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26 setembro 2006

Enanpad

O Enanpad deste ano está ocorrendo em Salvador. No primeiro dia de apresentação de trabalhos algumas pesquisas interessantes.

A primeira sessão da área de Contabilidade para Usuários Externos teve cinco trabalhos, a maioria na área social. O primeiro trabalho, no entanto, fala do uso de análise discriminante para prever insolvência bancária. De Domingos Pandelo Jr, do Ibmec, o estudo tentou verificar quais a variáveis que explicam a falência das instituições financeiras no Brasil. O autor descobriu que no Brasil, ao contrário de outros países, a principal variável é a estrutura de custos. Isto é explicado pela normatização da provisão para crédito de liquidação duvidosa que existia até 2000. Um fato que dificulta inferências refere-se ao pequeno número de entidades que participaram do estudo, que pode ser crítico no uso da técnica de análise discriminante.

O segundo trabalho da sessão - Evidenciação Social Corporativa: Estudo de caso da Empresa Petróleo Brasileiro S.A - é de Adolfo Henrique Coutinho e Silva e Moacir Sancovschi. O primeiro autor foi aluno da UnB e da UFRJ e está vinculado ao BNDES. O segundo autor é docente da UFRJ. A pesquisa foi realizada nos relatórios da Petrobrás e como esta empresa faz a evidenciação dos seus problemas ambientais. No período analisado a Petrobrás evitou falar destas questões para os usuários externos. Este trabalho está vinculado ao texto apresentando pela doutoranda Darliane Ribeiro Cunha e pelo seu orientador José Mariano Moneva, da Universidad de Zaragoza, com o título La Divulgación de Información Medioambiental: un Estudio Comparativo del Sector Petrolero. No estudo de Cunha e Moneva faz-se uma comparação entre Petrobrás e Repsol em termos da divulgação ambiental ao longo do tempo.

Sady Oliveria e João Eduardo Tinoco, da Unichapecó, fez um estudo comparativo entre a literatura especializada de balanço social e a visão que os gestores da Unichapecó possuem sobre o assunto. Apesar da conclusão no sentido de que existe uma coesão entre as informações que devem ser divulgadas - na literatura e na visão dos gestores - a conclusão não pode ser extrapolada.

Pesquisadores do Mackenzie fizeram um trabalho denominado Estudo sobre Divulgação dos Investimentos em Capital Humano (Disclosure) e Desempenho Empresarial. Usando como variável dependente o desempenho econômico e como variável independente os investimentos em capital humano, mais especificamente os gastos em treinamento, a pesquisa encontrou uma baixa relação quando se utiliza medidas tradicionais de rentabilidade, como é o caso do ROI. Mas a correlação foi significativa quando se utiliza o Market Value Added (MVA). Temos aqui um possível problema em decorrência do tamanho pequeno da amostra: 28 empresas.

No início da tarde de segunda tivemos o trabalho que talvez tenha despertado mais polêmica. Erasmo Carvalho e Valmor Slomski pesquisaram os bens públicos de infra-estrutura. Houve um questionamento do debatedor, prof. Reinaldo Guerreiro, se o trabalho teria utilidade. Apesar disto, é importante que trabalhos na área pública sejam publicados neste tipo de evento.

Na metade da tarde tivemos duas sessões distintas. A primeira focada em avaliação de empresas. Um trabalho de Sautes, Schvirck e Machado mostraram uma pesquisa realizada entre os analistas para determinar qual o método de avaliação usado por profissionais de investimento. O resultado foi o Fluxo de Caixa Descontado da Empresa.

A segunda sessão foi sobre Contabilidade Internacional. Um trabalho, de Fábio Costa, Luis Santos, Alfredo Sarlo Neto e Eduardo Barbosa, discutiu a questão do conservadorismo e da oportunidade nas empresas com ADRs na Bolsa de Nova Iorque.

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