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23 agosto 2022

Como ESG está tentando alterar a percepção sobre uma entidade


Em uma extensa reportagem, o site The Intercept apresenta como a questão ambiental, social e de governança está procurando mudar a percepção sobre as empresas. 

O texto começa tratando da Corecivic, uma empresa de prisões. A empresa resolveu adotar uma auditoria racial:

"A auditoria não nos diz nada", disse Tylek [do Worth Rises, um grupo focado na privatização do sistema judicial]. “O modelo de negócios da prisão privada é o problema. Tudo o que eles fazem é o problema e, para ser sincero, às vezes estamos em desacordo com outros advogados, porque essas auditorias de equidade racial são absolutamente ridículas e não são uma ferramenta eficaz de advocacia."

Solicitado para comentar sobre as preocupações dos ativistas, o CoreCivic reiterou seu apoio aos “princípios de diversidade, equidade e inclusão."A empresa, disse o porta-voz Ryan Gustin," não hesitou em participar da recente auditoria de patrimônio racial."

Neste sentido, a política ESG tem sido criticada:

Mas um crescente coro de críticos questionou as promessas elevadas do investimento em ESG. A retórica do movimento, eles argumentam, serve para enriquecer um pequeno conjunto de consultores e gestores de fundos focados em ESG, enganando a comunidade pública e de investidores e fornecendo pouco ou nenhum benefício à sociedade. Eles alegam que a tendência de investimento não passa de lavagem de reputação e, potencialmente, fraude em escala industrial.

Sobrou para um dos fundos famosos na área: 

A BlackRock fará uma fortuna em taxas que promovam um modelo ESG inteiramente baseado em requisitos voluntários de autorrelato e pontuações opacas, disse Fancy [ex-diretor de investimento em responsabilidade social], enquanto usa seu poder como acionista para bloquear propostas que pedem às empresas que divulguem gastos políticos — os gastos muito políticos que as empresas usam para impedir leis e regulamentos governamentais significativos sobre gastos ou poluição em assistência social.

Há incoerências no próprio critério:

Os critérios para o que constitui um investimento socialmente responsável podem mudar de dia para dia. Em março, analistas do Citigroup Inc. sugeriu que as empresas que fabricam armas usadas para a guerra na Ucrânia para impedir a invasão russa poderiam contar para uma melhor pontuação ESG. "Defender os valores das democracias liberais e criar um impedimento, que preserva a paz e a estabilidade global", escreveram eles. 

 Antes deste ano, muitos fundos do ESG promoveram a exclusão de certos fabricantes de armas, argumentando que a venda global de bombas e mísseis não constituía um bem social - agora há um esforço para recompensar os fabricantes de armas. Se uma mudança na opinião pública pode remodelar todo o modelo, isso deixa muitos a se perguntar como qualquer fundo pode reivindicar princípios fixos quando idéias sobre responsabilidade social são inerentemente subjetivas.

Palavras mais duras chegam de Damodaran:

"É uma farsa, é tudo, uma farsa", disse Aswath Damodaran, professor de finanças da Stern School of Business da Universidade de Nova York, da ESG. “Como você pode ter uma medida de bondade? Ou deixe-me colocar de outra maneira: cite-me um fator social em que temos consenso na sociedade. Como diabos vamos chegar a uma pontuação?"

Voltando ao caso da prisão privada:

"O encarceramento com fins lucrativos é a antítese da responsabilidade social", disse Libal. "Eles obtiveram lucros devido ao encarceramento em números recordes, contribuindo com milhões de dólares em contribuições para a campanha para garantir que seus interesses sejam atendidos."

"Se o seu quadro é diverso, não importa o que você está vendendo, certo?" ele adicionou. "Se você tem mulheres suficientes no conselho da Blackwater, isso não faz das empresas mercenárias uma influência positiva no mundo."

Um exemplo é a farmacêutica Eli Lilly, que está sendo processada por aumentar de forma abusiva o preço da insulina. Mas ...

Em vez disso, o relatório Eli Lilly observa que a empresa promove a diversidade por meio de uma variedade de medidas, como treinamento em DEI e grupos de recursos de funcionários que patrocinam eventos como a Gala do Ano Novo Lunar.

