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12 fevereiro 2021

Batista é condenado

 

A 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro condenou, na última terça-feira (9), o empresário Eike Batista a uma pena de 11 anos e 8 meses de prisão por crimes contra o mercado de capitais. A decisão da juíza Rosália Monteiro Figueira também resultou em uma multa de R$ 871 milhões pelos crimes de uso de informação privilegiada e manipulação de mercado. 

O empresário, que chegou a ser considerado o homem mais rico do país na primeira edição do ranking de bilionários brasileiros da Forbes, em 2012, teve sua primeira grande perda patrimonial no ano seguinte. Na ocasião, caiu da primeira para a 52ª posição da lista após o derretimento dos preços das ações de suas seis companhias, motivado pela desconfiança diante do sério endividamento do grupo, com rumores de um calote milionário. O tombo foi de uma fortuna avaliada em R$ 30,26 bilhões para R$ 2,95 bilhões. 

Em 2014, quando foi denunciado por ocultar do mercado informações negativas sobre sua empresa produtora de petróleo, a OGX, aproveitando-se de informações privilegiadas para lucrar, Eike Batista já não fazia mais parte do grupo de bilionários brasileiros. De acordo com o Ministério Público Federal, o empresário também teria simulado a injeção de até US$ 1 bilhão na OGX para atrair investidores, resultando no crime de manipulação de mercado. 

Esta é a terceira condenação de Eike Batista pela 3ª Vara Criminal. Além disso, ele também foi condenado a mais de 30 anos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no processo da Operação Eficiência, desdobramento da Lava-Jato, acusado por pagamento de propina ao ex-governador Sérgio Cabral. As penas já totalizam 58 anos de prisão, mas o réu responde o processo em liberdade. 

Fonte: aqui

Chefão da KPMG renuncia após mandar equipe “parar de reclamar”


Bill Michael (foto), que comanda a KPMG do Reino Unido desde 2017, renunciou após um revolta dos funcionários contra seu discurso público onde pediu para os funcionários “parar de reclamar sobre a pandemia” e evitar fazer papel de vítima. Ao renunciar, Michael afirmou que sua posição era insustentável

A revolta foi noticiada pelo Financial Times no dia 9 de fevereiro e mesmo o pedido de desculpas do executivo, que já teve Covid, não foi suficiente para colocar fim a controvérsia.  A KPMG abriu uma investigação independente. 

Como a KPMG está fazendo corte de salário e pessoal, as palavras do executivo, que ganhou 1,7 milhão de libra, talvez seja uma decorrência de “uma cultura de trabalho tóxica”. Michael fez o comentário infeliz durante um encontro onde também anunciou redução nos pagamentos e a adoção de uma “curva de distribuição forçada. (Para aqueles que vivem no escuro, o desempenho da equipe é medido em relação à curva; aqueles que estão na extremidade inferior geralmente são solicitados a revisar "suas aspirações de carreira".)

Foto: aqui

Rir é o melhor remédio

 


11 fevereiro 2021

Educação: antiguidade é posto


Das 100 melhores faculdades dos EUA, apenas 7 foram fundadas nos últimos 100 anos e nenhuma foi fundada nos últimos 50 anos. Isso contrasta com as 100 maiores empresas, onde 64 foram fundadas nos últimos 100 anos. As 100 melhores faculdades do US News and World Report Rankings. 

Os 5 mais recentes nas 100 melhores faculdades dos EUA são: 

Universidade da Califórnia em San Diego - 1960

Universidade Brandeis - 1948

Claremont McKenna College - 1946

Scripps College - 1926

Universidade de Miami - 1925

Fonte: aqui

Obviamente que isto não se aplica ao Brasil, onde o ensino superior é bem mais recente. Aqui a relação de universidade antigas no mundo, sendo a de Bolonha a mais antiga (imagem).

Mas não somente isto: 

Como Cambridge e Oxford garantiram monopólios? 

No ano de 1500, mais de 100 universidades foram fundadas na Europa. Mas entre os anos 1300 e 1820, nenhuma nova universidade foi estabelecida na Inglaterra. 

Nenhum. 

Zero. 

