Fonte: Aqui |
11 dezembro 2016
10 dezembro 2016
Fato da Semana: Deloitte do Brasil é multada
Fato: Deloitte do Brasil é punida pelo PCAOB
Data: 5 dezembro de 2016
Histórico
2011 = A Deloitte faz auditoria do balanço da Gol. A empresa tinha encontrado alguns problemas, mas mesmo assim deu um parecer limpo.
2012 = O PCAOB faz uma fiscalização de rotina, analisando o trabalho dos auditores. Funcionários da Deloitte do Brasil começam a alterar muitos documentos para ocultar os problemas encontrados. Um deles, que buscava uma progressão dentro da empresa, tinha interesse em não deixar transparecer os problemas.
2016 = PCAOB divulga o resultado, incluindo uma multa pesada para a Deloitte do Brasil, recorde da história da entidade de fiscalização. Consta também a proibição de tomar novos clientes.
Relevância: Trata-se da maior multa já aplicada pelo PCAOB por problemas com um trabalho de auditoria. A punição ocorreu após diversos funcionários terem prestado juramento falso, com alteração de documentos sobre um trabalho realizado no passado e tentativa de obstrução de investigação. A empresa foi condenada não somente pelo que não fez (parecer limpo, quando deveria ser com ressalva), como pelo que fez. O recorde é algo bem triste e mostra como a notícia é relevante.
Notícia boa para contabilidade? São contadores brasileiros, com registros nos conselhos de classe e que ainda estão no mercado.
Desdobramentos - A empresa pagou para encerrar o caso. Reconheceu o mérito da questão. Mas os profissionais serão punidos? Neste tópico tentamos imaginar o que irá ocorrer e não existem razões para acreditar que registros serão cassados, demissões ocorreram e investigações serão conduzidas.
Mas a semana só teve isto? Sim.
Data: 5 dezembro de 2016
Histórico
2011 = A Deloitte faz auditoria do balanço da Gol. A empresa tinha encontrado alguns problemas, mas mesmo assim deu um parecer limpo.
2012 = O PCAOB faz uma fiscalização de rotina, analisando o trabalho dos auditores. Funcionários da Deloitte do Brasil começam a alterar muitos documentos para ocultar os problemas encontrados. Um deles, que buscava uma progressão dentro da empresa, tinha interesse em não deixar transparecer os problemas.
2016 = PCAOB divulga o resultado, incluindo uma multa pesada para a Deloitte do Brasil, recorde da história da entidade de fiscalização. Consta também a proibição de tomar novos clientes.
Relevância: Trata-se da maior multa já aplicada pelo PCAOB por problemas com um trabalho de auditoria. A punição ocorreu após diversos funcionários terem prestado juramento falso, com alteração de documentos sobre um trabalho realizado no passado e tentativa de obstrução de investigação. A empresa foi condenada não somente pelo que não fez (parecer limpo, quando deveria ser com ressalva), como pelo que fez. O recorde é algo bem triste e mostra como a notícia é relevante.
Notícia boa para contabilidade? São contadores brasileiros, com registros nos conselhos de classe e que ainda estão no mercado.
Desdobramentos - A empresa pagou para encerrar o caso. Reconheceu o mérito da questão. Mas os profissionais serão punidos? Neste tópico tentamos imaginar o que irá ocorrer e não existem razões para acreditar que registros serão cassados, demissões ocorreram e investigações serão conduzidas.
Mas a semana só teve isto? Sim.
09 dezembro 2016
08 dezembro 2016
07 dezembro 2016
Política e Convergência
Recentemente o Reino Unido decidiu sair da União Europeia e os EUA escolheram Trump. Segundo o presidente do Iasb, Hans Hoogervorst, estas decisões políticas não tiveram efeito sobre as normas contábeis internacionais, declarou ao Journal of Accountancy.
"É claro que é muito cedo para dizer, mas por enquanto não vemos consequências imediatas"
Apesar disto, reconheceu que no longo prazo os acontecimentos políticos podem ter efeito. Mesmo assim, as empresas multinacionais continuariam negociando e os investidores aplicando seus recursos em todo o mundo.
"Enquanto o Reino Unido decidiu deixar a UE, não decidiu deixar o mundo"
O presidente do Iasb disse que o relacionamento com o Fasb é cordial. E que acredita que Trump tem outras preocupações mais relevantes que as normas contábeis.
"É claro que é muito cedo para dizer, mas por enquanto não vemos consequências imediatas"
Apesar disto, reconheceu que no longo prazo os acontecimentos políticos podem ter efeito. Mesmo assim, as empresas multinacionais continuariam negociando e os investidores aplicando seus recursos em todo o mundo.
"Enquanto o Reino Unido decidiu deixar a UE, não decidiu deixar o mundo"
O presidente do Iasb disse que o relacionamento com o Fasb é cordial. E que acredita que Trump tem outras preocupações mais relevantes que as normas contábeis.
06 dezembro 2016
Frase
"Esta é a má conduta mais séria que descobrimos. É encobrimento em cima de encobrimento em cima de encobrimento" (Claudius Modesti, diretor de Fiscalização do PCAOB, sobre a Deloitte do Brasil e o balanço da Gol, segundo Valor Econômico)
Nacionalismo contábil
O Wall Street Journal (via aqui) informou que o chefe de contabilidade da SEC afirmou que as normas contábeis dos Estados Unidos (leia-se Fasb) serão adotadas pelo país no futuro previsível.
Links
GM (Jogadores de xadrez ) por pessoas
Cristiano Ronaldo e o paraíso fiscal: 60 milhões de euros não declarados
O que cada país tem de melhor (mapa. Brasil = açúcar)
Nomes de meninos e meninas mais populares em 2016
Cristiano Ronaldo e o paraíso fiscal: 60 milhões de euros não declarados
O que cada país tem de melhor (mapa. Brasil = açúcar)
Nomes de meninos e meninas mais populares em 2016
05 dezembro 2016
Dois gráficos
Dois gráficos da Gol:
O primeiro, a cotação da ação caiu 3,65% no dia de hoje. O segundo, a linha do resultado líquido de 2002 até o terceiro trimestre de 2016. Destaque para os anos de 2010. centro da polêmica entre a Deloitte, que auditava, e o PCAOB, que puniu a auditoria brasileira com multa recorde.
O primeiro, a cotação da ação caiu 3,65% no dia de hoje. O segundo, a linha do resultado líquido de 2002 até o terceiro trimestre de 2016. Destaque para os anos de 2010. centro da polêmica entre a Deloitte, que auditava, e o PCAOB, que puniu a auditoria brasileira com multa recorde.
Links
15 anos depois, Enron ainda importa (é uma das palavras mais citadas no verbete Accounting)
Mais evidenciação sobre risco de sustentabilidade, mas ainda não como queremos
Clima e eficiência do mercado
A competição nas eleições e a corrupção: nem muita, nem pouca competição
XKCD: Crítica a significância estatística (ao lado, clique para ler)
Mais evidenciação sobre risco de sustentabilidade, mas ainda não como queremos
Clima e eficiência do mercado
A competição nas eleições e a corrupção: nem muita, nem pouca competição
XKCD: Crítica a significância estatística (ao lado, clique para ler)
Deloitte do Brasil é punida pelo PCAOB
O PCAOB, responsável pela supervisão dos auditores dos Estados Unidos, puniu a Deloitte do Brasil com uma multa de 8 milhões de dólares. Trata-se da maior multa aplicada pelo PCAOB, informou o Valor Econômico. A empresa de auditoria foi condenada por problemas de qualidade no seu trabalho e por não ter cooperado com as investigações. Também foram multados 12 ex-sócios e outros funcionários. O PCAOB, através do diretor da divisão de investigação, afirmou que se trata de um dos "mais sérios erros de conduta" descobertos pela entidade.
