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10 julho 2021

Interferência no PCAOB


O PCAOB (Public Company Accounting Oversight Board) foi criado com a lei Sarbox para supervisionar o trabalho dos auditores nos Estados Unidos. Desde sua criação, o PCAOB teve três "escândalos". 

O primeiro ocorreu logo após a criação, quando o governo, através da SEC, nomeou William Webster para ser o primeiro Chairman. Como advogado, Webster tinha trabalhado para o FBI e a CIA. Mas sua nomeação causou constrangimento, seja pelo critério de escolha. Sua aprovação na SEC foi apertada, por 3 votos a 2, mas logo após surgiu a notícia que Webster tinha trabalhado em um comitê de auditoria de uma empresa que estava sendo investigada por irregularidades contábeis. Webster terminou renunciando.

O segundo problema ocorreu quando alguns funcionários da entidade foram contratados por uma empresa de auditoria. A questão é que os funcionários levaram informações sobre a fiscalização que a auditoria seria submetida. As informações poderiam ajudar a auditoria a "melhorar" a qualidade do trabalho que seria investigado pela PCAOB. O resultado foi a condenação desses funcionários. Como resultado do problema, a SEC optou por renovar todo PCAOB, nomeando William Duhnke III em janeiro de 2018. 

A questão é que Duhnke tinha sido funcionário de um político republicano. 

O terceiro escândalo ocorreu agora, no mês de junho de 2021. A SEC informou no início daquele mês que estava removendo Duhnke e que iria também remover os outros membros do conselho. A mudança pode ser vista como uma politização do PCAOB. O novo presidente da SEC, Gary Gensler, que assumiu o cargo em abril, entendeu que o PCAOB deveria ter uma postura mais rigorosa em assuntos como a auditoria de empresas chinesas. A pressão partiu dos senadores Elizabeth Warren e Bernie Sanders. 

Ex-presidente do Benfica é preso


Um escândalo envolvendo o "quase" eterno presidente do Benfica, o empresário Luis Felipe Vieira. Vieira foi presidente do clube português por 17 anos, entre 2003 a 9 de julho de 2021. Na presidência do clube, Vieira foi eleito e reeleito por vários mandatos. Mas renunciou diante uma série de investigações sobre operações "estranhas", algumas delas envolvendo o clube de futebol.

Juntamente com Vieira, estão sendo investigados um empresário conhecido como "rei dos frangos", um advogado e o filho de Vieira. 

As acusações incluem "abuso de confiança, burla qualificaca, falsificação, fraude fiscal e branqueamento". Do Benfica, Vieira pode ter desviado 2,5 milhões de euros. 

Uma das formas de desvio era o aumento na comissão de venda de jogadores, onde parte do dinheiro era repassada para Vieira. Já o dinheiro desviado seria para pagar dívidas de Vieira. Além disto, Vieira pagou um ex-desembargador com vantagens, incluindo ingressos para jogos do Benfica; o juiz foi demitido em uma operação policial. 

As ações do clube caíram quase 4% na bolsa.

Inteligência Artificial e a arte de analisar


Quem é melhor: a máquina ou o homem? Parece que há uma terceira resposta

An AI analyst we build to digest corporate financial information, qualitative disclosure and macroeconomic indicators is able to beat the majority of human analysts in stock price forecasts and generate excess returns compared to following human analyst. In the contest of “man vs machine,” the relative advantage of the AI Analyst is stronger when the firm is complex, and when information is high-dimensional, transparent and voluminous. Human analysts remain competitive when critical information requires institutional knowledge (such as the nature of intangible assets). The edge of the AI over human analysts declines over time when analysts gain access to alternative data and to in-house AI resources. Combining AI’s computational power and the human art of understanding soft information produces the highest potential in generating accurate forecasts. Our paper portraits a future of “machine plus human” (instead of human displacement) in high-skill professions.

Foto: Andrea de Santis

Quem fica rico?


Lendo sobre Masterclass, um site com aula dada pelos melhores do mundo, eis um ponto interessante:

Ultimamente tenho pensado como os garimpeiros da Corrida do Ouro na Califórnia raramente ficaram ricos. Em 1849, quem se saiu bem foram aqueles que forneceram aos garimpeiros pás, tendas e jeans - eles mantiveram o sonho vivo. Samuel Brannan, que vendia pás e outros bens, foi considerado o primeiro milionário da Califórnia. Levi Strauss, que co-inventou o jeans, morreu com uma fortuna de US$6 milhões, no valor de US$175 milhões hoje. Não há nada de errado, é claro, em fornecer às pessoas o que elas precisam para realizar seus sonhos, mas parece que durante essa época de crescente riqueza e desigualdade social, os jeans e as pás tornaram-se amplamente simbólicos, e a prospecção que eles facilitam, o infinito garimpando algo, qualquer coisa, cada vez mais intangível. 

Foto: Serra Pelada

Rir é o melhor remédio

 

Mania de perfeição

09 julho 2021

Ritual da Capitalização

Blair, em Ritual da Capitalização, apresenta algumas ideias relevantes para uma reflexão sobre a mensuração contábil. Quanto mais eu leio sobre este assunto, mais estou convencido que conceitos de valor justo ou valor de mercado são adotados de forma simplista na contabilidade. 

Eis alguns trechos: 

Quando você olha para os números do mercado de ações, eles apontam para uma verdade sobre o mundo. Mas é uma verdade não sobre lei natural ou natureza humana. É uma verdade sobre a ideologia do ser humano. A realidade é que finanças é um sistema quantitativo de crenças. No centro, há um ritual universal - o ritual da capitalização. É esse ritual subjacente a todos os números do mercado de ações.  

