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20 junho 2022

"Divulgação do impacto climático é senso comum"

 Passo a maioria dos dias defendendo ações que possam ser consideradas radicais. Mas hoje estou defendendo o bom senso. Em março, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA propôs uma nova regra que exigiria que empresas de capital aberto divulgassem seus riscos relacionados ao clima e emissões de gases de efeito estufa (GEE). Agora que o período para comentários públicos terminou, a SEC deve adotar a nova regra de divulgação na íntegra.

Conforme escrito, a regra proposta exigiria que as empresas divulgassem dados de emissões de GEE para suas próprias operações, bem como para os produtos que compram e vendem. Seria aplicável a todas as empresas negociadas publicamente nos Estados Unidos e, portanto, a US $ 82 trilhões valor da negociação que a SEC supervisiona a cada ano.

A regra pode parecer abrangente, mas é realmente apenas sobre informação. As empresas devem compartilhar com os investidores como as mudanças climáticas podem afetar seus retornos. As informações são o pão com manteiga dos reguladores financeiros, CEOs, investidores e mercados em geral. Cada negociação está conectada a um investidor que toma decisões com base nas melhores informações disponíveis. Não há nada radical em querer mais.

A ação da SEC chega na hora certa. As empresas tinham uma parcela rígida do US $ 145 bilhões em custos relacionados ao clima e ao clima incorridos nos EUA em 2021. Os riscos climáticos já são substanciais e pode-se esperar que cresçam. É por isso que um comitê bipartidário e pesado em negócios (que incluía o World Resources Institute) recomendou as novas regras de divulgação em um relatório de 2020 à Commodity Futures Trading Commission.

Como as mudanças climáticas afetam os negócios é exatamente o tipo de informação que os CEOs precisam para gerenciar riscos e aproveitar novas oportunidades. Investidores e governos em todo o mundo estão cada vez mais pressionando por maior transparência da informação. A Força-Tarefa apoiada pelo G20 sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD) emitiu suas recomendações em 2017, conquistando o apoio de mais de 3.000 empresas e 92 países ao redor do mundo desde então.

Além disso, do Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade espera-se novas regras relacionadas ao clima até o final do ano. A China é teste uma política de divulgação obrigatória. E a União Européia está elaborando sua Taxonomia de Finanças Sustentáveis, que vai além da divulgação de riscos climáticos, categorizando a atividade econômica de acordo com critérios claros de sustentabilidade. Todas essas iniciativas exigirão relatórios corporativos de emissões de GEE.

Para muitos líderes empresariais, não há nada de novo aqui. Empresas líderes como Apple, Best Buy, Coca-Cola, Cargill, Ford, Gap, Hilton e Starbucks já estão divulgando riscos relacionados ao clima, incluindo aqueles associados às suas cadeias de suprimentos. Longe da margem, essas empresas representam a América dominante. Até os gigantes do petróleo e gás Shell, TotalEnergies e Equinor ter um longo histórico de relatórios sobre emissões em suas cadeias de valor.

Os CEOs experientes já estão usando divulgações de risco relacionadas ao clima para identificar e buscar novas oportunidades de negócios. Como Presidente e CEO da General Electric, Lawrence Culp colocou em 2020, “Estamos particularmente conscientes dos desafios de engenharia ainda a serem resolvidos para tornar realidade a ambição de zero líquido. ... No entanto, acreditamos que esses desafios também são oportunidades estratégicas importantes para a GE. ” Os CEOs e investidores entendem cada vez mais que a economia do século XXI terá que ser verde, eficiente e resiliente. O fluxo de capital em investimentos com rótulo sustentável subiu para um recorde de US $ 649 bilhões em 2021.

Mas a disponibilidade e a qualidade dos dados permanecem muito desiguais. As empresas seguem abordagens extremamente divergentes para divulgar seus riscos climáticos. Alguns contam suas emissões de uma maneira, outros de outra maneira. Alguns não relatam as emissões do "escopo 3" associadas ao uso de seus produtos (um problema que a regra da SEC corrigiria). E alguns são completamente opacos, sem relatar ou gerenciar suas emissões. Como resultado, muitas empresas - e seus investidores - desconhecem os riscos e oportunidades climáticos que enfrentam. Em vez de clareza, temos confusão.

