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04 agosto 2020

Assetization

Não conhecia esta discussão, sobre a "assetization". Aqui uma discussão sobre um livro que afirma que isto seria uma coisa ruim. O que seria isto? Segundo o comentário:

atribuir um valor monetário a coisas com valor intrínseco, mais a dimensão do poder do proprietário do ativo sobre quem o aluga.

Isto está muito ligado ao processo de mensuração. Assim, procurar definir e quantificar tudo aquilo que seja ativo: obra de arte, capital intelectual, recurso humano, recurso natural, conhecimento e muitos outros.

O conceito de um ativo cujo valor é herdado ao longo do tempo e depende agora de que tipo de futuro criamos é fundamental para a construção de uma economia sustentável.

Aqui um livro com a abordagem negativa da assetization (foto da capa).

Reserva de Emergência em Finanças Pessoais

Um dos tópicos relevantes na educação financeira (e em finanças pessoais) é a constituição de uma reserva de emergência. Um dos parâmetros é ter em caixa (ou aplicações de baixíssimo risco e elevada liquidez) seis meses de salário: Esta discussão é relevante, em momentos de elevado desemprego.

As recomendações dos especialistas variam, mas de forma geral eles dizem que o ideal é guardar o equivalente a pelo menos seis meses do que se precisa para viver. “Quanto mais instável for a fonte de renda, maior deve ser a reserva”, diz Samantha Millais, facilitadora de educação financeira da Guide Investimentos. Funcionários públicos, por exemplo, geralmente precisam ter menos recursos para emergência; autônomos e microempresários deveriam guardar até um ano de seus gastos ou sua renda, considera. (Reserva de emergência deve ser prioridade | Suplementos | Valor Econômico)

Foto: aqui

A razão dos seis meses? Se você perder o emprego, cortando gastos supérfluos, você teria condições de ficar desemprego, com estes recursos, por até um ano. 

Máquinas podem aprender Finanças?

Resumo:

Machine learning for asset management faces a unique set of challenges that differ markedly from other domains where machine learning has excelled. Understanding these differences is critical for developing impactful approaches and realistic expectations for machine learning in asset management. We discuss a variety of beneficial use cases and potential pitfalls, and emphasize the importance of economic theory and human expertise for achieving success through financial machine learning.

Israel, Ronen and Kelly, Bryan T. and Moskowitz, Tobias J., Can Machines 'Learn' Finance? (January 10, 2020).Forthcoming 2020. pdf



Machine Learning: como ele está mudando as regras de mercado - Unisoma

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

03 agosto 2020

Qual o preço justo de um vinho?

De um artigo do Valor Econômico de 31 de julho:

Qual é o preço justo de um vinho? A resposta, sem dúvida, não está numa planilha de custo, computando produção e venda, como qualquer produto de consumo. Há tantos fatores intangíveis no vinho que fazem com que o valor que se paga por uma garrafa esteja mais ligado à disposição do consumidor em comprá-la do que a somatória de itens concretos e mensuráveis. Tem a ver com a reputação e a pressão sobre a oferta. (...)

Mais adiante, o autor comenta um caso interessante:

Surpresas não faltam, em especial em degustações às cegas, até entre críticos experientes. Para ilustrar, vale acessar youtu.be/1leRdKluE7I, vídeo curtinho de um evento realizado em Paris, em junho de 2009, organizado pela Grand Jury Européen (GJE), uma associação independente sem fins lucrativos cujo objetivo era servir como alternativa a avaliações individuais que renomados críticos (principalmente Robert Parker) faziam de grandes vinhos.

Na ocasião, 15 reconhecidos experts, entre eles Michel Bettane, o mais conhecido e influente (também o mais arrogante) jornalista francês do setor, e Olivier Poussier, melhor sommelier do mundo em 2000, analisaram 11 dos principais bordeaux tintos da safra 2001. Na verdade, eram dez Grands Crus Classés mais um “intruso”, o Château de Reignac, nada além do que um bom rótulo da simplória categoria Bordeaux Supérieur, considerado muitos degraus abaixo de seus nobres conterrâneos.

Recolhidas as anotações e pontuações individuais atribuídas pelos jurados a cada uma das amostras apreciadas, e enquanto os dados eram compilados por um observador autônomo, François Mauss, presidente do GJE, pedia aos integrantes do grupo que expusessem suas impressões vinho a vinho, na sequência em que foram provados. A cada rodada de comentários a identidade da amostra era revelada. As reações mostraram desconforto, provocando uma ou outra justificativa inoportuna.

Foto: aqui

Projeções

Analisando algumas das mais recentes notícias divulgadas por empresas brasileiras, achei esta da Cemig, que no dia 22 de julho divulgou o seguinte (grifo nosso):

A COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS –CEMIG (“Cemig”),companhia aberta, com ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madri, vem a público informar, nos termos da Instrução CVM nº 358 de 03/01/2002, conforme alterada, à Comissão de Valores Mobiliários -CVM, à B3 S.A. -Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”) e ao mercado em geral que, em decorrência da impossibilidade de quantificar, com precisão, os impactos gerados pela pandemia do Coronavírus (COVID-19) no contexto, principalmente, de incertezas quanto à evolução da COVID-19 nos mercados em que atua, a Cemig optou por suspender as projeções financeiras (Guidance) divulgadas em seu “XXIV Encontro Anual”, realizado em 29/05/2019.

