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25 setembro 2025

Usando IA para flagrar abusos de direitos autorais em músicas por IA


As gravadoras têm uma relação cada vez mais complicada com a inteligência artificial. A tecnologia pode ajudar a promover seus artistas e inspirar novos tipos de criatividade — mas, temem executivos e músicos, também pode se apropriar de seus trabalhos.

A startup SoundPatrol, cujos fundadores incluem Michael Ovitz, ex-superagente de Hollywood e ex-presidente da Disney, afirma ter uma ferramenta para proteger contra infrações de direitos autorais. E a empresa firmou parceria com duas das três maiores gravadoras, a Universal Music Group e a Sony Music, como noticia em primeira mão Michael de la Merced.

Contexto: artistas e gravadoras têm argumentado que músicas geradas por IA roubam de artistas já existentes, tanto criativa quanto financeiramente. Universal Music, Sony Music e Warner Records aderiram a processos contra dois populares geradores de música por IA, Suno e Udio.

“Precisamos proteger nossa P.I. e nossos direitos autorais”, disse Lucian Grainge, CEO da Universal Music, ao DealBook. Ele acrescentou que, para seu negócio, música, propriedade intelectual e direitos autorais são “o sangue que corre em suas veias”.

A ascensão da IA ocorre enquanto a indústria musical se recupera de um período de pirataria generalizada no início dos anos 2000, com as receitas globais no ano passado superando o nível da era do CD, em 1999.

Como funciona a SoundPatrol: a empresa usa o que chama de “impressão digital neural”, tecnologia de IA que consegue identificar elementos distintivos de uma música — voz, letra, melodia, acordes, timbre e outros fatores, segundo Walter De Brouwer, outro fundador da SoundPatrol — e os cataloga. Isso ajudará a SoundPatrol a criar um painel em que os clientes poderão ver onde potenciais infrações estão ocorrendo e de onde vêm, acrescentou.

“Pela primeira vez, haverá um sistema rastreável e reportável de violações de P.I., mesmo as menores”, disse Ovitz ao DealBook. “Podemos captar pedacinhos de qualquer música.”

A Universal Music e a Sony Music ajudarão a treinar os sistemas da SoundPatrol, dando à startup acesso a seus acervos. “É meu trabalho e meu dever fazer tudo o que posso, do meu ponto de vista, para garantir que a música seja protegida, monetizada e respeitada”, disse Grainge ao DealBook.

“Nossa colaboração com a SoundPatrol diz respeito a respeitar os direitos dos artistas para construir um ecossistema sustentável e equitativo para todos”, acrescentou Dennis Kooker, presidente do negócio digital global da Sony Music.

A música gerada por IA está crescendo em popularidade. Basta olhar para o fenômeno do verão que foi o Velvet Sundown, uma banda que acumulou mais de um milhão de streams no Spotify, mas que acabou se revelando uma criação de IA.

Recentemente, a Deezer, serviço francês de streaming, informou que músicas totalmente geradas por IA já respondiam por mais de 30.000 das faixas que recebe diariamente (cerca de 28% do volume total diário). A plataforma de streaming identificou até 70% delas como fraudulentas, feitas apenas para acumular reproduções e royalties.

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