As maiores operações de fusão/aquisição no setor de tecnologia:
1. Time Warner/AOL = 181,6 bilhões de dólares
2. SDL/JDS Uniphase = 41 bilhões
3. Compaq/HP = 23,5 bilhões
4. Network Solutions/Verisign = 20,8 bilhões
5. Seagate/Veritas = 17,7 bilhões
6. Freescale Simiconductor/Private Equity = 17,5 bilhões
7. E-tek Dynamics/JDS Uniphase = 15,3 bilhões
8. Veritas/Symantec = 11,9 bilhões
9. TV Guide/Gemstar = 9 bilhões
10. PeopleSoft/Oracle = 8,9 bilhões
Fonte: Aqui
15 fevereiro 2008
Fair Value é confuso?
O Iasb está estudando o termo "fair value" (valor justo). É o que informa o Financial Times. A seguir, o texto completo:
Concept of 'fair value' ignores stench of the real world.
By JENNIFER HUGHES
Financial Times - 14/2/2008 - Asia Ed1 - Page 16
What's in a name? Quite a lot when it comes to fair value accounting, it seems.
The International Accounting Standards Board has this week launched a confidential consultation on whether the rulemaker should drop the words "fair value" and instead use something more specific.
In a nutshell, fair value seeks to value assets and liabilities at their current value, rather than using the more traditional historic cost. Critics warn that the term implies there are willing buyers and sellers and can confuse investors when there is no trading and value is instead calculated using subjective "black box" models.
To many in the accounting world, fair value represents an attempt by ivory tower academics to shoehorn everything into a single neat methodology without regard for the messiness of the real world.
Anyone following the credit crunch will have heard about the struggles to accurately value illiquid instruments. This week AIG, the US insurance giant, announced almost Dollars 5bn of writedowns after it adjusted some of the assumptions it used to value certain securities linked to subprime loans.
Critics take the AIG example and ask just how reliable fair value is when simply changing the assumptions in a model can lead to such swings in value. Advocates claim that the current market value is more relevant to investors when making investment decisions. Leaving aside the trickiness of using historic cost on complex derivatives that have no initial cost, they say the question boils down to whether you'd rather trust management's potentially subjective view of the value, or an independent market price.
It is worth noting, too, that historic cost still allows for writedowns on impaired assets, so it is not unreasonable to assume at least a chunk of the current writedown woes would still be happening under the old basis of "lower of cost or market price".
Back to the IASB. The consultation is a quiet "field test" exercise among a select group of auditors, analysts and companies around the world about their interpretation of "fair value measurement". It is avoiding at all cost the wider debate on whether fair value should be applied in the first place.
Even with this limited scope, could the project defuse some of the current furore?
Part of the problem is that as fair value gets extended beyond assets with clear and liquid markets, what exactly constitutes market price is less clear. The US recently delayed plans to extend FAS 157, its fair value standard, beyond the realm of financial instruments after being warned that many had no idea how it would work in practice.
FAS 157 is based on a single definition - exit price, or the price at which you could sell the asset or liability. There is of course a buyers' view, or entry price, and in some cases the two can produce very different numbers. IFRS has elements of both.
When the IASB consulted on switching to a single US-style exit price interpretation back in 2006, the mere suggestion provoked an uproar. Which in turn suggests that responses to the current consultation will lean towards dropping the single term in favour of defining exactly what is meant.
Would a name change alter this debate?
On one level, it would remove critics' heartfelt complaints that it is implicitly hard to argue against something called "fair". It might also help investors and those outside the profession understand the concept.
But for the critics, I fear that which we call fair value by any other name will still stink as badly. There is a lot of mileage in this debate yet.
Cidade da Música
Um texto interessante do jornal O Globo analisa (ou tenta analisar) a Cidade da Música. A relação custo-benefício não está clara, conforme o texto enfatiza.
MP investigará os custos da Cidade da Música
O Globo - 14/2/2008 - 19
Luiz Ernesto Magalhães
O Ministério Público abre inquérito hoje para investigar os custos da construção da Cidade da Música Roberto Marinho, na Barra da Tijuca. Os promotores da Promotoria de Cidadania e Tutela Coletiva querem esclarecer como uma obra orçada pela prefeitura inicialmente em R$80 milhões já custa aos cofres públicos R$461,5 milhões (576% a mais) em construção, projetos e consultorias, como mostrou O GLOBO. Por sua vez, a oposição ao prefeito Cesar Maia na Câmara dos Vereadores se articula para instaurar uma CPI para investigar os gastos com o complexo.
— Queremos esclarecer com a prefeitura e o Tribunal de Contas do Município (TCM) como foram calculados os custos inicial e final do projeto — explicou o promotor Rogério Pacheco Alves.
A Secretaria municipal de Fazenda divulgou o edital de licitação com as regras para a concessão do espaço, marcada para 17 de março. A prefeitura fixou em apenas R$97 mil (0,02% do custo total da obra) o preço mínimo para transferir a Cidade da Música à iniciativa privada. O valor deve ser quitado numa única parcela, 25 meses após a concessionária tomar posse. Como fontes de receita a empresa terá, além das salas de concerto, três cinemas, lojas, café, restaurante e estacionamento com 738 vagas, cujas gestões podem ser terceirizadas. O valor mínimo equivale a R$323,33 por mês — quantia inferior ao preço mínimo cobrado pelo aluguel de uma quitinete na Barra (R$450).
O prefeito Cesar Maia diz que o valor fixado no edital tomou por base estudos de viabilidade econômica desenvolvidos por uma empresa de consultoria. O documento, porém, não foi divulgado. Cesar argumenta que os ganhos da prefeitura seriam indiretos, pois não terá que arcar com os custos de manutenção:
— O custo para a prefeitura seria de pelo menos R$12 milhões por ano. Não ter esse custo já é um pagamento de fato pela concessão — disse.
