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22 outubro 2025

Blockchain e smarts contrats para ajudar a reduzir a corrupção na Bolívia


O novo governo da Bolívia já anunciou que irá adotar a tecnologia blockchain, juntamente com os smart contracts, para combater a corrupção. A ideia é que as licitações e compras governamentais sejam registradas em blockchain, usando contratos inteligentes que executam automaticamente as regras acordadas. Isso reduziria a possibilidade de interferências, manipulações ou decisões arbitrárias. Em uma licitação pública, cada etapa ficaria registrada de forma pública e imutável na rede, permitindo maior controle.

A medida parece promissora na capacidade de ajudar no combate à corrupção, dada a transparência, a rastreabilidade, a redução de intermediários e a possibilidade de fiscalização por qualquer cidadão. Mas, se realmente funciona, por que não foi adotada em larga escala em outros países?

Há experiências em andamento, mas os casos de sucesso indicam que a eficácia da medida depende de vários fatores. Em primeiro lugar, há o custo de implementação e a necessidade de infraestrutura, incluindo profissionais capazes de utilizar a tecnologia. Em segundo lugar, os exemplos positivos surgem em sociedades onde já existe uma cultura de digitalização e de processos confiáveis. Em terceiro lugar, a corrupção pode ocorrer antes mesmo da informação entrar no sistema. É verdade que o uso de blockchain pode reduzir o volume da corrupção, mas, se houver problemas já na fase de licitação, o contrato decorrente continuará comprometido. Em quarto lugar, aqueles que se beneficiam da corrupção tendem a resistir ao processo, o que pode incluir a criação de entraves burocráticos, a má vontade em aprovar recursos para o projeto, entre outras barreiras.

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