Translate

28 novembro 2020

Rir é o melhor remédio

 




Rejeição de artigos


Em geral um periódico de boa qualidade tem uma taxa de rejeição de 90% ou mais. Um periódico de boa qualidade este número é menor, algo em torno de 75%. Assim, ter um artigo rejeitado é algo comum. Há histórias de pesquisas fundamentais que foram recusadas pelos periódicos; a teoria das opções é um exemplo.  

Alguns periódicos apresentam esta informação para ajudar o autor na escolha da submissão. Existem sites que também divulgam isto. Há aqui um problema: o que seria rejeição de um artigo? Quando um autor submete um artigo fora das normas do periódico, o texto pode ser devolvido para correções. Este caso entraria na estatística de rejeição? Alguns periódicos consideram que sim, outros só passam a contar a partir da análise do texto. 

Alguns estudos mostraram que a taxa de rejeição estaria em torno de 60% (vide aqui as referências). Mas que artigos submetidos por países como China, Índia e Brasil o nível de aceitação é menor. Por exemplo, artigos de países desenvolvidos tem uma taxa de rejeição média de 50%; já países com piores desempenho - que inclui o Brasil - a taxa de rejeição estaria entre 73% a 81%

Os periódicos abertos possuem uma taxa de rejeição menor. Mas estes periódicos são mais recentes e geralmente estão em áreas onde a aceitação é geralmente maior. 


27 novembro 2020

Resposta do Fasb à crise


Estamos deixando de olhar o que está ocorrendo com o Fasb. Desde 2010, quando o Brasil adotou as normas internacionais do Iasb, passamos a acompanhar de perto o que se passa na Fundação IFRS. (Acho que este blog é uma resistência: entendemos que o Fasb produz normas melhores que o Iasb e estas normas ainda são relevantes para algumas empresas brasileiras). 

Como o Fasb reagiu diante da crise de saúde mundial? Basicamente postergou a adoção de normas que já estavam aprovadas e divulgadas. Algumas destas normas foram elaboradas em conjunto com o Iasb; enquanto o Iasb correu para implantar, o Fasb foi mais lento (menos eficiente?) e em alguns casos não adotou a mesma norma do Iasb (caso do leasing). A primeira atitude do Fasb foi então postergar, ainda mais, a adoção destas normas. Eis um trecho do Accounting Today sobre a questão do Seguros: 

[O Fasb] está adiando a data de vigência de seu padrão de contabilidade de seguro de longa duração por um ano e tornando mais fácil sua adoção antecipada.

No mês passado, os membros do conselho votaram para adiar o padrão em resposta à pandemia de coronavírus. (...) O FASB tem adiado vários de seus padrões este ano em resposta à pandemia COVID-19, incluindo arrendamentos e perdas de crédito, bem como reconhecimento de receita para empresas de franquia. Em julho, propôs atrasar o padrão de seguro após a votação em junho para emitir a proposta

Enquanto isto, o Fasb continuou com a modificação da sua estrutura conceitual (com algumas alterações bem interessantes) (breve iremos postar sobre isto)

(Em tempo, o IPSASB também adiou as datas efetivas de normas para o setor público)

Frase



“Uncertainty is the engine of science, and a sign of knowledgeable humility.” 

(Incerteza é o motor da ciência e um sinal de humildade bem informada) David Spiegelhalter. (The Guardian via e-mail da Nature)

26 novembro 2020

Tesla

A empresa Tesla tem gerado um debate muito interessante. Os interessados em contabilidade deveriam acompanhar mais de perto este debate pelo menos por dois motivos. Primeiro, os números contábeis da empresa são ruins (inclui até acusação de manipulação/fraude contábil), não gerando lucro nem caixa com as atividades operacionais. Mesmo assim, a empresa tem um valor de mercado absurdamente elevado. Segundo, há uma discussão sobre o custo dos produtos fabricados pela empresa, em relação aos seus concorrentes. A seguir, alguns trechos de um artigo publicado por Wolf Richer:

Tesla é um fenômeno sobrenatural, liderada por um cara que anda sobre a água e não está fabricando e vendendo automóveis em uma indústria estagnada ou em declínio, mas está criando milagres com rodas em um universo sem limites. Portanto, entendo perfeitamente que é um sacrilégio mencionar Tesla ao mesmo tempo que a Ford e a General Motors. Mas aqui vamos nós, com sacrilégio e tudo, lado a lado, apenas os números, Tesla, Ford e GM.

