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06 abril 2020

Escola e Crime

We examine if compulsory schooling laws (CSL) necessarily lower crimes. We focus on violent youth crime (homicides by assault and guns) among 15-19 years age group in all Brazilian municipalities over 2000-13, taking advantage of the 2009 Brazilian Constitutional Amendment that required introduction of compulsory high schooling of 15-17-year-olds by 2016. Only about 53% municipalities adopted the Amendment by 2013. Differencein-difference estimates with municipality fixed effects to account for the endogenous adoption of the Amendment by municipalities show small treatment effects for homicides, but insignificant effects for homicide rates in the full sample. In the absence of any significant increase in income/employment among this age group, we attribute this to the incapacitation effect of CSL, which was, however, weakened by overcrowding in day and night schools in treated municipalities after 2009. In contrast, poorer treated municipalities witnessed increased class size, worse school performance and increased crime too. The crime reduction effects of CSL thus crucially depend on whether/how it affects class size and school quality especially in less promising jurisdictions.

Do Compulsory Schooling Laws Always Work? A Study of Youth Crime in Brazilian Municipalities*

Redundância no comércio global

As técnicas modernas de gestão de estoques enfatiza a relação do custo de estocagem e o custo da falta (vide capítulo do livro Administração do Capital de Giro, Assaf e Silva, onde isto é tratado usando o lote econômico de compra). A literatura enfatizou que o custo de estocagem deveria ser melhor avaliado - ou seja, seu valor é substancial.
 Assim, o custo da falta em situações como a da pandemia global não estava previsto. Shannon O´Neil destaca este ponto.Para Shannon, a palavra chave talvez seja redundância. E esta questão da redundância talvez não esteja adequadamente destacada no livro. Eis um trecho do artigo de O´Neil:

Mas a pandemia de coronavírus iluminou os riscos que as cadeias de suprimentos globais representam para as pessoas, as economias e a segurança das nações. Quando um componente é produzido exclusivamente em um país ou região, ou em alguns casos, mesmo em uma fábrica, as empresas em todo o mundo podem repentinamente se encontrar sem insumos vitais. Além disso, enfatizou-se as técnicas de manufatura enxuta, que buscam reduzir estoques, trabalhadores, momentos de inatividade e erros. Todas as escolas de administração ensinam esses métodos e os conselhos e acionistas corporativos os recompensam. Mas em tempos de crise, as práticas deixam empresas com estoques escassos e poucos substitutos viáveis ​​para quando as cadeias de suprimentos são cortadas. Em muitas empresas, os estoques caíram do "suficiente para as próximas semanas" para o "suficiente para os próximos dias" e, em alguns casos, o suficiente para durar apenas algumas horas, pois software sofisticado, sensores e inteligência artificial permitem que as peças cheguem imediatamente antes de serem inseridas em carros, máquinas de ressonância magnética, computadores ou empilhadeiras acelerando ao longo das linhas de montagem. A margem para erro, em outras palavras, é muito fina.

A pandemia de coronavírus iluminou os riscos que as cadeias de suprimentos globais representam para as pessoas, as economias e a segurança das nações.


Isto se tornou muito claro nos dias atuais, onde se construiu uma dependência do fornecimento de alguns países, em especial a China:

As interrupções na produção de suprimentos médicos já são evidentes. Como hospitais e profissionais de saúde dos EUA enfrentam ondas crescentes de doenças, máscaras e equipamentos de proteção são escassos, em grande parte porque a maioria é fabricada na China. Muitos temem que os produtos farmacêuticos sejam os próximos. Certamente, fábricas em todo o mundo produzem pílulas, pomadas e xaropes. Mas muitos dos ingredientes ativos de antibióticos, analgésicos, insulina, antidepressivos e outros medicamentos também vêm da China. Se o envio desses itens for atrasado por causa do coronavírus, a saúde de dezenas de milhões de pessoas poderá sofrer.

Praticamente todos os setores e sistemas que alimentam a economia americana podem ser afetados. O lítio essencial para telefones celulares e baterias de computadores, os minerais de terras raras integrados a painéis solares e turbinas eólicas, e os semicondutores e telas de LCD em eletrônicos são todos fabricados em um ou apenas em alguns lugares. Se os suprimentos falharem por muito tempo, a comunicação poderá falhar, a energia poderá sair e os avanços tecnológicos dos EUA poderão parar. Também podem desaparecer produtos mais prosaicos: peças para carros, máquinas de lavar, geladeiras, misturadoras de cimento e muito mais dependem de fábricas que estão na fronteira ou no mar.

Talvez nos próximos meses, quando a situação se normalizar, alguns destes métodos poderão ser revistos. Saberemos quando compararmos os níveis de estoques e insumos antes e depois da crise.

Impacto da Gripe Espanhola no Brasil

Toda segunda, o NBER disponibiliza um bom conjunto de pesquisa, todas de altíssima qualidade. Várias destas pesquisas estarão, nos próximos meses, nos principais periódicos acadêmicos mundiais. Assim, acompanhar os textos do NBER é conhecer o que está sendo feito agora na área de pesquisa econômica.

