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17 fevereiro 2022

ESMA propõe uma nova categoria de risco: climático

 


A autoridade europeia do mercado de capitais, ESMA, está propondo que o risco climático seja uma nova categoria de risco, ao lado dos já existentes (liquidez, mercado, crédito, contágio e operacional), sendo identificado três grupos: mudança no sentimento do mercado, lavagem verde e riscos relacionados com o clima. 

Regulators and supervisors have started to incorporate environmental risks, especially those stemming from climate change, and their potential implications for the financial system into their work. The objective of this article is twofold: first, to depict how environmental risks can be expected to impact EU securities markets and their participants; and second, to lay out ESMA’s approach to integrating environmental risks in the risk assessment and monitoring framework. In light of ESMA’s financial stability, investor protection and orderly market objectives, and given the unique nature of climate risks and the challenges they entail for risk monitoring purposes, we propose to integrate climate risk as a new risk category alongside the existing liquidity, market, credit, contagion and operational risk categories. This risk category is intended to capture physical and transition risk drivers and their mitigants, in addition to the potential risks associated with green finance. As part of this framework, at the current juncture we identify three core risks to ESMA’s objectives stemming from climate change: abrupt changes in market sentiment, greenwashing and weather-related hazards.

Tempo com higiene no trabalho remoto


A tabela foi elaborada com base nos dados apresentados aqui. Com a pandemia e o trabalho remoto, gastamos menos tempo com hábitos de higiene. Isto inclui tomar banho e outros hábitos. 

Desinformação, falsa memória e tecnologia


Uma entrevista com Daniel Schacter sobre a questão da desinformação nos dias atuais. Trechos:

Mais recentemente, também fizemos uma pesquisa que discute como o ato de fotografar afeta a memória. Ao tirar fotos de um evento, é possível que você fique com lembranças mais vagas sobre aquela ocasião – uma das explicações plausíveis é de que o fotógrafo presta atenção em aspectos como luminosidade e ângulos, e menos no evento em si. Por outro lado, há indícios de que fotografar também pode impulsionar sua memória sobre algum evento, caso a imagem capture algo importante sobre o momento.

A tecnologia está danificando nossa memória?

Esse trabalho sobre fotografias sugere que a tecnologia pode trazer efeitos negativos e positivos, mas ainda são indícios. Outro exemplo que trago no livro é sobre o GPS. Há evidências de que, ao usar o GPS para uma rota, o usuário terá menos memória sobre aquele trajeto, já que ele não estaria pensando ativamente em como se locomover daquele lugar para outro. Porém, ainda não se sabe os efeitos do uso recorrente dessa tecnologia, ou seja, como o GPS afetaria de forma generalizada a habilidade de relembrar caminhos. Antes de termos preocupações exageradas, precisamos lembrar que a tecnologia pode ser útil para a nossa memória, como as agendas digitais que nos notificam sobre compromissos, por exemplo.

Foto Mohanan

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Nova Zelândia está usando música para dispersar manifestantes (inclui Macarena, Barry Manilow, mas não sertanejo universitário)

Árbitro português recebeu 2 milhões de euros por serviços prestados a um time de futebol

Amor não é ... propaganda Women's Aid

Dick Van Dyke canta e dança com sua esposa

16 fevereiro 2022

Segundo o FSB, criptomoeda pode ser uma ameaça

O Financial Stability Board, que coordena, em nível internacional, as autoridades financeiras de 24 países e jurisdições, além de instituições divulgou um comunicado afirmando que os mercados de ativos criptográficos representam uma ameaça à estabilidade financeira global em razão da sua escala, das vulnerabilidades estruturais e sua conexão com o sistema financeiro tradicional.

O relatório, divulgado hoje, trata de problemas como riscos operacionais e de crédito; aumento do uso de alavancagem em investimento; o risco de concentração das plataformas de negociação; e a opacidade e falta de supervisão regulatória do setor.