Por este motivo, a empresa está em diversos fundos ESG, incluindo um fundo BlackRock. Sobra dinheiro para quem faz a premiação ESG:

A Just Capital, um grupo sem fins lucrativos que fornece classificações ESG, classifica a Amazon como líder do setor e três vezes vencedora do prêmio de Mais Justo Empresas da América. Apesar de uma agressiva campanha anti-sindical contra seus trabalhadores do armazém no Alabama e Nova York, que recebeu condenação internacional e reclamações abrangentes sobre as condições de trabalho, a empresa com sede em Seattle tem um histórico misto na categoria de práticas trabalhistas. Mas a pontuação é aumentada pelas políticas de "diversidade, patrimônio e inclusão" da Amazon e pelo número total de empregos que a empresa criou - duas áreas nas quais a Just Capital classifica a Amazon como a melhor empresa da América.

Entre as empresas bem ranqueadas, a Pepsi e a Coca-Cola, que emitem pouco. Mas produzem algo que aumenta a crise de diabetes, obesidade e doenças cardíacas. 

Alphabet, Amazon e Facebook também estão entre as maiores participações em fundos ESG, mas se envolvem em uma variedade de práticas de publicidade de vigilância e monopólio e fornecem um produto essencial que alimentou problemas de saúde mental entre os usuários. Todos eles divulgam medidas relacionadas ao DEI e à diversidade nos relatórios brilhantes do ESG que são enviados aos gestores de fundos.

"Se o modelo de negócios principal de uma empresa causa tanto dano", escreveu Taparia, "o encobrimento por meio de um "bom comportamento" em outros parâmetros não deve ser tão fácil."

E estes ranqueados são questionáveis, conforme o final do texto:

Um executivo-chefe de uma empresa de capital aberto, que pediu anonimato enquanto conversava com o The Intercept, disse que recentemente pagou cerca de US $ 20.000 a consultores de responsabilidade social para produzir um relatório especial a ser enviado às agências de classificação. Os profissionais do ESG criaram um documento que deslumbrou com o progresso por vários motivos ambientais e raciais. Os dados autorreferidos não são verificados por ninguém, observou ele com um encolher de ombros.

O executivo-chefe disse que ele parece branco para a maioria das pessoas, mas ele é tecnicamente um quarto não-branco, tornando-o, para os propósitos da ESG, um CEO "diverso" - uma dinâmica que ele achou absurda.

"É como a regra de uma gota. Sou diverso para o propósito dessas regras, elas realmente não fazem sentido ”, disse o executivo, que se perguntava como os gerentes e investidores de ativos podem exigir conformidade com as regras em torno da identidade racial quando a raça é socialmente construída, não uma realidade biológica.

"Não mudamos nenhuma prática comercial. É uma farsa, mas ninguém questiona essas coisas ", acrescentou. "Parece bom, mas não faz nada."

Servo do Povo


 Um professor de história começa a falar sobre a situação de seu país, sem perceber que está sendo gravado. O vídeo é colocado na rede e faz muito sucesso. Seus alunos decidem inscrevê-lo para disputar a presidência de seu país e, de forma surpreendente, ele vence as eleições. Isto tudo ocorre no início da série Servo do Povo. 

No governo, Vasiliy Petrovich Goloborodko precisa formar um gabinete confiável, lidar com o primeiro ministro não confiável e rechaçar as ambições da família, incluindo pai, mãe e irmã. O país tem uma longa tradição em corrupção, mas o presidente quer mudar isto. Goloborodko tenta convencer as pessoas a serem honestas e melhorar as finanças públicas do país. Há acertos, mas também erros. 

As três temporadas da série foram gravadas entre 2015 a 2019. A série fez muito sucesso na Ucrânia, onde Goloborodko é presidente. Tanto que o ator lançou candidato e acabou ganhando as eleições. Goloborodko é Volodymir Zelensky, o líder que está conduzindo seu país na guerra contra a Rússia. E sobram tiradas para Putin, para Rússia, para os oligarcas da Ucrânia e para os políticos. 

A série está na Netflix e cada episódio tem um pouco mais de 20 minutos. Goloborodko parece um quixote, lutando contra a corrupção. Da mesma forma de Zelensky também parece o Dom Quixote, lutando contra a potência imperial russa. 

E a contabilidade? - É interessante ver como as finanças públicas da série parece com nosso país. Há corrupção, juízes que libertam os corruptos, corruptos que mandam dinheiro para o exterior, que protegem a sua família, que ignoram o povo... 