O problema ocorre com um parecer com afirmações falsas sobre o balanço da Gol:
antes de ele iniciar sua fiscalização sobre o caso, em 2012, a Deloitte ordenou que um de seus funcionários alterasse os documentos da auditoria do balanço de 2010 para ocultar as deficiências encontradas
Os documentos falsos foram apresentados para os inspetores do PCAOB. Alguns funcionários da empresa de auditoria deram informações falsas sob juramento. O nome dos punidos pode ser encontrados aqui.
O problema ocorre com um parecer com afirmações falsas sobre o balanço da Gol:
antes de ele iniciar sua fiscalização sobre o caso, em 2012, a Deloitte ordenou que um de seus funcionários alterasse os documentos da auditoria do balanço de 2010 para ocultar as deficiências encontradas
Os documentos falsos foram apresentados para os inspetores do PCAOB. Alguns funcionários da empresa de auditoria deram informações falsas sob juramento. O nome dos punidos pode ser encontrados aqui.
CRC na Política
O Conselho Regional de Contabilidade divulgou um comunicado político assinado pelo seu presidente através do Facebook (dica de Alexandre Alcantara, grato). Podemos até concordar com a opinião do presidente, mas não será a posição expressa no comunicado exagerada? A afirmação de que o "congresso nacional não pode mais ser aceito como representante do povo brasileiro" é uma opinião que pode dar ensejo a diversas interpretações. Concluir com um "não dá mais para aceitar (...)" pode induzir sugestões inadequadas a uma democracia. Abranger "os deputados federais" é negar que as decisões do legislativo são majoritárias, com direito a divergências. (Além disto, no parágrafo seguinte o presidente inclui todo o "Congresso Nacional"; somente para lembrar, o congresso é composto dos deputados e dos senadores, indicando um erro básico da legislação brasileira).
Barato
O acordo de leniência fechado pela Odebrecht na última quarta-feira saiu barato. A empresa pagará uma multa anual média pouco abaixo de US$ 300 milhões durante os próximos 23 anos. Quem conhece a Odebrecht por dentro estima que todo ano o célebre Departamento de Operações Estruturadas gastava US$ 500 milhões com aquilo que chamara de "despesas gerais indiretas", ou DGI - o codinome interno para propinas. (Gurovitz, Estado de S Paulo, 4 de dezembro de 2016, p. A15)
04 dezembro 2016
História da Contabilidade: O surgimento de alguns conceitos (1860)
Uma das surpresas agradáveis da pesquisa histórica é descobrir um termo ou uma expressão ou um conceito que usamos corriqueiramente nos dias de hoje. É bem verdade que nunca saberemos com precisão a data precisa, mas o fato de imaginar que nossos antepassados distantes já conheciam aquelas palavras é interessante. Nesta postagem de hoje irei comentar algumas expressões que encontrei ao pesquisar os jornais dos anos 60 do século XIX. Ou seja, há mais de cento e cinquenta anos ou há mais de cinco gerações.
Há tempos a “falta de sentimento” tem sido associada a contabilidade. O trabalhador contábil, geralmente acostumado a lidar com números diariamente, é um insensível sem coração. As informações preparadas pela contabilidade devem ser neutras, afirmam os reguladores. Esta noção de “falta de sentimento” parece que não é dos dias atuais. Em 1868, num discurso em Diamantina, reproduzido no jornal O Jequitinhonha (1), um político afirmava que a “câmara não é machina de contabilidade, cuja funcção se limita a linhar cifra sobre cifra, algarismo sobre algarismo”.
Um outro termo aparece dois anos depois quando um leitor do jornal Sentinella da Liberdade (2) escreve uma carta para tratar de um serviço de irrigação e os recursos do governo para o mesmo. Parece que a verba para o serviço estava comprometida e o serviço, na visão do texto, não poderia ser adiado. Para resolver o problema da falta de recursos o texto sugeria: “como vereador commissario da contabilidade indico as verbas – abertura e alargamento de ruas, pontes e pontelhões – das quaes se póde fazer o extorno da quantia de 20,000$ sufficiente para o andamento do serviço (...)”. Certamente não foi a primeira vez que a palavra estorno foi empregada na língua portuguesa. Mas é interessante saber que o orçamento público brasileiro transferia recursos de uma rubrica para outra há mais de 150 anos.
Ainda sobre as finanças públicas, em 1864 o Visconde de Itaborai estava fazendo um discurso sobre as finanças do império. Afirmava o Visconde que era impossível saber com segurança o “saldo ou déficit” do tesouro e isto tinha que acabar. E que o Tesouro deveria limitar-se a “escripturar com clareza a receita e a despeza” (3). No que foi interrompido por Silveira da Mota que afirmou: “é artificio de contabilidade”. A fama ruim da contabilidade pública não é de hoje. A dificuldade de entendimento remota do Império.
Outra passagem interessante que encontrei foi na Revista Espirita. Como o nome diz, tratava-se de uma publicação sobre o espiritismo. Em 1860 a revista transcreveu uma sessão ocorrida em 10 de fevereiro daquele ano onde Allan Kardec falava sobre uma doação que lhe foi feita: “Esta soma formará o primeiro fundo de uma Caixa Especial, que nada terá em comum com os meus negócios pessoais, e que será o objeto de uma contabilidade distinta sob o nome de Caixa do Espiritismo”(4). Observe que Kardec comentava sobre o princípio da entidade, separando a doação recebida dos seus pertences pessoais. Como sabemos, a noção de entidade tornou-se mais assentada na contabilidade anos depois. Nove anos depois, ao comentar sobre a Livraria Espírita, as lições de Kardec parece que foram absorvidas: “É administrada por um gerente, simples mandatário, e todos os lucros constatados pelo balanço anual serão por êle lançados na Caixa Geral do Espiritismo” (5).
Para encerrar esta postagem com chave de ouro uma citação de 1875, do Vida Fluminense, sobre uma regra da contabilidade: a regra da pior contabilidade. Fantástico:
Se um ativo contabilizado por doze milhões de patacões, por pior que seja, dá para pagar mil e tantos contos. É preciso dizer que regra estamos falando?
(1) O Jequitinhonha, 13 de dezembro de 1868, ano VIII, n. 18, p. 2
(2) Sentinella da Liberdade, 9 de janeiro de 1870, ano II, n. 2, p. 4
(3) A Situação, 15 de dezembro de 1864, ano II, n. 76, p. 2.
(4) Revista Espirita, março de 1860, ano 3, n. 3, p. 7.
(5) Revista Espirita, abril de 1869, ano XII, n. 4, p. 2.
(6) A Vida Fluminense, 1875, ano VIII, n 390, p. 2.
Há tempos a “falta de sentimento” tem sido associada a contabilidade. O trabalhador contábil, geralmente acostumado a lidar com números diariamente, é um insensível sem coração. As informações preparadas pela contabilidade devem ser neutras, afirmam os reguladores. Esta noção de “falta de sentimento” parece que não é dos dias atuais. Em 1868, num discurso em Diamantina, reproduzido no jornal O Jequitinhonha (1), um político afirmava que a “câmara não é machina de contabilidade, cuja funcção se limita a linhar cifra sobre cifra, algarismo sobre algarismo”.
Um outro termo aparece dois anos depois quando um leitor do jornal Sentinella da Liberdade (2) escreve uma carta para tratar de um serviço de irrigação e os recursos do governo para o mesmo. Parece que a verba para o serviço estava comprometida e o serviço, na visão do texto, não poderia ser adiado. Para resolver o problema da falta de recursos o texto sugeria: “como vereador commissario da contabilidade indico as verbas – abertura e alargamento de ruas, pontes e pontelhões – das quaes se póde fazer o extorno da quantia de 20,000$ sufficiente para o andamento do serviço (...)”. Certamente não foi a primeira vez que a palavra estorno foi empregada na língua portuguesa. Mas é interessante saber que o orçamento público brasileiro transferia recursos de uma rubrica para outra há mais de 150 anos.
