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17 setembro 2014

Ética e Hábito

Sobre uma pesquisa referente a ética, conforme o Valor Econômico

David Welsh e Lisa Ordóñez descobriram que as pessoas que se deparam com oportunidades crescentes de comportamento antiético estão muito mais propensas a racionalizar essa conduta do que aquelas que se veem às voltas com uma mudança abrupta. E trapaceiam um pouco no primeiro “round”, trapacearão um pouco mais no segundo e muito mais no terceiro.

Isso é precisamente o que encontraram: diante de uma série de problemas a ser solucionados, 50% da amostra trapaceou para ganhar US$ 0,25 por problema no primeiro “round”, e 60% trapacearam para obter US$ 2,50 na rodada final. Contudo, as pessoas que não podiam trapacear nas duas primeiras rodadas foram menos propensas a fazê-lo para ganhar US$ 2,50 no “round” final – apenas 30% o fizeram.

Para piorar a situação, as pessoas tendem a negligenciar o comportamento antiético dos outros quando ele se deteriora gradualmente com o passar do tempo. Francesca Gino e seu colega Max Bazerman descobriram que as pessoas que desempenharam o papel de auditor em uma tarefa de auditoria simulada estavam muito menos propensas a reportar aqueles que gradualmente inflacionavam seus números ao longo do tempo que os que faziam mudanças abruptas de uma só vez, mesmo que o nível de inflação fosse eventualmente o mesmo.


Qualquer pesquisa deve ser considerada com cuidado nas suas conclusões. Mais ainda uma pesquisa sobre hábito. No caso, o hábito somente poderia ser apurado após diversas rodadas, com um intervalo temporal. Assim, o experimento estaria mais próximo da situação real. Finalmente, isto parece contradizer algumas das conclusões existentes no último livro de Dan Ariely, sobre desonestidade.

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