(...) O ritual da capitalização começa com o ato institucional de exclusão, a saber a propriedade. A propriedade, é claro, tem uma história profunda que antecede o capitalismo por muito tempo. Não vou entrar nessa história aqui. Em vez disso, vou adiar a sucinta (mas apócrifa) de Jean-Jacques Rousseau sobre o surgimento da propriedade. Propriedade surgiu quando  
[a] primeira pessoa que, depois de anexar um terreno, levantou à cabeça para dizer 'isso é meu' e encontrou pessoas simples o suficiente para acreditar nele ... (Jean-Jacques Rousseau, 1755)
Colocar uma cerca em torno de algo e chamá-la de "propriedade" é o passo 1 da capitalização. Mas a propriedade por si só não é suficiente. Os romanos tinham propriedades. O mesmo aconteceu com a maioria dos reinos feudais. Mas essas sociedades não tinham capitalização. Para capitalizar a propriedade, há um segundo passo. Você deve misturar propriedades com finanças.  

A palavra "finanças" evoca uma sensação de admiração - uma sensação de complexidade de outro mundo. Mas, no fundo, as finanças são simples. É o ato de reduzir a propriedade a um número (...). Como essa fusão aconteceu é historicamente complicado. Mas vamos reduzir novamente a história para uma história apócrifa. Parafraseando Rousseau:  

Tendo fechado um terreno, o primeiro capitalista levou-o à cabeça para colocar um número em sua propriedade e encontrou pessoas simples o suficiente para acreditar nele.
 

Como "capitalização" está literalmente apenas colocando números na propriedade, qualquer número é tão bom quanto o próximo. Minha propriedade pode ser 23. Também poderia ser 1023. Em outras palavras, a propriedade pode ter qualquer preço concebível. Mas qual preço é correto? Desde que nosso capitalista apócrifo colocou um número em sua propriedade, os capitalistas têm agoniado com essa questão: ´Qual o verdadeiro valor da minha propriedade?  

Como tantos enigmas criados por humanos, a resposta científica é que a pergunta não tem significado. Determinar o valor "verdadeiro" da propriedade é como descobrir a natureza "verdadeira" da Santíssima Trindade. Isso não pode ser feito porque não há "verdade" objetiva a ser descoberta - existem apenas crenças humanas subjetivas. A "natureza verdadeira" da Santíssima Trindade é o que quer que o clero da igreja. O mesmo vale para a capitalização. O "valor verdadeiro" da propriedade é o que os capitalistas definem como ela é.  

Essa arbitrariedade é o motivo pelo qual os capitalistas precisam de um ritual.  

Se você responder a perguntas sem resposta, não há melhor maneira do que através do ritual. Pense em um ritual como um hábito mistificado - um comportamento repetitivo que você reifica com significado. Como exemplo, pegue o ritual de gesticular a cruz. É um hábito reificado que os católicos usam para simbolizar sua fé na Santíssima Trindade e lembrá-los de como a Trindade foi definida (Pai, Filho e Espírito Santo).  

Os rituais são surpreendentemente poderosos, especialmente quando arraigados durante a juventude. Vou me usar como exemplo. Durante minha infância, minha família foi a uma igreja católica e eu frequentei o catecismo (escola dominical) semanalmente. Aprendi todos os rituais que fazem parte da missa. Depois de ser "confirmado" como católico aos 13 anos, no entanto, parei de ir à igreja. A verdade é que eu sempre fui ateu ... eu simplesmente não sabia até a idade adulta. E, no entanto, ateu que sou hoje, se ouço as palavras "em nome do Pai, Filho e Espírito Santo", tenho o desejo quase irresistível de gesticular uma cruz. Esse é o poder do ritual.  

Os capitalistas inventaram um ritual semelhante, mas não é físico. Isto é matemático Diante do desejo de conhecer o "valor verdadeiro" de sua propriedade, os capitalistas inventaram uma fórmula que a define. O valor capitalizado de uma propriedade é o valor descontado de sua receita futura (...)  

Olhando para essa equação, Jonathan Nitzan e Shimshon Bichler observam algo interessante. A fórmula capitaliza ostensivamente a propriedade - o coisas que os capitalistas possuem. E, no entanto, a equação da capitalização não faz menção a esse material. Não há símbolos para fábricas, máquinas ou infraestrutura. Em vez disso, existe apenas renda (E). E isso, observam Nitzan e Bichler, é precisamente o ponto. O ritual de capitalização nos diz como os capitalistas vêem o mundo. Os capitalistas não se importam com as coisas que possuem. Eles se preocupam com seus direitos das propriedades - seu direito de obter renda colocando uma cerca (institucional).  

(...) Como Nitzan e Bichler vêem, a disseminação do capitalismo se resume à disseminação do ritual de capitalização. Permite que tudo e qualquer coisa tenham um valor capitalizado. Pegue música. Em 2020, Bob Dylan. vendeu todo o seu catálogo de músicas para a Universal por cerca de US $ 300 milhões. A verdade, porém, é que a Universal não comprou músicas. Comprou renda. Os direitos autorais das músicas de Dylan garantiam uma renda anual considerável -. por algumas contas cerca de US $ 4 milhões por ano. Supondo que essa quantia seja precisa, a Universal capitalizou os royalties de Dylan assumindo uma taxa de desconto de 1%.  

Bob Dylan trocou renda futura (de seus direitos de propriedade) por um montante fixo. E a Universal negociou uma quantia fixa para renda futura. Isso é capitalização em ação.  

(...) Começaremos observando que a capitalização é definida apenas quando a propriedade muda de mãos. Em outras palavras, o valor capitalizado é contestado até que a propriedade seja vendida. Tomemos, como exemplo, Donald Trump. Ele proclama diariamente que sua propriedade vale bilhões. Os críticos afirmam que o império de Trump vale muito menos. Nenhum dos lados está correto. O valor capitalizado é indefinido até que a propriedade seja vendida. Se amanhã Trump vendesse seus negócios por US $ 1 bilhão, esse seria seu valor capitalizado.  

No passado, a capitalização era mal definida porque a propriedade mudava de mãos raramente. Uma família aristocrática, por exemplo, pode administrar um negócio comercial por muitas gerações sem nunca conhecer seu valor capitalizado. Hoje as coisas são diferentes. Isso porque no capitalismo moderno a propriedade parcial se tornou a norma. Partes de empresas são compradas e vendidas a cada segundo, o que significa que sabemos valor capitalizado com detalhes requintados.  

