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28 fevereiro 2023

Uma prisão lotada no Peru

O Peru possui um prisão onde destina os ex-presidentes. Chama-se Barbadillo. Mas o país tem um problema aqui: superlotação

Alejandro Toledo, de 76 anos, está sendo deportado dos Estados Unidos e deve, depois de deportado, morar em Barbadillo. 


De 1990 até hoje, o Peru teve os seguintes presidentes:

Alberto Fujimori - de 1990 a 2000 - esteve m Barbadillo até recentemente, beneficiado por um habeas corpus

Valentín Paniagua - de transição, já falecido, em 2006

Alejandro Toledo - Cinco anos no poder e deve residir na prisão nas próximas semanas

Alan García Pérez - de 2006 a 2011, suicidou quando estava para ser preso

Ollanta Humala - entre 2011 a 2016, tendo sido preso pelo escândalo da Lava-Jato 

Pedro Pablo Kuczynski - governou por dois anos, até sua renúncia. Encontra-se em liberdade, com restrição de sair 

Martín Vizcarra - Também governou dois anos, até final de 2020. Está inabilitado em exercer cargos públicos 

Manuel Merino - Ficou alguns dias no poder, até sua renúncia em razão dos protestos populares - que resultou em mortes, cujo processo ainda está sendo julgado

Francisco Sagasti - Alguns meses, em um governo de transição

Pedro Castillo - tentou um autogolpe e por isto está atualmente preso em Barbadillo

Dina Boluarte - desde dezembro de 2022, em razão do impeachment de Pedro Castillo

Assim, desde 1990, todo presidente peruano ou está preso, ou há uma ordem de detenção (ou algo parecido) ou morreu. Na prisão de Barbadillo estão, atualmente, Fujimori e Castillo. Deve chegar Alejandro. Kuczynski tem problemas de saúde e talvez escape. 

[Fiquei imaginando no Brasil: Collor e Dilma foram destituídos, Lula já esteve preso e ainda é cedo para apostar se Jair irá ou não escapar. Muito parecido, não?]

Usando satélite para determinar a destruição de riqueza

 

Usando a imagem de satélites, a revista The Economist (via aqui) determinou as áreas da Ucrânia que tiveram danos na construção, além de efeitos relacionados com incêndios. É uma evolução em relação ao uso de satélite para verificar a quantidade de luzes de um país - e o crescimento econômico do mesmo. No caso da Ucrânia, os efeitos da guerra - e a destruição de riqueza - podem ser percebidas. 

É bem verdade que a abordagem tem limitações, já que os satélites possuem problemas quando o céu está encoberto. Mas é possível, de qualquer forma, ter uma imagem do efeito da guerra. Segundo a revista, os combates atingiram 14% dos municípios e danificaram quase metade da área construída nas cidades que foram mais atingidas.

Reputação e o caso da Prevent

Durante a pandemia, surgiu uma notícia de que a operadora Prevent Senior usava remédios sem eficácia comprovada para o tratamento do Covid19, sem o consentimento do paciente. 

Agora, a justiça de São Paulo condenou a advogada Bruna Morato a uma multa de 300 mil reais por danos morais. A advogada acusou a Prevent de perseguir funcionários e chamou os diretores de criminosos. 


O juiz Gustavo Coube de Carvalho, da 5.ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo, classificou as declarações como uma 'tentativa de assassinato de reputação' da empresa.

"O dano moral daí advindo é evidente, além de demonstrado pela grande repercussão, na imprensa e mídias sociais, das ofensas e acusações propaladas", diz um trecho da sentença.

A decisão afirma ainda que as acusações 'estão longe de caracterizar liberdade de expressão' e não ficaram provadas. "A ré atribuiu à empresa condutas infamantes e definidas como crime", escreveu o juiz.

Enquanto a CPI sugeriu o indiciamento de pessoas ligadas à operadora, a polícia civil isentou a operadora e, agora, a justiça pune uma das pessoas responsáveis pela acusação.