 Em 1320, Oxford e Cambridge alavancaram seu sucesso inicial para fazer uma petição ao rei Eduardo III para bloquear a formação de novas universidades na Inglaterra. Ao mesmo tempo, eles incentivaram os ex-alunos a não darem palestras fora dos dois campi. Com a política em vigor, as duas universidades garantiram uma vantagem inicial de 500 anos, onde construíram reputações e redes de influência na Inglaterra

Princípio de Planck


O Princípio de Planck, que homenageia o cientista de mesmo nome, afirma que uma mudança na ciência acontece quando os velhos cientistas morrem. Uma nova verdade não irá mudar a mente dos atuais cientistas. Mas os jovens, acostumados a esta nova ideia, irão substituir os antigos e promover a mudança. 

Assim, o progresso da ciência ocorre não pelo convencimento das pessoas. Raramente "Saulo se torna Paulo", lembrando de São Paulo, que foi convertido ao cristianismo (a nova ideia). Ou como lembra a wikipedia: a ciência avança a cada funeral. 

Isto ocorreu na contabilidade? Provavelmente a renovação promovida nos anos 60/70 na Universidade de São Paulo contou com o vácuo de pesquisadores com influência italiana. A renovação quantitativa nos Estados Unidos foi acompanhada desta renovação. Lembro também do impacto da renovação provocada pelo professor Corrar, em métodos quantitativos no Brasil, quando incorporou novas ideias de pesquisa, na pós-graduação brasileira. 

Foto: aqui

Pergunta de antigamente

Algumas profissões, como a contabilidade, obrigam o uso dos óculos?

Sim, mas não é porque a vista enfraqueça mais depressa em certas condições que em outras. Um contador que tem os olhos normais não tem vista pior que um agricultor da mesma idade. Apenas um olha os números a trinta centímetros de seu nariz, ao passo que outro olha o horizonte. A partir dos 45 anos, quer o confessemos quer não, necessitamos usar óculos se queremos ler o dia inteiro. 

(Fabienne Cousin, Tudo sobre olhos, A Cigarra, 1960, n.1)


 

10 fevereiro 2021

Faz sentido uma empresa investir em Bitcoin?


Recentemente, a MicroStrategy apurou um resultado bem interessante por conta do seu investimento em Bitcoin. O preço da moeda subiu bastante quando Musk aparentemente anunciou que também estaria apostando na moeda digital. O RBC especulou se a Apple não seria a próxima a aplicar recursos na moeda.

Há três problemas na decisão de uma empresa investir no Bitcoin. O primeiro é que trata-se de um investimento com elevado risco. Talvez o risco seja menor agora, mas ainda é alto e isto irá contagiar o resultado da própria empresa. O acionista da Apple talvez não seja um fã da emoção; mas, se a empresa realmente optar em aplicar recursos na moeda digital, o seu resultado poderá sofrer fortes variações.

A segunda razão decorre do fato da moeda ser considerada, sob as regras contábeis dos Estados Unidos, um ativo de "vida indefinida", devendo ser avaliado periodicamente. E isto explicaria o aumento na volatilidade do resultado.

Finalmente, caso uma empresa tenha dinheiro sobrando, seria muito mais interessante distribuir dividendos. Deixe que o acionista faça a diversificação, comprando (ou não) a moeda digital. Uma empresa que não tem projeto de investimento para os recursos em caixa deveria distribuir dividendos. Parece simples, não é?

Imagem aqui

Aramco e a evidenciação da emissão de carbono


A maior empresa de petróleo do mundo, a estatal Aramco, da Arábia Saudita, tem sido questionada sobre suas informações divulgadas. Em especial, referente a questão da emissão gerada pela atividade de refino de petróleo. A divulgação da empresa não inclui todas as emissões, segundo a Bloomberg, e estão restritas àquelas que ocorreram dentro da Arábia Saudita.

Isto reduz substancialmente os números de emissões, já que não inclui as joint-ventures e as refinarias de propriedade da empresa em outros países do mundo. Se isto fosse divulgado, o volume emitido estaria perto daquele divulgado pela Exxon. Como a Exxon processa cerca de um terço do que é feito pela Aramco, o volume de emissão da empresa saudita continua baixo, mas não tão baixo quanto divulgado. 

Dado a atual preocupação atual com a emissão de poluentes, a subestimação pode ser um problema para a empresa, caso deseje expandir sua venda de ações. Recentemente, a empresa vendeu uma pequena parcela do seu capital. Embora grande parte dos compradores seja saudita, uma maior abertura do capital deverá demandar melhores informações.  