Tome a Amazon como exemplo. O negócio é absurdamente grande, empregando cerca de 1,2 milhão de pessoas. E, no entanto, a unidade de propriedade - a participação da Amazon - é minúscula. (...) Como a unidade de propriedade é pequena, é trivial comprar e vender. O resultado é que, diferentemente dos negócios aristocráticos que mudaram de mãos uma vez por século, as ações da Amazon mudam de mãos a cada segundo. Como tal, o valor capitalizado da Amazon é conhecido exatamente. (...)  

De onde veio a taxa de desconto de 1,3%? A resposta: do nada. Como o próprio ritual de capitalização, a taxa de desconto é o que definimos. Os capitalistas empregam o ritual de capitalização escolhendo ritualisticamente uma taxa de desconto que consideram "adequada". Ritual dentro do ritual.  

Sim, todo o esforço cheira a arbitrariedade. Mas essa é a natureza do ritual. O importante é a regularidade a que o ritual dá origem. Essa regularidade não é visível ao olhar para uma única empresa. É apenas olhando para milhares de empresas que você pode vê-lo. Nessa frente, vamos olhar para a figura 1.  


Coletei dados para o lucro e a capitalização de empresas de capital aberto dos EUA desde 1950. Cada ponto é uma empresa em um determinado ano. (Existem cerca de 200.000 observações no total.) Deste mar de empresas, a regularidade da capitalização é inconfundível. A capitalização é proporcional ao lucro descontado a uma taxa de 7%.  

Existe algo especial na taxa de desconto de 7%? A resposta é sim e não. Essa taxa é especial no sentido de que é o que os capitalistas dos EUA consideram "adequado". Mas essa taxa é banal no sentido de que não tem um significado mais profundo. Os capitalistas dos EUA descontam 7%, porque essa é a norma que eles aceitaram. Gesture a cruz. Desconto em 7%. Regularidade do ritual.

Escrevendo ciência para o leigo


Enquanto alguns periódicos estão insistindo que os pesquisadores "traduzam" os seus achados em artigos mais simples para o público geral, ainda existe muito preconceito contra àqueles que tentam facilitar a vida das pessoas com menor grau de conhecimento. 

Discutindo isto, Bogard cita alguns casos interessantes. Eis um deles:

"Kahneman foi avisado de que escrever um livro popular causaria danos à sua reputação profissional...professores não devem escrever livros que pessoas normais possam entender."

Gestor de pesquisa


Fui ler um post sobre publicação de artigos em periódicos de primeira linha - ou sobre a dificuldade cada vez maior em publicar lá - e fiquei impressionado com uma observação, ao final do texto, sobre a existência de "gestor de pesquisa". Ou seja, um cientista famoso, que gerencia equipes, na produção de pesquisa. 

Eis o trecho que chamou a atenção:

Em resumo: a economia acadêmica tem mais pesquisadores estelares, gerenciando equipes maiores produzindo artigos de alta qualidade do que há espaço nas revistas de elite, que foram forçadas a inventar critérios de aceitação impossíveis para produzir a saída singular que os editores de periódicos absolutamente não podem se esquivar: rejeições.

E se você acha que a resposta fácil é apenas aumentar o tamanho dos periódicos, está perdendo toda a função dos periódicos. Os periódicos não funcionam mais como disseminadores da ciência econômica. Em vez disso, são critérios para posse e promoção [1]. Há um número finito de vagas na faculdade e as escolas precisam de motivos para manter / demitir / promover / reter / recrutar. Se o número de artigos de periódicos de elite publicados fosse alterado, o efeito principal seria mudar o limite para o sucesso ou fracasso na posse e promoção. (...) 

[1] No Brasil, como as instituições de ensino que fazem pesquisa de ponto são geralmente públicas, isto não funciona assim. Mas em algumas poucas particulares preocupadas eventualmente com a produção, isto pode ser válido. Entretanto, o sistema de avaliação da pós é reproduz um pouco isso, com algumas distorções. Você é um curso de qualidade se seus professores publicam em periódicos de alto impacto.

Foto:  STIL

Links

 Rússia e OPEP beneficiados pelo ativismo verde (!?) 

Qual a certeza da ciência sobre o futuro das mudanças climáticas? (há muita complexidade e incerteza aqui)

CiteScore pode ajudar a medir o impacto da citação de um periódico

Rir é o melhor remédio

 

Como ficar calmo no trânsito

08 julho 2021

Desinformação e magia

 


De Tim Harford a comparação entre desinformação e mágica:

Um estudo que ele [Pennycook] publicou em conjunto com David Rand, do MIT, intitulado "Preguiçoso, não tendencioso", descobriu que a capacidade de escolher manchetes falsas de notícias reais estava correlacionada com o desempenho em um "teste de reflexão cognitiva", que mede a tendência das pessoas de parar e pensar, suprimindo uma resposta instintiva. 

Isso sugere que compartilhamos notícias falsas não por malícia ou inaptidão, mas por impulso e desatenção. Não é tão diferente do colete e gravata que desaparecem de Robbins [um mágico]. As pessoas podem identificar a diferença entre um homem em trajes formais e outro com uma camisa de pescoço aberto e sem dobras? É claro que podemos, assim como podemos identificar a diferença entre notícias reais e notícias falsas. Mas somente se prestarmos atenção. 

Em seu livro de 1999, Magia na teoria, Peter Lamont e Richard Wiseman exploram os vínculos entre psicologia e magia. Wiseman, professor de psicologia da Universidade de Hertfordshire, alerta contra o estreitamento de um vínculo muito próximo entre a magia do palco e o desvio diário que experimentamos no ecossistema de mídia e mídia social.  (...)

Entre aqueles que estudam desinformação, essas táticas têm um paralelo: a "mangueira de fogo da falsidade". A estratégia da mangueira de incêndio é simples: bombardeie cidadãos comuns com um fluxo de mentiras, induzindo um estado de desamparo aprendido, onde as pessoas dão os ombros e assumem que nada é verdade. As mentiras não precisam fazer sentido. O que importa é o volume - o suficiente para sobrecarregar as capacidades dos verificadores de fatos, o suficiente para consumir o oxigênio do ciclo de notícias. As pessoas sabem que você está mentindo, mas há tantas mentiras atraentes que parece inútil tentar peneirar a verdade. 