Talvez a OAB fizesse um serviço para sociedade através da cassação do registro da criminosa. Provavelmente não fará. Veja que um grande ativo de uma empresa - a reputação - foi comprometido com os comentários da imprensa e a própria repercussão que os meios deram para as declarações.  

Foto: Ilyass SEDDOUG 


23 fevereiro 2023

China versus Big Four

As autoridades chinesas instaram as empresas estatais a abandonar o uso das quatro maiores empresas internacionais de contabilidade, sinalizando preocupações contínuas sobre segurança de dados, mesmo depois que Pequim chegou a um acordo histórico para permitir inspeções de auditoria nos EUA em centenas de empresas chinesas listadas em Nova York.

O Ministério das Finanças da China está entre as entidades governamentais que deram orientação a algumas empresas estatais no mês passado, pedindo-lhes que deixassem contratos com as quatro grandes empresas de auditoria expirarem, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Embora as subsidiárias offshore ainda possam usar auditores dos EUA, as empresas-mãe foram instadas a contratar contadores locais chineses ou de Hong Kong quando os contratos surgirem, disse uma fonte, pedindo para não ser identificada.


A China está tentando controlar a influência das empresas de auditoria global vinculadas aos EUA e garantir a segurança dos dados do país, além de reforçar o setor de contabilidade local, disseram as pessoas. Pequim vem dando a mesma sugestão às empresas apoiadas pelo Estado há anos, mas recentemente enfatizou novamente que as empresas deveriam usar outros auditores, além dos Big Four, acrescentaram as pessoas. Nenhum prazo foi estabelecido para as alterações e substituições podem ocorrer gradualmente à medida que os contratos expiram.

(...) Um risco para a China é que mudar para auditores menos conhecidos tornará mais difícil para as empresas estatais atrair capital de investidores internacionais. (...)

Vencedores e perdedores

Ficar de fora dos negócios estatais chineses seria um golpe para as empresas de contabilidade. Os quatro grandes tiveram receita combinada de 20,6 bilhões de yuans (US $ 3 bilhões) de todos os clientes chineses em 2021, segundo o Ministério das Finanças. 

Cerca de 60 empresas listadas em Hong Kong com sede chinesa - estatal e privada - mudaram de auditor desde setembro do ano passado, quando o PCAOB iniciou sua revisão histórica. Empresas menores chinesas e de Hong Kong ganharam quase 20 empregos nos Big Four, de acordo com os registros de câmbio de Hong Kong.

Notícias Da Bloomberg via aqui. Veja também aqui

Lucro versus meta de emissão na BP

 


Nas últimas semanas, a gigante do petróleo BP reduziu silenciosamente seus compromissos climáticos. A meta original, uma redução de 35-40% nas emissões até 2030 (em relação aos níveis de 2019), foi agora rebaixada para um corte mais modesto de 20-30%. A meta menos ambiciosa vem depois que a BP obteve lucros recorde de 27,7 bilhões de dólares no ano passado.

As mudanças vêm durante uma ofensiva de charme de vários anos para rebatizar a BP, com seus relatórios anuais dando uma ideia do quanto a corporação está falando sobre energia limpa. Durante a última década o uso das palavras "sustentabilidade", "emissões" e "renovável" continuou a subir, sendo mencionado um total de 637 vezes no relatório anual de 2021. Isso representa um aumento de 600% em relação aos 10 anos anteriores, embora os próprios relatórios também tenham se tornado ~30% mais longos.

As metas móveis da BP seguem um ano em que os preços dos combustíveis fósseis dispararam após a invasão russa da Ucrânia. Convencer os acionistas de que os investimentos em energia renovável produziriam retornos semelhantes a projetos de hidrocarbonetos confiáveis é presumivelmente difícil.

Um erro no processo de produção pode tornar um ativo mais valioso?

Há diversos exemplos esdrúxulos de ativo e este blog já citou alguns dos casos. Mas eis um exemplo para a coleção: um erro pode ser um ativo. 