Quanto de dinheiro as pessoas precisam para serem felizes?


Eis uma pergunta difícil. Uma possível ideia apresentada neste texto:

Pesquisamos pessoas sobre esse assunto em 33 países abrangendo todos os continentes habitados, obtendo respostas de cerca de 8.000 pessoas no total. Incentivamos os participantes a se concentrarem no que significaria ter todos os seus desejos cumpridos, pedindo-lhes que imaginassem sua "vida absolutamente ideal", sem se preocupar se era realisticamente viável.

Para avaliar os desejos econômicos, pedimos às pessoas que considerassem quanto dinheiro elas queriam nesta vida ideal. (...)

Então fizemos uma questão de acaso, pedindo-lhes que escolhessem um prêmio em uma loteria hipotética. Eles foram informados de que as chances de ganhar cada loteria eram as mesmas, então a escolha deles era quanto dinheiro eles queriam em suas vidas ideais, não em qual loteria eles provavelmente ganhariam.

Os prêmios da loteria começaram em US $ 10.000 (convertidos em moedas locais, portanto, £ 8.000 para participantes do Reino Unido), com opções aumentando em um múltiplo de 10. Na época em que realizamos o estudo, o prêmio máximo de US $ 100 bilhões os tornaria a pessoa mais rica do mundo.

Provavelmente a resposta seria o valor máximo, mas não foi isto que ocorreu. Algo entre 8 a 39% dos respondentes, dependendo de cada país, fizeram esta escolha. A maioria escolheu algo equivalente a US$10 milhões ou menos. Em alguns países (Índia e Rússia), a escolha foi ainda menor, de US$1 milhão ou menos.

A escolha não foi influenciada por gênero, educação ou status, mas a idade influenciou, sendo que os mais jovens escolheram mais valores maiores. 

Descobrimos que mais pessoas escolheram a loteria de US $ 100 bilhões em países onde houve maior aceitação da desigualdade na sociedade (chamada "distância de poder") e onde havia mais foco na vida em grupo (chamada "coletivismo"). 

Esta é a famosa escala de Hofstede. 

Gráficos

 Alguns gráficos interessantes. O primeiro mostra os países com maior poder de industrialização. Em 2020 não aparece o Brasil e a China domina, mas em 1990 o nosso país estava entre os dez primeiros. 


O Compact Disc já foi a forma mais usual de ouvir música. Seu auge foi nos anos 2000. Mas o vinil tem uma vida estimada de 100 anos, versus 30 do CD. 




O streaming passou a ser a forma mais popular de assistir televisão nos EUA pela primeira vez. Netflix e YouTube dominam o mercado. 
O Booking é uma plataforma que permite de hotéis independentes possam dominar o mercado. 




22 agosto 2022

Rir é o melhor remédio


 A importância da comparabilidade. 

FRC britânico está propondo algumas mudanças na contabilidade do Reino Unido


Nos últimos anos, alguns escândalos contábeis (Thomas Cook, BHS, Carillion e Patisserie Valerie) atingiram o Reino Unido. A percepção geral era de que o regulador foi parte responsável pelos problemas, juntamente com as empresas de auditoria. Como forma de solucionar esta questão, o Reino Unido decidiu acabar com o Financial Reporting Council (FRC), a entidade de fiscalização contábil.

Estes fatos foram apresentados aqui no blog ao longo dos anos. O Reino Unido desperta um interesse especial por dois motivos. Em primeiro lugar, a contabilidade sempre foi um parâmetro para outros países, seja na qualidade de formação dos seus profissionais, o respeito que desperta na sociedade e o nível das suas pesquisas. Assim, as reformas e as críticas ao processo regulatório foram destaques. O segundo motivo é que uma potencial reforma poderia afetar o mercado de auditoria global. 

Entretanto, a crise pandêmica, entre outras razões, fizeram com que o processo de mudança fosse mais tímido do que o esperado inicialmente. Mas o fim do FRC, com a criação de uma nova entidade, parece que permaneceu; já a reforma das empresas de auditoria parece que ficou para a próxima rodada de escândalos. 

Antes de fechar as portas, o FRC apresentou algumas reformas para melhorar o processo de regulação e punir a má conduta. Isto significa alterar algumas das regras existentes e, aproveitando a brecha, fortalecer os relatórios de sustentabilidade e de governança corporativa.