Se as empresas fossem obrigadas a aderir a um conjunto uniforme de divulgações, os investidores seriam muito mais capazes de discernir para onde o dinheiro deveria fluir. Depois que os investidores puderem ver as divulgações todos empresas, eles podem tomar melhores decisões para seus clientes, e as empresas estarão em condições equitativas, permitindo uma concorrência virtuosa.

A mudança global em direção à divulgação obrigatória está bem encaminhada. Ao agir agora, a SEC pode fornecer uma base muito mais forte para os mercados se manterem, e os EUA podem permanecer um tomador de regras global, em vez de se tornarem um tomador de regras. Todos os atores financeiros - empresas, investidores, governos e cidadãos com 401Ks - devem enfrentar os riscos das mudanças climáticas, algumas das quais já se materializaram. Exigir que as empresas divulguem esses riscos não é radical; é prudente. 

 Fonte: aqui

Melhores Universidades do Brasil

 


17 junho 2022

Fraudes Contábeis do Batman


André Charone Lopes produz um artigo onde comenta as fraudes contábeis do Batman (via blog do Alexandre Alcântara). A ideia é que o Batman tem seu diferencial como herói no seu treinamento e inteligência, além dos "equipamentos". O ponto do argumento é que Batman só consegue comprar estes equipamentos usando dinheiro da empresa Wayne Enterprises, um ativo de baixa liquidez.

Eis um trecho do texto:

É claro que suas ações garantem a Bruce Wayne dividendos e outras remunerações gordas o suficiente para viver de forma muito confortável. Entretanto, as suas atividades como vigilante mascarado consomem muito, muito dinheiro.

Os custos anuais para manter a Batcaverna, o Batmóvel, a Batwing e outras centenas de “batbugigangas” funcionando ultrapassariam em muito o que Bruce teria direito como acionista.

Nas Histórias em Quadrinhos, para solucionar esse problema, Bruce passou então a utilizar dinheiro da própria Wayne Enterprises para financiar as suas atividades como Batman, utilizando empresas de fachada para emitir notas frias e justificar a saída de recursos da companhia.

Em poucas palavras, o maior super-herói de todos os tempos montou uma rede gigante de fraude contábil para desviar dinheiro da sua própria empresa.

O público em geral pode até pensar que essa manobra contabilística não seria nada demais, afinal de contas, Bruce Wayne é sócio majoritário da Wayne Enterprises, então, supostamente, ele estaria “roubando” dele mesmo.

Porém é importante lembrar que, segundo o próprio Postulado Contábil da Entidade, o patrimônio da Pessoa Jurídica não se confunde com os patrimônios pessoais dos seus sócios.

Confesso que não li Batman, exceto a versão de Frank Miller, que remodelou o herói. Então não posso argumentar se realmente Batman emitiu notas frias para justificar a saída de recursos da empresa, como está no texto. Na versão de Frank Miller, pelo que eu estou lembrado, isto não aparece. Assim como não é dito se a Wayne é uma empresa de capital aberto ou não - aparentemente não, pois isto não é comentado. 

Para resolver a questão, recorri a Wikipedia, que possui um verbete sobre a Wayne Entreprises. Vou fazer um breve resumo do que eu encontrei no verbete a seguir. 

A Wayne foi fundada pelos ancestrais da família Wayne no século XVII como uma empresa comercial. A empresa tornou-se uma corporação no século XIX, com atuação diversificada e multinacional. Eis um trecho que julgo destacar: 

After Bruce Wayne returned from the past after a final battle with Darkseid, he revealed that he had been publicly funding Batman for years and founded Batman Inc to publicly fund Batman's allies throughout the world.  

