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16 setembro 2025

Uma observação sobre III Prêmio Qualidade da Informação Contábil e Fiscal


As duas figuras apresentam os resultados do ranking dos Estados e das Capitais. Também é possível obter os valores dos municípios, mas observe um ponto interessante: em verde (?) estão destacados os entes com as melhores notas. É visível que, com o passar do tempo, as notas máximas melhoraram — e muito.

Uma possibilidade é que a qualidade das informações tenha melhorado substancialmente, quase como em um passe de mágica. No entanto, essa hipótese parece pouco plausível. É mais provável que os entes tenham passado a perseguir as metas do prêmio, seguindo uma espécie de cartilha para alcançar boas avaliações. Trata-se de um caso típico de inflação de notas, fenômeno já bastante discutido no campo da educação.

A inflação de notas corresponde ao aumento contínuo e generalizado das avaliações escolares ou acadêmicas sem que haja, necessariamente, uma elevação proporcional no desempenho real dos estudantes. Esse fenômeno ocorre quando professores ou instituições, pressionados por expectativas sociais, políticas educacionais ou pela busca de prestígio, passam a atribuir notas mais altas de forma desproporcional. Como consequência, reduz-se a capacidade das notas de refletir com precisão o nível de conhecimento ou das habilidades adquiridas, comprometendo comparações entre turmas, instituições e gerações distintas. Além disso, a inflação de notas pode criar uma falsa percepção de mérito, desvalorizar o esforço dos alunos mais dedicados e enfraquecer o papel da avaliação como instrumento de diagnóstico e de incentivo ao aprendizado.

Será que o mesmo não estaria acontecendo também no prêmio?

 

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