Os argumentos não convenceram o vereador Roberto Monteiro (PCdoB), que tenta reunir as 17 assinaturas necessárias para dar entrada amanhã com um pedido de CPI:
— A discussão sobre esses gastos tem que ser aprofundada. Não é possível enterrar R$460 milhões num projeto quando a cidade enfrenta sérios problemas com conservação e favelização.
Preços simbólicos também no Engenhão e no Riocentro
Esta não é a primeira vez que a prefeitura promove licitações com preços simbólicos. Em 2005, o Riocentro, que precisava sofrer adaptações para o Pan, foi transferido à GL Events, por 50 anos, por R$1,2 milhão. Na época, o argumento era que a prefeitura saiu ganhando por não ter que gastar R$69 milhões no local. Já o Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), que custou quase R$400 milhões, foi transferido por 20 anos para a Companhia Botafogo (que administra os negócios do clube) por R$36 mil mensais. A prefeitura também argumentou que a idéia era se desonerar dos custos da manutenção do complexo.
Segundo o edital de licitação, o candidato a explorar a Cidade da Música deverá comprovar experiência de três anos na execução ou administração de equipamentos culturais. Ao contrário do que a prefeitura vem divulgando, a cessão de espaço para a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), embora bastante provável, não é garantida no edital. Por questões legais, a prefeitura não poderia indicar uma orquestra para ocupar o local. As candidatas devem indicar a orquestra-residente, que terá de cumprir exigências. Entre elas, ter no mínimo 70 músicos e ter se apresentado pelo menos 50 vezes nos últimos sete anos. Outra exigência é ter um maestro com experiência internacional. No Rio, se enquadram nesta situação a própria OSB e a Orquestra Petrobras.
Em nota, a OSB informa estar avaliando os termos da licitação para estudar se participa da concorrência. Já a Orquestra Petrobras informou não ter planos de disputar a concorrência. Outra que se enquadra nas exigências é a Fundação Orquestra Sinfônica de São Paulo, que não tem interesse no espaço.
14 fevereiro 2008
Capa e Mercado
A foto é de Marisa Miller, modelo norte-americana, 1,73 m, 50 kg, 29 anos e capa da Sports Illustrated Swimsuit Issue deste ano. São dois objetivos da foto de Marisa.
Em primeiro lugar, a foto da capa de Marisa Miller significa que o mercado acionário norte-americano terá um bom desempenho em 2008. Nos últimos 30 anos, toda vez que uma modelo norte-americana foi capa desta revista a SP 500 teve um ganho de 13,9%. Quando foi uma modelo de outro país, inclusive do Brasil (1978) o ganho da SP é de 7,2% em 11 anos.
A série histórica está abaixo:
O segundo motivo de colocar a Marisa neste blog é óbvio, não?
Governança Corporativa
A seguir uma linha do tempo da Governança corporativa
Corporate Governance (A Special Report): Timeline --- From Teddy Roosevelt to Enron: How corporate governance has evolved over 100 years
The Wall Street Journal -R2 - 14/01/2008
1908: President Theodore Roosevelt criticizes the courts for interpreting the Sherman Antitrust Act narrowly, and urges more federal supervision of corporations.
1919: Dodge v. Ford Motor Co. establishes the legal principle that a corporate board must act to maximize shareholder value.
1924: Barnes v. Andrews says establishing mismanagement isn't enough to recover damages: The plaintiff must also show a director's actions caused a company's loss.
1933: In the wake of the stock-market crash of 1929, Congress enacts the Securities Act of 1933, the first major federal legislation governing securities sales. The act requires companies to provide investors with significant information regarding securities for public sale in order to make informed decisions.
1934: The Securities Exchange Act creates the Securities and Exchange Commission to monitor the nation's securities markets and industry; Joseph Kennedy is first chairman.
1940: The SEC recommends that corporate boards establish audit committees elected by shareholders at annual meetings.
1942: The SEC's Shareholder Proposal Rule requires firms to put shareholder resolutions to a vote.
1964: A U.S. Supreme Court ruling, J.I. Case Co. v. Borak, allows private citizens to sue companies to ensure compliance with federal proxy-statement rules. The rules require companies to disclose all important facts about director elections and other issues when soliciting shareholders for their votes.
1972: General Motors Corp. becomes one of the first American companies to establish a nominating committee to determine candidates for the company's board.
1973: The Financial Accounting Standards Board is founded. An independent group, it now sets uniform standards for private-sector financial accounting that are recognized as authoritative by the SEC.
1974: The SEC mandates that companies disclose whether they have a board audit committee.
1985: In Smith v. Van Gorkom, the Delaware Supreme Court finds that directors of TransUnion Corp. approved a merger in minimal time and weren't entitled to the legal benefits of the business-judgment rule, which shields directors from liability if their actions were informed, made in good faith, and in the corporation's best interest. Boards have since implemented higher standards of deliberation.
1987: TIAA-CREF sponsors dissident shareholder resolution against a "poison pill" provision at International Paper's annual meeting. It lost but was a watershed event in shareholder activism.
1992: General Motors CEO Robert Stempel resigns under board and shareholder pressure, leading more boards to oust underperforming CEOs.
1994: GM adopts influential governance guidelines, clarifying the board's role along with directors' selection, authority and evaluation.
2001: Enron Corp.'s bankruptcy and allegations of accounting fraud, conflicts of interest and destruction of evidence create pressure for new ways to prevent and detect corporate financial misconduct. Accounting scandals at WorldCom Inc. and elsewhere follow in 2002.
2002: The Sarbanes-Oxley Act sets standards for the audit process and other governance and compliance measures.