Veja que existe mais de um período na vida do financiamento do Batman. Continua o texto: 

Following the end of the Joker War, Wayne Enterprises officially shut down Batman Inc. as a result of Bruce Wayne's choice to publicly fund Batman. Lucius Fox officially regained control of the Wayne fortune but warned Bruce that even if he did return his wealth to him, he would no longer be able to use the companies to fund his crusade as Batman as the board of directors would be monitoring the money. The board also set about attempting to remove Bruce Wayne from active participation within the company and simply pay him a large amount to fund his playboy lifestyle. Lucius Fox is attempting to fight the situation on Wayne's behalf and return his fortune to him with no legal results.

O Lucius Fox, da citação acima, é o gestor principal, na ausência de Bruce Wayne, da empresa. A presença do conselho de administração, monitorando a empresa, é um sinal de que o mesmo possui uma participação. O desejo do conselho de remover Bruce Wayne também mostra que há acionistas minoritários na empresa. 

O grande problema dos heróis é que os detalhes mudam muito com o tempo. Batman foi criado há décadas e o pano de fundo da história mudou com o passar do tempo. É possível perceber as incoerências no próprio verbete da Wikipedia. Os problemas são percebidos pelos fãs do personagem, mas não são relevantes para o leitor eventual. 

O texto sobre as fraudes contábeis chama a atenção para a questão da entidade. Retirar dinheiro da Wayne para fazer as despesas necessárias para combater o crime vai contra o princípio da entidade. Talvez seja incompreensível para Bruce Wayne o conceito, mas não para Lucius. Ou talvez Bruce Wayne saiba que alguns crimes precisam ser cometidos para combater um mal maior. Realmente não sei.

De qualquer forma, o texto é um exemplo didático para a questão da entidade. 

Foto: Jon Tyson

Rir é o melhor remédio

 

Tecnologia ultrapassada

16 junho 2022

Publicar ou não ter o título

A amostra é reduzida e centrada no Chipre. Mas o tema é polêmico e importante: faz sentido cobrar publicação para a titulação? Os respondentes parecem acreditar que sim. Eis o abstract:


Article publication as a requirement for graduation appears to be the most compelling challenge for doctoral candidates, especially for the non-English speaking ones. In order to contribute to this topic of growing interest, we aimed to investigate the key challenges to doctoral student research publication and develop an understanding of support they needed to ease the publication process. To this end, we conducted semi-structured interviews with 19 non-English speaking doctoral students in varied science and social science programs at an international university in north Cyprus. The findings revealed that the participants supported the “publish or no degree” policy as a condition for their graduation despite several challenges it created for them, such as lack of publication experience, weaknesses in the article composition, tough criteria of journals, and inadequate support from the instructors at the course phase. Peer-support community among the doctoral students lacked in the examined context and promoting it might yield positive results.

Emprego no Governo


Muitas vezes lemos um texto e concluímos: é isto que eu penso. Eis uma postagem de Bryan Caplan:

"Ações falam mais que palavras" é meu ditado favorito.

"Emprego no governo" é o meu tipo de emprego menos favorito.

Ah, sim, e sou funcionário do governo do estado da Virgínia (1). (Apesar de muita confusão Universidade George Mason é uma escola pública).

Esse trio de proposições parece terrivelmente estranho. Como posso detestar o emprego no governo enquanto o escolho por mim mesmo, insistindo em voz alta que "as ações falam mais alto que as palavras"?!

Simples: quando nomeio "emprego no governo" como meu tipo de emprego menos favorito, isso não significa que acho que o emprego no governo seja ruim para os próprios funcionários do governo. Pelo contrário, sustento que o emprego no governo geralmente é. fantástico para os próprios funcionários do governo.

Minha afirmação, ao contrário, é que o emprego no governo é tipicamente um negócio terrível para os contribuintes.

Como o emprego no governo é fantástico para os funcionários do governo? Deixe-me falar sobre este ponto:

1) O salário em dinheiro é geralmente um pouco maior do que o salário em dinheiro para trabalhadores comparáveis do setor privado (2).

2) A remuneração oficial total - salário mais benefícios contábeis - é geralmente marcadamente mais alto do que a remuneração total para trabalhadores comparáveis do setor privado (3).