Ex-CFO de Trump admite culpa fiscal


Já falamos no passado sobre Allen Weisselberg (aqui, aqui e aqui). Ele foi CFO da Organização Trump, responsável pelas finanças dos ex-presidente.  Em 2021, Weisselberg renunciou do cargo e na semana passada declarou culpado de crimes como evasão e fraude fiscal. 

Mas além da condenação, Weisselberg será testemunha no caso contra a Organização Trump, que também será julgada por fraude fiscal. E isto deve ocorrer em outubro. Como recompensa, Weisselberg terá uma redução na pena de prisão. Mas terá que pagar os impostos em atraso.

Em 2018, o presidente concedeu a Weisselberg imunidade em razão dos pagamentos realizados por Cohen para a atriz Stormy Daniels, que parece ter tido um caso com Trump. Mas a condenação agora é diferente. 

O crime agora é um esquema de evasão fiscal, onde a Organização Trump evitava pagar uma remuneração de mercado para executivos, mas oferecia uma compensação paralela, não informada, que incluía moradia, mensalidades de escolas públicas e dinheiro para as despesas pessoais. Isto reduzia a carga tributária. 

Parece a versão moderna de Al Capone. Se não for possível pegar o mafioso pelos crimes, pegue pela fraude fiscal. 

Juízes recebiam propinas para enviar crianças para prisões

Merece está na relação dos crimes hediondos. Da AP:


Dois ex-juízes da Pensilvânia que orquestraram um esquema para enviar crianças para prisões com fins lucrativos em troca de propinas foram condenados a pagar mais de US $ 200 milhões a centenas de pessoas que eles vitimaram em um dos piores escândalos judiciais da história dos EUA.

O juiz distrital dos EUA Christopher Conner concedeu US $ 106 milhões em danos compensatórios e US $ 100 milhões em danos punitivos a quase 300 pessoas em uma ação civil de longa data contra os juízes, escrevendo que os queixosos são “as trágicas vítimas humanas de um escândalo de proporções épicas."

Ciavarella, que presidiu o tribunal de menores [e um dos juízes condenados], adotou uma política de tolerância zero que garantia que um grande número de crianças seria enviado à PA Child Care e suas instalações irmãs, Western PA Child Care.

Ciavarella ordenou a detenção de crianças de 8 anos, muitas delas infratores pela primeira vez consideradas delinqüentes por pequenos furtos, passeios de barco, evasão escolar, tabagismo nas dependências da escola e outras infrações menores. O juiz muitas vezes ordenou que os jovens que ele considerara delinqüentes fossem imediatamente algemados e levados sem lhes dar a chance de defender ou até dizer adeus às famílias.

A Suprema Corte da Pensilvânia rejeitou cerca de 4.000 condenações juvenis envolvendo mais de 2.300 crianças após a descoberta do esquema.

Além da multa, os juízes foram presos. São dos dois que aparecem na fotografia acima. 

Transparência, assertividade e agenda ESG

Da Época, autoria de Carlos Pires, da KPMG

(...)

Mas, vários atores da sociedade têm se movimentado para coibir este tipo de comportamento em relação a temas tão críticos para todos. Nos últimos 20 anos, as empresas têm prestado contas aos stakeholders, principalmente por meio dos Relatórios de Sustentabilidade, que, para muitas empresas, têm caráter voluntário e não requerem a verificação independente por parte de auditores externos (exceto para as Companhias Abertas no Brasil que preparam o Relato Integrado a partir de dezembro de 2021, no qual a verificação independente passou a ser obrigatória).

Tanto a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) como o Banco Central baixaram resoluções que estarão vigentes a partir de dezembro de 2022 (dependendo do tamanho da instituição financeira de acordo com as Resoluções colocadas em vigor). As instituições financeiras passam a integrar os riscos climáticos, ambientais e físicos em suas avaliações de riscos do negócio. Isso também é um fato novo. A Resolução 59 da CVM instituiu, com vigência a partir de 2023, alterações nas ICVM 480 e 481, incluindo a divulgação de práticas ESG nos Formulários de Referência, no viés de “pratique ou explique”. Outros reguladores abriram audiências públicas para escutar do mercado quais informações os stakeholders querem ver divulgadas pelas instituições financeiras – e seus clientes – e devem estar anunciadas até o final do ano.