Imagem: aqui

Relação custo-benefício

Segundo um levantamento (via aqui), a legislação contra lavagem de dinheiro consegue interceptar 3 bilhões de dólares por ano de um total estimado de recursos de 3 trilhões. Ou seja, uma taxa de sucesso de 0,1%. O custo estimado para bancos e outras empresas é de 300 bilhões, incluindo os custos de conformidade. Ou, 100 vezes o montante recuperado. 

Se as autoridades recuperam cerca de US$ 3 bilhões por ano de criminosos, enquanto impõem custos de conformidade de US$ 300 bilhões e penalizam as empresas com outros US$ 8 bilhões por ano, é razoável perguntar se o verdadeiro alvo das leis contra a lavagem de dinheiro são as empresas legítimas e não as empresas criminosas.

Há um elemento faltante nesta análise: sem a legislação, talvez os fundos poderiam ser maiores que os 3 trilhões estimados. Isto deveria ser contemplado nos benefícios. De qualquer forma, os números demandam um questionamento sobre a necessidade das leis deste tipo. (Fonte imagem aqui)

Idade dos CEOs


 Ainda sobre a idade (antes, aqui), a idade média dos CEOs está aumentando. Também, via aqui

Rir é o melhor remédio

 

Geração de telefone

Sobra de caixa

 Eis uma notícia talvez inesperada:


Apesar da pandemia do novo coronavírus, estados e municípios fecharam 2020 com quase o dobro de dinheiro em caixa em relação ao ano anterior, segundo dados do Tesouro Nacional e do Banco Central. De acordo com as duas instituições, o saldo de estados e municípios passou de R$ 42,7 bilhões em 2019 para R$ 82,8 bilhões, no fim do ano passado, uma alta de 94%. Trata-se da maior disponibilidade de caixa para prefeitos e governadores em ao menos 19 anos (...). 

 “Esse fôlego ocorreu graças a três eventos extraordinários — à transferência realizada pela União; ao pagamento do auxílio emergencial; e à suspensão da dívida dos estados. É uma melhora real, porém, passageira, absolutamente transitória. A preocupação com a situação fiscal dos estados continua”, declarou [presidente do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), Rafael Fonteles, secretário da Fazenda do Piauí]. Ao todo, estados e municípios receberam R$ 60 bilhões em quatro parcelas, pagas entre junho e setembro, segundo os dados do Tesouro. Como contrapartida, os entes da federação ficaram proibidos de conceder reajustes salariais aos servidores até o fim de 2021.

Há outras possíveis explicações; lembro de eleições municipais (e restrições aos gastos) e economia proporcionada pelo Covid (gasto de energia e outros). 

09 fevereiro 2021

Felicidade e Idade

 

Será possível medir a "felicidade"? Bom, se for possível, eis um gráfico interessante que associa felicidade com a idade (via aqui). Quando estamos na adolescência, somos imensamente felizes. Mas vamos envelhecendo e ganhando responsabilidades e nosso nível de felicidade diminui. A idade dos 50 é muito ruim mesmo: percebemos que estamos envelhecendo e somos um fracasso. Mas depois disto, a felicidade aumenta de forma surpreendente. 

A felicidade tem um formato de U. Ou talvez seja a expressão dos nossos lábios, ao sorrir. 

Democracia e pandemia

A deterioração global da democracia precede a pandemia, mas foi acentuada por ela. É o diagnóstico do Índice da Democracia anual da Economist Intelligence Unit, com base em indicadores como processo eleitoral, funcionamento do governo, participação política, cultura política e liberdades civis. A média global atingiu de longe a pior marca na série iniciada em 2006. “A pandemia resultou numa supressão das liberdades civis em escala massiva e abasteceu uma tendência existente de intolerância e censura das opiniões dissidentes.”

(....) a América Latina – com apenas três democracias plenas (Uruguai, Chile e Costa Rica) – regrediu pelo quinto ano consecutivo. “A emergência de saúde pública serviu para escamotear alguns abusos de poder familiares nos últimos anos”, como uma cultura política frágil, dificuldades em criar instituições de salvaguarda do Estado de Direito e uma corrupção endêmica. O desempenho do Brasil (na 49.ª posição) é excelente em termos de Processo eleitoral e pluralismo (9,58pontos em 10); razoável em Liberdades civis (7,94); medíocre em Participação política (6,11); e pobre em Funcionamento de governo (5,71) e Cultura política (5,63).

