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18 setembro 2025

Obituário e o espelho da sociedade

Uma pesquisa nos obituários expôs um retrato da nossa sociedade:


A forma como as sociedades lembram os mortos pode revelar o que as pessoas valorizam em vida. Analisamos 38 milhões de obituários dos Estados Unidos para examinar como os valores pessoais são codificados em legados individuais e coletivos. Usando a teoria dos valores humanos básicos de Schwartz, constatamos que tradição e benevolência dominaram as reflexões sobre legados, enquanto valores como poder e estimulação apareceram com menor frequência. Grandes eventos culturais — os ataques terroristas de 11 de setembro, a crise financeira de 2008 e a pandemia de COVID-19 — foram associados de forma sistemática a mudanças nas reflexões de legado sobre valores pessoais, com segurança diminuindo após o 11/9, realização caindo depois da crise financeira e benevolência declinando por anos após o início da COVID-19 e, até o momento, ainda não retornando ao patamar anterior. Gênero e idade dos falecidos também se ligaram a diferenças no legado: homens foram mais lembrados por realização, poder e conformidade, enquanto mulheres foram mais lembradas por benevolência e hedonismo. Pessoas mais velhas foram lembradas mais por tradição e conformidade do que as mais jovens. Esses padrões se deslocaram dinamicamente ao longo do ciclo de vida, com obituários de homens mostrando mais variação relacionada à idade do que legados de mulheres. Nossas descobertas revelam como os obituários servem como cápsulas do tempo psicológicas e culturais, preservando não apenas legados individuais, mas também indicando o que a sociedade norte-americana valoriza coletivamente em relação a uma vida bem vivida.

Fonte: aqui, via aqui