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22 setembro 2022

Mundança na norma de Leasing

Do Iasplus

The International Accounting Standards Board (IASB) has issued 'Lease Liability in a Sale and Leaseback (Amendments to IFRS 16)' with amendments that clarify how a seller-lessee subsequently measures sale and leaseback transactions that satisfy the requirements in IFRS 15 to be accounted for as a sale.

Background - The IFRS Interpretations Committee received a submission about IFRS 16 Leases and a sale and leaseback transaction with variable payments that do not depend on an index or rate and came to the conclusion (and the IASB agreed) that it would be beneficial to amend IFRS 16 to specify how a seller-lessee should apply the subsequent measurement requirements in IFRS 16 to the lease liability that arises in the sale and leaseback transaction.

The IASB published an exposure draft (ED) of a proposed clarifying amendment in November 2020 and has now issued final amendments to IFRS 16.

Changes - Lease Liability in a Sale and Leaseback (Amendments to IFRS 16) requires a seller-lessee to subsequently measure lease liabilities arising from a leaseback in a way that it does not recognise any amount of the gain or loss that relates to the right of use it retains. The new requirements do not prevent a seller-lessee from recognising in profit or loss any gain or loss relating to the partial or full termination of a lease.

While the November 2020 ED had proposed that a seller-lessee initially measures the right-of-use asset and lease liability arising from a leaseback using the present value of expected lease payments at the commencement date, the final amendments do not to prescribe specific measurement requirements for lease liabilities arising from a leaseback.

The amendments also include one amended and one new illustrative examples.

Effective date and transition - The amendments are effective for annual reporting periods beginning on or after 1 January 2024. Earlier application is permitted.

A seller-lessee applies the amendments retrospectively in accordance with IAS 8 Accounting Policies, Changes in Accounting Estimates and Errors to sale and leaseback transactions entered into after the date of initial application.

Dissenting opinion - One Board member voted against issuing the finalised amendments. This Board member believes that a sale and leaseback transaction should be accounted for by the seller-lessee by recognising the full gain or loss on the transaction immediately. This approach would have required the IASB to reconsider the sale and leaseback requirements in IFRS 16 as a whole, which the IASB decided against.

Rir é o melhor remédio

Duas do 9gag (portanto, não sei se são verdadeiras) 

Putin, ameaçando o mundo e dizendo ter uma tecnologia militar de alto nível, próximo a uma máquina de fax e duas linhas de telefone fixo. 
De Napoleão, nunca interrompa seu inimigo quando ele está fazendo um erro. 

21 setembro 2022

Contabilidade ambiental: novo livro

 


Na atualidade, as alterações climáticas estão causando impactos significativos na vida das pessoas e no meio ambiente, e isso tem movimentado os agentes econômicos em busca de soluções efetivas. Nesse sentido, busca-se compreender como as ações sociais, ambientais e a estrutura de governança de uma organização contribuem para a criação de valor aos stakeholders.

Desse modo, as organizações precisam considerar, em suas ações operacionais, os riscos financeiros provenientes das mudanças climáticas. A gravidade dos riscos climáticos e a falta de gerenciamento dos fatores ambiental, social e governança (ASG, que deriva de ESG, acrônimo do inglês Environmental, Social and Governance) representam um desafio sem precedentes à governança dos sistemas socioeconômicos globais, o que coloca em xeque os ecossistemas e o desenvolvimento sustentável.

Esta obra apresenta os assuntos mais relevantes sobre a contabilidade socioambiental, como responsabilidade socioambiental e desenvolvimento sustentável, evidenciação ambiental, social e de governança, indicadores e índices socioambientais, contabilidade gerencial ambiental, métodos de valoração econômica de ativos culturais e ambientais, accountability e sustentabilidade, auditoria e sustentabilidade, contabilidade e sustentabilidade no setor público.

Assim, este livro pode ser usado como texto básico nas disciplinas de contabilidade ambiental, controladoria ambiental, engenharia ambiental, responsabilidade social corporativa, auditoria de relatório de sustentabilidade, contabilidade para sustentabilidade no setor público e contabilidade financeira.

Normas Internacionais de Contabilidade para o Terceiro Setor

Uma iniciativa do CIPFA, uma entidade contábil britânica, está sendo desenvolvida o primeiro conjunto de normas contábeis internacionais para o terceiro setor. Isto é bastante importante, já que o terceiro setor é uma espécie de patinho feio das normas internacionais. Enquanto a Fundação IFRS cuida das normas do segundo setor - entidades com fins lucrativos, o IFAC faz a adaptação para o setor público. Mas o terceiro setor ficou à margem deste processo. 