Ainda sobre as finanças públicas, em 1864 o Visconde de Itaborai estava fazendo um discurso sobre as finanças do império. Afirmava o Visconde que era impossível saber com segurança o “saldo ou déficit” do tesouro e isto tinha que acabar. E que o Tesouro deveria limitar-se a “escripturar com clareza a receita e a despeza” (3). No que foi interrompido por Silveira da Mota que afirmou: “é artificio de contabilidade”. A fama ruim da contabilidade pública não é de hoje. A dificuldade de entendimento remota do Império.
Outra passagem interessante que encontrei foi na Revista Espirita. Como o nome diz, tratava-se de uma publicação sobre o espiritismo. Em 1860 a revista transcreveu uma sessão ocorrida em 10 de fevereiro daquele ano onde Allan Kardec falava sobre uma doação que lhe foi feita: “Esta soma formará o primeiro fundo de uma Caixa Especial, que nada terá em comum com os meus negócios pessoais, e que será o objeto de uma contabilidade distinta sob o nome de Caixa do Espiritismo”(4). Observe que Kardec comentava sobre o princípio da entidade, separando a doação recebida dos seus pertences pessoais. Como sabemos, a noção de entidade tornou-se mais assentada na contabilidade anos depois. Nove anos depois, ao comentar sobre a Livraria Espírita, as lições de Kardec parece que foram absorvidas: “É administrada por um gerente, simples mandatário, e todos os lucros constatados pelo balanço anual serão por êle lançados na Caixa Geral do Espiritismo” (5).
Para encerrar esta postagem com chave de ouro uma citação de 1875, do Vida Fluminense, sobre uma regra da contabilidade: a regra da pior contabilidade. Fantástico:
Se um ativo contabilizado por doze milhões de patacões, por pior que seja, dá para pagar mil e tantos contos. É preciso dizer que regra estamos falando?
(1) O Jequitinhonha, 13 de dezembro de 1868, ano VIII, n. 18, p. 2
(2) Sentinella da Liberdade, 9 de janeiro de 1870, ano II, n. 2, p. 4
(3) A Situação, 15 de dezembro de 1864, ano II, n. 76, p. 2.
(4) Revista Espirita, março de 1860, ano 3, n. 3, p. 7.
(5) Revista Espirita, abril de 1869, ano XII, n. 4, p. 2.
(6) A Vida Fluminense, 1875, ano VIII, n 390, p. 2.
03 dezembro 2016
Fato da Semana: Delação e Leniência da Odebrecht
Fato: Acordo de Delação da Odebrecht
Data: 2 dezembro de 2016
Histórico
1.944 = Fundação da empresa por Norberto Odebrecht
Anos 80 = A empresa expande internacionalmente
2.002 = A Braskem, do grupo, torna-se a maior petroquímica da América Latina
nov/14 = A Polícia Federal faz buscas na empresa numa nova fase da operação Lava Jato.
mar/16 = O presidente, Marcelo Odebrecht é condenado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
02/dez/16 = A empresa faz o maior acordo de delação do mundo, com pagamentos de multas para o governo brasileiro, dos EUA e Suíça.
Relevância
A empresa possuía mais de 180 mil empregados em todo o mundo. Com negócios que envolve desde a gestão de estádio de futebol até biotecnologia e faturamento de mais de 100 bilhões de reais, o nome sempre esteve envolvido em questões polêmicas, num setor (construção civil) conhecido por muitas denúncias de corrupção e pouca condenação.
Durante meses os executivos da empresa tentaram a estrategia do silêncio. Mas as condenações e o longo tempo na prisão mostraram que o poder da empresa não seria suficiente para resolver os problemas judiciais. Durante meses ocorreu uma longa negociação entre os advogados e a justiça brasileira, dos EUA e da Suíça.
Alguns acreditam que a delação não irá trazer nada de novo ao que já se conhece. Mas a possibilidade de revelar o papel da empresa em negócios escusos anima aqueles que querem reduzir o poder da corrupção. Como a atuação da empresa era internacional tudo leva a crer que a forma de operação também tenhha ocorrido em países como Venezuela, El Salvador, Angola, Equador etc.
O acordo firmado é o mais elevado em termos de multa. Supera o acordo realizado recentemente com a Siemens. O valor da multa chega perto de 7 bilhões de reais.
Na sexta a empresa divulgou um comunicado dizendo que a empresa errou. E diz que irá ser transparente.
Notícia boa para contabilidade?
Sim. Um dos aspectos do comunicado é a questão da transparência. A divulgação das demonstrações contábeis pode ser importante na mensuração dos fatos que levaram ao acordo de delação e leniência. Isto também fortalece a área de gestão de riscos das empresas.
Desdobramentos
O acordo ainda precisa ser aprovado por instâncias diversas, mas não teria sido anunciado sem que isto tivesse sido combinado. As revelações podem incluir mais de uma centena de políticos e eleições diversas (inclusive internacionais).
Mas a semana só teve isto?
A tragédia do time de Chapecó tem aspectos contábeis, mas comoveu demais para que este blog falasse sobre o assunto. A questão política, envolvendo os protestos violentos e a votação estranha que ocorreu no legislativo envolvem aspectos sobre gastos públicos, caixa 2 e outros assuntos.
Data: 2 dezembro de 2016
Histórico
1.944 = Fundação da empresa por Norberto Odebrecht
Anos 80 = A empresa expande internacionalmente
2.002 = A Braskem, do grupo, torna-se a maior petroquímica da América Latina
nov/14 = A Polícia Federal faz buscas na empresa numa nova fase da operação Lava Jato.
mar/16 = O presidente, Marcelo Odebrecht é condenado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
02/dez/16 = A empresa faz o maior acordo de delação do mundo, com pagamentos de multas para o governo brasileiro, dos EUA e Suíça.
Relevância
A empresa possuía mais de 180 mil empregados em todo o mundo. Com negócios que envolve desde a gestão de estádio de futebol até biotecnologia e faturamento de mais de 100 bilhões de reais, o nome sempre esteve envolvido em questões polêmicas, num setor (construção civil) conhecido por muitas denúncias de corrupção e pouca condenação.
Durante meses os executivos da empresa tentaram a estrategia do silêncio. Mas as condenações e o longo tempo na prisão mostraram que o poder da empresa não seria suficiente para resolver os problemas judiciais. Durante meses ocorreu uma longa negociação entre os advogados e a justiça brasileira, dos EUA e da Suíça.
Alguns acreditam que a delação não irá trazer nada de novo ao que já se conhece. Mas a possibilidade de revelar o papel da empresa em negócios escusos anima aqueles que querem reduzir o poder da corrupção. Como a atuação da empresa era internacional tudo leva a crer que a forma de operação também tenhha ocorrido em países como Venezuela, El Salvador, Angola, Equador etc.
O acordo firmado é o mais elevado em termos de multa. Supera o acordo realizado recentemente com a Siemens. O valor da multa chega perto de 7 bilhões de reais.
Na sexta a empresa divulgou um comunicado dizendo que a empresa errou. E diz que irá ser transparente.
Notícia boa para contabilidade?
Sim. Um dos aspectos do comunicado é a questão da transparência. A divulgação das demonstrações contábeis pode ser importante na mensuração dos fatos que levaram ao acordo de delação e leniência. Isto também fortalece a área de gestão de riscos das empresas.