Em âmbito internacional, os reguladores também abriram audiências públicas sobre este tema. Nos próximos meses, devem divulgar as primeiras normas a serem requeridas na divulgação dos riscos climáticos e ambientais sobre os negócios. A audiência pública da SEC (Securities Exchange Commission dos Estados Unidos) encerrou-se em junho passado. A audiência pública das duas primeiras proposições (exposure drafts) do ISSB (International Sustainability Standard Board, criada em novembro de 2021, durante a COP 26 em Glasglow), as IFRS S1 e S2, terminou em 29 de julho último.

Ainda há muito por vir e ser regulamentado no Brasil e no mundo nos próximos anos. Entretanto, voltando às considerações iniciais, a questão principal e que precisa ser reforçada aqui é: os stakeholders deterão acesso a uma série de informações que, inclusive, poderão ser comparadas entre empresas, e que possibilitará, em uma expressão popular, separar cada vez mais “o joio do trigo”. E, poderão influenciar, dentre outros: as tendências de consumo; a atração e retenção de talentos; quem e quais serão os provedores escolhidos em cadeias de suprimento; as taxas de juros nas captações financeiras; e quais serão seus prováveis clientes (e se eles querem e estarão associados com a marca ou o produto).

Diante de tudo isso, a transparência e a assertividade nas ações propositivas e proativas, e as consequentes divulgações apropriadas em torno da agenda de ESG, serão, em um futuro não muito distante, um tema vivo e dinâmico nas agendas de todos os Conselhos de Administração e, também, da sociedade civil. Além de ser um instrumento importante para identificarmos empresas socialmente responsáveis, ambientalmente sustentáveis e administradas de maneiras apropriadas, como resultado dessas ações, poderemos ter uma sociedade e um planeta muito melhor para se viver!

Rir é o melhor remédio

 Do vida de Suporte:


O significado dos números

21 agosto 2022

População mundial: 8 bilhões

 

A ONU está prevendo que em novembro o mundo terá 8 bilhões de seres humanos. A figura acima mostra que a projeção de mortes irá ultrapassar o número de nascimentos antes de 2.100, mas até lá o mundo talvez já tenha mais de 10 bilhões de pessoas. 

Índia, China, Nigéria e Paquistão são os países que estão contribuindo com o aumento da população, conforme gráfico acima. Paquistão, República Democrática do Congo, Indonésia e Estados Unidos seguem na ordem de nascimento. 

Frase

 

Nem tudo o que conta, pode ser contado, e nem tudo o que pode ser contado, conta. 

Rir é o melhor remédio

 


20 agosto 2022

Finanças pessoais é um problema entre os casais

 

A questão financeira é considerada um problema na discussão entre os casais dos Estados Unidos. Acredito que o mesmo seja verdadeiro também para o Brasil. É o segundo tópico de discussão, especialmente entre os casais mais jovens (ponto roxo). Há outros tópicos relacionados com finanças pessoais, como discussão sobre a carreira (especialmente entre os mais jovens). 

Mas observe que o principal tópico: o tom de voz. Especialmente entre os mais experientes. 

Custos do impacto ambiental: o caso da SpaceX


Para lançar seus foguetes no Texas, a empresa SpaceX tem que adotar 75 ações para mitigar o impacto ambiental, antes de receber a licença. Entre estes itens estão:

- contratar um biólogo para investigar o efeito da iluminação nas tartarugas marinhas

- fazer limpezas trimestrais nas praias locais

- escrever um relatório sobre a guerra com o México

- ajudar a proteger as jaguatiricas

- fazer uma doação anual para um programa de pesca recreativa

- colocar um ônibus entre a cidade de Brownsville e o local do lançamento

Fonte: aqui, via aqui. Foto: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Serei produtivo hoje

19 agosto 2022

Supersônico, a preocupação ambiental e o ponto de equilíbrio

A Boom Supersonic anunciou o jato supersônico Overture, com uma grande preocupação ecológica. O jato parece com o antigo Concorde, mas há diferenças em termos de tecnologia e especificações. Talvez o avião comece a operar em 2029. 


[o jato] utiliza diferentes tipos de resíduos, tais como óleo de cozinha usado para gordura animal, para oferecer o mesmo desempenho que o combustível de avião convencional - apenas com uma (alegada) redução da pegada de carbono.


"O desempenho ambiental está sendo considerado em todos os aspectos do Overture, desde o projeto e produção até o vôo e a reciclagem em fim de vida útil", lê-se no site da Boom.
 

