08 maio 2025
07 maio 2025
Preço da saúde gratuita
Um artigo do blog Managerial Econ, intitulado “The price of 'free' healthcare is the wait” (“O preço da saúde 'gratuita' é a espera”), argumenta que, embora o sistema de saúde canadense seja tecnicamente gratuito, o verdadeiro custo é medido pelos tempos de espera. Isto parece ser válido também para o Brasil, correto?
Mas lá temos os dados concretos. Em 2023, o tempo médio de espera até o tratamento atingiu 27,7 semanas - o mais longo já registrado e quase o triplo das 9,3 semanas relatadas em 1993. Veja que esse número é médio, não máximo. No Brasil eu conheço casos de tempo de espera de anos.
Para os autores, os tempos de espera funcionam como um mecanismo de racionamento, determinando quem recebe atendimento. A minha surpresa é grande quando há a sugestão de permitir que pacientes vendam suas posições na fila, o que poderia reduzir a ineficiência do sistema. Aqui seria caso de imprensa e polícia.
Mestrado Profissional em Controle da Administração Pública
Pesquisa para promover "vacas mais limpas"
Fonte: Semafor newsletter
06 maio 2025
Experiências de executivos com desastres naturais climáticos moldam suas preferências favoráveis as políticas climáticas
Documentamos que experiências anteriores de diretores corporativos com desastres naturais climáticos anormalmente severos moldam suas preferências pró-sociais e influenciam as políticas climáticas das empresas. Utilizando dados detalhados sobre o histórico de carreira dos diretores e desastres naturais em nível de condado, identificamos Diretores com Experiências Anormais de Desastres (DADEs, na sigla em inglês). Os DADEs têm uma probabilidade significativamente maior de estarem afiliados a organizações sem fins lucrativos, o que é compatível com preferências pró-sociais elevadas. Importante destacar que empresas com maior número de DADEs em seus conselhos apresentam intensidades mais baixas de emissão de gases de efeito estufa dos escopos 1 e 2, além de serem mais propensas a implementar políticas relacionadas ao clima, como supervisão climática pelo conselho, metas de emissão e incentivos gerenciais para redução de emissões. Esses efeitos são impulsionados por DADEs influentes que atuam em comitês de governança, auditoria ou ESG, mas estão ausentes entre aqueles que participam de comitês de finanças, remuneração ou risco — o que sustenta um mecanismo baseado em preferências e não em avaliação de risco. Diretores independentes, e não a influência dos CEOs, desempenham um papel central. Os efeitos são mais fortes quando as experiências com desastres são acumuladas ao longo de históricos mais longos e em empresas grandes ou com altas emissões. Os resultados são menos pronunciados em desastres menores e não são impulsionados por tendências recentes de atenção às mudanças climáticas. Apesar do papel das preferências, empresas com mais DADEs não apresentam desempenho financeiro ou operacional pior. Utilizando mortes de diretores como choques exógenos plausíveis, fornecemos evidência causal. Nossos achados mostram que experiências vividas por diretores aumentam suas preferências pró-sociais, levando-os a influenciar a política climática corporativa.
Fraude e juízes
Estudamos se a exposição pessoal de juízes federais a fraudes financeiras afeta seu comportamento profissional, na forma de decisões em casos de colarinho branco. Seguindo a metodologia descrita em nosso relatório registrado, construímos uma nova medida de exposição à fraude financeira com base na participação direta de juízes em ações de empresas que cometeram fraudes. Utilizando essa medida, exploramos a distribuição aleatória de casos entre juízes para examinar se juízes expostos à fraude em uma empresa estão (1) menos propensos a decidir a favor de réus em casos de colarinho branco envolvendo outras empresas e (2) menos propensos a conceder pedidos favoráveis aos réus durante a fase pré-julgamento. Encontramos poucas evidências que sustentem (1) ou (2), concluindo que, salvo em fraudes muito graves, é improvável que a experiência pessoal de vitimização dos juízes afete seu comportamento profissional na aplicação de sentenças em casos relacionados. Nosso estudo amplia a compreensão sobre os efeitos colaterais da aplicação da lei contra fraudes financeiras e contribui para a literatura sobre como experiências pessoais dos juízes podem influenciar suas decisões judiciais.
Fonte: aqui