A iniciativa irá criar um Relatório Financeiro Internacional para as Entidades sem Fins Lucrativos e recebeu a sigla de IFR4NPO. É um projeto de cinco anos, tendo a liderança da Humentum e o CIPFA. Segundo o site, o IFR4NPO tem por objetivo trazer clareza e consistência para as entidades sem fins lucrativos através das informações contábeis. Estas devem ser consistentes e de alta qualidade. 

Como não existem padrões internacionais para este setor, um documento de consulta foi realizado anteriormente. O relatório final foi apresentado no início deste ano. Segundo informações do site do IFR4NPO já existem 157 jurisdições interessadas. Ontem foi anunciado o nome oficial do Guia que está sendo desenvolvido: INPAG. 

É um desenvolvimento interessante para o terceiro setor. 

Patagonia: empresa ativista ou ...

A empresa Patagonia foi fundada em 1973 por Yvon Chouinard. A empresa tem uma receita anual de US$1,5 bilhão e possui um valor estimado de US$ 3 bilhões. A Patagonia vende roupas relacionadas com esportes, além de equipamentos esportivos, mochilas, sacos de dormir, entre outros produtos.


A empresa se considera uma “empresa ativista”. Sua política de licença familiar e maternidade é elogiada. Há um compromisso de destinar 1% das vendas para os grupos ambientais desde 1985 e um compromisso de tornar neutro em carbono até 2025. Em 2020 suspendeu sua publicidade no grupo Meta por considerar que a empresa do Facebook não estava tomando medidas necessárias para reduzir o ódio nas mídias sociais.

A notícia recente é que o fundador da empresa anunciou que a empresa seria doada para garantir que os lucros fossem usados para a questão ambiental. Este notícia teve uma boa repercussão. Segundo a Exame, o bilionário excêntrico e ambientalista estaria doando a empresa para “caridade”.

A partir de agora, todo o lucro da companhia (algo como US$ 100 milhões por ano), será destinado à causa ambiental por meio do Holdfast Collective, uma ONG dedicada à preservação do meio ambiente — e para a qual os Chouinard também doaram 98% do capital social da empresa.

"Esperamos que isso influencie uma nova forma de capitalismo que não acabe com algumas pessoas ricas e um monte de pessoas pobres", disse Chouinard em entrevista ao portal americano.“Vamos doar o máximo de dinheiro para as pessoas que estão trabalhando ativamente para salvar este planeta.”

A posição de Chouinard foi comemorada como um exemplo a ser seguido. Os textos com a notícia reforçaram a imagem de um ativista humilde e que luta contra o governo pela causa ambiental. Em outro texto da Exame temos

O incômodo se tornou gritante nos últimos dois anos, quando Chouinard passou a buscar por alternativas para diluir seu patrimônio líquido. Em última instância, ele havia considerado até mesmo vender a empresa. Abrir o capital, porém, nunca foi uma opção.

O executivo não acreditava que a companhia seria capaz de cumprir com as diretrizes ambientais e sociais como uma companhia pública. "Eu não respeito o mercado de ações", disse ao NYT. “Uma vez que você se torna público, você perde o controle sobre a empresa e precisa maximizar os lucros para o acionista, e então se torna uma dessas empresas irresponsáveis.”


Há duas questões importantes aqui que a imprensa parece não ter explorado adequadamente. A primeira é a postura ambiental da Patagonia. E a segunda refere-se ao pagamento de impostos com a operação de doação. Vamos começar pela primeira.

Em um texto para New Republic, Rachel Donald mostra que esta história de empresa ativista deve ser vista com cautela. Na própria Wikipedia há uma breve nota que a empresa sofreu uma queixa crime por uso de trabalho forçado em Uigur. Mas a denúncia de Rachel Donald vai além. Donald informa que uma rede de organizações da indústria de moda estava usando dados falsos para promover materiais baseados em combustíveis fósseis (leia-se petróleo) como sendo sustentável. A Sustainable Apparel Coalition criou o Higg Materials Sustainability Index (MSI de Higg). Este índice considera o poliéster como sendo a fibra mais “sustentável de todas as fibras”. Mas o poliéster é originário do petróleo. Coincidentemente, também é a fibra mais barata de todas. A Patagonia teve um papel de liderança neste processo.

O que a imprensa fez é elogiar o bilionário como um ativista, embora sua empresa defenda o poliéster. É parecido com os elogios à Bill Gates, muito embora use jatinhos nas suas viagens.

A mensagem que esse tipo de relatório envia é que os bilionários poderiam nos salvar de nós mesmos se apenas mais deles [mais bilionários] tivessem o espírito da Patagônia. No entanto, dados brutos sobre as emissões de bilionários, fica claro que muito mais pessoas precisam ser salvas dos bilionários que são salvos por eles.