2003: The SEC approves changes to New York Stock Exchange and Nasdaq listing rules that require companies to adopt codes of conduct and make them publicly available, and to have key board committees composed solely of independent members.
2005: Shareholders lose a lawsuit against Walt Disney Co. involving a $140 severance package for Michael Ovitz, who served just 15 months as president. But the case shows investors are taking a tougher stance against directors.
2006: The SEC investigates more than 100 companies for potential abuses of employee stock options.
2007: Home Depot appoints David Batchelder to the company's board, one of a growing string of victories for institutional investors seeking to place directors on boards to facilitate policy changes.
2007: Gregory Reyes, former CEO of Brocade Communications Systems Inc., is convicted of fraud, filing false financial statements and other charges, in an options-backdating scandal.
-- Compiled by Suzanne Barlyn
O que significa o aumento de Estoque?
Quando uma empresa aumenta o volume de estoque isto pode significar duas coisas opostas. Por um lado, o aumento pode significar que a gestão da empresa está confiante no futuro e resolveu investir no ativo antes do aumento da demanda. O estoque anteciparia um aumento de receita. Por outro lado, o aumento pode significar que os clientes não estão satisfeitos com a empresa e o estoque representaria a baixa demanda. Como interpretar?
Observe que esta questão toca diretamente na questão da análise das demonstrações contábeis e sua dificuldade.
Os economistas têm usado a informação agregada de estoques para tentar entender a flutuação da economia. Pesquisas passadas já mostraram existir uma relação entre estoques e crescimento da economia. Por isto esta informação é analisada com bastante carinho na esperança de vislumbrar o comportamento da economia.
Observe que esta questão toca diretamente na questão da análise das demonstrações contábeis e sua dificuldade.
Os economistas têm usado a informação agregada de estoques para tentar entender a flutuação da economia. Pesquisas passadas já mostraram existir uma relação entre estoques e crescimento da economia. Por isto esta informação é analisada com bastante carinho na esperança de vislumbrar o comportamento da economia.
GM
GM anuncia prejuízo mas ressalta crescimento em emergentes
13/02/2008
Por Terry Kosdrosky
The Wall Street Journal, de Detroit
(...) Para o ano, a GM divulgou o maior prejuízo de sua história, US$ 38,7 bilhões, a maior parte por causa de uma despesa sem impacto de caixa de US$ 38,6 bilhões, para dar baixa contábil em créditos fiscais que não vai mais usar.(...)
A GM está oferecendo aos funcionários dois níveis de compensação para se aposentarem antecipadamente: US$ 45.000 para os da produção e US$ 62,500 para os especializados. Cerca de 46.000 dos 74.000 funcionários sindicalizados já têm 26 anos de serviço, requisito da empresa para se aposentar mais cedo. Aos restantes será oferecido entre US$ 70.000 e US$ 140.000, de acordo com o tempo de serviço.
O novo contrato da GM com o UAW permite que ela contrate novos funcionários a um salário mais baixo e com menos benefícios. A redução do custo trabalhista é vista como um fator essencial para a GM conseguir competir com montadoras estrangeiras que têm produção nos EUA mas não têm acordos com sindicatos, entre elas a Toyota e a Honda.
Valor justo e crise financeira
A crise financeira atual pode ser um teste para a contabilidade pelo valor justo. É o que afirma John Plender, colunista do Financial Times. A questão da dificuldade de avaliação, os atritos entre auditores e administração e a volatilidade dos lucros são lembrados.
Financial crisis presents a test for fair value accounting.
By JOHN PLENDER
Financial Times - 13/02/2008 - Asia Ed1 - Page 22
Is fair value accounting a blessing or a curse in a financial crisis? On the face of it, an approach whereby assets and liabilities are marked to market looks logical when the emphasis of the banking system has shifted from deposit taking and lending to providing credit via securities markets. IOUs can be easier to value than bank loans. And the resulting transparency should be helpful in facilitating transactions at times of heightened risk and low confidence.
That is precisely what is needed now, when markets in complex pieces of paper have seized up. For if assets can be priced realistically, trading can resume. Yet in practice, fair value accounting appears not to be delivering on its promise to help mitigate systemic risk. The problem arises over illiquid assets.
The US Financial Accounting Standards Board has introduced a "three bucket" taxonomy to categorise marks to market. Bucket number one is for assets that have observable market prices. Bucket number two is for less frequently traded securities that can be priced by reference to similar assets. Bucket three is for the dregs - assets with "unobservable inputs" where value is based on management assumptions. A great deal of recent credit market innovation is dumped here.
Because of the subjective nature of this last category, the scope for friction between management and auditors at the end of the year is great. The risk is that auditors, worried about their liability, will bludgeon management into adopting assumptions that are close to fire sale valuations. Yet if assets are marked down excessively, the solvency of the financial system could be eroded. Regulators are nonetheless egging on auditors, adding to the pro-cyclical impetus in an already extreme downturn.
A consequence is that earnings volatility is being increased substantially - witness the recent numbers from MBIA, the monoline insurer. Marking financial instruments to market threw up a pre-tax loss of Dollars 3.5bn. Yet MBIA expects to incur actual losses of only Dollars 200m of this, believing that the bulk of the loss will reverse over the life of the insured credit derivatives.
As Christopher Whalen of Institutional Risk Analytics points out, bond insurance is not like a credit default swap contract, where the obligor must immediately compensate the covered party for the full principal amount of the loss. It merely requires the underwriter to guarantee timely interest payments and the eventual payment of principal on maturity, which may be years later.
Fair value, then, is swings and roundabout accounting. It is also remote from cash. And because it requires liabilities to be revalued as well as assets, a decline in the creditworthiness of a bank can, bizarrely, throw up profits.