A pandemia exerceu formidável pressão sobre a vida das nações. “A pandemia precipitou a maior contração nas liberdades individuais jamais implementada pelos governos em períodos de paz (e talvez mesmo em períodos de guerra)”. É impossível prever se a democracia do século 21 será resistente a esse tipo de choque ou se ele deixará deformidades permanentes. Tudo depende do vigor dos democratas desta geração.

Como as democracias adoecem, O Estado de S.Paulo 06 de fevereiro de 2021 | 22h29

Árvore

 

O fotógrafo australiano Derry Moroney usou um drone para fazer esta imagem do Lago Cakora, em Nova Gales do Sul. A coloração da água, depois de uma tempestade, lembra uma árvore. 

Política e Doação

Há um mês, um grupo de pessoas invadiu o Capitólio, em Washington, Estados Unidos. O que aconteceu ali fez com que as empresas fossem mais cautelosas no processo de doação de dinheiro para os políticos. Talvez isto seja somente momentâneo, mas o NYTimes (via newsletter) observa que centenas de grandes empresas pararam suas doações para legisladores, especialmente aqueles que motivaram a invasão. 

A história da relação entre empresa e política nos Estados Unidos é bastante antiga. Em 1907, a Lei Tillman  proibia as contribuições diretas das empresas para os candidatos. Em 1971, uma lei sobre campanha eleitoral, posteriormente emendada em 1974, por conta do Watergate, obrigou a divulgação dos doadores, criou limites de valores para doação e para as despesas. Também exigiu relatórios, que ainda são obrigatórios nos Estados Unidos. Esta lei, denominada de FECA, foi questionada na Suprema Corte, cinco anos depois de ser aprovada. Em 2010, a mesma corte permitiu que empresas pudessem “falar politicamente”, arrecadando fundos 

Mas a invasão do Capitólio cobrou das empresas uma explicação da arrecadação de fundos, especialmente através de um mecanismo chamado PAC. A Microsoft é uma das empresas; a empresa de software anunciou que irá suspender doações para os políticos que apoiaram a invasão. Parece também existir um movimento, por parte de alguns acionistas, para maior divulgação das doações. 

Imagem: aqui

Interesse por Andy Jassy

 Tão logo Andy Jassy foi "anunciado" como substituto de Jeff Bezos na Amazon, o volume de pesquisa sobre ele explodiu, segundo o Google Trends. Andy conduziu os negócios de computação nas nuvens da empresa.



08 fevereiro 2021

Paraíso Fiscal de Luxemburgo


Um consórcio de jornalismo investigativo, integrado por diversos veículos de comunicação e liderado pelo Le Monde, conseguiu acesso ao banco de dados oficial com empresas registradas no paraíso fiscal de Luxemburgo. Isto inclui o nome dos beneficiário das empresas. O consórcio organizou a documentação e no Brasil a revista Piauí divulgou a investigação. 

Nos documentos aparecem 358 brasileiros ou estrangeiros com residência no Brasil como beneficiárias de 448 empresas registradas em Luxemburgo. Este país europeu é um paraíso fiscal. Em valor, isto significa empresas com ativos de 112,6 bilhões de euros. Na lista, políticos, empresários e doleiros. 

Possuir bens e direitos no exterior não é ilegal, desde que isso esteja devidamente declarado no imposto de renda. Se houver mais de 1 milhão de dólares de patrimônio, deve-se ainda informar o Banco Central. “Residentes no Brasil devem informar anualmente à Receita Federal os bens e direitos que detenham no exterior, com exceções para aqueles de pequeno valor, como bens móveis abaixo de 5 mil reais, saldos de contas correntes e aplicações financeiras abaixo de 140 reais e ações e quotas de uma empresa, negociadas ou não em bolsa de valores, de até 1 mil reais”, explica o professor de direito tributário da FGV Flavio Rubinstein. 

Leia o texto aqui. Imagem daqui

Rir é o melhor remédio

 

Vício em celular

07 fevereiro 2021

Selos e Contabilidade

A Filatelia já foi algo mais popular. Mas não deixa de ser interessante que, por diversas vezes, a contabilidade esteve presente nos selos. Em 1953, os Correios lançaram um selo comemorativo ao Congresso de Contabilidade que estava acontecendo em Porto Alegre em fevereiro. Eis as características do selo, conforme publicado na Cigarra de maio de 1953, p. 103:

Há alguns anos recebi, da Isabel e do Pedro, este selo (na verdade uma quadra, mais valioso ainda). Um presente bem bacana, não é mesmo? Eis a fotografia dos selos:



Assegure seu futuro


 Em 1947, o Instituo Universal Brasileiro anunciava:

Assegure o seu futuro estudando Contabilidade. (...) Aproveite suas horas de folga, aprendendo em sua casa, a lucrativa profissão de guarda livros.