A GM informou esta manhã que as receitas globais para o terceiro trimestre ficaram estáveis ​​em US $ 35,5 bilhões, em fortes ganhos de vendas por unidade na China e queda nas vendas por unidade nos EUA, mas com uma mudança para veículos mais caros nos EUA. A GM anunciou anteriormente que as entregas do terceiro trimestre na China, por meio de sua joint ventures, aumentaram 12%, para 771.400 veículos (outras montadoras também relataram grandes ganhos, ano a ano, no terceiro trimestre na China). Nos EUA, as entregas da GM no terceiro trimestre caíram 10% ano a ano, para 665.000 veículos, mais uma vez vendendo mais veículos na China do que nos EUA.

A comparação: Tesla, Ford e GM.

As receitas globais da GM e da Ford foram mais de quatro vezes as receitas globais da Tesla:


O lucro líquido atribuível aos acionistas ordinários no terceiro trimestre da GM foi 13 vezes o da Tesla; e o lucro líquido da Ford foi 42% maior do que o da Tesla:


O lucro por ação no terceiro trimestre da GM foi mais de 10 vezes o da Tesla. O LPA da Ford era menos da metade do Tesla:


Mas a capitalização de mercado da Tesla (preço das ações vezes o número de ações em circulação), apesar de ser uma empresa muito menor, é atualmente 13 vezes a capitalização de mercado da Ford e quase 8 vezes a capitalização de mercado da GM. E é quase 5 vezes sua capitalização de mercado combinada:


O que essa comparação de capitalização de mercado mostra não é que a Ford e a GM estão de alguma forma subvalorizadas por um fator de 100 ou qualquer outra coisa, mas que o preço das ações da Tesla está ridiculamente fora de proporção.

A Tesla tornou carros elétricos (EV) legais e forçou os fabricantes de automóveis antigos a levar os EVs a sério. E agora, depois de anos perdendo tempo, todos estão levando os EVs a sério.

(...) E esses fabricantes de automóveis antigos estão agora investindo muitos bilhões de dólares cada um para projetar e construir EVs. Eles moveram seus cérebros mais brilhantes para o segmento. Alguns desses EVs já estão no mercado, outros estão chegando no mercado.

A competição que a Tesla enfrenta está crescendo e se tornará enorme. Antes era apenas Tesla sozinha, e se você quisesse um EV, teria que ser um Tesla. Agora são todos, em todo o espectro, de carros compactos a picapes.

Nesse aspecto, Musk realizou um milagre: ele criou uma indústria inteira e forçou os gigantes a tirar suas bundas preguiçosas e se mexer. Ele os abalou. E agora eles estão se movendo.

(...) A Tesla agora está enfrentando todos os gigantes que despertou - além de todos os recém-chegados que agora estão lutando na China - o maior mercado de automóveis e EV do mundo - e em outros lugares.

Fabricar EVs é mais barato e simples do que fabricar veículos ICE (veículo de combustão interna) - com a bateria sendo a exceção. O trem de força ICE, os sistemas de combustível, os sistemas de refrigeração, os sistemas de lubrificação, os sistemas de exaustão, a transmissão, o controle de emissões e os sistemas de gerenciamento do motor, etc. são altamente complexos. E tudo isso é jogado fora e substituído por motores elétricos, uma bateria e os sistemas que os controlam e os gerenciam. Grande parte da frenagem é feita por motores elétricos, que geram eletricidade no processo que carrega a bateria, reduzindo não apenas o consumo de eletricidade, mas também a manutenção do freio. A bateria é o ponto crucial, mas essa tecnologia está avançando a passos largos e está sendo comoditizada.

A Tesla está perdendo seu status de pioneira e se tornando apenas mais um competidor em uma indústria dominada por gigantes. A Tesla criou uma marca fabulosa (“Tesla”) e, para pessoas que gostam de comprar marcas fabulosas, isso é uma atração. Mas para outros compradores de carros e caminhões, não é uma atração. O que eles querem é um veículo bem feito, confiável e versátil, apoiado por um serviço competente e de fácil acesso e disponibilidade de peças - que os gigantes vêm aprimorando há décadas.