3) A verdadeira remuneração total - salário mais benefícios contábeis (4) e benefícios não oficiais - é quase sempre muito superior a remuneração total verdadeira para trabalhadores comparáveis do setor privado. Mais notavelmente, os funcionários do governo têm alta segurança no emprego, geralmente à beira de uma segurança perfeita no emprego. Embora esse benefício não apareça em nenhuma demonstração contábil, vale a pena incluir na lista - especialmente durante recessões e para trabalhadores preguiçosos e complicados (5).

4) Mesmo em empregos bem definidos no governo - como zelador ou professor de matemática - você tem mais folga para fazer asneiras e estragar tudo, do que no setor privado.

5) Em empregos governamentais bem definidos - como regulador de nível médio ou professor de inglês - você tem uma folga quase ilimitada para se divertir e estragar tudo. Muitos dos meus alunos têm sido funcionários federais e vêem colegas de trabalho assistindo abertamente a Netflix durante todo o dia ao vivo. Meu Deus, um professor pode até mesmo blogar e chamar isso de trabalho! (6)

6) Se você se orgulha do que faz, você ainda pode fazer um bom trabalho. Mas você não precisa fazer nada.

Como, porém, o emprego do governo é um negócio terrível para os contribuintes? Por todas as mesmas razões que o emprego do governo é um grande negócio para os funcionários do governo. Os contribuintes normalmente pagam salários bem acima do mercado por um trabalho muito abaixo do padrão. Muitas vezes para produtos que nunca quiseram em primeiro lugar, porque a Receita Federal não aceita um "não" como resposta.

Resultado final: Uma vez entendidas minhas palavras, as minhas ações e as minhas palavras estão em harmonia.

Como economista, sei que o emprego do governo é uma praga para a economia.

Como funcionário do governo, eu sei que o emprego do governo é ótimo para mim.

Ainda assim, minha consciência não me incomoda? Não muito, porque:

1) Tenho imenso orgulho do meu trabalho, por isso, dou ensino e pesquisa de alta qualidade (7) mesmo que pudesse manter meu emprego e meu salário atual com um ensino mesquinho e pesquisa zero.

2) Eu sou um denunciante. Faço de tudo para que os contribuintes saibam que estão sendo enganados.

3) Se eu desistisse, os contribuintes não teriam seu dinheiro de volta. Em vez disso, minha remuneração seria quase certamente desperdiçada com outros funcionários do governo muito pior do que a minha.

As ações falam mais alto do que as palavras. Eu escolho o emprego do governo para mim mesmo porque o emprego do governo é ótimo para mim. Nada disso muda o fato de que o emprego no governo é terrível para os contribuintes.

Na verdade, o emprego governamental é terrível para a sociedade como um todo. Se fôssemos todos funcionários do governo, o que nossos salários inflacionados comprariam?

Foto: Gustavo Leighton (8)

(1) No meu caso, funcionário do governo federal, na UnB.

(2) Isto, obviamente, é válido para o Brasil.

(3) Também. Em algumas áreas do governo, o plano de saúde é tão bom, que compensaria um salário menor. 

(4) A aposentadoria do funcionário público também é diferenciada. Mas existem "outros" benefícios contábeis, como a licença capacitação - que muitas vezes é justificativa para não trabalhar.

(5) Não é preciso dizer que já conheci muitos preguiçosos e complicados. Quando do início da minha vida na Universidade, dos cinco professores existentes no curso de Contábeis, um deles foi demitido por justa causa e outro escolheu outro ir para outro curso, mais "flexível". 

(6) Eu considero minhas atividades nos blogs como trabalho.  

(7) Não sei se meu produto é de qualidade - acho que sim. Mas tento me esforçar bastante. E durante minha vida encontrei muitos funcionários públicos que trabalhavam (ou ainda trabalham) muito e com qualidade. 

(8) Vivendo em Brasília, a capital do funcionalismo público - embora não tenha o maior contingente, a fotografia escolhida foi algo que representasse minha cidade. 