O caso aqui relatado ocorreu com um nota de US$20 dólares, mas creio que também já ocorreu com moedas e com selos. O erro no processo de produção pode tornar um objeto mais valioso e buscado por colecionadores. A nota de vinte dólares foi recentemente vendida por quase 400 mil dólares. O caso mostra também que uma moeda ou nota pode ter um valor diferente do valor de face. 

No caso da nota, um adesivo Del Monte colorido apareceu no papel onde a nota foi impressa. O resultado foi um nota com todas as características normais, exceto o adesivo Del Monte. Esta nota ficou tão famosa que tem até um verbete na Wikipedia.

 

Um estudante universitário recebeu a nota em um caixa eletrônico. Ele preservou a nota e em 2003 fez um leilão no eBay, recebendo 10 mil dólares. Três anos depois, em novo leilão, a nota foi transferida por 25 mil dólares. Em 2020 a nota foi certificada como oriunda da Casa do Moeda dos Estados Unidos e em janeiro de 2021 um novo leilão obteve quase 400 mil dólares pela relíquia. 

22 fevereiro 2023

Cidades Sustentáveis

O Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN) lançaram o Índice de Desenvolvimento de Cidades Sustentáveis - Brasil (IDSC-BR). O índice é uma ferramenta que acompanha o progresso de todas as 5.570 cidades brasileiras nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em mais de 100 indicadores.

A solução utilizada para recolher os dados faz diversos cruzamentos e comparações, construindo um Índice ODS que classifica cidades e regiões. O índice permite analisar o nível de cumprimento da Agenda 2030 pelos municípios em geral, bem como o cumprimento de cada indicador estabelecido. Com esta solução, o Brasil tornou-se no primeiro país do mundo a monitorizar e avaliar o nível de progresso de todas as suas cidades para alcançar os ODS.

"É um instrumento estratégico para os gestores públicos, pois a análise dos resultados permite orientar a ação política municipal, além de definir referências e metas com base em indicadores de gestão, e facilitar a monitorização dos ODS a nível local", explica em comunicado Jorge Abrahão, coordenador-geral do ICS. 

Assinada por 193 países membros da ONU, incluindo o Brasil, a Agenda 2030 representa uma ambição comum para combater os grandes desafios económicos, sociais e ambientais do mundo. "Nesse contexto, há um grande desafio para as cidades", salienta Jorge Abrahão.

São Paulo lidera e o Norte é mais frágil


Uma análise geral permite perceber disparidades regionais a nível social, económico e ambiental no Brasil. Enquanto que as 10 cidades com melhor desempenho estão concentradas no estado de São Paulo, 43 das 100 piores classificadas estão no estado do Pará.


O estado de São Paulo não possui cidades nos níveis mais baixos de desenvolvimento. Apenas 5 cidades do estado estão abaixo da média nacional, sendo a pior o município de Pirapora. A cidade de São Paulo apresenta os maiores indicadores de abastecimento de água potável, com 99,3% da população coberta, e indicadores na ordem dos 79% na área da recolha seletiva. Além disso, o gasto total com saúde no município de São Paulo é de R$ 942 per capita (cerca de €181). Ainda assim, a desigualdade de rendimentos em São Paulo é pior do que em Macapá, que regista o pior indicador no índice entre todas as capitais. São Caetano do Sul apresenta a melhor evolução ESG.

A região composta pelos estados brasileiros que abrigam a Amazónia apresenta as cinco piores capitais do índice. Nenhuma cidade na composição geográfica aparece com pontuação alta ou muito alta no IDSC-BR, e apenas 16 possuem pontuação média. Todas as 100 cidades com números menores estão nas regiões Norte e Nordeste.

De acordo com o índice, Macapá é a capital com a pior classificação. Apenas 37,56% da população de Macapá recebe abastecimento de água potável, enquanto que o orçamento municipal para a saúde é de apenas R$ 329,00 per capita (€63). A percentagem de população com 15 anos ou mais analfabeta é de 6,17%, mais do dobro da meta da Agenda 2030 (3%).