Desdobramentos
O acordo ainda precisa ser aprovado por instâncias diversas, mas não teria sido anunciado sem que isto tivesse sido combinado. As revelações podem incluir mais de uma centena de políticos e eleições diversas (inclusive internacionais).
Mas a semana só teve isto?
A tragédia do time de Chapecó tem aspectos contábeis, mas comoveu demais para que este blog falasse sobre o assunto. A questão política, envolvendo os protestos violentos e a votação estranha que ocorreu no legislativo envolvem aspectos sobre gastos públicos, caixa 2 e outros assuntos.
02 dezembro 2016
Links
Fies foi subestimado e era insustentável?
Nihonium (Nh), Moscovium (Mc), Tennessine (Ts) e Oganesson (Og) são oficialmente os elementos 113, 115, 117 e 118 da tabela periódica
Apps acadêmicos (PhD Comics)
O homem que inventou o número mais importante do mundo
Globalização, o uso da IFRS e dos padrões de auditoria (figura acima)
Nihonium (Nh), Moscovium (Mc), Tennessine (Ts) e Oganesson (Og) são oficialmente os elementos 113, 115, 117 e 118 da tabela periódica
Apps acadêmicos (PhD Comics)
O homem que inventou o número mais importante do mundo
Globalização, o uso da IFRS e dos padrões de auditoria (figura acima)
Desculpas
A empresa Odebrecht publica, hoje, nos principais jornais do país um comunicado chamado de "Desculpe, a Odebrecht errou". Em quase 500 palavras, a empresa pede desculpas e assume um compromisso adotar uma postura diferente. A principal palavra do comunicado é o nome da empresa, seguido de "compromisso".
O texto começa da seguinte forma:
O texto começa da seguinte forma:
A Odebrecht reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial.
Não importa se cedemos a pressões externas.
Ou seja, a empresa participou por ter cedido a pressão. Como se a entidade não tivesse tido uma participação ativa nos problemas de corrupção ocorridos no Brasil nos últimos anos. É difícil de acreditar que isto seja verdade, vindo de uma empresa que tinha inclusive um departamento para pagamento de propina e onde seus dirigentes estão presos.
A empresa não afirma, no documento, que os executivos que estão sendo investigados, serão afastados dos seus cargos, sem direito a indenização. Ela certamente não fará isto, já que implicaria em tirar do poder o atual chefe, que está fazendo a delação premiada e que é herdeiro do fundador.
No item cinco, "Assegurar transparência nas informações" dá a entender que a empresa não era transparente. Será que as próximas demonstrações contábeis apresentarão claramente o valor pago a título de propina nos últimos meses/anos? Ou irá optar pela desculpa da Petrobras, que não é possível fazer uma previsão deste valor? Teremos também uma análise dos benefícios obtidos com "as
práticas até então vigentes na relação público-privada, que são
de conhecimento generalizado"?
A empresa fez um comunicado com validade questionável. A tentativa de transformar a entidade em vítima não funciona se o leitor tiver um mínimo de senso crítico. Talvez a melhor forma da Odebrecht se desculpar é agir, pagando as multas pelos atos praticados, afastando os executivos que acostumaram a trabalhar de forma inadequada e evidenciando as transações relacionadas com as "práticas impróprias" da atividade empresarial. Para a sociedade, isto talvez seja mais relevante que o pedido de desculpas e o reconhecimento que errou.
01 dezembro 2016
Perfil dos Conselhos
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa divulgou uma pesquisa interessante sobre os Conselhos de Administração das empresas brasileiras. Em média estes conselhos possuem 6.6 pessoas, sendo que nas empresas estatais o número aumenta para 8.7. Mais da metade dos conselhos possuem mandatos de dois anos e 85% até dois anos. Ao contrário do que imaginava, a grande maioria dos conselheiros ocupa no máximo dois assentos, mas uma pequena minoria é de mulher (22.5% dos conselheiros e 37.8% dos conselhos).
Apesar da pressão por conhecimento especializado em auditoria, em razão do Conselho Fiscal/de Auditoria, quase 80% dos conselhos é formado por engenheiros, administradores, economistas e advogados (na ordem). O restante está dividido em outras profissões (o relatório não divulga a participação dos contadores).
Apesar da pressão por conhecimento especializado em auditoria, em razão do Conselho Fiscal/de Auditoria, quase 80% dos conselhos é formado por engenheiros, administradores, economistas e advogados (na ordem). O restante está dividido em outras profissões (o relatório não divulga a participação dos contadores).
Links
O tamanho do governo tem relação com a inflação?
Norueguês Carlsen (foto) mantem o título mundial de xadrez, numa final dramática
Marginal Revolution: Carlsen > Karjakin. Duas observações interessantes: talvez o futuro do xadrez seja o jogo rápido e finalmente Putin perdeu uma este ano
As falhas dos previsores na eleição de Trump
Norueguês Carlsen (foto) mantem o título mundial de xadrez, numa final dramática
Marginal Revolution: Carlsen > Karjakin. Duas observações interessantes: talvez o futuro do xadrez seja o jogo rápido e finalmente Putin perdeu uma este ano
As falhas dos previsores na eleição de Trump
30 novembro 2016
Accounting e Contabilidade
As duas figuras apresentam a figura da nuvem do verbete Contabilidade e Accounting da Wikipedia.
Na língua portuguesa, além do destaque para o termo contabilidade, é perceptível os termos ciência, conselho, patrimônio, entre outros. Talvez a mania que nós brasileiros temos de reforçar que contabilidade é um "ciência"; a presença de patrimônio pode ser explicado pela herança de escolas europeias; e conselho, torna o verbete da Wikipedia voltado para os interesses da entidade de classe. Na língua inglesa o destaque para informação, financeiro e padrões. A presença do termo "enron" mostra como este fato foi relevante.
(P.S: Código-fonte que aparece na primeira figura foi em razão do uso de Crtl C e Crtl V)
Na língua portuguesa, além do destaque para o termo contabilidade, é perceptível os termos ciência, conselho, patrimônio, entre outros. Talvez a mania que nós brasileiros temos de reforçar que contabilidade é um "ciência"; a presença de patrimônio pode ser explicado pela herança de escolas europeias; e conselho, torna o verbete da Wikipedia voltado para os interesses da entidade de classe. Na língua inglesa o destaque para informação, financeiro e padrões. A presença do termo "enron" mostra como este fato foi relevante.
(P.S: Código-fonte que aparece na primeira figura foi em razão do uso de Crtl C e Crtl V)
Mudança no Iasb
Os curadores da Fundação IFRS o International Accounting Standards Board. Foram várias mudanças, mas a principal refere-se ao tamanho do Board e suas distribuição geográfica dos curadores. Assim, o Board será reduzido de 16 membros para 14.
As alterações valem a partir de amanhã. A nova distribuição será a seguinte: (a) quatro membros da Ásia-Oceania; (b) quatro da Europa; (c) quatro das Américas; (d) um da África e (e) um membro para manter o equilíbrio geográfico (sic).
As alterações valem a partir de amanhã. A nova distribuição será a seguinte: (a) quatro membros da Ásia-Oceania; (b) quatro da Europa; (c) quatro das Américas; (d) um da África e (e) um membro para manter o equilíbrio geográfico (sic).
29 novembro 2016
KPMG multada pela CVM
KPMG teria infringido os arts. 20 e 25, II, da ICVM 308, ao executar procedimentos de auditoria no Oboé Multicred FIDC. O responsável pela auditoria deste fundo, Ricardo Souza, também sócio e responsável técnico da KPMG, teria infringido os mesmos dispositivos regulamentares, com relação a este fundo.