Foto acima: Malik Skydsgaard

A segunda questão é a tributária. No ZeroHedge destaca esta questão, apesar da escassez das informações sobre como o processo irá ocorrer. A escolha de Chouinard significa que o bilionário irá deixar de pagar US$700 milhões em impostos. Aparentemente, a doação permitira que Chouinard e sua família mantenham o controle da empresa. Usando uma legislação tributária dos Estados Unidos,

"Chouinard não terá que pagar os impostos federais sobre ganhos de capital que ele teria devido se tivesse vendido a empresa", diz o relatório. Isso teria sido cerca de US $ 700 milhões em uma venda de US $ 3 bilhões. Além disso, ele também evita o imposto sobre imóveis e presentes nos EUA, o que teria sido um pedaço de 40% de mudança quando sua empresa foi transferida para seus herdeiros.

Será que existe almoço de graça? E doação de graça?

Mercado global de preço de transferência

 

Um estudo acadêmico realizado por Rasmus Corlin Christensen, economista político da Copenhagen Business School, argumentou que as maiores empresas de auditoria e consultoria, Deloitte, EY, KPMG e PwC, dominam a economia global devido à sua experiência transnacional.

Uma das áreas críticas é a influência sobre os preços de transferência, que controla a tributação de diferentes subsidiárias globais e transações entre empresas.

Christensen argumenta que os quatro grandes podem controlar os 'caminhos e experiências cruciais de especialistas necessários para atores e práticas reconhecidas de preços de transferência, que fornecem poder distinto para as empresas'.

Esses poderes incluem a definição de regras comerciais para criar um mercado global de serviços de contabilidade e auditoria e o enfraquecimento de novas regulamentações tributárias globais destinadas aos clientes.

Apenas cinco empresas globais de serviços profissionais - Deloitte, EY, KPMG, PwC, escritório de advocacia Baker McKenzie e dos ex-funcionários da extinta Arthur Andersen - representam quase quatro em cada 10 (37%) anos de carreira de profissionais de preços de transferência.

(...) Embora as empresas multinacionais sejam responsáveis pelas decisões de preços de transferência, poucas empresas globais têm experiência interna em preços de transferência e contam com consultores externos. O mercado global de serviços profissionais de preços de transferência é estimado em 25 bilhões de euros (21 bilhões de libras) anualmente.

Funcionários fiscais em todo o mundo (mas especialmente aqueles de baixa renda, países de menor capacidade) expressam ceticismo generalizado sobre a abordagem agressiva dos quatro grandes ao planejamento de impostos e preços de transferência, com uma parcela significativa percebendo os quatro grandes como falta de transparência, ilegítimo no uso do poder, e uma fonte problemática de funcionários drenam das autoridades fiscais, encontrou a OCDE em um relatório recente sobre o poder dos quatro grandes.

Os participantes do estudo enfatizaram a importância de treinamentos transnacionais específicos e experiências de carreira, oferecidos pelos quatro grandes em particular. A formação profissional em preços de transferência, que geralmente não é oferecida na universidade, é dominada pelas maiores empresas.

Os Big Four costumam empregar a experiência necessária para praticar os preços de transferência com autoridade, recrutando e desenvolvendo conhecimento em contabilidade, direito e economia e alimentando conexões estreitas com atores globais no campo de preços de transferência.

Mais de dois terços (68%) dos profissionais de preços de transferência que trabalham em empresas multinacionais haviam trabalhado em uma empresa global de serviços profissionais antes de se mudar para o setor corporativo.


De acordo com Christensen, isso é frequentemente descrito como os quatro grandes exercendo poder 'infiltrando' clientes e reguladores corporativos por meio de 'portas giratórias', o que os ajuda a vender seus serviços.

Eles fornecem a orientação, cultura e treinamento que oferecem um 'passe de entrada' na prática de preços de transferência, dando acesso privilegiado a posições em outras organizações no campo.

Christensen diz: ‘Compreender o poder transnacional das empresas de serviços profissionais é importante porque tem implicações econômicas e políticas substanciais para os sistemas tributários contemporâneos. Especificamente, permite que as empresas de serviços profissionais obtenham resultados favoráveis em termos de onde e - crucialmente - quanto seus clientes corporativos pagam em impostos.

No nível macro, isso contribui para o desalinhamento dos lucros das empresas, o que, por sua vez, distorce indicadores críticos da atividade econômica.'

Christensen conduziu mais de 157 horas de pesquisa em nove preços globais de transferência e eventos fiscais, incluindo 66 entrevistas.

Para mais informações, o relatório pode ser acessado aqui.

