Um novo estudo de Gustaf Bruze, Alexander Kjær Hilsløv e Jonas Maibom, do IZA Institute of Labor Economics, oferece exatamente essa análise empírica. Chama-se “The Long-Run Effects of Individual Debt Relief” e examina a vida das pessoas por um quarto de século após uma falência:
O estudo acompanha falências na Dinamarca após a introdução do primeiro sistema moderno de falência da Europa continental, instituído em 1984. Antes disso, os dinamarqueses — como a maior parte da Europa — não permitiam quitação de dívida pessoal por falência. Em vez disso, esperava-se que o devedor tivesse cerca de 20% de sua renda vitalícia confiscada para pagar credores, até quitar as dívidas ou morrer (o que ocorresse primeiro).
Depois de 1984, o sistema dinamarquês importou características das falências dos EUA/Reino Unido/Comunidade Britânica, incluindo a possibilidade de reestruturar e quitar dívidas. Nem todos são elegíveis: há um sistema burocrático que verifica se quem busca a quitação não possui muitos ativos que poderiam ir aos credores.
Mas, para as pessoas (in)felizes que se qualificam, há um fascinante experimento natural que compara a sorte de quem obtém alívio da dívida com a de falidos que não conseguem apagar suas dívidas.
Acontece que a Idade do Bronze tem algo a ensinar. O principal achado: pessoas que quitam dívidas na falência experimentam “grande aumento de renda auferida, emprego, ativos, imóveis, dívida garantida, propriedade de moradia e riqueza que persiste por mais de 25 anos após a decisão judicial”.
Depois de receberem os benefícios da falência, passam a depender menos de assistência pública. Conseguem empregos melhores. Suas famílias vivem melhor. Seus credores recuperam parte do dinheiro (o que é tudo que se pode realisticamente esperar, já que “dívidas que não podem ser pagas, não serão pagas”).
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