A mangueira de incêndio da falsidade foi aperfeiçoada pelos propagandistas russos do século XXI, mas também parecia caracterizar o comportamento do governo Trump, que mentiria sobre qualquer coisa, não importa quão inconseqüente ou facilmente refutado - do tamanho da multidão na posse de Trump (abaixo do esperado , mas quem se importa?) se ele ganhou o voto popular em 2016 (não, embora no sistema eleitoral dos EUA a resposta seja irrelevante) para saber se o aparato eleitoral de 2020 na Geórgia era dirigido por democratas (qualquer um pode verificar se o secretário de Estado Brad Raffensperger é um republicano ao longo da vida). (...)

Milionários Brasileiros

 O relatório do Credit Suisse sobre os milionários no mundo faz uma análise por país. O número de milionários caiu, entre 2019 e 2020, conforme a tabela abaixo. Parte da "culpa" é o câmbio. 



A outra tabela confirma a desigualdade na distribuição de renda. O Gini calculado é bastante elevado e está aumentando. 


Anteriormente no blog

Links

Lei na Noruega exige que fotografia manipulada (photoshopada) seja identificada

Custo das peças de xadrez para o campeonato mundial (vídeo)

Episódio da Família Soprano que mudou a televisão (vídeo) (episódio 5 da 1a. temporada)

Efeito manada em uma manada (vídeo com vista aérea) 

Rir é o melhor remédio

 

No controle. Perdendo o controle? Fora de controle. 

07 julho 2021

RBC faz 50 anos


Um painel realizado no final de maio comemorou os 50 anos da Revista Brasileira de Contabilidade. A revista é o periódico de contabilidade mais antigo, ainda em edição. Eis um breve relato histórico da revista:

A Revista Brasileira de Contabilidade (RBC) é um patrimônio da classe contábil do País. A sociedade anônima responsável pela edição da revista foi fundada em 16 de dezembro de 1911, sendo que o primeiro número foi publicado em janeiro de 1912. 

Nas suas primeiras décadas, porém, a RBC teve a sua edição interrompida por duas vezes: de 1920 a 1929 e de 1932 a 1971. Naquele início da década de 1970, o CFC assumiu a edição do periódico e a revista não parou mais de ser editada.

Em outro link um breve resumo da história do Conselho. Vale a pena um leitura. 

Bertillon e o retrato falado

 


Alphonse Bertillon era um funcionário público, inicialmente da delegacia de polícia de Paris. Como encarregado dos processos de admissão de prisioneiros, notou um problema sério na descrição das pessoas. 

Seu interesse levou ao estudo da descrição das pessoas. Ele criou um sistema para ter medidas precisas e detalhadas do corpo e do rosto de uma pessoa, que seriam registradas - e usadas - pela polícia. Antes dele, alguns tentaram, sem sucesso, descrever o ser humano. O italiano Lombroso, por exemplo, propôs uma medição da cabeça e associações entre tamanho dos olhos e orelhas e crime. 

Foi Bertillon que criou o retrato falado, onde as partes do rosto eram analisadas em separado, sendo possível a reconstituição de uma pessoa. Na descrição do trabalho de Bertillon, feita por Jessica Helfand, há uma boa descrição do trabalho de Bertillon. O desafio que ele enfrentou é próximo a de uma contador: observar e tentar relatar o que está sendo visto. 

Links


Casamentos entre pessoas da mesma profissão (programadores casam com programadores) (dados são bem específicos para uma região dos Estados Unidos, mas pode ser uma pesquisa interessante aqui, não?)

Os maiores influenciadores do mundo (um português em primeiro e um brasileiro em 13o.)

Dilema da Noruega: rica em petróleo, mas falta liderança política

Rir é o melhor remédio

 

Custo da energia

06 julho 2021

Empresa com prejuízo e valor de mercado


Das 1.500 maiores empresas em capitalização de mercado atualmente cerca de 200 não foram lucrativas nos últimos três anos. Mas, em vez de puni-las, os investidores recompensaram com um valor total de mercado de mais de US $ 2,3 trilhões. Wall Street não está disposta a anexar valores de mercado tão altos a empresas não lucrativas desde o final dos anos 90. (Mesmo assim, a avaliação total do mercado das empresas não lucrativas não era nem metade do que é agora.) Obviamente, se você está apostando em uma empresa se tornando lucrativa no futuro, está assumindo um risco.
 

Fonte: CNN via aqui . Foto Natasha Hall

No Brasil, 53 empresas tiveram prejuízo líquido nos últimos três anos, segundo dados obtido na Economática. O valor de mercado destas empresas era, no final de 2020, de 72,98 bilhões de reais. 

Sobre a complexidade de um divórcio de bilionários


Escrevendo sobre o tema, Tracy Coenen comenta:

No divórcio de Gates, foi relatado que Melinda contratou advogados para começar a trabalhar há dois anos. Isso não me surpreende. Também foi relatado que, quando Bill e Melinda se casaram, em 1994, ele [Bill] já valia mais de US $ 9 bilhões. Então, por que eles não tiveram um acordo pré-nupcial?. 

Quem sabe... Agora eles estão dividindo ativos de um casamento de 27 anos. Eles teriam um "contrato de separação" e, no dia em que o divórcio se tornou público, US $ 1,8 bilhão em ações foram transferidos de Bill para Melinda. Esse contrato de separação é exatamente o tipo de coisa de que estou falando quando digo que as partes com patrimônio líquido muito alto geralmente gostam de fazer antes de pedirem o divórcio.