Consumo conspícuo

 


Como resolver os problemas financeiro decorrente de uma vida desorganizada? As alternativas são várias, mas entender o que está ocorrendo com sua vida pessoal é importante. Dentre as recomendações, você poderia tentar entender o termo "consumo conspícuo". Vamos começar com a definição: 

Consumo conspícuos é o gasto realizado com o propósito de mostrar a riqueza ou nosso status.

É um conceito bem simples. Para o consumidor conspícuo, exibir para alguém ou para um grupo de pessoas passa a ser algo relevante. Você está mostrando que possui um status mais elevado por conta do consumo. É como se seu gasto permitisse um rótulo social. Geralmente desejamos ser rotulados de forma positiva pelo nosso grupo. O consumo pode ou não ser supérfluo, mas de uma maneira geral quando gastamos voltado para o desejo de mostrar nossa riqueza ou status, há uma grande chance de ser algo desnecessário na nossa vida. 

Este termo surgiu há mais de cem anos, com o sociólogo Thorstein Veblen. Para Veblen, uma nova classe social rica destinou uma grande parte de sua riqueza para manifestar seu status social e prestígio. Em termos comportamentais, o consumo conspícuo é próximo do efeito de demonstração ou efeito bandwagon.  Parte do consumo moderno pode ser explicado por este conceito. Comprar uma bolsa de marca, ter um carro potente, usar o último modelo de uma marca de celular e comprar a camisa famosa são exemplos de situações de consumo conspícuo. 

Alguns teóricos consideram que certas atitudes são próximas ao consumo conspícuo, como é o caso da compaixão conspícua. É a prática de doar uma quantia vultuosa de dinheiro para aumentar o prestígio do doador. Outra situação é construir uma casa enorme, desnecessária para a família. 

Um aspecto importante do consumo é a visibilidade. Não faz sentido ter três automóveis na garagem se ninguém sabe do fato. A doação vultuosa precisa ser acompanhada de uma divulgação do fato. A bolsa de marca deve ter bem visível que é uma bolsa de marca. 

O grande problema é que isto incentiva as pessoas sem condições de tomarem emprestado para tentar "competir" no consumo. Pedir dinheiro para o consumo parece ser algo irracional, mas é mais comum do que pensamos. 

Ter consciência do conceito e suas implicações pode ser um primeiro passo para evitar sua ex-provável compra de um produto conspícuo. 

Para ler mais: O verbete da Wikipedia em língua inglesa é bastante amplo e apresenta alguns aspectos que explorei neste texto. A ideia do texto surgiu de um artigo de Merle ven den Akker, que explora o tema sendo uma holandesa, na Austrália. Ela destaca o aspecto cultural do assunto. 

15 junho 2022

Links


 A poluição do ar afeta do desempenho escolar - a pesquisa relacionou dados de satélite de poluição e desempenho nas escolas dos Estados Unidos

Julgamento Deep e Amber - um artigo da Forbes sobre a circo. A parte final: "a ponto de Depp ter contratado um engenheiro de som para fornecer suas falas através de um fone de ouvido, para que ele não tivesse que se preocupar em memorizá-las, enquanto recebia milhões de dólares"

Os países que estão queimando seus recursos? - o pior deles é o Catar (veremos isto na Copa?)

Fasb adicionou ativos digitais na sua agenda

Portugal pode taxar os lucros extraordinários

Reconhecimento de firma pode ser digital - pelos cartórios. 

Qual o controle que você tem sobre sua felicidade ? (não é tanto assim)

Custo e Análise de Sensibilidade em Vacinas

Eis uma aplicação de análise de sensibilidade, combinada com análise de custos. Eis o resumo:

We analyze the financial performance of a hypothetical portfolio of 120 mRNA vaccine candidates in the preclinical stage targeting 11 emerging infectious diseases. We calibrate the simulation parameters with input from domain experts in mRNA technology and an extensive literature review. We find that the portfolio generates an average annualized return on investment of –6.0% per annum and a net present value of –$9.5 billion, despite the scientific advantages of mRNA technology and the financial benefits of diversification. Clinical trial costs account for 94% of the total investment, with manufacturing costs accounting for only 6%. Sensitivity analysis reveals that the most important factor determining financial performance is the price per dose, while the increased probability of success due to mRNA technology, adjusting the size of the portfolio, and the possibility of conducting human challenge trials do not significantly improve financial performance. These results underscore that if the goal is to create a sustainable business model and robust global vaccine ecosystem, continued collaboration between government agencies and the private sector is likely to be necessary.