A promessa era em 25 semanas aprender a profissão. 

(Da revista A Cigarra, ed 154, p. 59, abril)

06 fevereiro 2021

Rir é o melhor remédio

 Quando você comemora antes

O computador afirmando que nunca será obsoleto:

Hillary Clinton dizendo que será a futura presidente
A cidade da República Checa que fez uma fez, em julho, pelo fim da pandemia (e abaixo o gráfico mostrando que os números pioraram depois)
A influenciadora digital relatando as vantagens de viver em Bali, antes de ser deportada. 

O texto do NY Times, de 1924, dizendo que Hitler deveria voltar para Áustria. 


05 fevereiro 2021

04 fevereiro 2021

Resposta à pandemia - 2

 No final de janeiro foi divulgado um ranking de resposta de cada país em relação a grave crise mundial de saúde. Divulgamos o índice aqui. O Brasil não estava bem. Agora, um gráfico uniu um índice global de segurança de saúde e o número de falecimentos provocados pela pandemia. 

Entretanto, o Brasil, um país relativamente preparado, teve um grande número de mortes. Mas saiu melhor que a Espanha, por exemplo. Veja a Suécia, um país que adotou um política mais liberal em termos de saúde, cujo resultado não é bom. 

Acordos bilionários


A Vale e autoridades de Minas Gerais assinaram hoje (4) um acordo de R$ 37,69 bilhões para a reparação de danos coletivos causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho há cerca de dois anos. A decisão, que tem o objetivo de reparar danos socioeconômicos e socioambientais, não interfere ou prejudica as ações individuais por indenizações e os pleitos criminais, que seguem tramitando, nem um teto financeiro a ser gasto com a reparação do meio ambiente, que ficará a cargo da Vale. Ou seja, o prejuízo ainda é incalculável e certamente será muito maior. 

Veja (...) 6 acordos bilionários fechados na última década: 

 Petrobras x SEC: R$ 3,4 bilhões Depois de acertar as contas com investidores norte-americanos em janeiro de 2018, a petroleira desembolsou mais R$ 3,4 bilhões (US$ 853,2 milhões) em acertos com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a SEC (o equivalente a CVM no Brasil). O acordo encerrou definitivamente as investigações que as autoridades norte-americanas conduziam também relacionadas à operação Lava Jato. Cerca de 80% dos recursos foram destinados a programas sociais e educacionais voltados à promoção da transparência no setor público. 

Oi x Governo Brasileiro: R$ 7,2 bilhões A operadora de telefonia era alvo de 1,7 mil processos que se arrastavam há anos na justiça, ocasionando uma bola de neve em multas. Em dezembro do ano passado, a Advocacia-Geral da União (AGU), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Ministério das Comunicações formalizaram uma transação para garantir a recuperação de R$ 7,2 bilhões – valor que, embora alto, representou um desconto de 50% sobre as dívidas originais. Com o acordo, 1.117 ações de execuções fiscais foram extintas, além de 199 ações anulatórias, 82 ações cautelares e 300 embargos à execução. 

Petrobras x Investidores Estrangeiros: R$ 9,6 bilhões A petroleira brasileira encerrou, em janeiro de 2018, o imbróglio com investidores estrangeiros ao anunciar um acordo extrajudicial com o regulador do mercado de valores norte-americano de US$ 2,95 bilhões (R$ 9,6 bilhões na época). O montante serviu para indenizar os investidores afetados pelos escândalos de suborno e corrupção da companhia no âmbito da operação Lava Jato e encerrar uma ação coletiva que se estendia por três anos. 

Boeing x Departamento de Justiça dos Estados Unidos: R$ 14 bilhões No início de janeiro deste ano, a companhia aérea norte-americana aceitou pagar US$ 2,5 bilhões (R$ 14 bilhões na cotação do dia) para encerrar as acusações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de que teria conspirado para cometer fraude por não ter fornecido as informações necessárias para o processo de aprovação do 737 MAX – aeronave responsável por dois acidentes que vitimaram, no total, 346 pessoas. O acordo encerrou a ação criminal, avaliada em US$ 234 milhões, de clientes, que incluía outros US$ 1,7 bilhão, e destinou US$ 500 milhões para um fundo de indenizações para familiares das vítimas. 