Fonte: aqui (Tradução Vivaldi Translate)

Sobre a finanças do Rei Charles

Eis um resumo

Aos 73 anos, Carlos III se tornou a pessoa mais velha a assumir o trono. A propriedade de Charles, o Ducado da Cornualha, é administrada por um grande grupo de profissionais, que aumentaram seu valor e lucros em quase 50% na última década. Inclui um portfólio imobiliário que é aproximadamente do tamanho de Chicago. Sua propriedade vale cerca de US $ 1,4 bilhão. Em comparação, o portfólio da rainha vale US $ 949 milhões e o valor geral da Família Real é de cerca de US $ 28 bilhões, mas definitivamente há mais segredos.


Detalhes principais

No ano passado, o salário de Charles era de US $ 1,1 milhão e ele obteve US $ 28 milhões em sua propriedade.

O portfólio imobiliário, estimado em cerca de 130.000 acres, inclui o The Oval, um estádio de críquete no sul de Londres, terras agrícolas, aluguel de temporada à beira-mar e depósitos de supermercados suburbanos. A renda do aluguel é superior a um milhão de dólares por ano.

Charles estava com problemas financeiros, o The Sunday Times informou que ele recebeu 1 milhão de euros em dinheiro de um ex-primeiro-ministro do Catar, e seu nome também apareceu nos Paradise Papers.

Rir é o melhor remédio

 

Viés da confirmação e ciência

20 setembro 2022

Mude a alimentação e ajude na pegada de carbono


 O gráfico da Nature mostra que mudar a alimentação pode ajudar a emissão de carbono. De um lado o valor nutricional relativo e de outro a emissão. Enquanto a carne vermelha tem um grau elevado de emissão (beef no gráfico), alguns peixes possuem um valor nutricional acima da média, mas sendo mais amigável com o ambiente. Crustáceos capturados na natureza não são recomendados. 

Os dados não incluem as emissões após a "produção", como refrigeração e transporte. 

A questão da trapaça no xadrez: novo capítulo

Depois de sair de um torneio tradicional há algumas semanas, o atual campeão de xadrez voltou a abandonar uma partida. E contra o mesmo oponente.

Recentemente, Magnus Carlsen abandonou um torneio nos Estados Unidos, dando a entender que existiam problemas no xadrez. Tudo levava a crer que este problema tinha nome e sobrenome: Hans Niemann. No passado, Hans trapaceou em partidas de xadrez (isto é quase certo, pois ele mesmo confessou) e sua partida contra Magnus foi cercada pois algumas coincidências. A maior delas é que Hans tinha estudado a abertura que Magnus escolheu para a partida de ambos, algo estranho.

Ontem, em um torneio online, os dois voltaram a jogar e Magnus abandonou a partida após o segundo lance de Hans, de brancas. Foi um tipo de protesto? Ou Magnus está deixando claro sua posição contra Hans.

   

 No passado, a enxadrista chinesa Yifan fez um protesto deste tipo. Jogando um torneio misto, Yifan, então a melhor enxadrista feminina, sempre era emparceirada contra outra mulher. E a chinesa tinha vontade de jogar contra jogadores masculinos. Ela abandonou a partida também logo no início, para protestar contra a manipulação dos organizadores do torneio no emparceiramento dos jogadores.

O vídeo acima mostra o momento do abandono de Magnus. Eis o que disse Tyler Cowen, do Marginal Revolution (e Mestre Internacional de Xadrez):

Se um jogador fez trapaça várias vezes no xadrez on-line, devemos permitir que esse mesmo jogador participe de torneios de primeira linha? Para mim, a resposta é um óbvio não, e presumivelmente Carlsen concorda.

A questão é um relatório do site Chess.com que entregou para Niemann a comprovação que ele trapaceou. Hans teve condições de defender e até o momento não falou nada sobre isto. Continuando com Cowen:

Portanto, os elementos-chave aqui são o relatório do chess.com e qualquer possível refutação do Niemann. Estou esperando por eles. Magnus é paciente, e eu também sou paciente. O atual estado de informação imperfeita não durará para sempre.

CVM e Criptomoedas

O novo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, realizou recentemente uma reunião com o Ministério da Economia e avisou que a autarquia vai publicar um conjunto de orientações sobre o mercado de criptomoedas no Brasil ainda esta semana.

Segundo Nascimento o parecer que a CVM irá emirtir diz respeito a como as criptomoedas podem ser consideradas valores mobiliários e, portanto, isso pode redefinir o mercado de criptoativos no Basil já que desde 2017, a CVM não se pronuncia sobre o assunto e, de lá para cá, o Brasil avançou no ecossistema de tokenização de ativos tradicionais e o mercado de criptomoedas viu o florecer dos NFTs, DeFi e liquid staking.