A metodologia do IDSC-BR foi desenvolvida pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 


21 fevereiro 2023

Responsabilidade Social Corporativa

Eis o abstract de um texto com o nome de Corporate Social Responsibility:

Is shareholder interest in corporate social responsibility driven by pecuniary motives (abnormal rates of return) or non-pecuniary ones (willingness to sacrifice returns to address various firm externalities)? To answer this question, we categorize the literature into seven tests: (1) costs of capital, (2) performance of portfolios, (3) ownership by types of institutions, (4) surveys and experiments, (5) managerial motives, (6) shareholder proposals, and (7) firm inclusion in responsibility indices. These tests and the most recent proposals data predominantly indicate that shareholders are driven by non-pecuniary motives. To stimulate further research on welfare implications for global warming, we assess whether estimates of the returns shareholders are willing to sacrifice (or, ‘greeniums’), along with the increasing amounts of assets pledged to firms that become sustainable, are consistent with the growth of aggregate investments in the decarbonization sector.

O grifo é meu e destaca que nem tudo é dinheiro. O gráfico destaca o interesse no investimento em CSR


(É interessante pois o gráfico aparece logo após o resumo - isto mesmo - e antes da introdução do trabalho. Imagem falando mais que palavras)

Das 40 páginas, 13 são as referências. 

Papel da auditoria no setor público

Audits are a common mechanism used by governments to monitor public spending. In this paper, we discuss the effectiveness of auditing with theory and empirics. In our model, the value of audits depends on both the underlying presence of abuse and the government’s ability to observe it and enforce punishments,making auditing most effective in middling state-capacity environments. Consistent with this theory, we survey all the existing credibly causal studies and show that government audits seem to have positive effects mostly in middle-state-capacity environments like Brazil. We present new empirical evidence from American city governments, a high-capacity and low-impropriety environment. Using a previously unexplored threshold in federal audit rules and a dynamic regression discontinuity framework, we estimate the effects of these audits on American city finance and find no marginal effect of audits.

Apesar do trabalho não usar dados do Brasil, é interessante a modelagem do valor da auditoria. A relação entre o valor da auditoria e a capacidade do Estado encontra-se na figura abaixo:




20 fevereiro 2023

Ranking da Fome

Enquanto alguns populistas falam da fome no Brasil, o GHI - Global Hunger Index - mostra que a situação do país melhorou substancialmente nos últimos 20 anos. Na América Latina estamos atrás do Chile e Uruguai. 

Atenção: a posição do país - 20o. - não é tão boa assim já que o GHI não considera alguns dos países desenvolvidos do mundo. 

Rir é o melhor remédio

Gostam de você
 

19 fevereiro 2023

Livros, livros, livros

 Nas últimas semanas li bastante. Alguns bons livros, outros nem tanto. Eis um resumo:

O Blefe de Um Bilha de Dólares - de Tom Wright e Bradley Hope - O livro conta, de forma detalhada, o escândalo do 1MDB, um fundo soberano que foi criado pelo governo da Malásia, e que sofreu um desvio de bilhões. O personagem principal é Jho Low e já falamos muito sobre este assunto no blog. O livro traz uma investigação bem aprofundada da história do furto do dinheiro público e como um picareta conseguiu enganar bancos, empresas de auditoria e a sociedade da Malásia. Há um capítulo sobre a troca de auditor, para facilitar o desvio: da Ernst Young pela KPMG. Os capítulos são curtos: são 51, para 380 páginas. Não terminei a leitura por um motivo: há "muitos" personagens na história e comecei a achar tudo muito confuso. (Acho que um anexo com os personagens facilitaria a vida do leitor)