Abaixo, os parâmetros de custos usados pelos autores:

E agora, alguns dos resultados da simulação de Monte Carlo:

Contador para os (super) Ricos

Eis dois depoimentos sobre o trabalho de um contador para as pessoas ricas. O primeiro:

Assistir ao boletim meteorológico de várias cidades com estações de esqui. Se cair muita neve em algum lugar, em alguns momentos um grupo de cerca de uma dúzia de pessoas se encontrará no jato particular e irá esquiar por alguns dias. Durante a viagem, eles poderão tomar um avião para ver um evento esportivo próximo. Depois voltam ao trabalho como se nada de especial tivesse acontecido. Alguns dias depois, o contador designado na viagem enviará uma planilha para todos, com sua parte da conta da viagem. Esta conta também pode incluir as perdas dos jogos de pôquer que ocorreram no jato durante os vôos.

Agora o segundo depoimento:

Muitos têm sua própria empresa privada de gestão financeira que criaram apenas para administrar as finanças pessoais de sua família. Eu trabalhei para tal empresa para uma família que ganhou sua riqueza de uma conhecida empresa global.

Sua empresa financeira privada tinha cerca de 12 funcionários em tempo integral, incluindo gerentes de carteira e pesquisadores de investimento, CPA, pessoal de contabilidade, entrada de dados, etc. Além da gestão de carteira, fizemos a folha de pagamento para o pessoal doméstico de todas as suas casas e pagamos todas as contas domésticas, cartão de crédito e outras contas pessoais para eles. Eles também tinham um punhado de comerciantes designados a eles que trabalhavam no andar da Bolsa de Valores de NY.

Existe também um banco privado para essas famílias. Eu depositava cheques que chegavam nas contas da família todos os dias. Isto era antes que a maioria dos bancos tivesse se tornado [a operação] eletrônica. Eu ia ao banco deles, mas havia uma entrada especial em uma sala privada isolada. Eles sempre tinham 3 caixas apenas nesta área e ninguém estava na fila. Eu podia tratar de tudo rapidamente sem me misturar com nenhum plebeu.

Um dos irmãos decidiu que queria passar um ano de férias no sul da França. Ele mencionou isso a um amigo. O amigo disse que você deve ir para Mônaco. Uma pequena história é que o irmão e sua esposa ficaram no palácio real de Mônaco por uma semana e se misturaram com o príncipe Rainier. Quando eles voltaram, a esposa me mostrou fotos de suas férias que incluíam os filhos e netos do príncipe Rainier nadando na piscina do palácio, enquanto desfrutavam de seus novos amigos americanos.

Rir é o melhor remédio

 

Artigo rejeitado

14 junho 2022

Prêmio da graduação e da pós

Afinal, fazer uma graduação e/ou uma pós-graduação faz sentido? Eis uma revisão da pesquisa na área:

This paper reviews and evaluates progress in recent research on the graduate premium in general as well as the differential graduate premiums by discipline, accounting for higher-education choice by individuals under substantial uncertainty. The contribution of this review, relative to previous reviews, is the collection of a wider variety of evidence that all bears on a relatively narrow issue, namely the graduate and discipline premiums, allowing for selection into undergraduate degree and degree subjects which include the option value of undertaking postgraduate degrees. The issue of subject-job match quality after graduation is only treated as a sensitivity check to the main results, due to concerns with self-selection. We emphasize that the sizes of the graduate and discipline premiums are context-specific, especially regarding how HE is structured and financed in a country, without going into details. Much higher weight is placed on the most up-to-date research that sheds light on the causal effects of higher-education and subject choice, and the conclusions are heavily driven by the best evidence rather than by consensus built around correlations. This paper ends with a short summary of the empirical evidence and a brief discussion of possible areas for future research.