O comunicado pode ser encontrado aqui

Composição do ASAF

O Accounting Standards Advisory Forum (ASAF) é um canal de comunicação entre a Fundação IFRS e o Iasb e a comunidade em geral. Para o período de 2022 a 2024 este fórum será composto da seguinte forma: 

África = Pan African Federation of Accountants (PAFA) 

Américas = Group of Latin American Standard Setters (GLASS), Canadian Accounting Standards Board (AcSB) e United States Financial Accounting Standards Board (FASB) 

Ásia/Oceania = Accounting Standards Board of Japan (ASBJ), Accounting Regulatory Department, PRC Ministry of Finance (China) Korea Accounting Standards Board (KASB), Asia Oceania Standard Setters Group (AOSSG) 

Europa = Autorité des normes comptables (ANC) UK Endorsement Board, Accounting Standards Committee of Germany e European Financial Reporting Advisory Group (EFRAG)

Guerra ao dinheiro


O banco espanhol BBVA, com forte presença no México, está em guerra contra o dinheiro:

Há pouco mais de uma semana, clientes do BBVA México, o maior banco do México por base de clientes, relataram nas mídias sociais que o banco havia começado a cobrá-los pelo uso de seus cartões de débito para retirar dinheiro dos caixas eletrônicos do banco. (...)

Mas é o princípio que mais importa aqui: os clientes bancários estão sendo obrigados a pagar uma taxa para acessar seu próprio dinheiro. E a solução promovida pelo banco que permitirá que os clientes evitem pagar essa taxa é fazer login no aplicativo bancário do BBVA e encomendar o dinheiro antes de visitar um caixa eletrônico. O aplicativo gera um código para a operação solicitada pelo cliente. Então ele ou ela vai ao caixa eletrônico, insere o código e sai o dinheiro.

O BBVA chama esse serviço de "Mobile Cash" e oferece aos clientes um meio de sacar dinheiro sem precisar usar a carteira; eles apenas usam seu telefone. O problema para o banco é que muitos de seus clientes no México parecem preferir continuar usando seu cartão de débito. Então o banco decidiu dar-lhes um empurrãozinho, cobrando-os por fazer as coisas da maneira antiga.(...)

Em 2019, o diretor administrativo e vice-presidente do BBVA México, Eduardo Osuna, disse uma das metas de longo prazo do banco era eliminar completamente o dinheiro. "Setenta e quatro da população [do México] são informais e esta é uma grande oportunidade para lhes emprestar dinheiro" Osuna disse durante uma reunião de executivos-chefes em 2019. "Devemos combater o uso de dinheiro" .

Uma das vantagens, segundo o Banco, seria relação entre corrupção e uso do dinheiro (cita um estudo, mas existe mesmo esta correlação?). O texto replica:

É sempre interessante ouvir executivos seniores do banco reclamarem de como o dinheiro está facilitando a evasão e a evasão fiscais, especialmente quando o banco em que trabalham está entre os 36 grandes credores europeus acusados pelo observatório fiscal da UE em Paris usando paraísos fiscais extensivamente para reduzir sua conta de impostos.(...)

Esse é um dos aspectos mais sombrios da guerra em andamento do setor financeiro por dinheiro. Ele está sendo travado sob a bandeira da "inclusão financeira", apesar do fato de que uma economia sem dinheiro seria tudo menos inclusiva. Aqueles que mais se beneficiam de uma economia sem dinheiro são as gerações mais jovens nas classes mais fechadas, que são amplamente alfabetizadas em computadores e já usam métodos de pagamento digital para a maioria, se não todas, de suas transações. A vida se tornará um pouco mais fácil para eles.

Por outro lado, aqueles mais dependentes do dinheiro - os pobres e os idosos - de repente acharão a vida muito mais difícil. Isso já está acontecendo na Espanha, onde estão os idosos, para quem é dinheiro ainda o uso preferido do pagamento, tem que viajar cada vez mais longe para continuar recebendo dinheiro. Quanto mais velho você fica, mais difícil é viajar, especialmente se você não pode mais dirigir um carro.

