Molina, ainda na mesma obra, relata como a Corte Portuguesa apoiou a criação do Correio Braziliense, um jornal de notícias e opiniões publicado na Inglaterra. Esse periódico exerceu grande influência no reino, mesmo enfrentando restrições de circulação em determinados períodos. No entanto, era financeiramente deficitário, e uma análise das condições de vida de seu fundador e jornalista, Hipólito José da Costa, revela um mistério: as vendas não eram suficientes para garantir sua subsistência.
Molina argumenta que o rei português, D. João VI, comprava várias assinaturas do jornal como forma de evitar que Hipólito fosse demasiadamente crítico em relação a ele. De fato, o jornalista atacava alguns figurões da corte, mas poupava o monarca. Essa prática guarda semelhança com os dias atuais, em que presidentes e governos “compram” espaços publicitários em jornais, revistas e programas de televisão, influenciando a pauta e a posição editorial dos meios de comunicação.

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