A Teoria que não morreria - de Sharon Bertsch McGrayne - Li suas quase 400 páginas em algumas poucas horas. A teoria do título é o Teorema de Bayes e o livro conta o surgimento da proposta, sua formalização por Laplace e a resistência em aceita a "teoria". Por diversas vezes o teorema parecia morto e depois ressurge. O livro conta como Bayes ajudou a desvendar o mistério do Enigma, como os atuários usaram Bayes sem saber, que o teorema foi usado na tentativa de ligar o câncer de pulmão ao fumo, a achar um bomba atômica que sumiu, a prever a possibilidade de ocorrer um desastre nuclear (ou seja Threee Mile Island) e muitas outras histórias. O livro conta histórias das brigas entre os estatísticos (Fisher versus Neyman-Pearson) e como o Teorema tornou-se um tabu na ciência. Muitas histórias interessantes em um livro muito fácil de ler. 

Adeus, senhor Portugal - de Rafael Cariello e Thales Zamberlan Pereira - Conta a história da independência do Brasil, destacando o fato de que este movimento teve como principal fator o aspecto econômico. Mais precisamente, as finanças públicas. Este é um livro que ainda não terminei e creio que irei postar mais sobre ele no futuro. Promete

Rir é o melhor remédio

 

quero ser um contador

17 fevereiro 2023

Whatsup como meio de comunicação de uma empresa

Eis uma notícia importante sobre o uso do WhatsApp como forma de comunicação em uma empresa:

O Deutsche Bank vai reduzir o bónus aos funcionários que utilizaram o WhatsApp de forma indevida para comunicações relacionadas com o negócio da empresa.

A decisão do banco alemão surge depois de este, juntamente com outras entidades bancárias, ter chegado a acordo com os reguladores norte-americanos no âmbito de uma investigação ao setor da banca pelo uso indevido de plataformas de comunicação. Acordo este que custou milhões de dólares a várias instituições.


Desta forma, os funcionários do banco que foram apanhados a utilizar aplicações de mensagens não autorizadas vão ver uma "redução substancial" no pagamento, revelaram fontes conhecedoras do tema à Bloomberg. Estes cortes vão afetar remunerações referentes a 2022 que estão ainda por pagar. 

"Dependendo da quantidade e da qualidade das violações isto irá também impactar a avaliação do desempenho, a compensação individual e a promoção e pode levar a medidas disciplinares", revelou o banco, num comunicado.

Medidas semelhantes foram tomadas pelo J.P Morgan e pelo Morgan Stanley, que já anunciaram a aplicação de multas a vários executivos. Também o Barclays, que faz parte do leque de instituições que chegou a acordo com os reguladores norte-americanos, fez saber na passada quinta-feira que reduziu o valor dos bónus de forma a punir os trabalhadores.

No final do ano passado, os reguladores norte-americanos anunciaram que chegaram a acordo com 16 entidades financeiras num caso que consistiu numa falha na monitorização do uso de aplicações não autorizadas por parte dos funcionários destas entidades. As empresas, entre as quais estão nomes como o Goldman Sachs e o Citigroup, acordaram pagar aos reguladores 1,11 mil milhões de dólares. 

As regras do setor ditam que as entidades financeiras devem monitorizar e arquivar as comunicações relacionadas com o negócio de modo a que, se necessário, estas possam ser verificadas mais tarde. Contudo, este sistema tem visto cada vez mais desafios devido à crescente utilização de aplicações de mensagens e, sobretudo, com a implementação do teletrabalho devido à pandemia de covid-19.

Para o regulador, o uso do Whatsup torna muito mais difícil de rastrear as decisões que foram tomadas. Mas seria mais uma intromissão do regulador nos negócios de uma empresa? Talvez seja uma questão de controle interno também. A comunicação via e-mail é formalizada e fica "gravada" de forma permanente, enquanto as mensagens do aplicativo pode ser apagada regularmente. 

Inicialmente quando li a notícia, pareceu razoável a solicitação do regulador. Mas depois, pensando melhor, creio que é possível monitorar o uso de aplicativos. 