Foto: Majnun

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O petróleo com preço acima de 90 dólares o barril

O efeito do gol fora de casa valendo o dobro ajuda a equilibrar os jogos de futebol

Você provavelmente não terminará de ler esta história (imagem) - sobre a economia da atenção (ou da desatenção) (imagem)

Comparando o meio de transporte com menor custo carbono

Rir é o melhor remédio

 

Nunca pergunte ao auditor

15 fevereiro 2022

Uber e o resultado

Sobre o desempenho do Uber, que desde 2014 entregou um prejuízo líquido acumulado e corrigido de 31 bilhões de dólares:

The public narrative about ridesharing is that it used innovative technology and powerful network economies to offer consumers much higher service coverage at much lower fares, and that its high corporate valuation was justified by its unicorn-like growth rate and its potential for many more years of robust growth. None of this narrative was ever true, and this marketplace data helps demonstrate that it no longer offers consumers the things that made it popular and has little potential for future growth. But despite this data and $31 billion in losses over twelve years (Uber) and $7.6 billion in losses in the last five years (Lyft) have stopped the business press from continuing to endorse the old narratives. And both companies carefully avoid releasing the operating and revenue data that would make it easier for investors and reporters to question the validity of those narratives.

A tabela principal do artigo está a seguir:

Não sei se concordo com a análise. Parece que a estratégia da empresa é mais próxima da Amazon (e da Netflix) que primeiro dominou o mercado, com um rápido crescimento. E depois aumentou seus preços. 

Impotência Estratégica


É um truque que todo político (gestor público, também) deve saber. Não é desculpa, mas sim impotência estratégica. O argumento é que não é possível fazer nada e o objetivo é ganhar uma vantagem ou consolidar uma posição. Isto é bastante usado:

- Defesas legais. Reivindicar uma falta de responsabilidade é um apelo comum de inocência ou mitigação. Um dos usos mais famosos disso foi o de Ernest Saunders que, tendo sido preso por abuso de informação privilegiada, foi libertado mais cedo da prisão depois de sofrer demência apenas para fazer uma recuperação milagrosa. 
- Sites corporativos. Tornar difícil para os clientes cancelar suas assinaturas por ter um design ruim, mas é uma maneira de manter a renda. 

Há outros exemplos. Mas isto funciona na contabilidade:

A alegação de que não podemos fazer algo é usada para esconder o fato de que optamos por não fazê-lo. 

Em muitos casos, a "contabilidade" é a responsável pela impotência estratégica: a empresa não pode fazer nada, pois isto contraria as normas contábeis. Ou não está nas normas de forma expressa. 

Rir é o melhor remédio

 

Imposto de renda: você poderia ...

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A ciência e o mistério do amor

Sonho de habitação verde de Brad Pitt para os sobreviventes do furacão Katrina - O ator bancou um projeto de moradia que foi mal planejado. O problema é que os habitantes pagaram pela habitação, que possui problemas estruturais

Índice de democracia 

Há crise de replicação na matemática? - "não temos provas"

Cientista que acusou a indústria de suplementos de fraude é acusado de plágio

14 fevereiro 2022

Maior Furto da História

O ex-banqueiro Roger Ng está sendo julgado em Nova Iorque por ser cúmplice do que pode ser a maior pilhagem da história. Ng participou do desvio do fundo estatal malaio 1MDB, no valor de 4 bilhões de dólares. Parece que Ng fez a ponte entre Jho Low, o grande responsável pelo desvio, e o Goldman Sachs. Juntamente com Low e Tim Leissner, que já se declarou culpado, pagaram 1 bilhão em suborno para funcionários da Malásia, com objetivo de ter a responsabilidade de gerir 6,5 bilhões do fundo soberano do governo asiático.

O dinheiro foi gasto em festas, iates e até financiamento de um filme, ironicamente The Wolf of Wall Street. A defesa irá dizer que Ng não foi uma figura importante na trama e que não estava ciente do desvio. O vigarista seria Leissner.

A subsidiária malaia do Goldman já se declarou culpada e a matriz fez um acordo, incluindo a retenção de dinheiro de ex-executivos.