Voltaremos breve ao assunto

25 novembro 2020

Capa do livro de Teoria da Contabilidade

 

A quarta edição já tem uma capa. Um desenho bem moderno e bonito. Saiu a capa preta das edições anteriores e entra este novo desenho.

Lembrando que a 4a edição traz profundas mudanças na estrutura e capítulos. Espero que todos gostem

Rir é o melhor remédio

 


24 novembro 2020

Treinamento do IPSAS


Um conjunto de textos para treinamento sobre as normas internacionais do setor público. São dez módulos em arquivo PDF com a seguinte estrutura:

1 - Introdução

2 - Ativo

3 - Passivo

4 - Receitas

5 - Despesas

6 - Instrumentos Financeiros

7 - Consolidação e Combinação

8 - Apresentação

9 - Primeira adoção do regime de competência

10 - Outros pronunciamentos

Abertura de capital da Corpel


A notícia não despertaria interesse se o Grupo Cortel não operasse cemitérios, crematórios e funerárias. O Grupo pediu aval para realizar uma oferta inicial de ações (IPO). Eles atuam em quatro estados do Brasil e possuem "10 cemitérios em seu portfólio, também atuando em diversos outros “produtos e serviços atrelados ao luto”, segundo o prospecto preliminar da operação.". 

Nos nove primeiros meses de 2020, o grupo teve receita líquida de R$ 75,9 milhões, ante R$ 55,4 milhões no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido foi R$ 21,5 milhões, em comparação com R$ 9,1 milhões de reais na mesma etapa de 2019. 

A empresa planeja expandir suas operações com a aquisição de ativos “em regiões com baixo atendimento profissional de cemitérios e serviços funerários”, mas que possuam população acima de 500 mil habitantes e com PIB per capita acima da média do país. 

(...) Segundo a companhia, se por um lado a epidemia de Covid-19 tem limitado “o tempo do cerimonial fúnebre” para duas horas, podendo “afetar os serviços de maior valor agregado durante este período de isolamento social”, por outro “alguns empreendimentos, já apresentam aumento de demanda e consequentemente aumento em suas receitas”, afirmou a Cortel no prospecto. 

“A expectativa da companhia é que haja um aumento de demanda nos próximos meses em virtude das mortes por Covid-19”, acrescentou a companhia.

Unicórnio

 Unicórnio são empresas novas, com elevado valor. O gráfico mostra os unicórnios mais valiosos em 2020, com a presença de uma empresa brasileira:



Rir é o melhor remédio

 


23 novembro 2020

Contabilidade da Cannabis


A contabilidade pode ser aplicada a qualquer negócio: empresa comercial, uma indústria, o governo, um bordel, aos negócios particulares e em negócios esdrúxulos. Daniel Hood escreve um artigo sobre a dificuldade de ser contador de uma empresa de cannabis nos Estados Unidos. Já discutimos isto aqui, com o caso do Canadá.

A contabilidade para empresa de cannabis é um nicho de mercado interessante. Nos Estados Unidos, alguns estados liberaram a produção e comercialização - sob determinadas restrições - do produto. Durante a pandemia, tudo leva a crer que cresceu o consumo do produto. O consumo do produto parece que resistiu à recessão, embora o abastecimento do mercado ilegal parece ter se aproveitado mais. 

Entretanto, há alguns problemas. Hood lembra que o setor possui um grande problema no acesso aos canais bancários normais: as instituições financeiras estão sob regulamentação do governo federal, que ainda não "legalizou" o negócio. Assim, as transações são basicamente em moeda corrente. E isto traz alguns problemas: roubo, extravio, dificuldade de pagamento de folha e a própria contabilidade. 

Consultoria profissional sobre como administrar um negócio somente em dinheiro é, portanto, crítico para as empresas de cannabis

E auditoria. E uma legislação confusa, onde a ausência de leis federais cria uma série de problemas para as empresas. Em alguns estados, as leis são de responsabilidade dos municípios. E cada localidade tem suas regras. Os softwares específicos possuem bugs e não existe pessoal especializado. 