"A CVM está atenta à questão. Há aspectos como regime informacional, previsibilidade e transparência [do segmento de criptoativos] que merecem ser explorados. O público precisa ter informações disponíveis de forma clara e objetiva", comentou Joao Pedro Nascimento.

O presidente já havia declarado que ia editar normas para definir o enquadramento de determinados criptoativos na categoria de valores mobiliários e orientações sobre o tratamento contábil de criptomoedas nos balanços patrimoniais de empresas brasileiras.

"Nos próximos dias, vamos anunciar ao mercado um parecer de orientação que vai trazer muitas novidades no sentido de reunir todas as disposições até então apresentadas pela CVM sobre a temática dos criptoativos. Na temática do cripto, para falar sobre a contabilização, vamos apresentar um enquadramento sobre quais são os criptos que são um valor mobiliário. Na sequência, um diálogo sobre o mundo da contabilidade é absolutamente fundamental. Temos conversado bastante com nossa superintendência de normas contábeis sobre isso.", afirmou.

CVM quer ser o regulador 'tech'

Desde que assumiu a presidencia da CVM em julho João Pedro Nascimento vem destacando que a autarquia quer ser o Regulador Tech.

“Quando todos discutem FinTechs, EduTech e PropTechs, a CVM tem que ser o Regulador Tech. Se estamos chegando perto dos 50 anos da Autarquia, é preciso pensar em uma ‘CVM Tech Versão 5.0’”, destacou o novo Presidente da CVM durante seu discurso de posse.

Na época, ainda se mencionar os criptoativos, mas focando em fintech e outras empresas de tecnologia na qual as exchanges de criptomodas podem ser enquadradas, Nascimento destacou que, sob sua gestão, a tecnologia será um dos pilares da autarquia.

Enquanto isso na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei que pede a regulamentação das criptomoedas no Brasil ainda aguarda aprovação do Plenário da Câmara. O projeto tramita no poder legislativo desde 2015.

Fonte: Exame

Presença de público e o efeito torcida no futebol brasileiro

Antes da pandemia, fiz uma pesquisa investigando como variáveis contábeis afetam o resultado do futebol no Brasil. Esta pesquisa, em co-autoria com a mestre Thais Crabbi, mostrou que duas variáveis são importantes para determinar o resultado de uma partida: o efeito campo e o custo do futebol.

A primeira variável refere-se ao fato de um clube estar jogando em casa ou como visitante. O fato de jogar em casa aumenta a chance de vencer a partida. Há diversas explicações para isto, o que inclui a ausência de uma viagem cansativa - que o visitante tem que fazer, o conhecimento do campo e a pressão da torcida adversária.

A segunda variável é o custo do futebol. Diz respeito a quanto cada clube gasta com o esporte. Na pesquisa foi possível perceber que quanto maior o custo, maior a chance de vitória. É uma variável que expressa o poder econômico de cada equipe. A chance de uma equipe com uma folha de pagamento de milhões ganhar um jogo é maior que uma equipe amadora.

O advento da pandemia tornou este tipo de estudo mais interessante. Durante a crise de saúde, alguns jogos tiveram que ser realizados com portões fechados. Será que a ausência do torcedor provocou alguma mudança na vantagem do efeito campo? Se não foi afetado, provavelmente o efeito campo deve-se ao fato de visitante ter uma viagem que pode ser exaustiva ou o fato do mandante conhecer o gramado. A torcida não seria o 12o. jogador, contrariando um chavão do esporte.

Uma orientanda minha de graduação, Yasmim Carvalho Alencar, complementou o levantamento dos dados para série mais recente e atualizou o artigo original. Os cálculos que ela realizou envolve uma maior complexidade do que irei apresentar aqui. 

No período de 2014 a 2021 foram disputados 3039 partidas de futebol no campeonato brasileiro. Deste total, 2440 jogos tiveram a presença do público. O restante foram partidas sem público. A análise que temos que fazer aqui é comparar se os resultados foram iguais.

O campeonato brasileiro de 2021 foi misto, com parte das partidas com público. Talvez fosse interessante, inicialmente, ficar fora da análise. Uma primeira maneira de analisar é comparar as vitórias do mandante. Com o público, 50,29% das partidas terminaram com vitória do mandante; já quando o público estava ausente, o percentual de vitória do mandante foi de 44,74%. Se não existisse o efeito campo este percentual deveria ser de 33%, já que uma partida possui três possíveis resultados: vitória, empate e derrota. Mas veja que o efeito campo existe, tanto com o público, quanto existindo a partida com portões fechados. Mas isto não é tão importante quanto a diferença o percentual de vitória do mandante, com e sem público: 50,29% versus 44,74%. A estatística nos diz que esta diferença é significativa. Em outras palavras, a ausência de público reduziu a chance do mandante ganhar sua partida.