Já José Luiz Gurgel, sócio e responsável técnico da extinta BDO Auditores Independentes, teria infringido, com relação ao Clássico FIDC, além dos arts. 20 e 25, inciso II, da ICVM 308, também o art. 8º, §4º, da ICVM 356.
A SNC apurou que não teriam sido realizados procedimentos para a obtenção do entendimento do controle interno das entidades auditadas e a emissão de Relatório Circunstanciado sobre esse ambiente de controle interno.
Também não teriam sido testadas a materialidade, a existência e a valorização dos direitos creditórios em carteira nos Fundos e as provisões efetuadas para operações de créditos de liquidação duvidosa.
Além disso, especificamente para o Fundo Clássico FIDC, o auditor José Luiz Gurgel não teria examinado os relatórios trimestrais de 2010 emitidos pelo Clássico FIDC, conforme exigido no art. 8º, §4º, da ICVM 356.
A CVM resolveu multar a KPMG em 600 mil reais, "o status de reincidente do acusado, bem como o seu histórico em processos sancionadores ainda não transitados em julgado".
Já José Luiz Gurgel, sócio e responsável técnico da extinta BDO Auditores Independentes, teria infringido, com relação ao Clássico FIDC, além dos arts. 20 e 25, inciso II, da ICVM 308, também o art. 8º, §4º, da ICVM 356.
A SNC apurou que não teriam sido realizados procedimentos para a obtenção do entendimento do controle interno das entidades auditadas e a emissão de Relatório Circunstanciado sobre esse ambiente de controle interno.
Também não teriam sido testadas a materialidade, a existência e a valorização dos direitos creditórios em carteira nos Fundos e as provisões efetuadas para operações de créditos de liquidação duvidosa.
Além disso, especificamente para o Fundo Clássico FIDC, o auditor José Luiz Gurgel não teria examinado os relatórios trimestrais de 2010 emitidos pelo Clássico FIDC, conforme exigido no art. 8º, §4º, da ICVM 356.
A CVM resolveu multar a KPMG em 600 mil reais, "o status de reincidente do acusado, bem como o seu histórico em processos sancionadores ainda não transitados em julgado".
28 novembro 2016
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Como Magnus Carlsen está tornando o xadrez cool
A disputa do título de xadrez e a política (o desafiante Karjakin, que nasceu na Crimeia e apoia Putin)
Suécia é o melhor país do mundo
Um modelo econométrico para previsão da expectativa de vida baseado no eletrocardiograma apresenta um resultado inesperado
A parceria Kahneman e Tversky
A disputa do título de xadrez e a política (o desafiante Karjakin, que nasceu na Crimeia e apoia Putin)
Suécia é o melhor país do mundo
Um modelo econométrico para previsão da expectativa de vida baseado no eletrocardiograma apresenta um resultado inesperado
A parceria Kahneman e Tversky
70 anos de erros nas pesquisas em Finanças
Segundo ex-editor do Journal of Finance e ex-presiente da Associação Americana de Finanças: “most claimed research findings in financial economics are likely false” .
Resumo:
Harvey, Campbell R. and Liu, Yan and Zhu, Heqing, …and the Cross-Section of Expected Returns (February 3, 2015). Review of Economic Studies
Resumo:
Hundreds of papers and factors attempt to explain the cross-section of expected returns. Given this extensive data mining, it does not make sense to use the usual criteria for establishing significance. Which hurdle should be used for current research? Our paper introduces a new multiple testing framework and provides historical cutoffs from the first empirical tests in 1967 to today. A new factor needs to clear a much higher hurdle, with a t-statistic greater than 3.0. We argue that most claimed research findings in financial economics are likely false.
27 novembro 2016
História da contabilidade: Charlatanismo na educação em 1869
Em 1869, no jornal America do Sul, um leitor escreveu uma correspondência sobre a educação primária para as mulheres de uma escola particular comandada por uma senhora de nome Maria Julia e suas duas filhas. O leitor comenta sobre os resultados obtidos na escola e diz:
Onze meninas de 10 a 12 anos foram examinadas em leitura, contabilidade e doutrina, e foi grande a satisfação que tivemos em notar o adiantamento real delas nos estudos, graças ao systema de ensino escoimado do charlatanismo, tão comum entre nós (19 de dezembro de 2869, ano I, n. 43, p. 4, America do Sul) (como no original)
Este trecho chama a atenção das pessoas do século XXI por diversas razões. Primeiro, mostra a existência de escolas femininas no segundo império, com turmas pequenas de onze meninas. O segundo ponto, já comentado aqui nas postagens sobre história da contabilidade, é a presença do ensino da contabilidade na fase inicial da escolarização, juntamente com a leitura. Terceiro, a crítica ao ensino da época, com a presença de charlatães. O trecho “escoimado de charlatanismo” que dizer algo como “longe da picaretagem”
Onze meninas de 10 a 12 anos foram examinadas em leitura, contabilidade e doutrina, e foi grande a satisfação que tivemos em notar o adiantamento real delas nos estudos, graças ao systema de ensino escoimado do charlatanismo, tão comum entre nós (19 de dezembro de 2869, ano I, n. 43, p. 4, America do Sul) (como no original)
Este trecho chama a atenção das pessoas do século XXI por diversas razões. Primeiro, mostra a existência de escolas femininas no segundo império, com turmas pequenas de onze meninas. O segundo ponto, já comentado aqui nas postagens sobre história da contabilidade, é a presença do ensino da contabilidade na fase inicial da escolarização, juntamente com a leitura. Terceiro, a crítica ao ensino da época, com a presença de charlatães. O trecho “escoimado de charlatanismo” que dizer algo como “longe da picaretagem”
26 novembro 2016
Fato da Semana: Auditores punidos
Fato: Auditores punidos pela CVM
Data: 24 novembro de 2016
Punição 1
Punidos: Exacto Auditoria e Carlos Olavo P Hoff
Auditada: Construtora Sultepa
Motivo : Não cumprimento de normas do CFC de auditoria, incluindo o planejamento da auditoria, estimativas contábeis, entre outras questões.
Punição : Multa de 50 mil para empresa de auditoria e 30 mil para o auditor
Punição 2
Punidos: RBA Global e Nardon Nassi Auditores Independentes
Auditada: Cia Habitasul de Participações
Motivo: Descumpriu a rotatividade dos auditores. A Nardon Nassi foi substituída pela RBA Global. O auditor Antônio Carlos Nassi é responsável técnico e representante das duas, empresas. Mas Antônio Carlos Nassi não estava cadastrado na CVM como auditor.
Punição: Multa de 300 mil para Nardon Nassi e 100 mil reais para RBA Global.
Notícia boa para contabilidade?
Auditores sendo punidos por não cumprirem requisitos de auditoria, incluindo uma tentativa de driblar a rotatividade imposta pela CVM. Um delos auditores punidos recebeu a maior condecoração dada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
Desdobramentos
Para as empresas punidas poucos efeitos, exceto a perda de algum goodwill. Será que o CFC irá discutir este assunto?
Mas a semana só teve isto?
O problema do emprego no setor, a vigilância implantada na Embraer e o plano de redução do custo do Banco do Brasil seriam outros fatores relevantes.
Data: 24 novembro de 2016
Punição 1
Punidos: Exacto Auditoria e Carlos Olavo P Hoff
Auditada: Construtora Sultepa
Motivo : Não cumprimento de normas do CFC de auditoria, incluindo o planejamento da auditoria, estimativas contábeis, entre outras questões.
Punição : Multa de 50 mil para empresa de auditoria e 30 mil para o auditor
Punição 2
Punidos: RBA Global e Nardon Nassi Auditores Independentes
Auditada: Cia Habitasul de Participações
Motivo: Descumpriu a rotatividade dos auditores. A Nardon Nassi foi substituída pela RBA Global. O auditor Antônio Carlos Nassi é responsável técnico e representante das duas, empresas. Mas Antônio Carlos Nassi não estava cadastrado na CVM como auditor.