Fonte: DealBook, NYT

História da Contabilidade: "Novo" sistema

 

Em 24 de outubro de 1940, na sua edição de número 224, o Diário de Notícias do Rio Grande do Sul anunciava, o novo sistema de contabilidade. Eis um trecho da notícia (com grafia da época):

Foi, ontem, inaugurado no Tezouro do Estado o novo sistema de contabilidade, denominado "regime de competência", na Diretoria da Contabilidade, da qual é diretor o sr. Alipio Kempf. (...) Depois falou o dr. Oscar Fontoura que esplicou detalhadamente o novo sistema de contabilidade adotado no Tezouro, que trará grandes vantagens para o serviço público. (...) Na foto: o secretario da Fazenda expõe ao interventor o novo metodo

Esta notícia foi publicado um pouco depois de um conferência de contabilidade pública no Rio de Janeiro, onde estiveram, provavelmente, alguns secretários de fazenda dos estados. Cerca de 30 anos antes, os governos adotaram, no Brasil, as partidas dobradas. 

História da Contabilidade: uso do termo Azienda


Do Vida Doméstica, ano 1952, edição 416, a coluna de Sebastião Valença, "Nos Domínios do Idioma":

Em trabalhos de Contabilidade, quase sempre, entre nós, pessimamente escritos, além de frequentemente não passarem de cópia de mestres italianos, vemos o emprego abusivo do termo "azienda", ao lado do derivativo "aziendal". Ora, "azienda" é palavra italiana e deve traduzir-se com inteira propriedade pela palavra portuguesa "administração". "Organismo aziendal" não é mais bonito do que o nosso "organismo administrativo", assim como "a vida aziendal" é bem mais inexpressiva do que "a vida administrativa". Sejamos razoáveis: o expressionismo vernáculo está muito acima desses europeis, que só se ouvem na boca de certas culturas embebidas de palavriado exótico quando se dão a revelar "altos" conhecimentos técnicos, nem sempre bem assimilados, em linguagem que os arrasaria em modesta prova de escriturário, sob as vistas do D.A.S.P.

DASP corresponde a entidade que cuidava dos recursos humanos no governo federal até os anos 80 do século passado. 

Olhando o blog, entre mais de 26 mil postagens, nós nunca usamos este termo. Esta é a primeira vez. 

Rir é o melhor remédio

 

Antes do encontro com seu orientador ...

12 fevereiro 2022

Fraude e Inteligência Artificial


Um trecho do blog de Tracey Conen, sobre o uso de Inteligência Artificial (AI) no combate de fraude. 

Algumas das coisas que o software que usa a AI para detectar fraudes pode identificar como problemas incluem:

= > número incomumente alto de transações um pouco abaixo do nível de autorização para um supervisor

= > alto número de desembolsos físicos

= > transações que ocorrem com frequência com valores redondos

= > padrões incomuns para perdas ou ajustes

= > evidência de pagamento de faturas duplicadas

= > pagamentos parciais por parte de clientes

= > identificação de endereços suspeitos ao comparar dados de funcionários, clientes e fornecedores

= > faturamento de fornecedores além dos valores orçados devido à codificação inadequada de pagamento

= > preço do fornecedor aumenta a uma taxa que excede os valores semelhantes de outros fornecedores

=> alterar os padrões de compra (...)

Existem três vantagens principais no uso de software com IA:

A capacidade de examinar grandes conjuntos de dados em um curto período de tempo

A capacidade de monitorar transações em tempo real

O aprendizado de máquina significa que o software aprende a reconhecer padrões e atividades suspeitas para detectar melhor a fraude no futuro

Acrescento que a IA por si só não garante a inexistência de fraude. A possibilidade de usar a IA é real quando você tem uma grande massa de dados para o aprendizado; em muitas empresas, isto não é possível e o software só irá "aprender" depois que a fraude for uma realidade. 

Rir é o melhor remédio

quando você diz que quer comprar algo no telefone