Pesquisa sobre Covid

 Toda madrugada de segunda, o NBER posta as pesquisas semanais. Algo em torno de 30 pesquisas de excelente nível estão disponibilizadas, antes de serem publicadas nos principais periódicos do mundo. Nesta segunda, chama à atenção (pelo título e resumo) as seguintes pesquisas:

The Value of a Cure: An Asset Pricing Perspective - Viral V. Acharya, Timothy Johnson, Suresh Sundaresan & Steven Zheng procuram determinar o valor da cura de uma vacina para combater o Covid. Usando o preço das ações e as notícias do avanço do estágio de vacinas, os autores fizeram um modelo para precificar os ativos e estimar os ganhos para a economia. Além do valor da cura, a vacina poderia resolver a incerteza decorrente da doença. 

Why Is All COVID-19 News Bad News? Bruce Sacerdote, Ranjan Sehgal & Molly Cook analisam se as notícias sobre o Covid-19, desde janeiro de 2020, são negativas ou positivas. Nos Estados Unidos, 91% das notícias são negativas, versus 54% de fontes fora dos EUA e 65% dos periódicos científicos. A negatividade da imprensa não reage com a mudança de novos casos ou tendências políticas. Parte do resultado é explicada pela preferência dos leitores dos EUA, que preferem notícias negativas: histórias de casos crescentes superam as histórias de casos decrescentes por um fator de 5,5. 

Revenge of the Experts: Will Covid-19 Renew or Diminish Public Trust in Science? - Barry Eichengreen, Cevat Giray Aksoy & Orkun Saka verificaram se epidemias anteriores afetaram a confiança na ciência e nos cientistas. Usando a “hipótese dos anos impressionáveis”, de que as atitudes são formadas de maneira duradoura durante as idades de 18 a 25, os pesquisadores descobriram que isto reduz a confiança nos cientistas e nos benefícios do seu trabalho. E isto é maior nas pessoas com pouco treinamento prévios em ciências. Isto pode afetar, por exemplo, a confiança nas vacinas.

Imagem: aqui

22 novembro 2020

Contabilidade e desenvolvimento econômico


 Os contadores podem dar uma contribuição significativa para a economia nos níveis local, nacional e global, de acordo com um novo relatório da Federação Internacional de Contadores.

Para o relatório , o IFAC se associou ao Center for Economics and Business Research (Cebr), uma consultoria econômica. Em cada medida revisada, a pesquisa encontrou um maior número de contadores correlacionados a um melhor desempenho econômico. Além disso, os contadores que são membros das organizações contábeis profissionais membros da IFAC se correlacionam com um desempenho ainda mais forte nos indicadores econômicos.

Fonte: aqui. Imagem daqui

Aqui no Brasil temos a pesquisa "Onde estão os profissionais contábeis no Brasil" mostrou que quanto maior o IDH, maior a presença de contadores. (vide aqui também)

21 novembro 2020

Estado da Califórnia multa a KPMG


Ainda com respeito ao escândalo da KPMG, que tentou melhorar a qualidade das suas auditorias através da "contratação" de funcionários do PCAOB, o estado da Califórnia multou a empresa de auditoria. 

O motivo foi o fato do estado ter licenciado CPAs. O procurador-geral do estado aplicaram uma multa disciplinar contra a empresa. Durante a investigação da SEC, a KPMG admitiu que muitos dos seus CPA trapacearam no exame de educação continuada interno, colando respostas e manipulando a pontuação do exame. 

Segundo o procurador-geral:

“As auditorias de empresas públicas são particularmente importantes porque fornecem supervisão das empresas nas quais os americanos dependem para investir seu dinheiro suado em pensões e outros fundos de aposentadoria. Quando empresas como a KPMG optam por trapacear em vez de melhorar as práticas da empresa, isso prejudica todo o sistema. Eles serão responsabilizados. ”

Além da multa, a KPMG será obrigada a dar educação continuada em ética. (Imagem aqui)

Trabalho em extinção


Regularmente aparece alguém fazendo previsões sobre as profissões em risco de serem extintas. Agora, mais uma lista da GlassDoor (?), publicada na Epoca Negócios: 

Já sabemos que a pandemia afetou profundamente a forma que o mercado de trabalho está organizado. Mas, para algumas profissões, esses impactos podem ser ainda mais devastadores. É isso que mostra o relatório Workplace Trends 2021, publicado pela consultoria GlassDoor. 