Duas notícias do CFC

 Na quinta passada o CFC aprovou o CBPS. Eis um trecho do comunicado 

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou nesta quinta-feira, 9 de junho, resolução criando o Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), que terá por função o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre divulgação das práticas de sustentabilidade (ambiental, social e de governança – ASG), preparando pronunciamentos técnicos para serem adotados pelos reguladores no Brasil. O novo comitê vai interagir com o International Sustainability Standards Board (ISSB), cuja criação foi anunciada pela Fundação IFRS na Conferência das Partes da ONU, a COP26, em Glasgow, no Reino Unido, em novembro de 2021. Outro trecho interessante do comunicado é: A criação do CBPS tem o apoio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Superintendência de Seguros Privados (Susep), do Banco Central do Brasil (BCB) e da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

OComitê será composto por dois representantes das entidades fundadoras do CPC: Abrasca, Apimec Brasil, B3, CFC, Ibracon e Fipecafi, e ainda deverá receber indicações de entidades representativas de investidores do mercado de capitais. O CBPS terá 14 membros e quatro coordenadorias, nos moldes consolidados pelo CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis – há quase 20 anos.

Como já existem dois temas colocados em audiência pública pelo ISSB – um que estabelece os requisitos gerais de divulgação relacionados à sustentabilidade e o outro que especifica os requisitos de divulgação relacionadas ao clima –, a Fundação de Apoio ao CPC (FACPC) criou um Grupo de Trabalho que está ultimando as sugestões a serem encaminhadas até 29 de julho de 2022 para o ISSB.

Parece razoável que o CFC tenha trilhado o caminho que a Fundação IFRS fez no ano passado.

O segundo é sobre a formação de uma frente parlamentar (Grifo nosso):

A Vice-Presidência de Política Institucional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) está trabalhando para a criação da Frente Parlamentar Mista da Contabilidade Brasileira. O objetivo do projeto é reunir deputados federais e senadores com a finalidade de acompanhar e de apoiar a atuação dos profissionais da contabilidade em todo o país. Para isso, a autarquia entrou em contato com deputados e senadores de diversas siglas partidárias em busca de assinaturas. Ao todo, o CFC precisa do apoio de 200 parlamentares. Até o momento, há o registro de 115 nomes.

Caso obtenha sucesso em sua meta, o CFC pretende elaborar projetos legislativos, promover audiências públicas e debates no Congresso Nacional sobre temas de interesse da classe, da sociedade e do Brasil.

Confesso que não entendi a razão desta Frente Parlamentar. Afinal, o motivo - em negrito - não é função do próprio Conselho? Não seria um movimento perigoso, em um momento de tanta polarização política? Eis o mapa da adesão:



Rir é o melhor remédio


 Mais tempo entre sexta e segunda

13 junho 2022

Definição de contabilidade - de 1823

 

Este é o verbete de contabilidade, do Dicionario da Lingua Portugueza Recopilado, de Antonio de Moraes e Silva. O interessante é que na primeira página o autor se diz natural do Rio de Janeiro, mas oferece a obra para D. João VI, Rei de Portugal, Brazil e Algarve. O ano é 1823 e o Brasil já tinha proclamado a sua independência. 

Salários aumentaram em finanças, mas não significa melhores empregados

A amostra é do setor financeiro da Suécia, mas há um aspecto curioso nas conclusões do artigo. Em primeiro lugar, os autores  mostram que ao longo do tempo o salário no setor tem aumentado. Isto poderia ser explicado pela melhoria da qualidade dos trabalhadores: melhores funcionários, maiores salários. Mas a pesquisa mostrou que isto não é verdadeiro. Eis o resumo:

Financial sector wages have increased extraordinarily over the last decades. We address two potential explanations for this increase: (1) rising demand for talent and (2) firms sharing rents with their employees. Matching administrative data of Swedish workers, which include unique measures of individual talent, with financial information on their employers, we find no evidence that talent in finance improved, neither on average nor at the top. The increase in relative finance wages is present across talent and education levels, which together can explain at most 20% of it. In contrast, rising financial sector profits that are shared with employees account for up to half of the relative wage increase. The limited labor supply response may partly be explained by the importance of early-career entry and social connections in finance. Our findings alleviate concerns about “brain drain” into finance but suggest that finance workers have captured rising rents over time.