Foto: Jackson Simmer

Links


O homem que escapou da escravidão e fez fortuna no Oeste

Como superar a síndrome do impostor 

Mais sobre o novo CPA: ênfase em tecnologia, mentalidade digital e análise de dados

Número de mortos pelo Covid é subestimado (e o Egito é o pior caso)

Cochrane e a Inflação Brasileira

História Recente do Teorema de Bayes


Pedro Demo (foto) conta a história do Teorema de Bayes de maneira didática. A conquista do Teorema nas ciências tem alguns "casos" muito interessantes:

(...) Com quatro anos em O Federalista, Mosteller e Wallace tiveram uma ideia rompedora. Um historiador, Adair, alegou que um estudo de 1916 dizia que Hamilton usava "while", enquanto Madison "whilst". O problema é que os termos não eram muito usados, sem falar em erros de tipografia ou de revisão. Mosteller foi introduzindo poder computacional na pesquisa. Chegaram, então, às prévias de Bayes, que poderiam ser importantes para começar a caminhada, e, depois, ir melhorando com dados objetivos. E um resumo: Bayes tinha voltado as costas para sua criação; um quarto de século depois, Laplace a glorificou; nos 1800, foi usada e solapada; ridicularizada nos início dos 1900, foi usada em segrego desesperado na Segunda Guerra e depois utilizada com vigor e condescendência. Mas nos 1970, a regra estava em decadência (Jones, 1986:686. Box & Tiao, 1973:1). Perda de liderança, série de mudanças de carreira e movimento geográficos contribuíram para o retraimento. Savage, porta-voz chefe americano de Bayes como sistema lógico e compreensivo, morreu de infarto em 1971; após a morte de Fermi, Jeffreys e o físico americano Jaynes fizeram campanha em vão por Bayes nas ciências físicas; Jaynes, fervoroso demais, afastou colegas. Lindley foi, aos poucos, construindo departamentos bayesianos de estatística no Reino Unido, mas deixou a gestão em 1977 para fazer pesquisa solo. Good mudou-se do código supersecreto e agências de decodificação da Inglaterra para a academia em Virginia Tech. Madansky, que gostava de toda técnica que funcionava, mudou de RAND para negócio privado e depois para U. of Chicago Business School, onde pretendeu achar mais aplicações do que nos departamentos de estatística. Box interessou-se pelo controle de qualidade na manufatura e, como Deming e outros assessorou a indústria automotiva japonesa. Raiffa também mudou para política pública, enquanto Schlaifer, o bayesiano não matemático, tentou programar computadores. (...) 

Quando Box, J.S. Hunter e W.G. Hunter escreveram Statistics for Experimenters em 1978, intencionalmente omitiram a regra de Bayes: controversa demais para vender. O livro virou, de fato, best-seller. Ironicamente, um filósofo de Oxford, Swinburne, não achou assim: inseriu opiniões pessoais no palpite prévio e nos dados supostamente objetivos do teorema de Bayes para concluir que Deus tinha mais de 50% de probabilidade de existir; depois, Swinburne imaginaria que a probabilidade da ressurreição de Jesus teriam perto de 97%. Eram cálculos que nem Bayes, por mais reverendo que tivesse sido, nem Price, também reverendo, haviam sonhado fazer, o que só valeu para desgastar Bayes. No período, o bastião de Neyman do frequentismo em Berkeley ficou o centro maior de estatística nos Estados Unidos. O departamento amplo de estatística em Stanford, puxado por Stein e outros, eram frequentistas, ou antibayesianos. 

Eisenhower havia lançado a indústria de energia nuclear com seu Atoms for Peace em 1953. Vinte anos depois, não havia estudos abrangentes sobre seus riscos, sendo que corporações privadas possuíam e operaram 50 plantas americanas. Quando o Congresso passou a debater se era o caso absolver proprietários de plantas e operadores de todos os acidentes, Atomic Energy Commission finalmente mandou estudar assiduamente. Não se designou um estatístico, mas um físico e engenheiro: Rasmussen, que fora marinheiro na Segunda Guerra, graduou-se de Gettysburg College em 1950 e obteve Ph.D. em física nuclear de energia baixa no MIT em 1956. Ensinava física lá, até que MIT formou um dos primeiros departamentos de engenharia nuclear em 1958. Não havia ainda ocorrido acidente nuclear. Mas, podendo ser catastrófico, era preciso saber. Faltando dados sobre a fusão de materiais, Rasmussen decidiu fazer o Madansky fez em RAND, ao estudar acidentes com bomba-H. Era o caso recorrer à opinião de expertos e à análise bayesiana. Engenheiros sempre apreciaram julgamento profissional, mas os frequentistas viam subjetividade demais. A Guerra do Vietnã acabaram com os oráculos expertos, também a confiança em líderes havia ruído. A fé na tecnologia também caíra; em 1971 o Congresso cancelou sua participação no avião supersônico de passageiro, SST, a primeira vez que os Estados Unidos rejeitariam uma nova tecnologia. Não havendo dados sobre as plantas, Rasmussen e a turma dele teriam de recorrer à informação disponível prévia. Evitando usar a equação de Bayes, apelaram para as árvores decisórias de Raiffa. Raiffa fora missionário bayesiano e suas árvores tinham raízes em Bayes; evitava-se "regra de Bayes", chamando de abordagem subjetiva. O relatório final de 1974, estava carregado de incertezas bayesianas e distribuições de probabilidade sobre taxas de falha de equipamentos e erros humanos. Frequentistas não atribuíam distribuições de probabilidade para desconhecidos. A única referência a Bayes ficou escondida num cantinho do apêndice III: "Tratar dados como variáveis aleatórias está por vezes associado com abordagem bayesiana..., a interpretação bayesiana pode também ser usada" (M:180). (...)

Rir é o grande remédio

 Enquanto isso, na entrevista de emprego...

05 julho 2021

Divórcio e problemas do CFO de Trump


Os problemas legais de Allen Weisselberg, que podem atingir Trump, começaram de maneira prosaica. Sua ex-mulher levantou questionamentos sobre o estilo de vida durante o casamento e os números que foram apresentados durante o divórcio. 

Recentemente a justiça e a receita federal dos Estados Unidos apertou o CFO de Trump, Allen Weisselberg, questionando uma possível sonegação. As informações surgiram de Jennifer Weisselberg, que vivia com Allen e duas crianças em um apartamento com vista para o Central Park, em Nova Iorque. Seus filhos estudavam em uma escola com custo de 50 mil dólares/ano por aluno. Mas segundo as informações para o fisco, Allen ganhou 211 mil dólares em 2016. 