Punição: Multa de 300 mil para Nardon Nassi e 100 mil reais para RBA Global.
Notícia boa para contabilidade?
Auditores sendo punidos por não cumprirem requisitos de auditoria, incluindo uma tentativa de driblar a rotatividade imposta pela CVM. Um delos auditores punidos recebeu a maior condecoração dada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
Desdobramentos
Para as empresas punidas poucos efeitos, exceto a perda de algum goodwill. Será que o CFC irá discutir este assunto?
Mas a semana só teve isto?
O problema do emprego no setor, a vigilância implantada na Embraer e o plano de redução do custo do Banco do Brasil seriam outros fatores relevantes.
25 novembro 2016
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Picaratagem das pesquisas e ensino em Finanças Empíricas
A pesquisa em finanças está em crise. Estudantes formados nas universidades estão mal preparados para fazer qualquer contribuição significativa para o setor de investimentos. Como o atual presidente da Associação Americana de Finanças reconheceu: "a maioria dos resultados daz pesquisas em finanças são provavelmente falsos". Os estudantes pagam centenas de milhares de dólares para aprender abordagens que não funcionam na prática. Pior ainda, eles vão desperdiçar preciosos anos tentando descobrir como fazer esses modelos teóricos falhos funcionarem na prática. Depois de muita decepção, eles vão chegar a esta conclusão: a pesquisa acadêmica e as publicações são divorciados da aplicação prática para os mercados financeiros, e muita aplicações nos mundo dos investimento não são fundamentada na ciência adequada. Além disso, diversos fundos de hedge e firmas de investimento não contratam profissionais com background em finanças ou economia. Um exemplo clássico é a Renaissance Technologies, que contrata apenas profissionais formados na área de STEM.
Resumo:
Empirical Finance is in crisis: Our most important discovery tool is historical simulation, and yet, most backtests and time series analyses published in journals are flawed. The problem is well-known to professional organizations of Statisticians and Mathematicians, who have publicly criticized the misuse of mathematical tools among Finance researchers. In this note I point to three problems and propose four practical solutions. In an attempt to overcome the challenges posed by multiple testing and selection bias, I emphasize the need to move from an individual-centric to a community-driven research paradigm. Low retraction rates can be corrected through technologies that derive “peer p-values”. Stronger theoretical foundations and closer ties with financial firms would help prevent false discoveries.
Resumo:
Empirical Finance is in crisis: Our most important discovery tool is historical simulation, and yet, most backtests and time series analyses published in journals are flawed. The problem is well-known to professional organizations of Statisticians and Mathematicians, who have publicly criticized the misuse of mathematical tools among Finance researchers. In this note I point to three problems and propose four practical solutions. In an attempt to overcome the challenges posed by multiple testing and selection bias, I emphasize the need to move from an individual-centric to a community-driven research paradigm. Low retraction rates can be corrected through technologies that derive “peer p-values”. Stronger theoretical foundations and closer ties with financial firms would help prevent false discoveries.
24 novembro 2016
Desemprego: Nada de novo
A questão do desemprego no setor contábil continua grave. Segundo os dados do Ministério de Trabalho, tendo por base as informações do emprego formal, em outubro o número de demitidos superou aqueles que conseguiram uma vaga em 972. Já são doze meses que isto ocorre; considerando o valor acumulado, de janeiro de 2014 até o mês passado, foram 26,7 mil vagas reduzidas no Brasil.
O salário médio dos demitidos era de R$430 a mais do que os admitidos, o que corresponde a 19%. Esta distância foi de 25% no mês passado. Mas o tempo médio de emprego daqueles que foram mandados embora aumentou para 36 meses. Também, a exemplo dos meses anteriores, a idade média dos admitidos é menor que dos demitidos: 30,13 anos versus 32,51 anos.
A questão do desemprego atinge principalmente as mulheres, que representam a grande maioria da mão-de-obra contratada na área contábil no Brasil. Em outubro o saldo de admissão menos demissão para as mulheres foi de 713, um pouco acima de 73% do total. O problema tem atingido os empregados com curso médio completo e os escriturários.
A grande maioria das demissões foi sem justa causa. Em outubro representou 77% do total, um número um pouco acima da média dos meses anteriores.
O salário médio dos demitidos era de R$430 a mais do que os admitidos, o que corresponde a 19%. Esta distância foi de 25% no mês passado. Mas o tempo médio de emprego daqueles que foram mandados embora aumentou para 36 meses. Também, a exemplo dos meses anteriores, a idade média dos admitidos é menor que dos demitidos: 30,13 anos versus 32,51 anos.
A questão do desemprego atinge principalmente as mulheres, que representam a grande maioria da mão-de-obra contratada na área contábil no Brasil. Em outubro o saldo de admissão menos demissão para as mulheres foi de 713, um pouco acima de 73% do total. O problema tem atingido os empregados com curso médio completo e os escriturários.
A grande maioria das demissões foi sem justa causa. Em outubro representou 77% do total, um número um pouco acima da média dos meses anteriores.
Auditor punido
A CVM julgou dois casos envolvendo auditoria. No primeiro, puniu a Exacto por não observar as normas do Conselho Federal de Contabilidade e não elaborar relatório sobre os controles internos da Construtora Sultepa.
O segundo caso a punição decorreu da não observância do rodízio dos auditores. A Habitasul tinha como auditor a empresa de auditoria Nardon Nasi. A partir de 2004 passou a ser auditada pela RBA, que tinha o mesmo responsável técnico, Antônio Carlos Nasi. (Este, por sua vez, foi/é um nome de destaque do CFC e detentor da medalha João Lyra).
O segundo caso a punição decorreu da não observância do rodízio dos auditores. A Habitasul tinha como auditor a empresa de auditoria Nardon Nasi. A partir de 2004 passou a ser auditada pela RBA, que tinha o mesmo responsável técnico, Antônio Carlos Nasi. (Este, por sua vez, foi/é um nome de destaque do CFC e detentor da medalha João Lyra).
Estresse Ocupacional nos escritórios contábeis
O estudo procurou investigar a percepção dos empresários e funcionários de escritórios de contabilidade quanto à influência do estresse ocupacional na preparação das demonstrações contábeis (...) Os resultados apresentaram indícios dos empresários terem a percepção de que o mau humor e a escassez de tempo seriam fatores que afetariam a preparação das demonstrações contábeis. Já os funcionários apresentam a percepção de que a escassez de tempo seria o aspecto, entre os avaliados, que mais influenciaria o preparo das demonstrações. Desse modo, os resultados alcançados no estudo sinalizam que as percepções dos funcionários e empresários são distintas e uma das possíveis explicações para o comportamento observado pode estar relacionado às posições antagônicas de empresários e funcionários, naturalmente decorrente do conflito de interesses quanto aos fatores de produção: capital e trabalho.
(SILVA, Maria Daniella de O. P. da; LOPES, Christianne C. V. de M; SILVA, José D. G. da. Estresse ocupacional na preparação das demonstrações contábeis. RBC, 221, 2016)
(SILVA, Maria Daniella de O. P. da; LOPES, Christianne C. V. de M; SILVA, José D. G. da. Estresse ocupacional na preparação das demonstrações contábeis. RBC, 221, 2016)
Estrutura de custo
O Banco do Brasil apresentou uma proposta de redução de custos através de várias medidas. A mais relevante delas é um programa de aposentadoria antecipada, que pretende retirar da instituição 18 mil funcionários de um total de 109 mil. Os números são significativos:
Segundo as projeções do BB, a economia poderá chegar a R$3,048 bilhões por ano (…) o custo do programa para o BB seria de R$2,7 bilhões. (RIBEIRO, Alex. Economia annual da instituição deve ficar em R$3 bi, Valor 22 de novembro de 2016, p. c1)
A ação subiu de 26.1 para 27.82 assim que a notícia foi anunciada. O mercado acreditou que isto poderia aumentar o lucro no médio e o longo prazo.