It used not to be like this. In the Latin American debt crisis of the 1980s, the world's biggest banks would have been insolvent if their loan books had been valued realistically. But to stave off runs on banks by uninsured wholesale depositors in the protracted period needed to rebuild bank capital, the authorities allowed loans to remain at book value on bank balance sheets.
Provisioning against loans was progressive, permitting capital ratios to be maintained. The auditors played along with the fudge. They did the same in relation to property values in the British fringe banking crisis of the 1970s.
This policy of regulatory forbearance would theoretically be possible today. Illiquid assets that are now plopping into the accountants' third bucket could be kept on bank balance sheets at book value until maturity. But forbearance carries the risk of moral hazard.
After the Latin American debt crisis, the banks' depleted credit ratings and higher capital costs gave them a higher cost of funds relative to corporate clients. So the clients went direct to the markets for funds, cutting out the banking middleman.
As securitisation thus became a mainstream phenomenon, the banks had to take bigger risks if they were to grow as shareholders demanded, which sowed the seeds of the next property-related banking crisis.
So there is no perfect solution. Fair value is just another fudge.
Efeito manada
Em momentos de crise, a questão da racionalidade (e o contraponto das finanças comportamentais) são utéis para entender o que aconteceu. Estudar efeito manada e como os indivíduos são levados para uma situação de excesso de otimismo é importante e ajuda a entender o que ocorreu. O artigo a seguir mostra um pouco desta visão:
Enviado por Ricardo Viana
O contágio do passado na decisão de aplicação
Aquiles Mosca
Valor Econômico - 13/02/2008
"Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura". Apesar de simples, a frase de alerta que acompanha os prospectos dos investimentos parece lutar em vão contra ao menos três tendências comportamentais. Para a maioria dos investidores, uma aplicação, independentemente de seu risco, parece mais atraente quanto maior o retorno apresentado no passado recente, a despeito de qualquer aviso que o regulador determine obrigatoriamente.
Estudos indicam que as expectativas que formamos em qualquer situação que exija avaliação em condição de incerteza são, em grande parte, uma extrapolação do que foi observado no passado recente. Isso vale para circunstâncias que envolvam um futuro incerto, como previsão do tempo ou a performance de aplicações.
Bange (2000) demonstra em um estudo para a Associação Americana de Investidores Individuais que não apenas o aplicador extrapola para o futuro a performance passada, mas também há a tendência de aumentar a parcela de sua carteira em ativos que tiveram retornos atraentes no passado. Assim, quanto mais o mercado sobe (como visto no Brasil entre 2003 e 2007), mais os investidores ficam otimistas com a performance esperada das aplicações de risco, aumentando ao mesmo tempo sua exposição em tais mercados. Em um cenário de baixa (como o atual), observamos o efeito inverso. Ao portar-se de tal forma, o aplicador acaba executando para a carteira o inverso do que é recomendado, isto é, compra ativos que estão em alta (compra caro) e vende os que estão em queda (vende barato).
O investidor que se comporta dessa maneira é denominado "momentum investor", ou aquele que crê, conscientemente ou não, na continuidade dos movimentos do mercado. Há também os chamados "contrarian investors", que crêem na reversão das tendências.
Estudo da Universidade de Yale (Dhar e Kumar 2001) buscou identificar qual grupo é predominante, usando uma amostra de 41 mil investidores do mercado de ações americano. Fica claro no estudo que a performance observada entre uma semana e três meses é o principal fator que atua na tomada de decisão. O número de investidores que age no sentido oposto à tendência corrente é 25% inferior ao dos que se deixam levar pela tendência observada. O estudo foi repetido em mercados emergentes e revelou a mesma conclusão, mostrando que o efeito "momentum" é mais significativo em ativos com performance extrema, como no mercado acionário.
Observando os dados relativos a investimentos de pessoas físicas no mercado de fundos de ações no Brasil em 2007, temos forte evidência do fator "momentum" nas decisões dos investidores. Por exemplo, as aplicações em fundos Vale, que em média renderam 84% em 2007, ante 44% do Ibovespa, lideraram o fluxo de investimentos em fundos de renda variável no ano passado, totalizando 50% do total investido em fundos de ações nesse ano. Em contrapartida, a média dos fundos de ações após três meses de performance negativa, entre novembro e janeiro, passou a sofrer saques líquidos. Não por coincidência, no mesmo período os fundos DI, seguros e em terreno positivo, voltaram pela primeira vez em 12 meses a receber ingressos líquidos.
Observamos em momentos como o atual uma tendência dos agentes de inferir que a realização observada ontem tende a continuar. Basta ler nos jornais a avaliação de analistas para confirmar esse fenômeno. Isso equivale a prever o futuro com base no passado, a chamada "representatividade" na teoria financeira comportamental. Esse fator é acentuado pela ampla divulgação na mídia dos estragos sofridos pelo mercado. Tal disseminação recebe o nome de "saliência" na teoria comportamental e refere-se à grande disponibilidade de informação relativa a um fato e ao peso que essas informações, salientes para o investidor, têm na formação de expectativas e na tomada de decisão, sendo o principal combustível do efeito contágio.
O componente final que define o comportamento do investidor refere-se à necessidade que os agentes têm de agir em conformidade com o grupo. Se todos estão vendendo, também tendemos a vender e vice-versa. Afinal, errar em companhia da maioria é menos desgastante. Esse é o principal combustível do efeito manada, que tende a acentuar o efeito contágio e a magnificar a amplitude de variação dos preços, realimentando o processo e definindo a direção do fluxo de recursos para os ativos.
Ante essas tendências, alertar o investidor que "rentabilidade passada não garante rentabilidade futura" é tão útil quanto dizer a uma criança com um chocolate que comer doce antes da refeição estraga o apetite. O pai cumpre com seu dever de zelar pela nutrição, a criança come o doce de qualquer jeito e, se der dor de barriga, o pai pode dizer com toda autoridade: "Eu bem que avisei!"
