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05 dezembro 2025

A Netflix ganhou...

A Netflix deu o maior lance em um processo para a compra dos negócios de filme e streaming da Warner Bros Discovery: US$ 72 bilhões. As rivais Comcast e a Paramount Skydance não conseguiram superar este surpreendente lance que, por si só, já redesenha o tabuleiro do entretenimento.

Caso seja autorizada, a operação criará um colosso global no setor, mas ainda precisa passar pelo escrutínio regulatório.

Os detalhes oficiais são poucos, mas não faltam conjecturas, inclusive da que vos fala. Como consumidora, torço para que o negócio não seja aprovado (mas imagino que será). Minha resistência passa pelo receio de que uma fusão termine por sufocar negócios menores, amplifique um poder cultural que já é absurdo e reduza a diversidade real de produção.

De forma mais mundana, me preocupo também com a forma como a Netflix lida com seus catálogos, com métricas agressivas que resultam em cancelamentos abruptos e ciclos curtos. É uma empresa que premia o que retém em massa e não necessariamente o que inova.

No livro “Dez argumentos para você deletar agora suas redessociais” o autor, Jaron Lanier, alerta repetidamente para o modo como conglomerados digitais moldam percepções, comportamentos e consumo. Embora a crítica não se trate de streamings, muitas de suas reflexões podem ser extrapolados para este contexto. Plataformas de grande escala não apenas distribuem conteúdo, como também definem o que aparece, o que será apagado, como a cultura circula.

A Netflix domina estratégia e possui um tipo peculiar de visão de futuro. A empresa já mostrou seu poder em antecipar tendências e moldar padrões em inúmeras oportunidades. No fim, parece que só a ela ganhou alguma coisa. O resto de nós… seguimos aqui, com uma dose extra de ansiedade algorítmica. Ou talvez eu esteja lendo assuntos distópicos em demasia...

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