Um aspecto importante é que funcionário de um banco é fonte de captação receita. É verdade que se o quadro de funcionários está inchado é possível demitir sem efeito expressivo na geração de receita. Além disto, como há uma forte migração do atendimento pessoal para o online, isto pode levar a uma redução no quadro sem efeitos relevantes na receita.
Talvez o aspecto mais relevante é saber que a gestão do Banco do Brasil está tomando medidas para melhor a geração de resultado. Isto, por si só, pode justificar a mudança no patamar de preços das ações ocorrida nos últimos dias. (Ah, sim, tem uma pegadinha no título do texto citado: 3 bilhões é o valor do salário que deixará de ser pago; mas para isto, o programa de demissão terá um custo de 2,7 bilhões)
Segundo as projeções do BB, a economia poderá chegar a R$3,048 bilhões por ano (…) o custo do programa para o BB seria de R$2,7 bilhões. (RIBEIRO, Alex. Economia annual da instituição deve ficar em R$3 bi, Valor 22 de novembro de 2016, p. c1)
A ação subiu de 26.1 para 27.82 assim que a notícia foi anunciada. O mercado acreditou que isto poderia aumentar o lucro no médio e o longo prazo.
Um aspecto importante é que funcionário de um banco é fonte de captação receita. É verdade que se o quadro de funcionários está inchado é possível demitir sem efeito expressivo na geração de receita. Além disto, como há uma forte migração do atendimento pessoal para o online, isto pode levar a uma redução no quadro sem efeitos relevantes na receita.
Talvez o aspecto mais relevante é saber que a gestão do Banco do Brasil está tomando medidas para melhor a geração de resultado. Isto, por si só, pode justificar a mudança no patamar de preços das ações ocorrida nos últimos dias. (Ah, sim, tem uma pegadinha no título do texto citado: 3 bilhões é o valor do salário que deixará de ser pago; mas para isto, o programa de demissão terá um custo de 2,7 bilhões)
Pseudo-Matemática e o charlatanismo em Finanças
O paper abaixo explora o problema do sobreajustamento de dados históricos no teste de estratégias de investimento. Eles mostram que o backtesting usados pelas gestoras de ativos não tem rigor estatístico. Aliás, grande parte do conteudo sobre finanças ensinada nas universidades sobre temas de finanças está completamente errada e não tem rigor.
Resumo:
We prove that high simulated performance is easily achievable after backtesting a relatively small number of alternative strategy configurations, a practice we denote “backtest overfitting”. The higher the number of configurations tried, the greater is the probability that the backtest is overfit. Because most financial analysts and academics rarely report the number of configurations tried for a given backtest, investors cannot evaluate the degree of overfitting in most investment proposals.
The implication is that investors can be easily misled into allocating capital to strategies that appear to be mathematically sound and empirically supported by an outstanding backtest. Under memory effects, backtest overfitting leads to negative expected returns out-of-sample, rather than zero performance. This may be one of several reasons why so many quantitative funds appear to fail.
[...]
The authors’ argument is that, by failing to apply mathematical rigour to their methods, many purveyors of quantitative investment strategies are, deliberately or negligently, misleading clients.
It is reasonable to want to test a promising investment strategy to see how it would have performed in the past. The trap comes when one keeps tweaking the strategy until it neatly fits the historical data. Intuitively, one might think one has finally hit upon the most successful investment strategy; in fact, one is likely to have hit only upon a statistical fluke, a false positive.
This is the problem of “over-fitting”, and even checks against it – such as testing in a second, discrete historical data set – will continue to throw up many false positives, the mathematicians argue.
Do not despair. The paper does not conclude that history is bunk, just that backtesting ought to require more statistical thought than investment managers need to display to make a sale to investors.
Resumo:
We prove that high simulated performance is easily achievable after backtesting a relatively small number of alternative strategy configurations, a practice we denote “backtest overfitting”. The higher the number of configurations tried, the greater is the probability that the backtest is overfit. Because most financial analysts and academics rarely report the number of configurations tried for a given backtest, investors cannot evaluate the degree of overfitting in most investment proposals.
The implication is that investors can be easily misled into allocating capital to strategies that appear to be mathematically sound and empirically supported by an outstanding backtest. Under memory effects, backtest overfitting leads to negative expected returns out-of-sample, rather than zero performance. This may be one of several reasons why so many quantitative funds appear to fail.
The authors’ argument is that, by failing to apply mathematical rigour to their methods, many purveyors of quantitative investment strategies are, deliberately or negligently, misleading clients.
It is reasonable to want to test a promising investment strategy to see how it would have performed in the past. The trap comes when one keeps tweaking the strategy until it neatly fits the historical data. Intuitively, one might think one has finally hit upon the most successful investment strategy; in fact, one is likely to have hit only upon a statistical fluke, a false positive.
This is the problem of “over-fitting”, and even checks against it – such as testing in a second, discrete historical data set – will continue to throw up many false positives, the mathematicians argue.
Do not despair. The paper does not conclude that history is bunk, just that backtesting ought to require more statistical thought than investment managers need to display to make a sale to investors.
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Governança corporativa em mercados emergentes
Dois economistas do FMI propuseram uma nova forma de avaliar a governança corporativa em mercados emergentes (um resumo pode ser encontrado aqui). Segundo o estudo, a governança corporativa tem-se fortalecido nos últimos anos, especialmente na Ásia e em outras economias. Na América Latina a melhoria é pouco expressiva, conforme a figura a seguir:
Uma conclusão interessante é que as empresas com melhores níveis de governança são mais resistentes em situações de crise. No primeiro gráfico abaixo, durante a crise financeira global, as empresas com melhores níveis (acima de 2/3 da pontuação) sofreram menos. No segundo, com a decisão da Inglaterra de sair da comunidade européia, novamente ocorreu a mesma situação.
Recado do papa aos contadores
[...]
Pope Francis has urged accountants to combat financial corruption. “In your work, you accountants support businesses, but also single families, by offering your economic and financial advice,” he told accountants in 2014. “I encourage you to always work responsibly, fostering relationships of loyalty, justice, if possible, of fraternity, bravely confronting especially the problems of the weakest and of the poorest. It is not enough to give practical answers to economic and material questions. It is necessary to generate and cultivate ethics of economy, of finance and of employment; it is necessary to maintain the value of solidarity— this word which today risks being taken out of the dictionary—solidarity as a moral approach, an expression of attention to others in all their legitimate needs.”
“There is a stronger temptation to defend one’s interest without concern for the common good, without paying much heed to justice and legality,” the pope added. “For this reason everyone, especially those who practice a profession which deals with the proper functioning of a country’s economic life, is asked to play a positive, constructive role in performing their daily work.”
[...]
Pope Francis has urged accountants to combat financial corruption. “In your work, you accountants support businesses, but also single families, by offering your economic and financial advice,” he told accountants in 2014. “I encourage you to always work responsibly, fostering relationships of loyalty, justice, if possible, of fraternity, bravely confronting especially the problems of the weakest and of the poorest. It is not enough to give practical answers to economic and material questions. It is necessary to generate and cultivate ethics of economy, of finance and of employment; it is necessary to maintain the value of solidarity— this word which today risks being taken out of the dictionary—solidarity as a moral approach, an expression of attention to others in all their legitimate needs.”