Nesta segunda, diversos textos sobre o Covid-19. Mas um chamou a atenção: uma pesquisa sobre os efeitos da gripe espanhola sobre a demografia, a formação do capital humano e a produtividade do estado de São Paulo. Sob o título "The Brazilian Bombshell? The Long-Term Impact of the 1918 Influenza Pandemic the South American Way", Amanda Guimbeau, Nidhiya Menon e Aldo Musacchio fizeram um levantamento histórico dos efeitos da Influenza. Eis o resumo:

We analyze the repercussions of the 1918 Influenza Pandemic on demographic measures, human capital formation, and productivity markers in the state of Sao Paulo, Brazil's financial center and the most populous city in South America today. Leveraging temporal and spatial variation in district-level estimates of influenza-related deaths for the period 1917-1920 combined with a unique database on socio-economic, health and productivity outcomes constructed from historical and contemporary documents for all districts in Sao Paulo, we find that the 1918 Influenza pandemic had significant negative impacts on infant mortality and sex ratios at birth in 1920 (the short-run). We find robust evidence of persistent effects on health, educational attainment and productivity more than twenty years later. Our study highlights the importance of documenting the legacy of historical shocks in understanding the development trajectories of countries over time. 

Outros artigos desta semana podem ser encontrados aqui

Rir é o melhor remédio


05 abril 2020

Crise de 2008 e o aumento da demanda por bacharéis

Resumo:

In this paper we use detailed job vacancy data to estimate changes in skill demand in the years since the Great Recession. The share of job vacancies requiring a bachelor’s degree increased by more than 60 percent between 2007 and 2019, with faster growth in professional occupations and high-wage cities. Since the labor market was becoming tighter over this period, cyclical “upskilling” is unlikely to explain our findings.

Structural Increases in Skill Demand after the Great RecessionPeter Q. Blair and David J. DemingNBER Working Paper No. 26680January 2020JEL No. J23,J24


Professional higher education students to receive bachelor's ...

Valuation e a Crise

Damodaran posta alguns itens que ele considera relevante no processo de avaliação:

(1) Os dados históricos podem ser recentes, mas já estão datados. Ou seja, as demonstrações financeiras de final de 2019 "são quase inúteis".

(2) este ano teremos notícias ruins para a maioria das empresas

(3) A sobrevivência tornou-se uma questão central

(4) A economia após o vírus será diferente

Quem ganhou e quem perdeu

Cowen faz uma análise de quem ganhou e quem perdeu com o Covid-19. Concorde ou não, é uma lista interessante. Fiz um resumo (pois alguns nomes seriam desconhecidos para o leitor). Veja:

Ganhadores:


  • Trabalhadores da saúde - muito merecido.
  • A Internet e a comunidade tecnológica de maneira mais ampla - Suas instituições tiveram o melhor desempenho.
  • O grande negócio
  • Cingapura, Taiwan e Coreia do Sul
  • Peter Thiel, que inúmeras vezes nos alertou sobre a fragilidade da globalização e das cadeias de suprimentos globais.
  • Libertarianismo da capacidade do Estado
  • NBA
  • Vigilância - funcionou em partes do leste da Ásia, e a falta de vontade da Europa em usá-la custará muitas vidas.
  • Telemedicina
  • Ciência e cientistas
  • Indivíduos que podem criar estrutura para si mesmos - os verdadeiros vencedores do bloqueio.

Perdedores

  • FDA (agência de alimentação dos EUA) e OMS
  • Guerreiros da justiça social - quem se importa com a sua microagressão hoje em dia ?
  • Rudy Gobert - jogador de basquete que não deu a devida atenção para a doença e depois fez o exame positivo
  • Bill de Blasio, prefeito de Nova York.
  • Bolsonaro, López Obrador e populismo em geral.
  • Acadêmicos em ciências humanas - eles acrescentaram muito pouco a nossa compreensão da situação ou à nossa resposta
  • A mídia - Não importa o que você acha que eles merecem, eles parecem continuar caindo no status. Aposte na tendência!
Misturado

  • Vários "tipos da ala direita"
  • Donald Trump e a China

Rir é o melhor remédio

"Para meus pais que disseram que ficar em casa e jogar videogame nunca o prepararia para o mundo real. Cheque mate". 

Você pode substituir por "assistir novela", "maratona de série", etc. 

Aqui

04 abril 2020

Sites Covid


Neste ano, mais de 48 mil domínios com os termos "coronavirus", "covid" ou "covid-19" (e similares) já foram registrados. Muitos destes sites são "legítimos". Mas a maioria ou são maliciosos (para roubar dados, por exemplo) ou são sites para serem "vendidos" no futuro.

Falsificando pedidos de café - 2

Anteriormente mostramos que uma rede de cafés da China falsificou metade das suas vendas em 2019. A notícia surgiu no início de janeiro, quando um analista divulgou que estava vendendo as ações da empresa pois tinha recebido um relatório anônimo, mas convincente, de que a empresa estava inflando suas vendas.(A China chega a prender aqueles que fazem denúncias, mesmo verdadeiras, sobre empresas) A empresa negou e continuou o processo de expansão, incluindo a obtenção de mais dinheiro para financiar a falta de geração de caixa nas atividades operacionais. Neste momento, a denúncia do analista não alterou os preços das ações.

O problema não é novo e nos últimos anos outras empresas chinesas (Sino Forest, Longwei Petroleum, China Media, Puda Coal ...) também tiveram problemas contábeis. O regulador chinês disse que irá investigar. Alguns dos participantes da oferta pública de ações da empresa no passado estão procedendo investigações internas; isto inclui Morgan Stanley e Credit Suisse. Ontem (somente) a EY disse que encontrou problemas na contabilidade da empresa.

Corona, a marca (a empresa)

Já mostramos anteriormente como a cerveja Corona sofreu com a pandemia: uma pesquisa mostrou uma rejeição de consumidores, ao mesmo tempo que o Google Trends mostrava o interesse na rede.

Veja o gráfico abaixo:
 É a cotação, em seis meses, da empresa Constellation. Quando a Inbev adquiriu a marca, nos EUA a cerveja Corona foi adquirida pela Constellation. O outro gráfico abaixo é a cotação da ação Corona, no mercado Japonês

Rir é o melhor remédio