Uma das contas que chamam mais atenção no balanço
patrimonial é o “caixa e equivalentes”. É tão importante que existe um
detalhamento para explicar sua movimentação que recebe o nome de “Demonstração
dos Fluxos de Caixa”. Além do “caixa e equivalentes”, somente o patrimônio
líquido possui esta consideração por parte da contabilidade.
A quantidade de “caixa e equivalentes” tem sido objeto de
estudos por parte dos analistas. Uma discussão moderna nos países desenvolvidos
é justamente a quantidade de dinheiro que as empresas estão mantendo no caixa e
a razão desta decisão. Assim, quando tomamos um balanço, olhar para o caixa é
uma reação natural e instintiva do usuário. Quando o volume diminuiu em relação
o período anterior, devemos buscar explicações para este comportamento. Se o
volume aumentou, queremos saber quais os planos da empresa para usar esta
quantidade adicional de recursos.
Veja o caso da Embraer. Esta empresa apresentou um ativo
circulante no final do primeiro trimestre praticamente igual ao do trimestre
anterior: cerca de 13 bilhões de reais. Entretanto o valor do “caixa e
equivalentes” diminuiu em 1,09 bilhão de reais: de R$3,94 bilhões para R$2,85
bilhões. É muito dinheiro.
Mas é necessário que esta comparação seja feita com cuidado.
Um dos fatores que afeta a quantidade de “caixa e equivalentes” é a sazonalidade.
A comparação entre o final do primeiro trimestre de 2014 e o final do ano de
2013 pode estar sendo influenciada por este fator. Com efeito, o valor de “caixa
e equivalentes” do primeiro trimestre de 2013 foi de R$3,39 bilhões, uma
diferença de 540 milhões de reais.
A tabela a seguir esclarece que a situação da empresa não é
tão alarmante quanto parece inicialmente. A empresa somou a quantidade de “caixa
e equivalentes” com os investimentos financeiros de curto prazo. E deste
subtotal, retirou os compromissos financeiros, de curto e longo prazo. A
diferença, que foi chamada de “caixa líquido”, foi de 119 milhões de reais no
final do primeiro trimestre. Ou seja, com o dinheiro que a empresa possui é
possível pagar seus empréstimos de curto e longo prazo. Compare com o “caixa
líquido” no primeiro trimestre de 2013: 119 milhões versus 198 milhões de
reais. Ou seja, a variação não foi tão expressiva, pois a redução do “caixa e
equivalentes” foi compensada por mais “investimentos financeiros”.
Outro fator interessante da tabela acima é a redução dos
financiamentos de curto prazo e aumento de longo prazo, quase na mesma
proporção. Ou seja, a empresa trocou dívida de curto prazo por longo prazo. A
grande vantagem é a redução do risco.
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