“There is a stronger temptation to defend one’s interest without concern for the common good, without paying much heed to justice and legality,” the pope added. “For this reason everyone, especially those who practice a profession which deals with the proper functioning of a country’s economic life, is asked to play a positive, constructive role in performing their daily work.”
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23 novembro 2016
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Analisando cientistas da Física encontraram que o artigo de maior impacto ocorre aleatoriamente na carreira do cientista. Mas o processo não é aleatório
Iemen está adotando as IFRSs
Diversidade de gênero em economia
As edições dos verbetes da Wikipedia fazem a enciclopédia menos enviesada
Como o computador ajuda o jogador de xadrez
Iemen está adotando as IFRSs
Diversidade de gênero em economia
As edições dos verbetes da Wikipedia fazem a enciclopédia menos enviesada
Como o computador ajuda o jogador de xadrez
Intelectual, mas idiota!
But the problem is the one-eyed following the blind: these self-described members of the “intelligentsia” can’t find a coconut in Coconut Island, meaning they aren’t intelligent enough to define intelligence hence fall into circularities — but their main skill is capacity to pass exams written by people like them. With psychology papers replicating less than 40%, dietary advice reversing after 30 years of fatphobia, macroeconomic analysis working worse than astrology, the appointment of Bernanke who was less than clueless of the risks, and pharmaceutical trials replicating at best only 1/3 of the time, people are perfectly entitled to rely on their own ancestral instinct and listen to their grandmothers (or Montaigne and such filtered classical knowledge) with a better track record than these policymaking goons.
Indeed one can see that these academico-bureaucrats who feel entitled to run our lives aren’t even rigorous, whether in medical statistics or policymaking. They can’t tell science from scientism — in fact in their image-oriented minds scientism looks more scientific than real science. (For instance it is trivial to show the following: much of what the Cass-Sunstein-Richard Thaler types — those who want to “nudge” us into some behavior — much of what they would classify as “rational” or “irrational” (or some such categories indicating deviation from a desired or prescribed protocol) comes from their misunderstanding of probability theory and cosmetic use of first-order models.) They are also prone to mistake the ensemble for the linear aggregation of its components.
The Intellectual Yet Idiot is a production of modernity hence has been accelerating since the mid twentieth century, to reach its local supremum today, along with the broad category of people without skin-in-the-game who have been invading many walks of life. Why? Simply, in most countries, the government’s role is between five and ten times what it was a century ago (expressed in percentage of GDP). The IYI seems ubiquitous in our lives but is still a small minority and is rarely seen outside specialized outlets, think tanks, the media, and universities — most people have proper jobs and there are not many openings for the IYI.
Beware the semi-erudite who thinks he is an erudite. He fails to naturally detect sophistry.
The IYI pathologizes others for doing things he doesn’t understand without ever realizing it is his understanding that may be limited. He thinks people should act according to their best interests and he knows their interests, particularly if they are “red necks” or English non-crisp-vowel class who voted for Brexit. When plebeians do something that makes sense to them, but not to him, the IYI uses the term “uneducated”. What we generally call participation in the political process, he calls by two distinct designations: “democracy” when it fits the IYI, and “populism” when the plebeians dare voting in a way that contradicts his preferences. While rich people believe in one tax dollar one vote, more humanistic ones in one man one vote, Monsanto in one lobbyist one vote, the IYI believes in one Ivy League degree one-vote, with some equivalence for foreign elite schools and PhDs as these are needed in the club.
[...]
The IYI has been wrong, historically, on Stalinism, Maoism, GMOs, Iraq, Libya, Syria, lobotomies, urban planning, low carbohydrate diets, gym machines, behaviorism, transfats, freudianism, portfolio theory, linear regression, Gaussianism, Salafism, dynamic stochastic equilibrium modeling, housing projects, selfish gene, election forecasting models, Bernie Madoff (pre-blowup) and p-values. But he is convinced that his current position is right.
The IYI is member of a club to get traveling privileges; if social scientist he uses statistics without knowing how they are derived (like Steven Pinker and psycholophasters in general); when in the UK, he goes to literary festivals; he drinks red wine with steak (never white); he used to believe that fat was harmful and has now completely reversed; he takes statins because his doctor told him to do so; he fails to understand ergodicity and when explained to him, he forgets about it soon later; he doesn’t use Yiddish words even when talking business; he studies grammar before speaking a language; he has a cousin who worked with someone who knows the Queen; he has never read Frederic Dard, Libanius Antiochus, Michael Oakeshot, John Gray, Amianus Marcellinus, Ibn Battuta, Saadiah Gaon, or Joseph De Maistre; he has never gotten drunk with Russians; he never drank to the point when one starts breaking glasses (or, preferably, chairs); he doesn’t even know the difference between Hecate and Hecuba (which in Brooklynese is “can’t tell sh**t from shinola”); he doesn’t know that there is no difference between “pseudointellectual” and “intellectual” in the absence of skin in the game; has mentioned quantum mechanics at least twice in the past five years in conversations that had nothing to do with physics.
He knows at any point in time what his words or actions are doing to his reputation.
But a much easier marker: he doesn’t even deadlift.
The IYI is member of a club to get traveling privileges; if social scientist he uses statistics without knowing how they are derived (like Steven Pinker and psycholophasters in general); when in the UK, he goes to literary festivals; he drinks red wine with steak (never white); he used to believe that fat was harmful and has now completely reversed; he takes statins because his doctor told him to do so; he fails to understand ergodicity and when explained to him, he forgets about it soon later; he doesn’t use Yiddish words even when talking business; he studies grammar before speaking a language; he has a cousin who worked with someone who knows the Queen; he has never read Frederic Dard, Libanius Antiochus, Michael Oakeshot, John Gray, Amianus Marcellinus, Ibn Battuta, Saadiah Gaon, or Joseph De Maistre; he has never gotten drunk with Russians; he never drank to the point when one starts breaking glasses (or, preferably, chairs); he doesn’t even know the difference between Hecate and Hecuba (which in Brooklynese is “can’t tell sh**t from shinola”); he doesn’t know that there is no difference between “pseudointellectual” and “intellectual” in the absence of skin in the game; has mentioned quantum mechanics at least twice in the past five years in conversations that had nothing to do with physics.
He knows at any point in time what his words or actions are doing to his reputation.
But a much easier marker: he doesn’t even deadlift.
Fonte: aqui
22 novembro 2016
Normas contábeis para o Bitcoin
The Australian government’s financial reporting standards agency is pushing for international action in the area of digital currencies.
The Australian Accounting Standards Board (AASB), a government agency tasked with overseeing the country’s reporting standards, has published a new position paper ahead of a December meeting of members from the International Accounting Standards Board (IASB). In sum, the paper argues that a more defined standard is needed both for digital currencies as well as other kinds of intangible assets.
The question of accounting standards has come up in the past, but the AASB’s paper might be one of the more consequential to date. Its release comes amid a controversial move by the Internal Revenue Service, the top US tax agency, to seek user records from digital currency exchange Coinbase.
According to the AASB paper, “clear” guidance is needed by accountants working with individuals or companies that handle digital currencies.
The Australian Accounting Standards Board (AASB), a government agency tasked with overseeing the country’s reporting standards, has published a new position paper ahead of a December meeting of members from the International Accounting Standards Board (IASB). In sum, the paper argues that a more defined standard is needed both for digital currencies as well as other kinds of intangible assets.
The question of accounting standards has come up in the past, but the AASB’s paper might be one of the more consequential to date. Its release comes amid a controversial move by the Internal Revenue Service, the top US tax agency, to seek user records from digital currency exchange Coinbase.
According to the AASB paper, “clear” guidance is needed by accountants working with individuals or companies that handle digital currencies.
[...]
Fonte: aqui
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