A Cemig reitera o compromisso de manter seus acionistas, credores e o mercado em geral devida e oportunamente informados. 


Temos a impressão que a empresa divulgou estas projeções e esqueceram delas. Até alguém questionar se ainda eram válidas.

Fotografia: aqui

Matt Walker: como o álcool e a cafeína afetam o sono

A cafeína nos acorda, e o álcool nos faz cochilar, não é mesmo? Não é tão simples assim. O cientista do sono Matt Walker nos mostra maneiras reveladoras pelas quais essas bebidas afetam a quantidade e a qualidade do nosso sono.

Conexões Políticas e Informações Privilegiadas

Resumo:


We analyze the trading of corporate insiders at leading financial institutions during the 2007 to 2009 financial crisis. We find strong evidence of a relation between political connections and informed trading during the period in which Troubled Asset Relief Program (TARP) funds were disbursed, and that the relation is most pronounced among corporate insiders with recent direct connections. Notably, we find evidence of abnormal trading by politically connected insiders 30 days in advance of TARP infusions, and that these trades anticipate the market reaction to the infusion. Our results suggest that political connections can facilitate opportunistic behavior by corporate insiders.


Alan D. Jagolinzer, David F. Larcker, Gaizka Ormazabal, and Daniel J. Taylor, “Political Connections and the Informativeness of Insider Trades,”

Does Insider Selling Mean It's Time to Sell?

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

02 agosto 2020

Novo Webinar do Iasb

No dia 11 de agosto o IASB, através do representante brasileiro Tadeu Cendon e do membro do staff Gustavo Olinda, irão apresentar um Webinar sobre a Minuta de alteração das demonstrações contábeis. Este Webinar irá explicar os aspectos mais específicos da mudança.

Aqui a página da Fundação.

Rir é o melhor remédio

Este rir é para um título de um artigo publicado no PLOS de 17 de julho:

Whoop! There it is: The surprising resurgence of pertussis

(sobre a doença da coqueluche). Mas vale a pena ler os comentários do Twitter onde alguns apresentaram outros exemplos de títulos de artigos científicos

01 agosto 2020

Petrobras tem prejuízo, mas continua gerando caixa operacional

Foi destaque, nesta semana, o prejuízo trimestral da empresa estatal Petrobras. Os efeitos da pandemia e o preço do petróleo foram as possíveis razões para este desempenho. E pareceu uma notícia ruim, mesmo o presidente da empresa afirmando que a entidade está preparada para um cenário de baixo preço. Isto é duvidoso, já que o ponto de equilíbrio da Petrobras é bastante elevado em razão dos custos de exploração, em alto mar, serem maiores do que de outras empresas.

A empresa segue com planos de redução em algumas áreas, já tendo obtido o aval do TCU para a venda. É importante notar que o resultado também foi influenciado, positivamente, por um ganho de uma causa judicial.

Entretanto, há tempos considero que o resultado líquido não é uma boa medida de desempenho de médio e longo prazo da empresa. Os últimos anos foram conturbados, com amortização de ativos por conta da corrupção da empresa e da forte influencia do governo. Particularmente acho mais interessante o fluxo de caixa oriundo das operações.
Neste sentido, a Petrobras gerou um caixa de 29 bilhões de reais, um pouco abaixo dos 35 bilhões, mas acima do mesmo período do ano passado. Os 64 bilhões de caixa operacional é bastante respeitável, para uma empresa que gerou menos 17 bilhões de receita. 

Teste Múltiplo

Eis uma situação onde a engenhosidade humana pode ajudar a resolver um problema de recursos escassos. Eis a situação (clique na imagem para ver melhor)
Bilder e seus colegas estimam que três Estados - Connecticut, Maine e Vermont - poderiam
quadruplicar sua capacidade de testes com o agrupamento. Um quarto, Nova York - poderia chegar
próximo àquele nível, adicionando 294% de capacidade. Outros sete Estados, principalmente no
nordeste, mas também Havaí e Michigan, poderiam mais do que triplicar sua capacidade. Os estatísticos do governo tiveram essa ideia na década de 1940, quando precisaram de uma maneira
mais eficiente para examinar recrutas da Segunda Guerra Mundial para a sífilis.  (...)

Os pesquisadores temem que, à medida que o tamanho de um agrupamento aumente, o teste pode perder a sensibilidade e deixar passar alguns casos em que os pacientes têm cargas virais muito baixas, geralmente no início ou no fim de suas infecções. Pesquisadores na Alemanha reuniram até 30 amostras, mas observam que "amostras únicas positivas limítrofes podem escapar da detecção em grandes agrupamentos".

Leia mais em "Como testar mais pessoas para o novo coronavírus sem realmente precisar de mais testes", Quoctrung Bui, Sarah Kliff e Margot Sanger-Katz, The New York Times, via Estado de S Paulo, 30 de julho de 2020.