Sendo um jato supersônico, uma viagem entre Nova York e Londres, atualmente com uma duração de 7 horas, seria reduzida pela metade. 

Uma questão contábil: o ponto de equilíbrio. Com uma capacidade de somente 65 a 80 assentos, a redução da quantidade de horas de viagem poderá ser compensada em termos do aumento do preço. Mas o valor pode ser muito elevado. 

Na Wikipedia há uma afirmação que os custos operacionais poderão ser menores que um jato comum. O texto afirma que a tarifa entre Nova York e Londres seria de 5 mil dólares. Mas isto seria bem mais que uma tarifa normal. 

B3 quer exigir diversidade e outras coisas

Eis uma notícia sobre a B3:


A operadora da bolsa brasileira B3 disse hoje (17) que colocou em audiência pública um conjunto de regras sobre representatividade em empresas listadas, incluindo a previsão de que as companhias tenham que explicar ao mercado a falta de diversidade nos cargos mais altos.

Uma das regras prevê que as companhias listadas tenham ao menos uma mulher e um integrante “de comunidade minorizada” na diretoria ou conselho de administração, disse a B3 em comunicado à imprensa. Quem descumprir, porém, terá apenas que comunicar ao mercado os motivos.

A B3 considera comunidade minorizada pessoas pretas ou pardas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência. Serão utilizados critérios de autodeclaração.

Além disso, se uma mesma pessoa se enquadrar em ambos os critérios – uma mulher com deficiência, por exemplo -, a empresa também já estaria enquadrada na regra, segundo a B3.

Das mais de 400 empresas listadas, 60% não têm nenhuma mulher na diretoria estatutária, e 37% não possuem participação feminina no conselho, de acordo com a operadora da bolsa. A B3 afirmou não ter dados amplos sobre raça e etnia, mas um levantamento com 73 companhias mostrou que 79% delas responderam ter entre zero e 11% de pessoas negras em cargos de diretoria.

A audiência pública, onde podem ser sugeridas mudanças, vai até 16 de setembro e a previsão da B3 é que o texto comece a vigorar em 2023.

Além das normas para representatividade em conselho e diretoria, o conjunto de regras proposto ainda engloba a inclusão de indicadores sociais, de governança e ambientais nas remunerações variáveis (condicionadas ao desempenho) dos conselheiros das companhias listadas.

A série de regras vale para empresas listadas em todos os segmentos. Os prazos de implementação são distintos, com tempo de carência até 2026, por exemplo, para a norma de representatividade nas lideranças das companhias, sendo que em 2025 as empresas já precisariam comprovar a eleição de uma das posições.

As companhias que listarem ações na B3 após a vigência das novas normas também terão um tempo de adaptação às regras.

E a B3? Atende aos critérios? Vamos olhar o conselho de administração da empresa, que possui 11 pessoas, sendo duas mulheres. A diretoria estatutária possui 10 pessoas listas, duas mulheres. O conselho fiscal, com seis pessoas, quatro mulheres (mas o coordenador é um homem). O comitê de auditoria tem quatro pessoas, uma mulher. De governança também são quatro e duas mulheres. Produtos e precificação são nove pessoas, nenhuma mulher. Pessoas e remuneração, três e um. Risco e financeiro, seis e zero. Somando os cargos, são 53, sendo 12 mulheres. Ou 23%. 

Se a B3 quiser, podemos indicar nomes para que a empresa atenda a solicitação da bolsa. 

Foto: Alexander Grey

Consulta pública ISSB trouxe um problema: muito feedback


Do site do CFC:

O International Sustainability Standards Board (ISSB, na sigla em inglês) recebeu mais de 1.300 comentários referentes às suas duas minutas de exposição referentes às normas de divulgação de sustentabilidade propostas. A minuta de Divulgação de Informações Financeiras Relacionadas à Sustentabilidade (IFRS S1) obteve 700 apontamentos e a minuta de Divulgação Relacionada ao Clima (IFRS S2) recebeu aproximadamente 600 respostas.

Para que o padrão tenha legitimidade, os comentários devem ser analisados com cuidado. Mas será possível fazer isto sem atrasar muito o prazo? Creio que o ISSB deverá fazer uma opção: fazer uma triagem prévia pode ser uma opção, mas não é adequado. 

Foto: K8