Translate

24 maio 2025

Grandes nomes da história mundial da contabilidade: Degrange

Edmond Degrange (? – 1826)francês e um dos autores de maior sucesso na área da contabilidade no século XIX. Atualmente, no entanto, não é possível encontrar muitas informações sobre ele: a Wikipédia (nas versões em francês, italiano, espanhol, inglês ou português) não possui um verbete próprio dedicado ao autor. Assim, as informações desta postagem correspondem a um apanhado geral encontrado em diversas fontes.


O fato é que Degrange teve grande influência — seus livros de contabilidade, inclusive, foram traduzidos para o português, mas também para o espanhol e italino, no início do século XIX. Em 1838, após seu falecimento, O Guarda-Livros foi traduzido para o português por João Cândido. No mesmo ano, surge Método Fácil de Escriturar os Livros, com tradução de M. J. da Silva Porto. Este Método Fácil parece ser uma tradução da obra de 1795, La Tenue des Livres Rendue Facile. Nessa obra, Degrange apresenta a chamada teoria cinco-contista. Alguns anos após o La Tenue, ele cria o jornal-razão (1804).

Com o objetivo de simplificar a contabilidade, Degrange classificou as contas em cinco grandes grupos, o que deu origem à escola cinco-contista, mencionada no parágrafo anterior. As contas do comerciante seriam: Mercadorias Gerais, Caixa, Contas a Receber, Contas a Pagar e Lucros e Prejuízos. Esse método simplificava significativamente a mecânica contábil, reduzindo o número de contas ao mínimo necessário, o que permitia que leigos aprendessem com mais facilidade a escrituração contábil.

Parte das inovações apresentadas por Degrange já tinham sido pensadas por outros autores. Assim, o papel dele na história da contabilidade parece ser relegado a sua influência na formação de profissionais de alguns países de língua latina na primeira metade do século XIX. 

Grandes nomes da história mundial da contabilidade: Dodson

 Dodson, James (1710–1757) As técnicas de apuração de custos são tão antigas quanto a contabilidade de partidas dobradas, mas a contabilidade de custos sistemática praticamente não existia no início da Revolução Industrial. No entanto, para apurar o lucro, os fabricantes precisavam calcular não apenas o custo dos produtos acabados, mas também dos bens em diversos estágios de produção.


James Dodson, matemático, professor e contador inglês, iniciou sua obra The Accountant, or the Method of Book-keeping (1750) com uma breve discussão sobre a teoria da escrituração contábil. Em seguida, apresentou exemplos de contas aplicadas a uma propriedade rural e fazenda, a um grande comerciante, sociedades, um banqueiro e, mais significativamente, a um sapateiro que também mantinha uma loja de varejo.

As contas do sapateiro incluíam transações relacionadas à compra e corte de couro, entrega de solados e cabedais aos oficiais para a confecção dos sapatos e venda de cinco modelos de sapatos masculinos, com a contabilidade realizada separadamente para cada um deles. Isso exigiu que Dodson demonstrasse o custeio por lote nas contas do sapateiro, mostrando o fluxo dos custos de um estágio de produção para o outro, o aumento do valor dos produtos em processo e, finalmente, a distribuição dos custos de fabricação entre os diferentes tipos de sapatos.

Michael Chatfield - The History of Accounting

Dodson ficou conhecido como atuário e chegou a ser membro da prestigiosa Royal Society. Como atuário, ele usou as tabelas de mortalidade de Halley (do cometa). Ele escreveu obras de matemática, o que incluía um conjunto de tabelas de anti-logaritmo, que foi usada entre 1742 e 1849.

Grandes nomes da história mundial da contabilidade: Badoer

Jachomo Badoer (1402 - 1442 ou 1445) -  Foi um mercador veneziano que comercializou em Constantinopla entre 1436 e 1440. Seu livro razão de partidas dobradas foi o único documento comercial escrito em Constantinopla que sobreviveu, em sua totalidade, à conquista turca da cidade em 1453. Por isso, é uma fonte única de informações sobre o comércio, as moedas e as práticas de mercado do Levante durante a primeira metade do século XV. Badoer foi um inovador na escrituração contábil, mas seu livro também retrata o estado da arte da contabilidade naquela época.