Outra forma é comparar o número de pontos médios que o mandante obteve. Esta forma é mais adequada, já que a vitória concede três pontos ao ganhador, enquanto o empate significa um ponto somente. O peso da vitória é proporcionalmente maior. A forma para cálculo dos pontos médios obtidos pelo mandante é simples: basta multiplicar o percentual de vitórias por três e o percentual de empates por 1 e dividir o resultado por três. Um parênteses aqui: nós dividimos por três pois este é o número máximo de pontos que poderia ser obtido em uma partida.

Quando usamos esta forma, obtemos que no período com público o número de pontos obtidos pelo mandante foi de 58,89%. Já durante o ano de 2020, este percentual caiu para 54,21%. Parece, a princípio, que a diferença não é grande. Mas estatísticamente há diferença.

Até agora não olhamos o que ocorreu com o ano de 2021. Este ano foi interessante, pois estamos olhando para o mesmo campeonato, onde alguns jogos foram disputados sem público. Como está no mesmo ano, não ocorreu grandes variações no custo do futebol. O resultado confirma a importância da torcida. Quando o jogo teve público, o número médio de pontos obtido foi de 64,8% - o cálculo foi explicado dois parágrafos antes. Mas quando o jogo foi sem torcida, este percentual caiu para 49,01%. E esta diferença foi significativa.

[continua]

19 setembro 2022

Ativo mais valioso da Inter de Milão: seu contadores


Este é o título de um texto de Ozanian, para Forbes, e publicado no dia 13. O time italiano teve um prejuízo nos dois últimos exercícios de 337 milhões. Seu dono chegou a contratar a Goldman Sachs para encontrar um comprador para o clube, que a própria Forbes avaliou em 1 bilhão. Foi aí que apareceu este ativo valioso, segundo o texto. 

No relatório anual de 2021 da Inter, a equipe de contadores adicionou $204 milhões no patrimônio líquido via "reserva de reavaliação". Este lançamento fez com que o patrimônio saltasse de menos 37 milhões para mais 53 milhões, mesmo com um prejuízo de 246 milhões. 

O texto indica que este tipo de lançamento ocorre quando o valor corrente excede seu valor contábil. Na Europa isto é permitido. E Ozanian lembra que o valor de uma equipe pode aumentar mesmo quando perde dinheiro. 

(P.S: apesar de citar os números do texto, provavelmente está faltando alguma informação. Uma olhada nas demonstrações pode ser interessante)

Sorriso como política pública de governo


Do NEW YORK TIMES: Logo após tomar posse no mês passado como prefeito de uma cidade no norte das Filipinas, Aristóteles Aguirre assinou uma ordem para cumprir uma de suas promessas de campanha.

A Ordem Executiva Nº 002 não exigia apenas que todos os funcionários do governo local sorrissem ao servir ao público. Também ameaçou com ação disciplinar para quem não a cumprisse.

“Não é permitido franzir a testa no município!” disse o prefeito em um post no Facebook na semana passada anunciando sua “política do sorriso”. A ordem tornou a falta de sorriso uma violação do código de conduta dos funcionários públicos e disse que isso seria um fator em suas avaliações de desempenho.

(...) “Definitivamente, haverá alguns casos em que, digamos, nem sempre será um dia perfeito para todos”, disse ele em entrevista. Mas ele insistiu: “Não é tão difícil”, acrescentando: “Um sorriso é muito contagioso”.

Funcionários e supervisores de todo o mundo, é claro, já disseram aos trabalhadores para serem mais amáveis com aqueles a quem servem, mas emitir ordens executivas é mais raro.

Sorrisos são bons para os negócios, dizem os titãs da indústria. Existem algumas evidências de que as expressões faciais podem influenciar o humor, e a ciência sugeriu que mesmo um sorriso induzido artificialmente pode estimular as mesmas mudanças cerebrais que surgem durante momentos espontâneos de alegria.

Em 1948, George Philips, prefeito de Pocatello, Idaho, uma cidade de 55 mil habitantes, chegou ao ponto de aprovar uma lei que tornava ilegal que qualquer pessoa na cidade não sorrisse.

“Um inverno excepcionalmente severo havia abafado o espírito dos funcionários da cidade e dos cidadãos” naquele ano, segundo o site de Pocatello. A ordem irônica permanece em vigor até hoje e não foi aplicada com seriedade, afirma a cidade.

(...) Como candidato a prefeito, Aguirre, de 47 anos, prometeu que o mandato do sorriso seria uma de suas primeiras ações no cargo. Foi sua primeira campanha política. Aguirre alegou ser a “última esperança” de sua família para derrotar um clã político rival na província.