Enviado por Ricardo Viana
13 fevereiro 2008
Uma revolução silenciosa na contabilidade
Uma revolução na contabilidade está sendo preparada pelo Fasb. A proposta irá mudar radicalmente o formato das demonstrações, contemplando os seguintes itens:
a) Mudança no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado para permitir a existência de três categorias já usadas no fluxo de caixa (operação, financiamento e investimento). Uma das conseqüências é que a DRE será muito mais detalhada (ou mais complicada)
b) Acaba o lucro líquido - a proposta é omitir o lucro líquido da DRE. Um membro do Fasb chegou a afirmar que "se o lucro líquido permanecer, isto significará que nós falhamos". Na realidade, a DRE terá novos subtotais. Entretanto, existe a discussão sobre a possibilidade da empresa fornecer a informação necessária para que cada pessoa possa calcular o lucro líquido da empresa.
c) Fluxo de caixa pelo método direto - Atualmente é opcional a escolha do método e a maioria escolhe o método indireto. Haveria a obrigação do método direto, que pode ser muito mais trabalhoso e complicado para certos tipos de empresas. Existe uma proposta do uso de um método híbrido (já em uso na Austrália e Nova Zelândia)
d) Conciliação entre o fluxo de caixa e a DRE, contemplando itens como "fluxo de caixa que não afeta o lucro".
e) Detalhamento maior nas operações de empresas que atuam em mais de um setor.
Uma pesquisa entre executivos mostra, no entanto, resistências: 17,2% são favoráveis a mudança no formato; 35,3%, possivelmente e 44,8% não. A maioria (66,4%) é contrária a eliminação da linha do lucro líquido, assim como a exigência do método direto (67,3%).
a) Mudança no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado para permitir a existência de três categorias já usadas no fluxo de caixa (operação, financiamento e investimento). Uma das conseqüências é que a DRE será muito mais detalhada (ou mais complicada)
b) Acaba o lucro líquido - a proposta é omitir o lucro líquido da DRE. Um membro do Fasb chegou a afirmar que "se o lucro líquido permanecer, isto significará que nós falhamos". Na realidade, a DRE terá novos subtotais. Entretanto, existe a discussão sobre a possibilidade da empresa fornecer a informação necessária para que cada pessoa possa calcular o lucro líquido da empresa.
c) Fluxo de caixa pelo método direto - Atualmente é opcional a escolha do método e a maioria escolhe o método indireto. Haveria a obrigação do método direto, que pode ser muito mais trabalhoso e complicado para certos tipos de empresas. Existe uma proposta do uso de um método híbrido (já em uso na Austrália e Nova Zelândia)
d) Conciliação entre o fluxo de caixa e a DRE, contemplando itens como "fluxo de caixa que não afeta o lucro".
e) Detalhamento maior nas operações de empresas que atuam em mais de um setor.
Uma pesquisa entre executivos mostra, no entanto, resistências: 17,2% são favoráveis a mudança no formato; 35,3%, possivelmente e 44,8% não. A maioria (66,4%) é contrária a eliminação da linha do lucro líquido, assim como a exigência do método direto (67,3%).
Iasb: Mudanças
O Iasb anunciou mudanças na constituição da Fundação Iasc. Depois de destacar o avanço internacional nas normas do Iasb, denominadas de IFRS, o comunicado informa algumas mudanças importantes.
Uma das mudanças é aumentar gradualmente os membros do Iasb para 16 e, se for o caso, assegurar uma balanceamento geográfico mínimo. Atualmente países como o Brasil (ou seja, mercados menores) possuem uma representação reduzida.
Aqui, Ciesielski comenta a questão financeira do Iasb. Este órgão passaria a utilizar um modelo de financiamento parecido com o existente no Fasb antes da Sox. Necessitando cobrir despesas elevadas, a expectativa do Iasb é que contribuições voluntárias (de empresas de auditorias, países, empresas, bolsa de valores etc) sejam suficientes para sua independência financeira.
Este tipo de situação poderia retirar a independência do Iasb?
Uma das mudanças é aumentar gradualmente os membros do Iasb para 16 e, se for o caso, assegurar uma balanceamento geográfico mínimo. Atualmente países como o Brasil (ou seja, mercados menores) possuem uma representação reduzida.
Aqui, Ciesielski comenta a questão financeira do Iasb. Este órgão passaria a utilizar um modelo de financiamento parecido com o existente no Fasb antes da Sox. Necessitando cobrir despesas elevadas, a expectativa do Iasb é que contribuições voluntárias (de empresas de auditorias, países, empresas, bolsa de valores etc) sejam suficientes para sua independência financeira.
Este tipo de situação poderia retirar a independência do Iasb?
AIG
Ainda sobre a AIG (clique aqui, para notícia anterior)
El presidente de la mayor aseguradora del mundo está en la cuerda floja
BLOOMBERG Nueva York
El Cronista Comercial - 13/2/2008
El cargo del máximo responsable de American International Group, Martin Sullivan, puede correr peligro porque un error de contabilidad condujo a una caída imprevistamente acusada del valor de la cartera de la empresa. Las acciones de AIG, la mayor aseguradora del mundo, tuvieron su mayor caída en veinte años después que la empresa dijo que el valor de una serie de contratos, vendidos para proteger a los inversores en renta fija contra pérdidas, declinó por u$s 4.880 millones en octubre y noviembre, cuatro veces más de lo que se esperaba. Sullivan les había asegurado a los inversores en diciembre que dichos saneamientos, vinculados al mercado de vivienda de EE.UU., eran “manejables”. “Hay que cuestionar la capacidad de liderazgo de Sullivan”, dijo Rose Grant, de Eastern Investment Advisors. “La gente está descontenta con la evolución de la acción, en resumidas cuentas han tirado la toalla. No cabe duda de que el cargo de Sullivan puede correr peligro”, agregó.
