mau cheiro afetam a boa experiência de usar um sapateiro”. 

Aviação - Francisco Sánchez, Mariana Melcón, Carmi Korine e Berry Pinshow, por estudar se a ingestão de álcool pode prejudicar a capacidade de voo dos morcegos e também sua capacidade de ecolocalizar. 

Psicologia -Marcin Zajenkowski e Gilles Gignac, por investigar o que acontece quando você diz a narcisistas — ou a qualquer outra pessoa — que eles são inteligentes. 

Nutrição - Daniele Dendi, Gabriel H. Segniagbeto, Roger Meek e Luca Luiselli, por estudar até que ponto um certo tipo de lagarto escolhe comer certos tipos de pizza.

Pediatria - Julie Mennella e Gary Beauchamp, por estudar o que um bebê em amamentação experimenta quando a mãe come alho.

Literatura - O falecido Dr. William B. Bean, por registrar e analisar persistentemente a taxa de crescimento de uma de suas unhas ao longo de 35 anos. 

Paz - Fritz Renner, Inge Kersbergen, Matt Field e Jessica Werthmann, por mostrarem que beber álcool às vezes melhora a capacidade de uma pessoa de falar em uma língua estrangeira. 

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