Terapeuta ocupacional, ele retornou às Filipinas em 2016, depois de morar com a mulher e os filhos em Nova York por 10 anos.

“A parte engraçada foi que eu trabalhei no Bronx – um dos bairros mais difíceis de lá”, disse ele. “Então, estou acostumado com as pessoas não sorrindo.”

“Quando os moradores de Mulanay vão à prefeitura, eles encontram muitas decepções porque os serviços são muito lentos e, às vezes, os funcionários do governo não são tão amigáveis. Um dos meus gritos de guerra durante minha campanha foi mudar esse comportamento”, disse ele.

Aguirre juntou-se a outro prefeito filipino recém-eleito, Alston Kevin Anarna, de Silang, uma cidade de 296 mil habitantes na Província de Cavite, para dar ordens de sorrisos. Anarna, de 37 anos, outro funcionário público de primeira viagem, também prometeu durante sua campanha que todos os funcionários públicos da Prefeitura seriam ensinados a sorrir.

“Os servidores públicos precisam sorrir”, disse Anarna em entrevista. “Especialmente porque aqueles que normalmente vão à prefeitura são pessoas que não têm nada, pessoas que têm grandes problemas. Imagine se aqueles que vão cumprimentá-los forem pessoas sérias e mal-humoradas, e daí? Mas se forem bem tratados, com pessoas visivelmente sorridentes e dispostas a ajudá-los, eles se sentirão um pouco melhor.”

O prefeito de Silang proibiu os funcionários municipais de franzir a testa. De acordo com as regras do serviço público, disse Anarna, aqueles que desrespeitam sua ordem podem ser multados ou suspensos.

(...) Em Mulanay, a punição estipulada pela lei era clara. “Qualquer um que a viole pode ser suspenso por seis meses, multado no equivalente ao seu salário por seis meses ou removido dependendo da gravidade do delito”, disse.(...)

Via aqui. Foto: Lesly Juarez

Nada como começar a segunda com um sorriso 

Limites do sistema terrestre (ESB) e a contabilidade

Os limites do sistema terrestre (ESB) está relacionado com a fronteira do planeta. A ideia é tentar encontrar até que ponto o homem pode continuar explorando a terra sem comprometer a sua existência. A mudança climática, por exemplo, pode prejudicar a agricultura e trazer fome. 

Um ponto óbvio, mas ainda sim interessante, deste limite é que a percepção é específica de cada pessoa. O mesmo é válido para cada empresa. Veja o gráfico abaixo:

Na parte de baixo, o acordo de Paris e a estimativa de redução anual de emissão. Quando uma pesquisa focou nas empresas com objetivos baseados em ciência, os valores são menos dispersos. Na parte do meio, o resultado para outras empresas. 

O texto citado fala sobre como parar as cidades e empresas que causam danos planetários. Ao final, os autores defendem "suporte ao monitoramento e prestação de contas":

Empresas e cidades usam uma variedade de plataformas e padrões para definir metas. A maioria não divulga o progresso. Muito trabalho necessita ser feito para apoiar o monitoramento e a prestação de contas. Nos recomendamos que iniciativas, como a do International Sustainability Standards Board engage cientistas multi disciplinares para assegurar que sua proposta de "padrões de divulgação relacionados à sustentabilidade" ligue explicitamente as cidades e as empresas com os ESBs. Sistemas de auditoria independentes também são necessários. 

Isto é bem interessante. Vocês já repararam que não existem cientistas de outras disciplinas no ISSB? 

Consequências da pandemia no aprendizado

Passei o final de semana corrigindo trabalhos que solicitei aos meus alunos de uma disciplina da graduação. O semestre atípico está encerrando nos próximos dias, mas notei que a qualidade e o aproveitamento foi abaixo do nível anterior à pandemia. Conversando com colegas professores, eles tiveram a mesma sensação com respeito a dificuldade do retorno às aulas presenciais e a dificuldade dos alunos em fazer a adaptação no ensino presencial. 


A percepção é que o ensino à distância é, realmente, um ensino de pior qualidade. A dificuldade em avaliar de maneira justa o esforço do aluno é somada a perda de comunicação com os alunos. As telas do Zoom estiveram fechadas e o professor dava sua aula sem saber se a comunicação do conteúdo estava chegando adequadamente ao destino. Outros fatores ajudaram a comprometer esta qualidade do ensino na pandemia. Mas o retorno parece que trouxe um aluno mais desmotivado. 

Isto que escrevo é um percepção particular. Então não vale como um parâmetro. Quantificar o efeito da pandemia é muito complicado, pois estamos falando de gerações diferentes de alunos que foram afetadas de forma desigual. 

Mas algumas pesquisas que já começam a ser divulgadas mostram que a qualidade do ensino piorou. Isto inclui o Brasil (aqui, por exemplo). Além do aprendizado, as pesquisas também mostram que o bem-estar socioemocional foi afetado. 