A empresa, especializada em recrutamento e seleção, analisou as informações disponibilizadas por empresas em milhões de vagas de emprego publicadas em sua plataforma. Com base nesses dados, foi possível identificar três tendências que irão tomar conta do mercado nos próximos anos. Além disso, a consultoria também elencou as 20 profissões que mais foram impactadas pela crise sanitária. 

Os escritórios nunca mais serão os mesmos 

A primeira tendência identificada pela Glassdoor foi a mudança na estrutura de trabalho nos escritórios tradicionais. A pandemia deu força ao movimento de transição das infraestruturas físicas para o home office. Durante o periodo, 4 em cada 10 trabalhadores norte-americanos desempenharam suas atividades remotamente. Ao mesmo tempo que isso traz vantagens, também pode apresentar problemas para as operações das empresas. 

De acordo com a consultoria, equipes que funcionem em sistemas híbridos, onde alguns funcionários ainda trabalham presencialmente, apresentam melhores resultados. 

Apesar do corte de custos e maior flexibilidade, o home office tende a minar a espontaneidade e produtividades de algumas equipes. Entre os principais motivos para isso está a dificuldade que o modelo apresenta na hora da criação de vínculos profissionais, essenciais para a criação de uma sinergia entre os colaboradores. 

A expectativa é que, em 2021, o mercado experimente uma onda de inovação em modelos híbridos de trabalho. Com as empresas testando cada vez mais modelos para encontrar aquele que melhor atende suas necessidades. A diversidade irá ganhar cada vez mais importância Os colaboradores querem mais do que apenas promessas de mais diversidade dentro das empresas. Eles querem ação. 

Movimentos como o Black Lives Matter lançaram uma nova luz à questões relativas a desigualdade racial em 2020, e os negócios estão sendo cada vez mais pressionados a apresentarem resultados tangíveis. Essa é uma tendência que tende a ganhar força com o decorrer da retomada econômica nas principais economias do mundo. 

Mais do que demandas internas, o grande público também está mais atento à essas questões. Relatórios de resultados que indiquem uma evolução no assunto, com a adoção de políticas corporativas e incentivos, tendem a ser bem vistos pela comunidade. 

A forma que encaramos nossos salários irá mudar 

Com a popularização do home office, novas oportunidades são apresentadas para os profissionais. Uma delas é a de se mudar para outra cidade enquanto mantém o mesmo emprego. 

Isso é especialmente atrativo para trabalhadores do setor de tecnologia, que agora encaram a possibilidade de fugir dos metros quadrados caros dos grandes polos de inovação, como São Francisco e Nova York. 

Isso cria um movimento de mudança no que diz respeito ao valor das remunerações. A possibilidade de economizar mais também abre espaço para que os salários abaixem, mas o movimento contrário também pode acontecer. Conforme o mercado fica cada vez mais competitivo, a remuneração pode ser um fator decisório para que as empresas consigam reter talentos. 

O relatório também chama a atenção para as confraternizações e eventos. Apesar deles terem sido suspensos durante a pandemia, a expectativa dos colaboradores é que retornem com o fim da crise sanitária. 

Até mesmo as melhores culturas corporativas precisarão se adaptar 

Com o trabalho menos centralizado nos escritórios, as culturas corporativas precisarão mudar para conseguir estimular e engajar pessoas. 

Tudo deve começar no design de suas sedes. As empresas precisam pensar em como os colaboradores vão se relacionar com esses ambientes, garantindo que sejam locais de conforto e produtividade. 

Aqueles que trabalham remotamente também podem sentir dificuldade em criar vínculos com a empresa. É normal que a sensação de que está trabalhando “separado de sua equipe” apareça. De acordo com a Glassdoor, empresas que querem prosperar em 2021 precisam encarar os sentimentos de seus colaboradores como business intelligence. 

Alguns setores não se recuperarão 

O choque econômico que a pandemia trouxe será sentido por muito tempo. Muitos empregos que foram perdidos não retornarão tão cedo. O relatório da GlassDoor mostra impactos devastadores, principalmente em trabalho que não exigem muita capacitação do profissionais, aqueles do setor de educação, funções administrativas e de vendas. De acordo com a consultoria, essas são áreas que não devem se recuperar tão cedo. E, mesmo após a recuperação econômica, ainda irão ser mercados menores do que eram antes da pandemia. 