La auditora PricewaterhouseCoopers descubrió “deficiencias importantes” en la manera en que AIG contabilizó los contratos, llamados permutas de impago crediticio. El saneamiento de las permutas crediticias puede haber borrado por entero los beneficios de AIG correspondientes al cuarto trimestre. “Es incomprensible que nuevamente esta compañía, su consejo, su jefe ejecutivo y su director financiero, así como sus auditores independientes digan que la compañía no tiene controles adecuados”, dijo Lynn Turner, ex director de contabilidad de la Comisión de Bolsa y Valores de EE.UU.
Prejuízo da GM
GM tem perda de US$38 bi em 2007
O Globo - 13/2/2008 - 27
Prejuízo foi recorde. Montadora pretende cortar 74 mil vagas até 2010
DETROIT. A americana General Motors anunciou ontem que teve prejuízo recorde em 2007, de US$38,7 bilhões. Foi o terceiro ano consecutivo de perdas. Numa tentativa de reduzir custos trabalhistas e melhorar o desempenho da empresa em 2008, a montadora afirmou que vai oferecer um plano de demissão voluntária a 74 mil funcionários filiados ao sindicato United Auto Workers (UAW). O programa não atinge o Brasil.
O prejuízo de 2007 inclui uma despesa de US$39 bilhões do terceiro trimestre relacionada a mudanças na contabilidade fiscal. No quarto trimestre, as perdas foram de US$722 milhões, ante lucro de US$950 milhões em igual período do ano anterior. Em 2006, a GM perdeu US$1,98 bilhão.
De acordo com a empresa, o prejuízo do quarto trimestre reflete a redução na produção nos Estados Unidos, a estratégia de oferta de descontos no preço do seu novo modelo de picape e os fracos resultados na Alemanha, tradicionalmente seu mercado mais lucrativo na Europa.
— Esse foi um trimestre duro nos Estados Unidos — disse Fritz Henderson, diretor financeiro da empresa. — Os volumes caíram, e a concorrência de preços ficou mais difícil porque nós concedemos incentivos para nossas picapes.
O resultado ruim fez a empresa acelerar as negociações com o United Auto Workers. Aos funcionários que aderirem ao plano de demissão voluntária serão oferecidos benefícios de US$70 mil a US$140 mil, dependendo do tempo de casa. (...)
Os efeitos dos cortes só serão sentidos a partir do segundo semestre deste ano. A GM estima que, após 2010, quando o plano estiver totalmente implementado, a economia anual com a medida será de US$4 bilhões a US$5 bilhões. (...)
O objetivo da empresa não é reduzir o número de funcionários, e sim contratar novos a custos mais baixos. O programa de demissão voluntária segue outros acordos firmados entre o sindicato e as montadoras Ford e Chrysler LLC. Com os acordos, as montadoras sediadas em Detroit foram autorizadas a contratar funcionários por US$14 a hora, metade do salário atual.
12 fevereiro 2008
Microsoft e Yahoo
Microsoft pode aumentar oferta pela Yahoo ou torná-la hostil
11/02/2008
Por Robert A. Guth, Kevin J. Delaney e Matthew Karnitschnig
The Wall Street Journal
A rejeição pela Yahoo Inc. da oferta de compra feita pela Microsoft Corp. vai testar se a gigante do software está disposta a pagar muito mais pela empresa de internet, ou se prefere correr o risco de uma tentativa de compra verdadeiramente hostil.
A Microsoft está disposta a melhorar sua oferta, dizem pessoas a par do assunto. Mas qualquer aumento deve ficar aquém do que o conselho da Yahoo acredita ser o valor justo da empresa, dizem essas pessoas, o que abre o caminho para uma batalha de aquisição prolongada.
Pessoas próximas da Microsoft dizem que a gigante do software está relutante em abrir uma disputa no voto para desbancar o conselho ou a diretoria do Yahoo. Uma briga dessas pode atrasar a conclusão do negócio e aumentar as chances de que funcionários importantes do Yahoo deixem a empresa, dizem essas pessoas. Ela tende mais a buscar opções menos hostis, como recrutar grandes acionistas para que pressionem a diretoria do Yahoo a negociar com a Microsoft para encontrar um preço aceitável.
Conselheiros do Yahoo concluíram depois de uma reunião na sexta-feira que a oferta não negociada — avaliada em quase US$ 45 bilhões quando foi anunciada no dia 31 de janeiro — "subvaloriza gigantescamente" o Yahoo, de acordo com uma pessoa a par da situação. O conselho planeja enviar uma carta para a Microsoft hoje, detalhando sua posição.
Analistas vinham esperando que a Microsoft aumentasse sua oferta, de US$ 31 por ação. Mas o Yahoo está pressionando por pelo menos US$ 40 por ação, de acordo com uma pessoa a par do assunto. Um ágio desses aumentaria o valor da oferta original da Microsoft em dinheiro e ações em mais de US$ 12 bilhões.
(...) A diretoria da Microsoft continua consciente do risco de que uma oferta hostil possa deflagrar um ressentimento entre os engenheiros e outros funcionários do Yahoo cuja cooperação vai ser crucial para o sucesso de uma empresa combinada, dizem as pessoas próximas da Microsoft.
Mesmo assim, na carta original ao conselho do Yahoo para apresentar a proposta, Ballmer incluiu uma ameaça velada de que sua empresa fará o que puder para conseguir o Yahoo. "A Microsoft reserva-se o direito de tomar todos as decisões necessárias para assegurar que os acionistas da Yahoo tenham a oportunidade de (lucrar com) a nossa proposta", diz a carta.