A partir das informações que dispunha, Jennifer municiou a promotoria de Manhattan. Uma das acusações era o uso de imóveis da Organização por parte do casal. Jennifer parece que não gostou da possibilidade de receber pouco no divórcio.

Links


China foi a economia ganhadora com o Covid (e isto tende a aumentar as teorias da conspiração)

Musk decide morar em uma casa de 36 m2

Luta de Benjamin Franklin a favor da vacinação

A arte da manipulação (foto)

Frase

 

Quando perguntaram para Einstein qual era a velocidade do som, ele respondeu:

Eu não guardo esta informação na minha mente já que está disponível nos livros. O valor da educação não é aprender muitos fatos, mas treinar a mente para pensar. 

Fonte: aqui. Pesquisei e parece que a frase realmente é dele, com algumas pequenas mudanças.

Rir é o melhor remédio

 





Mais aqui

04 julho 2021

Toyota, JIT e escassez de chips


Há uma certa crise na produção de automóveis mundiais em razão da escassez de chips. Isto tem provocado uma certa falta de automóvel novo, com reflexo no preço. O problema parece ser mundial. Mas veja que interessante. Nos Estados Unidos, entre os grande fabricantes, a Toyota não decepcionou com a entrega de novos automóveis. 

A Toyota ficou conhecida por adotar o sistema Just-in-Time (JIT). Em 2011, com o desastre de Fukushima, a empresa percebeu que o sistema funciona bem em períodos normais, mas não em situações excepcionais. Com base nessa situação, a Toyota passou a exigir dos fornecedores que mantivessem em estoque semicondutores. Por conta dessa política, a Toyota trabalhou com estoques baixos, mas foi possível atender uma demanda por novos automóveis. 

Como a Amazon era considerada no passado

 

O vídeo é antigo, mas mostra como os analistas enxergavam a empresa Amazon em 1999

Havan e abertura de capital: informações


No caminho da Havan para a abertura de capital, diversos aspectos chamam atenção. Um deles é o press release de resultados, como é chamado o documento que apresenta os números da empresa aos investidores: tem apenas uma página. Na maioria das vezes, as candidatas a IPO organizam dezenas. O material da Privalia, outra varejista que tenta emplacar sua abertura de capital, por exemplo, tem 30 páginas. Também não há balanços de anos anteriores ou o prospecto da oferta da Havan no site de RI. Eles precisam ser buscados na internet. 

A Havan responde com o fato de ainda não ter capital aberto e não ser obrigatória a divulgação dessas informações. "Se a Companhia realizar um IPO, divulgará o release que julgar adequado, em linha com as melhores práticas de mercado", afirma. 

O press release, por exemplo, relata que o retorno sobre o capital investido (ROIC) passou de 39,9% para 67,2%, entre 2019 e 2010, sem explicar como a Havan chegou a esse porcentual.  

Segundo a empresa, o ganho de uma ação judicial proporcionou um valor não recorrente relacionado à base de cálculo de PIS/Cofins e ICMS, o que impactou a margem. "O item acima impactou o ROIC, que foi maior do que o ano anterior", escrevem. Foi dessa maneira também que a margem bruta de 2019 ficou igual à de 2020 e a margem de geração de caixa aumentou em 6 pontos porcentuais, mesmo com vendas menores por conta da pandemia.  

O lucro líquido foi ajustado de R$ 499 milhões para R$ 919 milhões, com um fundo de direitos creditórios (FIDC) de R$ 555 milhões que não é da Havan, mas de Hang. "Isso é um lucro líquido ajustado considerando o potencial perímetro que poderia ser a empresa que abriria o capital para investidores, caso a companhia fosse detentora do FIDC, algo que é planejado no futuro", diz a empresa. Em outras palavras, uma hipótese, na visão de um contador que mergulhou nos números e pede para não ser identificado.  

Segundo gestores consultados pelo Estadão/Broadcast também na condição de anonimato, outro problema do modelo de negócio está no fato de a rede ser muito atrelada às lojas físicas, com um conceito de digitalização que não convenceu. Porém, isso pode mudar rapidamente, já que as lojas têm conseguido encurtar o tempo de entrega das vendas online. O banco Havan também é considerado uma via de crescimento.  

Fora as questões de governança, o momento para uma abertura de capital não poderia ser mais turbulento. Hang foi convocado pela CPI da Covid esta semana, por conta de seu envolvimento em negociações para a compra de vacinas. Sobre esse assunto, em nota, o empresário disse estar "tranquilo".

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio


 Pós-graduação e mundo real

03 julho 2021

Felicidade

Medir a felicidade é tão complicado. Então quando tentamos medir a felicidade de um país é mais difícil ainda. O Relatório da Felicidade Mundial leva em consideração a expectativa de vida, a liberdade de fazer escolhas, a generosidade, a percepção de corrupção, entre outros fatores. 

Eis o resultado para América do Sul:

Links


 Enganou o mundo com um falso cancer

Federação Internacional de Natação proíbe toca que melhor ajusta a cabelos dos atletas negros

E Trump não foi o pior presidente dos Estados Unidos (seria interessante uma pesquisa igual no Brasil?)

Tribunal mantem pai de Britney Spears como seu tutor (decisão parece tão estranha)


Impostos e Europa: problema da minoria

Um acordo mundial para tributação tem um obstáculo na Europa. Mais precisamente em três países que representam 4% da população da Comunidade Europeia: Hungria, Irlanda e Estônia. Como uma decisão na Comunidade para este tipo de questão deve ser unânime, a oposição dos três pequenos países emperra o acordo. 

O plano tem o apoio global de muitos países no mundo e estabeleceria um imposto único de pelo menos 15%, além de uma divisão do imposto que seria obtido pelas multinacionais. 