Confira os 20 empregos mais afetados. 1. Audiologista 2. Coordenador de eventos 3. Demonstrador de produtos 4. Oculista 5. Chefe de cozinha 6. Executivo assistente 7. Consultora de beleza 8. Vallet 9. Estilista 10. Coach 11. Embaixador de marca 12. Tosador de animais 13. Fisioterapeuta 14. Estagiário 15. Professor 16. Gerente de Recursos Humanos 17. Analista de Contas a Pagar 18. Recepcionista 19. Instrutor 20. Gerente de Vendas 21. Contador 22. Executivo de contas

Imagem: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Fonte: Aqui

20 novembro 2020

A Língua da Economia

Blair Fix faz uma interessante análise das palavras usadas na economia. Ele usa alguns dos livros que são adotados no ensino da disciplina e compara com os outros livros publicados (inclusive literatura). Por exemplo:


A palavra preço aparece 13.900 vezes (em um milhão de palavras) nos livros de economia; mas só aparece 296 vezes (também em um milhão) nos demais livros. Ou seja, a frequência relativa é de 46,9 ou 13900/296. Isto indica que palavra é muito utilizada nos livros de economia. Parece óbvio, pois trata-se do jargão da disciplina. Já a palavra ciência ocorre menos na economia do que nos demais livros. Aqui Fix observa que isto talvez seja um reflexo do fato da economia ser uma pseudo-ciência. 

Observe que a última coluna da tabela é mais importante, pois relaciona o uso de um termo na economia com os demais livros. "Murder" (assassino) parece não interessante muito a economia quanto as demais obras. "Ditchdigger" (escavador de valas) é um termo muito pouco usado nos livros, mas ainda assim aparece mais nos livros de economia. As palavras mais usadas, de forma relativa, nos livros de economia, são:

Mas Fix considera que é importante analisar as palavras que não foram usadas ou foram usadas em uma quantidade menor que os demais livros. Veja o resultado a seguir:

Muitas palavras estão ligadas a religião (gospel, judeu, Deus, etc). Eis sua análise:

Os livros de economia, no entanto, são um tipo muito particular de escrita secular. Eles estão promovendo uma ideologia secular . E isso torna a subutilização de palavras religiosas dos economistas mais interessante. Enquadrado dessa forma, podemos pensar na Figura 4 como mostrando duas ideologias contrastantes. A ideologia secular da economia exclui amplamente a linguagem usada pelas ideologias religiosas. Fascinante.

Mas um resultado que Fix não esperava é o termo "anti". Em lugar de dizer "João é anti-democrático", os economistas constroem a frase como "João tem preferência pela não democracia".  Ou seja,

Os livros de economia estão vendendo uma ideologia que legitima o status quo. E a melhor maneira de fazer isso é silenciar qualquer conversa de oposição. Elimine 'anti' do seu vocabulário.

Contabilidade? - Alguém por favor use o método de Fix e faça um trabalho parecido para a contabilidade. 

A turma da Mônica ensina finanças pessoais


Esta semana foi publicado o livro da turma da Mônica intitulado "Como Cuidar do Seu Dinheiro", escrito por Maurício de Souza em parceria com Thiago Nigro.

Segundo o Folha Go:

O livro começa mostrando uma curta história em quadrinhos nos quais são mostradas possibilidades do uso do dinheiro.

Nas páginas seguintes, sempre com ilustrações intuitivas criadas por Maurício de Sousa, Thiago usa uma linguagem simples para abordar o assunto de finanças com o público mais jovem com quem já trabalhou.

Ele visa explicar que o dinheiro não deve ser só gasto para comprar brinquedos, roupas e comidas, mas também para realizar sonhos. Por exemplo, o de fazer uma viagem para algum lugar desejado ou até mesmo cursar uma faculdade no futuro.

A ideia central é de incentivar que os jovens leitores reflitam sobre assuntos relacionados ao uso do dinheiro de maneira consciente, deixando de lado ideias consumistas. Explicando, ainda, de forma simples, o perigo dos juros, inflação e das compras por impulso.

19 novembro 2020