Apple x Governo da Irlanda: R$ 47 bilhões Um acordo fiscal entre a Apple e o governo da Irlanda foi considerado ilegal pela Comissão Europeia em 2014, e obrigou a gigante de tecnologia a pagar, retroativamente, US$ 14,5 bilhões em impostos devidos (R$ 47 bilhões no valor do câmbio da época). Segundo o entendimento inicial, a fabricante do iPhone pagaria uma taxa máxima de 1% sobre as vendas de seus produtos na Irlanda, em vez dos tradicionais 12,5%. Entretanto, a empresa criada por Steve Jobs registrou todas as vendas realizadas na União Europeia como se tivessem sido na Irlanda. Na prática, a companhia pagava um imposto efetivo de 0,005% sobre a venda de seus produtos na Europa. 

Bayer x Governo dos Estados Unidos: R$ 53 bilhões A empresa alemã fechou, em meados do ano passado, um acordo com o governo norte-americano no valor de US$ 10,9 bilhões (ou R$ 53 bilhões no câmbio do dia) para encerrar os processos que corriam nos Estados Unidos alegando que o Roundup causa câncer. A companhia herdou a disputa legal com a aquisição da Monsanto em 2018.

Fonte: aqui

Fazendo 50 anos


Eis uma lista de coisas que fazem 50 anos em 2021:

1. E-mail

2. Nasdaq

3. Greenpace

4. Disquete

5. Fedex

6. Calculadora de bolsa

Mais alguns aqui

Rir é o melhor remédio

 

Urgência e prioridade no trabalho

03 fevereiro 2021

Gráficos que explicam 2020

 Uma reportagem da Exame (via aqui) mostra o que ocorreu na economia mundial em alguns gráficos:










Desonestidade e Mentiras

Um artigo pergunta qual a razão de mentirmos tão pouco. Alguns trechos sobre a questão de desonestidade, a partir de um experimento:

(...) os resultados mostram que menos da metade das pessoas mentem, de acordo com um meta estudo recente; participantes que dizem a verdade o fazem mesmo que percam. Este mesmo estudo conclui que existem duas razões predominantes pelas quais as pessoas se recusam a mentir; o primeiro é o custo intrínseco da mentira: muitas pessoas se sentem mal e culpadas se não falam a verdade, mesmo que ninguém possa acusá-las, e por isso não o fazem; o segundo motivo é o custo social: embora ninguém possa provar que determinada pessoa mentiu, o participante sabe que, se disser que obteve um seis, há uma certa probabilidade (maior que zero) de o pesquisador suspeitar que ele mentiu. A soma do custo intrínseco e do custo social é suficiente para que a proporção de pessoas que preferem não mentir seja alta.

Junto com dois alunos do terceiro ano do Yale-NUS College (Cingapura), nós perguntamos como o comportamento dos participantes mudaria se os benefícios do engano fossem deixados para uma ONG de sua própria escolha (esse envolvimento pessoal é importante). Estariam mais propensos a mentir porque essa ação repreensível seria compensada com uma doação para uma boa causa? Ou, ao contrário, estariam mais relutantes em mentir porque o benefício altruísta não compensaria o sentimento de culpa? Para responder a essas perguntas, o experimento foi realizado com 500 alunos da Universidade Nacional de Cingapura. Fizemos 100 deles (selecionados ao acaso) jogarem dados sendo o dinheiro dado a cada participante. Dissemos a 100 outros, antes de lançar os dados, que o dinheiro iria para a ONG que cada um escolhesse. Assim que o dado foi lançado, a doação foi feita online antes (para garantir que a doação não fosse falsificada). Os prêmios variaram de um a seis dólares, conforme o número que o participante alegou ter sorteado, além de cinco dólares por ter participado do experimento. Para colocar essas quantias em contexto, com seis dólares você pode comer um jantar mais do que decente em qualquer lugar de Cingapura.