A Suécia tem testes de inteligência para todos que servem nas forças armadas. Cruzando os dados dos testes com o fato da pessoa ir trabalhar no setor financeiro, os autores obtiveram a seguinte série histórica:
Ou seja, não há uma grande diferença no tempo. 

Rir é o melhor remédio

 

A utilidade do Excel

12 junho 2022

Ainda a novela Carillion

Fundada em 1999 e com um crescimento substancial nos anos seguintes, graças as aquisições realizadas, a Carrillion foi liquidada em 2018. A empresa talvez detenha o título de maior liquidação comercial do Reino Unido. Na época da queda era a segunda maior empresa de construção local, com presença na bolsa de valores, mais de 40 mil funcionários e vários contratos com o governo.

Os sinais que a empresa tinha problemas sérios começaram a surgir em 2015, quando o passivo da empresa estava um pouco acima de 2 bilhões de libras esterlinas, conforme registrado no balanço. A realidade, em 2018, mostrava um passivo de 7 bilhões.

Um dos motivos para o fracasso da empresa, cujo nome foi inspirado no instrumento musical, foi aceitar projetos que não eram lucrativos, onde o valor obtido era inferior ao custo da mão de obra. Mas não faltou o uso de instrumentos questionáveis, com o factoring reverso.

E para uma empresa que cresceu usando aquisições, algumas delas eram questionáveis e a expectativa de resultado não foi obtida. E neste ambiente a contabilidade da empresa prestou o serviço de divulgar um quadro incompleto do que estava ocorrendo na Carillion. Uma das aquisições, da Eaga, teve um ágio de 329 milhões de libras; mesmo diante das evidências que o ágio era irreal, os gestores da empresa, com apoio da auditoria, mantiveram o ativo, não reconhecendo a despesa de impairment. Afinal, se o reconhecimento da decisão ruim de adquirir a Eaga aparecesse, parte da remuneração dos gestores estaria comprometida.

No caso da Carillion é possível ver claramente que os profissionais contábeis da empresa não apresentaram uma conduta adequada. Mas há questionamentos também para os auditores. Após o fracasso da empresa, um deputado chegou a dizer para Peter Meehan (foto), da KPMG e responsável pela auditoria: "Eu não contrataria você para fazer uma auditoria do conteúdo da minha geladeira".

O trabalho da Big Four foi tão ruim que a empresa deve receber uma das maiores multas de todos os tempos da entidade responsável pela fiscalização da auditoria no Reino Unido. A multa deveria ser de 20 milhões de libras. Em reais, 122 milhões no câmbio de hoje. Mas a KPMG deve levar uma multa de 14,4 milhões, um valor menor devido à cooperação e admissão de culpa. O valor da multa, que corresponde a 10 vezes o valor obtido pela auditoria de 2016, mas menos de 1% da receita da empresa.

Os auditores já foram condenados por má conduta na criação de documentos falsos. O contador da KPMG, o mesmo Peter Meehan que não deve sequer auditar uma geladeira, deve ser multado em 400 mil libras ou 2,5 milhões de reais, além de uma proibição de não trabalhar na área por um período de 15 anos. Mas está lutando para reduzir a multa para 250 mil e somente 10 anos de suspensão. Outros profissionais da equipe também devem pagar multa.

Mas é importante notar que os problemas da KPMG podem extrapolar a penalidade do regulador. Há uma ação judicial de terceirizados contra a auditoria no valor de 1,3 bilhão; a empresa pode ser processada pelo governo no valor dos dividendos e remuneração pagos pela Carillion.

Fonte: informações da internet e Accounting web

11 junho 2022

Revisões de tudo

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