Rir é o melhor remédio

 

Tem hora que o trabalho em casa é bastante estressante

Livros mais vendidos de 2021 – parcial


Torto Arado, romance de Itamar Vieira Junior, vem em terceiro mais vendido do ano, como um fenômeno da ficção nacional. Só em junho foram vendidas 7.198 cópias. No Brasil os editores comemoram quando um livro tem uma tiragem de dois ou três mil exemplares (aqui), Torto Arado já chegou a 100 mil.

Segue a lista de mais vendidos em 2021 até o momento, segundo a Publishnews:

1 - Mais esperto que o diabo
Napoleon Hill

2 - Mulheres que correm com os lobos (capa dura)
Clarissa Pinkola Estes

3 - Torto arado
Itamar Vieira Junior

4 - Do mil ao milhão
Thiago Nigro

5 - Pai rico, pai pobre - Edição de 20 anos
Robert T. Kiyosak

6 - A sutil arte de ligar o foda-se
Mark Manson

7 - O poder da autorresponsabilidade
Paulo Vieira

8 - A garota do lago
Charlie Donlea

9 - Box Harry Potter
J. K. Rowling

10 - O milagre da manhã
Hal Elrod

11 - O homem mais rico da Babilônia
George S. Clason

12 - O duque e eu
Julia Quinn

13 - O poder do hábito
Charles Duhigg

14 - Atitude positiva diária
Eduardo Volpato

15 - A coragem de ser imperfeito
Brené Brown

16 - Mindset (resenha: aqui)
Carol Dweck

17 - A revolução dos bichos
George Orwell

18 - Corte de espinhos e rosas
Sarah J. Maas

19 - Os segredos da mente milionária
T. Harv Eker

20 - As cinco linguagens do amor
Gary Chapman

Os links são afiliados ao blog.

02 julho 2021

Uma nova era no Iasb


A Fundação IFRS está sob nova direção. Em substituição ao holandês Hans Hoogervorst, temos agora o alemão Andreas Barckow (foto).  Barckow já participa do Iasb há mais tempo, sendo da área. 

Em uma entrevista, Barckow respondeu a seguinte questão: 

Quais são as suas opiniões sobre a contabilidade digital? O que mais ajudaria o setor de contabilidade a se alinhar mais com outros setores no século 21? 

A contabilidade está atrasado na digitalização. A maneira como abordamos os problemas de apresentação e divulgação na definição de padrões ainda parece ser amplamente orientada (e limitada) a pensar em uma página impressa e não em uma tela. Acho curioso que todas as transações e eventos que gravamos sejam originalmente processados em formato digital. No entanto, quando se trata de preparar contas, agregamos tudo ao mais alto grau possível e o disponibilizamos em formato impresso - apenas para ver as pessoas argumentando que seria preferível mais desagregação e disponibilidade em formato digital. Algo não parece bem aqui. A maneira como as informações contábeis estão sendo usadas muda rapidamente, e a tecnologia apropriada há cinco a dez anos pode não ser mais considerada melhor hoje ou amanhã. 

Na última pergunta da entrevista, 

Finalmente, qual é o seu padrão IFRS favorito e por quê? Tendo feito meu doutorado na contabilização de derivativos e hedge, provavelmente não será uma surpresa para ninguém se eu disser "tudo o que está relacionado a instrumentos financeiros"!

O ex-chefão, Hans Hoogervorst, foi responsável por algumas normas importantes, incluindo a nova estrutura conceitual, receitas, seguros, entre outras. Mas não conseguiu costurar um acordo com a SEC e manter um acordo de construção de normas conjuntas. No final do seu mandato, teve que lidar com uma crescente pressão para uma postura mais ativa na área ambiental. 

Trump e os impostos


O diretor financeiro da Trump Organization, Allen Weisselberg, apresentou-se esta quinta-feira às autoridades de Nova Iorque, após ter sido acusado de vários crimes fiscais. 

Weisselberg, que trabalha para a empresa do ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump há décadas e é uma figura-chave na empresa, entregou-se às autoridades criminais de Manhattan, Nova Iorque, esta manhã, acompanhado do seu advogado, de acordo com vários meios de comunicação social locais.O diretor financeiro da Trump Organization deve comparecer esta tarde a um juiz, ao lado de outros representantes do consórcio, que também já foram indiciados no mesmo caso. 

Nesta fase, Donald Trump não deve ser implicado no processo, nem qualquer membro da sua família.  

Por enquanto, os crimes imputados a estes gestores são desconhecidos, já que a acusação aprovada na quarta-feira por um grande júri foi mantida em segredo e os procuradores não divulgaram quaisquer pormenores.  

De acordo com o jornal The Wall Street Journal, as acusações estarão ligadas a situações de evasão fiscal, depois de o Ministério Público ter investigado se Weisselberg e outros funcionários da empresa evitaram ilegalmente pagar impostos sobre algumas indemnizações que receberam.  

Se os procuradores conseguirem provar que a empresa de Trump e os seus gestores evitaram sistematicamente o pagamento de impostos, podem abrir acusações mais sérias, acrescentou o jornal.  

A Trump Organization já reagiu a estas acusações, denunciando-as como uma “tentativa de prejudicar o ex-Presidente”.  

“Isto não é justiça. Isto é política”, disse um porta-voz da Trump Organization, citado por vários meios de comunicação social.  

As acusações serão as primeiras correspondentes às investigações que o procurador do distrito de Manhattan, Cyrus Vance, tem vindo a conduzir há cerca de três anos sobre os negócios do ex-Presidente dos Estados Unidos.  

As investigações da Trump Organization aceleraram nos últimos meses, com vários gestores a serem chamados para testemunhar perante um grande júri, em preparação de possíveis acusações.  

As investigações cobrem possíveis fraudes fiscais, seguros e outras infrações criminais, alegadamente cometidas antes da chegada de Trump à Casa Branca, em 2017.  

O processo pode incluir avaliações inflacionadas, descontos fiscais injustificados e contabilidade duplicada, adulterando as declarações ao Fisco durante vários anos.  

O procurador Vance conseguiu uma importante vitória, em fevereiro passado, quando obteve acesso a anos de declarações de impostos de Trump, após uma longa batalha legal na qual o Supremo Tribunal dos EUA acabou por rejeitar os argumentos do ex-Presidente para manter esses documentos confidenciais.  