Baseado em pesquisas passadas, o prejuízo será a longo prazo. Provavelmente a geração que estava atrás de uma câmera de vídeo, pretensamente assistindo uma aula, terá uma marca na sua formação, que poderá refletir no mercado de trabalho no longo prazo. 

Foto: Chris Montgomery

Rir é o melhor remédio

 

Este cartoon tem 80 anos e ainda é atual. Via aqui

18 setembro 2022

Dicas para sair do bloqueio de leitura

 


Neste texto, traduzido do The Washington Post, são apresentados dicas para sair do bloqueio de leitura. 

1. Releia um livro favorito 

2. Alterne os gêneros 

3. Mude os formatos

4. Defina metas

5. Comece pelos pequenos

6. Vá para a estante de livros infantis

7. Deixe a sorte acontecer (algo como "pegue ao acaso um livro")

8. Procure ajuda profissional - a dica interessante é falar com um bibliotecário

9. Entre para um clube do livro

10. Deixe de lado os livros que não trazem alegria

11. Faça algo diferente

12. Pense no que você quer extrair dos livros

13. Tente se esforçar um pouco

14. Tenha fé

(Acho que alguns funcionam para o meu caso, outros não)

Foto: Kourosh Qaffari

Gol paga R$220 milhões na acusação de pagamento para políticos


A empresa aérea Gol fez um acordo com a CGU, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). A empresa irá pagar 41,5 milhões de dólares para finalizar as investigações de suborno entre os anos de 2012 e 2013. Não foram revelados para quem a empresa pagou o suborno, mas o pagamento inclui pessoas do governo brasileiro. 

Mas a notícia traz uma pista: relaciona com reduções de impostos sobre a folha de pagamento e sobre combustíveis, o que permite inferir que diz respeito ao governo federal. O pagamento será parcialmente parcelado. 

Brasil é lembrado novamente no Ignobel


Se nosso país não ganha o prêmio Nobel, estamos presentes, novamente, na premiação do Ignobel. Eis a listagem (grifo nosso)

Applied Cardiology: Eliska Prochazkova, Elio Sjak-Shie, Friederike Behrens, Daniel Lindh, and Mariska Kret, for seeking and finding evidence that when new romantic partners meet for the first time, and feel attracted to each other, their heart rates synchronize.

Literature: Eric Martínez, Francis Mollica, and Edward Gibson, for analyzing what makes legal documents unnecessarily difficult to understand.

Biology: Solimary García-Hernández and Glauco Machado, for studying whether and how constipation affects the mating prospects of scorpions.

Medicine: Marcin Jasiński, Martyna Maciejewska, Anna Brodziak, Michał Górka, Kamila Skwierawska, Wiesław Jędrzejczak, Agnieszka Tomaszewska, Grzegorz Basak, and Emilian Snarski, for showing that when patients undergo some forms of toxic chemotherapy, they suffer fewer harmful side effects when ice cream replaces one traditional component of the procedure.

Engineering: Gen Matsuzaki, Kazuo Ohuchi, Masaru Uehara, Yoshiyuki Ueno, and Goro Imura, for trying to discover the most efficient way for people to use their fingers when turning a knob.

Art History: Peter de Smet and Nicholas Hellmuth, for their study “A Multidisciplinary Approach to Ritual Enema Scenes on Ancient Maya Pottery.”

Physics: Frank Fish, Zhi-Ming Yuan, Minglu Chen, Laibing Jia, Chunyan Ji, and Atilla Incecik, for trying to understand how ducklings manage to swim in formation.

Peace: Junhui Wu, Szabolcs Számadó, Pat Barclay, Bianca Beersma, Terence Dores Cruz, Sergio Lo Iacono, Annika Nieper, Kim Peters, Wojtek Przepiorka, Leo Tiokhin and Paul Van Lange, for developing an algorithm to help gossipers decide when to tell the truth and when to lie.

Economics: Alessandro Pluchino, Alessio Emanuele Biondo, and Andrea Rapisarda, for explaining, mathematically, why success most often goes not to the most talented people, but instead to the luckiest.

Safety Engineering: Magnus Gens, for developing a moose crash test dummy.

O jornal The Guardian destacou o estudo japonês para a maçaneta da porta: eles chegaram a conclusão que quanto maior o botão, mais dedos são necessários para girar. The Scientist colocou a foto de um escorpião - objeto da pesquisa no Brasil. 

Os ganhadores irão receber uma nota de dolar do Zimbabwe, país que vive uma elevada inflação há anos. 

É praxe alguns prêmios parecerem interessantes. O de economia acho que parece o caso.