Resultados dos Bancos

Entre os resultados dos bancos, o Santander apresentou seu primeiro prejuízo em 163 anos de funcionamento: 10,8 bilhões de euros. O problema foi a provisão para as perdas esperadas nos empréstimos concedidos pelo banco e alguns resultados ruins nas filiais (especialmente Reino Unido, Estados Unidos, América Latina e Polônia).

O Santander não é o único banco com problema. Mas o seu porte e o potencial de contágio chamam a atenção. Além disto, o importante mercado da América Latina pode reservar surpresas ruins nos próximos meses por conta da pandemia.

O principal risco é que o aumento da falência da região, o aumento do desemprego e a contração acentuada das economias possam desencadear outra crise da dívida. Se isso acontecesse, a exposição excessiva dos dois maiores bancos da Espanha à região poderia servir como fonte de contágio na Europa.

Isto não é problema quando uma instituição financeira tem capital para absorver as perdas. Mas conforme a autoridade bancária europeia, os bancos espanhóis estão entre os piores em termos de capitalização. E neste quesito, a posição do Santander não é boa.

Leia mais aqui (aqui, aqui e aqui). Imagem: aqui

Rir é o melhor remédio

Dificuldade em Custos

31 julho 2020

Fraude Filmada

A fraude contábil da empresa alemã Wirecard será transformada em documentário, com lançamento previsto para 2021. A ascensão e queda da empresa correspondeu a um dos maiores escândalos contábeis da Alemanha. A "obra de arte" terá a direção de Raymond Ley, com produção de Nico Hoffman e Marc Lepetit.

A expectativa é que o documentário tenha seis episódios de 45 minutos cada. Também deverá existir um podcast da série que estará disponível no audionow.de.

IPSASB


Aqui o link para as normas internacionais do setor público, em dois volumes.

Presos e estrangeiros

O gráfico mostra a proporção de estrangeiros nas prisões. Em Mônaco, 100% dos prisioneiros são estrangeiros. Ou seja, os locais não cometem crimes. Andorra e Emiratos Arábes possuem uma percentagem elevada também. De comum, são em geral países pequenos, vários deles Europeus. Preconceito? Alguns deles são locais atrativos para operações financeiras de diversos tipos. No caso de Mônaco, há outra explicação: a população local é minoria.

Rir é o melhor remédio

Quem nunca usou sua calculadora para fazer uma operação deste tipo?

30 julho 2020

Taxando as Multinacionais

Um artigo bem interessante publicado no Financial Times, denominado Epidemia eleva pressão para taxar mais as multinacionais (traduzido pelo Valor Econômico) discute a situação da taxação das empresas multinacionais. O texto apresenta um exemplo simples, do Savoy:

Em 2018, o Savoy tinha dívidas de 347 milhões de libras e pagava juros de até 15%, altíssimos para a Europa. O dinheiro foi emprestado pela controladora imediata do The Savoy Hotel Limited, uma empresa chamada Dunwilco (1784) Limited, que por sua vez pertence à uma empresa chamada Dunwilco (1783), que por sua vez pertence à Dunwilco (1847), que por sua vez pertence ao dono derradeiro do hotel, a Breezeroad Limited, com registro no Reino Unido. A dívida flui em cascata nessa estrutura empresarial e costuma ser refinanciada a cada um ou dois anos. Para os dois principais acionistas do Savoy Hotel, um dos homens mais ricos do mundo e um dos maiores fundos soberanos, esse arranjo complexo têm dois efeitos notáveis: as contas do Savoy parecem impenetráveis para quem é de fora e a empresa não pagou nada de imposto como pessoa jurídica nos últimos 15 anos.

O exemplo fica mais concreto com dados mais amplos:

No Reino Unido, mais de 50% das subsidiárias de multinacionais estrangeiras atualmente não contabilizam lucros tributáveis, segundo estudo de 2019 da pesquisadora Katarzyna Bilicka, da Universidade de Oxford. Nos EUA, 91 empresas da lista Fortune 500, entre as quais Amazon, Chevron e IBM, pagaram uma taxa efetiva zero em impostos federais em 2018.

De um lado, tem-se corporações com um batalhão de funcionários pensando no planejamento financeiro. De outro, burocratas em diversos países, que não possuem o mesmo interesse e não conseguem extrair impostos das multinacionais. Segundo o texto, a OCDE está preparando um projeto tendo por base dois pilares:

A primeira, chamada de “pilar 1”, fortalece o direito de os países tributarem as empresas a partir das vendas em seus territórios, independentemente de onde a empresa é legalmente constituída (um ganho para a maioria das grandes economias e uma perda para os paraísos fiscais). (...)

O segundo pilar tenta criar um patamar mínimo de imposto a ser aplicado sobre todas as multinacionais. A OCDE estima que as duas reformas elevariam a arrecadação de impostos sobre as empresas em 4% no mundo, somando US$ 100 bilhões ao ano.

Mesmo este valor estimado é pouco em relação ao potencial de taxação das multinacionais.

Imagem aqui