[Um parênteses aqui: na função de orientador, eu prefiro a comunicação via e-mail, talvez por este sentimento de ter o registro arquivado das conversas]

Chatbot e a educação

Como fazer o Chatbot um aliado na educação:


Da minha parte, a resistência é fútil. Somente neste semestre, por exemplo, tenho mais de 800 alunos matriculados espalhados por cinco seções no meu curso de pesquisa de ética e direito comercial. Para piorar a situação, a Big Tech tem centenas de bilhões de dólares em recursos, enquanto eu sou um mero professor universitário com um pequeno punhado de assistentes de ensino e alguns diplomas de artes liberais. Como a letra da música "Right Hand Man" do Hamilton musical: “somos superados, superados, em menor número e em menor planejamento."

Portanto, em vez de tentar combater o inevitável, em vez de me inclinar nesses moinhos de vento da Big Tech, decidi permitir que esse perigoso cavalo de Tróia entrasse em meus cursos e aceitasse esses presentes de IA. Agora, quando publico uma pergunta de discussão, problema de pesquisa ou dilema ético no Canvas, peço aos meus alunos que procurem a resposta no ChatGPT primeiro - ou no Bard, a versão do gênio do Google - e publiquem uma captura de tela da resposta da IA . Além disso, também peço aos meus alunos que revisem e revisem a resposta dessa IA e a verifiquem com precisão. Como eles melhorariam a resposta da IA? Que mudanças ou adições ou substituições substantivas ou estilísticas elas fariam? Dessa forma, meus alunos começarão a trabalhar com essa nova e empolgante tecnologia em primeira mão e, ao mesmo tempo, terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades de pensamento crítico.

Foto: Om siva Prakash (traduzido via Vivaldi)

Chatbot e os mecanismos de pesquisa: podemos confiar no resultado?

 

(...) Normalmente, os mecanismos de busca apresentam aos usuários suas fontes - uma lista de links - e os deixam decidir no que confiam. Em contraste, raramente se sabe em que dados uma LLM é treinada: a Encyclopaedia Britannica ou um blog de fofocas?

"É completamente pouco transparente como [a busca alimentada por IA] vai funcionar, o que pode ter grandes implicações se o modelo linguístico disparar mal, alucinar ou espalhar informações errôneas", diz Urman [cientista da computação da Universidade de Zurich, Suíça]. (...)

Ela conduziu uma pesquisa ainda não publicada que sugere que a confiança atual é alta. Ela examinou como as pessoas percebem as características existentes que o Google utiliza para melhorar a experiência de busca e resumos que o Google gera automaticamente em resposta a pesquisas. Quase 80% das pessoas pesquisadas por Urman consideraram esses recursos precisos e cerca de 70% consideraram objetivos.

Fonte: Nature (traduzido via Vivaldi)

Detecção de Fraude em projeto de ajuda

When organizations have limited accountability, antifraud measures, including auditing, often face barriers due to institutional resistance and practical difficulties on the ground. This is especially true in development aid, where aid organizations face incentives to suppress information about misappropriated funds and may operate with limited transparency. We develop new statistical tests to uncover strategic data manipulation consistent with fraud. These tests help identify falsified expense reports and facilitate monitoring in difficult-to-audit circumstances, relying only on mandated reporting of data. While the digits of naturally occurring data follow the Benford’s Law distribution, humanly-produced data instead reflect behavioral biases and incentives to misreport. Our new tests improve upon existing Benford’s Law tests by being sensitive to the value of digits reported, which distinguishes between intent to defraud and error, and by improving statistical power to allow for finer partitioning of the data.

We apply this method to a World Bank development project in Kenya. Our evidence is consistent with higher levels of fraud in harder to monitor sectors and in a Kenyan election year when graft also had political value. The results are validated by qualitative data and a forensic audit conducted by the World Bank. We produce simulations that demonstrate the superiority of our new tests to the standards in the field. Our tests are useful beyond development aid, including for monitoring corporate accounting and government expenditures. 

O texto completo está aqui