Os conselheiros do Yahoo têm considerado outros cenários que evitam a venda, entre eles a terceirização da publicidade à base de buscas para a Google Inc., com objetivo de aumentar a receita e ganhar mais latitude para tentar continuar independente, dizem pessoas a par do assunto.
A convicção de que o Yahoo vale mais se baseia em vários fatores. Entre eles está a posição de liderança do Yahoo na parte do mercado de publicidade online conhecida como "display advertising", ou "publicidade visual", que inclui anúncios como banners. O conselho também deve argumentar que a oferta da Microsoft não cobre o risco de o negócio ser atrasado por análises de autoridades de defesa da concorrência.
Aqui, uma discussão interessante se a Yahoo está subavaliada ou não.
AIG
Problemas com a contabilidade da empresa AIG, da área de seguros. Depois do escândalo contábil, a AIG lida com problemas na própria contabilidade. Aqui, uma reportagem longo do Wall Street Journal. Um resumo, do Cinco Dias, da Espanha, a seguir:
La auditora de AIG revela problemas en la contabilidad de sus coberturas
A. B. N. Nueva York
Cinco Días - 12/2/2008
AIG registrará la jornada del lunes en sus libros de historia. La aseguradora sufrió la mayor caída en 20 años, un 11,7%, después de revelar que volverá a ajustar a la baja el valor de las coberturas vendidas para proteger CDO ligados al mercado de la vivienda de EE UU. Además, la entidad ha admitido a la Securities and Exchange Commission (SEC) que su auditor, PricewaterhouseCoopers (PwC), ha concluido que hay "debilidades materiales en los controles internos" relativos a la valoración de las coberturas swap de su cartera.
El hecho de que el auditor dude sobre la contabilidad de sus derivados cuestiona las declaraciones de los responsables de la compañía que aseguraban que el impacto de la crisis subprime en sus cuentas había sido muy pequeño. AIG había dicho que su cartera de coberturas de crédito había reducido su valor un máximo de 1.150 millones entre octubre y noviembre. Sin embargo, ayer, y en el mismo documento en el que informaba a la SEC de las opiniones del auditor, revelaba que esta cifra puede alcanzar los 4.880 millones de dólares. En esta comunicación al regulador, la aseguradora explica que las actuales condiciones del mercado le han llevado a adoptar otro método de cálculo. Y añade que cree que en este momento tiene "los procedimientos y controles necesarios para determinar el valor de su cartera en 2007". No obstante, AIG no ha podido determinar aún la caída del valor de todos sus derivados hasta el 31 de diciembre. La entidad espera presentar sus resultados a finales de este mes. En el tercer trimestre, el grupo registró un beneficio de 3.090 millones de dólares, un 27% por debajo del mismo periodo del año pasado. Este significativo retroceso se atribuyó a las pérdidas generadas por la caída del sector inmobiliario en EE UU. Entonces, el ajuste contable a a baja en la cartera de derivados fue de 352 millones de dólares. Las revelaciones de AIG han llevado a Fitch a reconsiderar su calificación crediticia de AA. Las malas noticias llegan cuando apenas se están curando las heridas abiertas por el escándalo contable de 2005 y que le costó el puesto al alma máter de la compañía, Herb Greenberg.
Agências de publicidade preocupadas com custos
Agências controlam mais os custos para recuperar margem
Valor Econômico - 12/02/2008
O aumento da concorrência nos últimos anos e a diversificação dos investimentos dos anunciantes fizeram com que a rentabilidade das agências de publicidade fosse caindo. Há cerca de dez anos, a margem do negócio era entre 10% e 15% maior do que é hoje. Diante do quadro, as agências vêm controlando os custos com maior rigor e tentando aumentar a produtividade de cada funcionário. (...)
O grupo [Totalcom] adota, há um ano e meio, ferramentas de gestão que permitem, inclusive, monitorar a rentabilidade de cada cliente - a receita de uma agência tradicional é proporcional ao que o cliente investe em compra de espaço publicitário. Quando o cliente não é um anunciante intensivo, a receita cai. Mesquita acompanha todos os investimentos feitos pelos clientes e quantas horas trabalhadas pelos funcionários das agências do grupo foram gastas em cada cliente - num sistema parecido ao de consultorias e escritórios de advocacia. (...)
Reservas irresistíveis
Um texto do Washington Post (Bolivia's Irresistible Reserves; Wealthier Neighbors Need Nation's Gas for Economic Growth, Monte Reel, Washington Post Foreign Service, 10/2/2008, A18. O texto pode ser lido neste link) comenta a questão do setor de energia na Bolívia.
Apesar da falta de investimentos e dos problemas com os investidores estrangeiros (incluindo o Brasil), o gás da Bolívia desperta interesse.
Apesar da falta de investimentos e dos problemas com os investidores estrangeiros (incluindo o Brasil), o gás da Bolívia desperta interesse.
The reason is simple: They can't afford not to.
South America's largest countries -- particularly regional powerhouses Brazil and Argentina -- are facing energy crunches and need natural gas to fuel economic growth. That has made them dependent on the poorest country on the continent and has helped Morales salvage a sector that critics believed was on the road to ruin. (...)
When existing contracts were rewritten to comply with that standard, some companies -- such as Brazil's Petroleo Brasileiro, or Petrobras -- initially balked, suspending their investments in the country. Television images of Bolivian soldiers occupying Petrobras installations outraged many in Brazil who believed it an insolent way to thank the country for investments in its much smaller neighbor. But in December, Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva traveled to La Paz and reinstated investments in Bolivia's energy sector.