O Ministério Público também tem investigado os pagamentos secretos de dinheiro que a campanha eleitoral de Trump terá feito à atriz pornográfica Stormy Daniels, para impedi-la de tornar pública uma suposta relação sexual com o então candidato à presidência, já que podem violar a legislação do estado de Nova Iorque.  

O ex-Presidente republicano sempre negou qualquer irregularidade e denunciou repetidamente que as investigações são resultado de uma “caça às bruxas” com motivações políticas, sustentada por procuradores democratas.

Fonte: aqui

Links


Quanto custa o café no mundo

Há 10 anos Magnus Carlsen é o maior jogador de xadrez do mundo

BRF segue seus concorrentes e quer meta ambiental (incluindo escopo 3)

Sociedade caminha para baixo consumo de energia (CEO da AES, foto)

Rir é o melhor remédio

Um contador morre e vai para o inferno. Lá era quente e bagunçado. Ao ver aquilo, o contador decide organizar tudo. Usando toda sua habilidade, consegue extrair o máximo dos parcos recursos existentes na terra de satã. 

Um dia Deus resolve visitar o inferno e descobre que as coisas estão bem melhores do que a sua última visita. Ele pergunta para o diabo o que aconteceu. 

- As coisas mudaram muito desde o momento que chegou o contador. 
- Um contador? Como é possível? Todo contador vai direto para o céu, afirma Deus. Deve ter havido algum erro. Mande este contador para o céu imediatamente. 

O diabo responde: 
- De jeito nenhum. Depois que ele chegou melhorou muito nossa vida. Nós queremos ficar com ele. 
- Se você não mandar ele imediatamente, eu vou te processar. 

O diabo ri muito antes de responder: 

- Como, se você não tem nenhum advogado. 

(Adaptado livremente daqui)

01 julho 2021

Mudança na tributação internacional


Parecia impossível, mas há uma possibilidade de um acordo internacional sobre tributação. 

A tributação global está a mudar radical e rapidamente: segundo comunicado da OCDE, 130 países e jurisdições aceitaram a definição de uma taxa mínima sobre os lucros das corporações multinacionais como o Facebook, Alphabet e Google. A última reunião do G7 já tinha dado passos nesse sentido – depois de um encontro na semana anterior dos seus ministros da Economia e Finanças, mas era difícil definir quem aceitaria avançar para esse novo enquadramento fiscal. 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prepara o cenário para que o G20, através dos seus ministros das Finanças, assine um acordo de princípio nesse sentido numa reunião em Veneza na próxima semana. 

Segundo a OCDE, a adoção deste quadro legal pode significar a implementação, logo em 2023, de regras que reduzam a evasão fiscal, fazendo com que as empresas multinacionais paguem uma taxa efetiva de pelo menos 15% dos lucros e dando aos países mais necessitados mais receita fiscal de empresas estrangeiras. 

Um “pequeno grupo” de nações que “ainda não aderiu” ao plano, disse a OCDE, inclui a Hungria e a Irlanda, que tem atraído algumas das grandes empresas do mundo com impostos baixos – e baralhado a perspetiva de uma união fiscal na União Europeia.  

Vários países-chave em relação aos quais persistiam dúvidas sobre a aceitação desta regra fiscal internacional concordaram, ainda segundo a OCDE, incluindo a Índia, China e Turquia. Os detalhes técnicos podem abrir espaço para novas concessões às economias em desenvolvimento.  

A secretária de Estado do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, elogiou a notícia e, citada por vários jornais, disse que “foi um dia histórico para a diplomacia económica”. Na reunião do G7, Joe Biden tinha-se revelado um dos mais favoráveis defensores da iniciativa. Em comunicado Yellen declarou que uma “corrida ao fundo” internacional.  

“Nos Estados Unidos, este acordo garantirá que as corporações assumam uma parte justa do fardo” social. “Temos agora a hipótese de construir um sistema tributário global e doméstico que permita que trabalhadores e empresas norte-americanas competem e ganham na economia mundial”.  (...)

Continue lendo aqui

Mas parece que a participação da Irlanda é relevante para que o acordo tenha sucesso.

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Milionários no Mundo

Dois gráficos sobre os milionários no mundo, com dados de 2020. Os números são do banco suíço Credit Suisse (via aqui)




Depósito de 50 bilhões na conta corrente


Uma mulher na cidade de Baton Rouge, ao verificar a conta bancária conjunta, percebeu que o banco tinha depositado US$50 bilhões. Depois de ligar para o banco para informar do erro, a instituição levou quatro dias para fazer corrigir o erro. 

Pela lei local, caso o correntista gaste o dinheiro pode sofrer acusação criminal por desvio de propriedade de terceiros. 

Fonte: aqui

Maiores empresas de auditoria


Uma análise do Audit Analytics olhou a participação no mercado de auditoria dos Estados Unidos. O levantamento separou grandes empresas das outras. O critério do porte foi a capitalização. De um total de 3.890 empresas com capitalização acima de 75 milhões de dólares, a EY é responsável por 860 ou 22,1%. Depois, a Deloitte, com 642 (16,5%), PwC (577 ou 14,8%) e KPMG (516 ou 13,3%). Estas quatro empresas possuem 66,7% do mercado. Após as Big Four temos a GT, BDO, Marcum, Withum, RSM e Crowe. Além destas empresas, há mais 140 outras auditorias que trabalham com as empresas de capital aberto de grande porte. 

O Coeficiente de Gini, uma medida de concentração, calculado entre as dez maiores empresas de auditoria indica um valor de 0,44. (Neste caso, quanto maior o valor, maior a concentração. Não é um valor baixo, já que calculamos com somente as dez maiores empresas do setor.) 

Link


Mishra, de 12 anos e 4 meses, é o mais jovem Grande Mestre de xadrez da história - bateu o recorde de Karjakin

Ricardo Barros (deputado) tem um livro chamado "De Olho no Dinheiro do Brasil"



Pássaros entendem o conceito do zero (a história do zero para os seres humanos é "recente")