Fomos um pouco mais longe e fizemos mais três grupos de cem pessoas, cada um com uma distribuição diferente dos lucros entre o participante e a ONG escolhida pelo participante: 90% -10% no primeiro grupo, 50% -50% no segundo. e 10% -90% no terceiro. Queríamos saber se houve algum tipo de descontinuidade ou se a transição entre os dois grupos extremos (tudo para o participante e tudo para a ONG) é contínua (...)

Os resultados são mostrados na Figura 1. Ela representa para cada grupo a frequência com que cada número supostamente surgiu. Se ninguém mentisse, a distribuição seria relativamente uniforme (cada número de um a seis pareceria ter surgido 16,6% das vezes). Se todos mentissem, teríamos apenas a coluna de seis, que acumularia uma frequência de 100%. O que descobrimos é que em todos os grupos existem pessoas honestas (...) e que em todos os grupos existem pessoas que mentem. O valor não deixa dúvidas: os participantes mentem tanto mais quanto maior for a parte dos lucros que acumulam. No grupo em que todo o lucro foi revertido para a ONG (grupo e), 24,5% dos participantes afirmam ter obtido seis (50% a mais do que o esperado). Essa frequência cresce gradativamente à medida que aumenta a fração dos lucros que vai para o participante, até chegar a 32,4% das pessoas que afirmam ter obtido um seis no grupo em que guarda todo o dinheiro (grupo a), que é o dobro do esperado, se ninguém mentiu. É importante notar que o comportamento do grupo em que guardam tudo é muito semelhante ao do outro estudo quase parecido realizado em Cingapura apenas dois anos antes, bem como semelhante a centenas de experimentos com dados feitos em todo o mundo. Isso indica que nosso estudo não teve variações desconhecidas de comportamento.


Figura 1: Frequência de pessoas que afirmam ter sorteado cada número nos diferentes grupos do experimento.

O que esses resultados nos dizem? Que parece mais fácil mentir para si mesmo do que para os outros, por mais louvável que seja o final, e isso se mantém mesmo quando a pessoa se beneficia apenas parcialmente da mentira. Existem estudos anteriores ( aqui e aqui) que mostram que quando os ganhos são divididos igualmente entre o participante e outro participante anônimo, há uma tendência maior para mentir do que quando os ganhos são apenas para si mesmo. Porém, observamos que a proporção de mentiras é maior quando os lucros são exclusivamente para si. Qual é o motivo desta discrepância? Uma razão pode ser que poucas pessoas querem dar dinheiro “sujo” (obtido por engano) para uma causa nobre, como uma ONG, mas essa objeção ética não surge se o dinheiro for para outro participante. Isso também explicaria por que há menos pessoas mentindo no grupo em que todos os lucros foram dados a uma ONG do que em qualquer outra. Também pode ser que uma contribuição de poucos dólares seja vista como trivial para uma ONG (não vale a pena mentir por tão pouco),

De qualquer forma, o resultado mais interessante foi obtido graças a um pequeno questionário que passamos no final do experimento, depois de entregar o dinheiro ou, se for o caso, fazer a doação. Uma das dúvidas era se haviam mentido e descobrimos que, quanto maior a frequência de mentiras, menor a frequência de pessoas admitirem não ter falado a verdade. Em outras palavras: os mais relutantes em admitir que haviam trapaceado (apenas 3% deles) eram aqueles que ficavam com todo o dinheiro para si. Em contraste, calculamos que aproximadamente um em cada quatro participantes que mentiram admitiu para todos os outros grupos. Isso nos leva a supor que algum tipo de perdão social é concedido à mentira quando uma ONG se beneficia, mesmo com muito pouco, dela.

Embora existam estudos ( aqui , aqui e aqui ) que mostram quais características socio-demográficas podem explicar a inclinação para mentir, não identificamos que sexo, idade, escolaridade ou religião prediziam comportamento (nem outros: aqui , aqui e aqui ). Ainda temos algumas dúvidas em aberto, como, por exemplo, se esses resultados se repetem em outros países e culturas, ou se, ao contrário, são específicos de Cingapura. Alguém se atreve?

Rir é o melhor remédio

 

É um pássaro? É um avião? Não, é o super-homem. Fonte: aqui

02 fevereiro 2021

Discussão sobre sustentabilidade continua no Iasb


Ontem os curadores da Fundação IFRS analisaram o feedback recebido sobre uma potencial demanda de padrões globais de sustentabilidade e como a Fundação poderia "ajudar" neste desenvolvimento.