Badoer mantinha apenas um livro razão, sem um diário unificado, embora utilizasse uma série de livros de memorandos nos quais registrava diversos tipos de pagamentos e recebimentos. Seu razão foi escrito no estilo veneziano de partidas dobradas, com débitos e créditos lado a lado na página aberta. Letras de câmbio, contas de consignação, transações de escambo e pagamentos de seguros marítimos estão incluídos em seus registros. Ele estabelecia contas separadas para cada cliente e para cada remessa de mercadorias, calculando lucros e perdas individualmente. Sua conta de lucros e perdas também incluía ganhos com câmbio de moedas e com descontos concedidos por credores, fornecedores e agentes. O livro razão de Badoer contém um dos lançamentos compostos mais antigos de que se tem conhecimento.

Michael Chatfield - The History of Accounting


A Wikipedia traz mais informações sobre ele: o livro de contas dele é chamado de Libro di Conti. Ele era de Veneza, tinha dois irmãos mais velhos e uma irmã. Casou com Maria Grimani e tiveram dois filhos. Tornou-se membro do Conselho dos Quarenta, uma especie de suprema corte de Veneza, o que significa poder político e social. Pouco depois da morte da esposa, viajou para Constantinopla. Quando retornou, em 1441, casou novamente.

O Libro di conti (ou Libro dei conti, "livro de contas") é um registro, em partidas dobradas, dos negócios de Giacomo em Constantinopla entre 1436 e 1440. Trata-se de uma fonte inestimável sobre o comércio em Constantinopla nesse período. O livro demonstra que a cidade funcionava principalmente como um entreposto. Os negócios anuais de Giacomo, considerados de escala média, somavam 126.000 hipérpiros. Embora os gregos estivessem fortemente envolvidos no comércio, contribuíam com relativamente pouco capital. A participação da República de Gênova superava a de Veneza, enquanto o Império Bizantino mantinha um déficit comercial com o Ocidente.

Aqui um artigo sobre ele. Outro artigo, bem extenso, pode ser encontrado aqui, em italiano. E outro aqui, na Accounting Review. Na imagem, o brasão de Badoer.

23 maio 2025

A Marca GPT

Do texto da Forbes


De acordo com Cecilia Russo Troiano, CEO da TroianoBranding, a entrada do ChatGPT no ranking da Kantar BrandZ Global é fruto de tres fatores: pioneirismo da marca em trazer acessibilidade para a IA, onda favorável de disseminação maciça da IA como ferramenta do dia a dia e ainda a marca ter correspondido às expectativas, que não eram baixas, em termos de qualidade. Isso não garante ela permanecer nesse ranking já que esse é um mercado em plena evolução, com novos players surgindo que podem ameaçar sua liderança atual”.

Satisfação

Em um texto sobre satisfação do cliente em uma empresa de contabilidade:


Aqueles que têm sucesso na satisfação do cliente são os que vão além das pesquisas de opinião. Eles não estão obcecados em elevar seus níveis de dopamina com respostas cheias de carinhas felizes; eles fundamentam sua pesquisa com dados qualitativos.

Essas empresas podem até aplicar pesquisas rápidas com seus clientes, mas obtêm um engajamento mais profundo por meio de consultores externos, realizando exercícios de cliente oculto ou vinculando a qualidade do serviço a métricas internas. No entanto, em vez de se perder ainda mais na caverna dos dados, o ingrediente que muitas vezes falta é, de fato, agir com base nas respostas.

No fim das contas, a verdadeira satisfação não é algo que você mede até a exaustão. É algo que você entrega de forma consistente, sem precisar perguntar de novo e de novo.

Corrupção e extremismo

A questão da corrupção é importante para a contabilidade pública. Eis um estudo recente: 

Este artigo mostra que a corrupção gera extremismo, mas principalmente do lado da oposição. Embora a corrupção prejudique todos os cidadãos, apenas os eleitores do lado minoritário podem desejar mudar para um representante mais extremo quando percebem um sistema político mais corrupto. No nosso modelo, fazer campanha explorando um escândalo de corrupção contra o incumbente aumenta a probabilidade de vitória do político da oposição, mas, ao mesmo tempo, reduz as rendas futuras esperadas decorrentes do cargo. Como políticos extremistas normalmente têm menos chances de vencer contra um oponente moderado, eles possuem um incentivo maior para adotar uma postura firme contra a corrupção. Dado que o lado da minoria política tem uma chance menor de eleger seu representante, enfrenta um custo de oportunidade menor ao votar em extremistas. Nosso principal resultado é que minorias têm maior probabilidade de reagir à corrupção com mais extremismo. Apresentamos evidências causais para essa nova previsão assimétrica a partir dos casos da Indonésia e do Brasil.

Fonte: aqui. Os pesquisadores não são brasileiros.

Rir é o melhor remédio

Análise custo-benefício