Um velhor indicador
Quando menos vale mais
Por Angelo Pavini, de São Paulo
Valor Econômico - 08/02/2008
Um dos mais tradicionais instrumentos de avaliação se uma ação está barata ou cara, a relação Preço/Lucro ou P/L, perdeu um pouco de seu brilho nos últimos anos, substituído por outras ferramentas como indicadores de fluxo de caixa, a exemplo do Ebtida ou Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ou do preço de mercado da companhia versus geração de caixa (Enterprise Value/Ebtida). Mas, mais recentemente, no Brasil, o P/L voltou para a mesa dos analistas como um instrumento auxiliar na busca por oportunidades, com uma nova roupagem: não se olha mais o lucro passado para calcular o retorno, mas o lucro projetado.
Basicamente, o índice é a divisão do lucro por ação de uma empresa - ou seja, o lucro dividido pelo número de ações que a companhia possui - pela cotação do papel no mercado. A idéia é avaliar se o papel está barato em relação ao lucro que a empresa apresenta e que vai para o bolso do acionista na forma de dividendos ou ao ser incorporado ao patrimônio da empresa. Assim, se uma empresa tem um lucro de R$ 50 por ação e cada papel é cotado a R$ 100, seu P/L seria 2 vezes (100 dividido por 50). Como o lucro é anual, de maneira simplista, poderia-se inferir que a empresa em dois anos retornaria ao investidor o valor pago pela ação.
Os detratores do P/L lembram, porém, que essa conclusão é perigosa. Uma empresa pode não manter o mesmo nível de lucros, ou pode ter um controlador que se apodera da maior parte do ganho em vez de distribuí-lo como dividendo ou deixá-lo na companhia. Há ainda casos de empresas jovens, que têm um P/L alto porque estão em fase de investimento, dão pouco lucro agora, mas serão muito lucrativas no futuro.
Para testar na prática essa discussão no Brasil, o professor Pierre Lucena, professor de Finanças da Universidade Federal de Pernambuco, fez um estudo sobre o comportamento das ações da Bolsa de Valores de São Paulo nos últimos 13 anos. No estudo, feito em conjunto com os alunos Odilon Saturnino e Joseanny Karla, ele montou dez carteiras divididas por critérios de P/L e analisou o comportamento das ações no período. O resultado foi que as duas carteiras formadas por ações de P/L mais baixos foram as que tiveram o maior retorno, com uma média de 117,1% ao ano.
Foram analisadas cerca de 200 ações por ano, em um universo total de 700 papéis, incluindo as que não foram negociadas em um dos meses. E a carteira foi sendo ajustada, com a entrada e a saída de papéis que saíam do critério de P/L de cada grupo. "Seria com uma carteira de ações ativa, onde o gestor troca o papel com P/L alto por outro mais baixo", diz. Lucena observa, porém, que não há uma uniformidade entre os rendimentos da maioria das carteiras, com exceção das duas últimas, de menor P/L, onde há um ganho maior.
O professor buscou ainda outros motivos para a rentabilidade maior. E separou o estudo por governos, descobrindo que, no governo Lula, o ganho é maior. "No governo Lula, houve um grande número de ofertas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) e um forte aumento de liquidez", diz o professor. Essa liquidez maior pode ter favorecido papéis menos líquidos, justamente os que possuíam P/L menor, fazendo o grupo pagar mais. "O estudo mostra também que é uma oportunidade, que foi perdida pelo investidor, pois o mercado se ajustou", diz.
A discussão a seguir foi avaliar se essa teoria ajudaria na gestão de carteiras, explica Lucena. E a conclusão foi de que sim. "O modelo tradicional, de análise fundamentalista e de risco, funciona, mas, levando em conta o P/L, ele aumenta a eficiência". Segundo o professor, "o interessante é que o estudo mostra que P/L deve ser levado em consideração, apesar de os modelos tradicionais de risco não o aceitarem como relevante."
A idéia de que o P/L baixo é sempre um indicador de oportunidades em bolsa é contestada também pelo badalado especialista em investimento Aswath Damodaran em seu livro "Mitos dos Investimentos". "Uma estratégia baseada apenas nos baixos múltiplos Preço/Lucro pode ser perigosa", diz ele em seu livro, que serviu de inspiração para o trabalho de Lucena. Damodaran admite que as evidências do mercado confirmam que as ações com P/L baixo apresentam desempenho maior que as de P/L elevado. Mas quando são incluídos na análise outros dados, a conclusão é que o P/L baixo pode ser também um indicador de risco elevado e taxas futuras de crescimento baixas. Segundo ele, em uma análise envolvendo 115 ações com P/Ls passados, correntes e futuros inferiores a 10 vezes, mais de 60% dos papéis seriam removidos por terem risco acima da média ou crescimento inferior à média.
Damodaran lembra que é preciso analisar a qualidade do lucro, lembrando que muitas empresas americanas usaram truques contábeis para inflar seus ganhos recentemente. Os lucros também podem ser voláteis e o P/L baixo refletiria isso pelo risco maior da empresa, ou ainda que as perspectivas de crescimento da companhia estão esgotados. Damodaran lembra que o P/L varia de acordo com o setor e que há casos de um P/L ser considerado baixo em determinada época e alto em outra, em virtude das perspectivas para a economia como um todo.
Feitas essas considerações, Damodaran considera válido o uso do P/L para a montagem das carteiras, mas aliado a critérios que avaliem o risco dos papéis e o potencial de crescimento das ações.
De qualquer forma, o P/L é usado pela maioria das grandes corretoras no Brasil e no exterior. "Para quem está fora do mercado de ações, vale a pena entrar neste momento, as 'blue chips' caíram bastante e os múltiplos estão bons", afirma Roberto Nishikawa, diretor-geral da Itaú Corretora. E o critério é o P/L pelo lucro projetado para 12 meses, que para o Brasil seria de 11 vezes no início de janeiro. "O Brasil está mais barato que outros emergentes, como a Índia, onde o P/L é de 22 vezes e o da China, que está em 17 vezes."
Novamente Ricardo Viana
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