Pelo feedback há uma necessidade de normas que sejam reconhecidas internacionalmente e a Fundação poderia ter um papel no seu desenvolvimento. Há uma possibilidade da Fundação anunciar um Conselho de Padrões de Sustentabilidade na Conferência das Nações Unidas sobre o tema, em novembro de 2021. 

Fonte: aqui

Notícias ruins para petroleiras


Tempos ruins para as petroleiras. 

Primeiro, a SEC abriu uma investigação para olhar a avaliação das reservas da empresa, especificamente as da Bacia do Pérmico, seu maior campo nos Estados Unidos. Em 2019, alguns funcionários da empresa afirmaram que estavam sendo pressionados sobre as suposições usadas na avaliação.

Segundo, a BP apresentou prejuízo de 5,7 bilhões em 2020, o primeiro prejuízo de uma década. 

Terceiro, na mesma linha, a Exxon divulgou seu primeiro prejuízo como empresa listada.

Foto: aqui


Crítica a Teoria do Capital Humano


Se houvesse um prêmio para a ideia científica mais perniciosa de todos os tempos, que teoria deveria receber o primeiro prêmio? Eu votaria pela eugenia , uma teoria que afirma que podemos 'melhorar' a humanidade por meio da reprodução seletiva.

Se houvesse um segundo prêmio, eu o atribuiria à teoria do capital humano. Eu penso na teoria do capital humano como uma 'luz da eugenia'. Isso elimina a ideia de que as habilidades são inatas (e que devemos produzir seletivamente o 'ajuste'). Mas a teoria do capital humano mantém a ideia nietzschiana de que o sucesso da humanidade pode ser atribuído principalmente ao talentoso übermensch .

Duras palavras. A Teoria do Capital Humano tem sido muito usada para explicar algumas pesquisas sobre remuneração, por exemplo. (Eu já publiquei artigos usando a teoria no referencial teórico) Continuando:

Os problemas éticos com a eugenia e a teoria do capital humano são fáceis de detectar. Mas e os problemas científicos ? São mais difíceis de decifrar. A eugenia é baseada na dura verdade de que muitas características são hereditárias. Da mesma forma, a teoria do capital humano é baseada na realidade de que algumas pessoas ganham centenas de vezes mais renda do que outras. Onde ambas as teorias erram, no entanto, é que elas interpretam mal a natureza social da humanidade. (destaque do "social" no original)

Continue lendo aqui. Muitas pessoas gostam da teoria, pois "ajuda" a explicar a relevância da educação. 

Rir é o melhor remédio

 


01 fevereiro 2021

CRT e Desinformação

Tendo orientado a tese de Edzna Lucena (atualmente professora do mestrado da UFRN) e agora orientando a tese de Mayara Bezerra (professora da UFMA), ambas usando o CRT, o trecho a seguir chama a atenção. O CRT é um teste proposto por Frederick que se tornou famoso com o livro "Rápido e Devadar", de Kahneman. O nobel de Economia  defende o teste para verificar se as pessoas usam a impulsividade nas decisões. Eis o trecho que chamou a atenção:

Freqüentemente, as pessoas veem afirmações falsas e as compartilham impulsivamente, não porque não consigam descobrir que elas são falsas, mas porque não pararam o tempo suficiente para tentar. Identificar notícias falsas, (...) Pennycook e Rand descobriram que as pessoas com pontuação mais alta no teste de reflexão cognitiva de Shane Frederick também se saem melhor em distinguir a verdade da mentira politicamente partidária. Eles também realizaram uma pesquisa que descobriu que a maioria das pessoas era perfeitamente capaz de distinguir o jornalismo sério das notícias falsas

Em um mundo cheio de distrações, parar para pensar, antes de agir, talvez seja uma boa opção. 

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Garantia e Preço


A BoingBoing anuncia que um gibi no. 1 do Batman foi vendido por 2,2 milhões de dólares. A revista tem 80 anos de idade. Um trecho que chamou a atenção:

A edição, a única cópia a receber a nota 9,4 da Certified Guaranty Company

O que seria isto? A empresa Certified Guaranty Company existe para ranquear quadrinhos, figurinhas e revistas, entre outros produtos. 

Capa da 4a edição do Teoria

 

O Livro de Teoria da Contabilidade, em sua quarta edição, com muitas alterações, tem uma capa. Breve nas melhores livrarias do Brasil. 

Rir é o melhor remédio


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