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21 janeiro 2020

Rir é o melhor remédio



"Quando se trata de impostos, existem dois tipos de pessoas. Há aqueles que fazem isso cedo, também conhecidos como psicopatas, e depois o resto de nós". –Jimmy Kimmel  


Adaptado daqui.

20 janeiro 2020

Qual empresa brasileira está envolvida com Isabel dos Santos?

A investigação faz parte do "Luanda Leaks", um projeto do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que tem no Brasil a revista Piauí, a Agência Pública e o 'site Poder360' como parceiros, e que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que envolvem centenas de empresas.

Entre as companhias que Isabel dos Santos detém ações está a Galp, adquiridas em 2005, através de uma 'holding' holandesa pertencente à empresária angolana e à estatal petrolífera de Angola, Sonangol.

A 'joint venture', denominada de Belém Bioenergia Brasil (BBB), ganharia forma dois anos depois, em 2007, com os Governos do Brasil e Portugal, à época liderados por Lula da Silva e José Sócrates, respetivamente, a assinarem um acordo de investimentos para produção conjunta de óleo vegetal no Brasil e biocombustível em Portugal, visando a Petrobras e a Galp.

Com sede no estado brasileiro do Pará, na Amazónia, a empresa projetava financiar a platação de dendê [espécie de palmeira de origem africana] no município de Tailândia, com o intuito de produzir 300 mil toneladas por ano de óleo e, posteriormente, exportar o produto para Portugal, onde uma refinaria da Galp transformaria o óleo em biodiesel, que seria vendido na Europa, segundo a revista Piauí.

Contudo, segundo a revista Piauí os, os planos mostraram-se desfasados da realidade, com a assessoria da Petrobras a declarar prejuízos de 267 milhões de reais (58 milhões de euros) associados à BBB. Já a investigação dos media brasileiros revelou que, de 2011 a 2018, os balanços da empresa de biocombustível somaram prejuízos de 720 milhões de reais (156 milhões de euros).

Tanto as duas petrolíferas - que não tinham à época nenhum experiência agrícola -, assim como os agricultores a trabalhar no projeto, somaram perdas, com estes últimos a queixarem-se de os seus contratos não terem sido reajustados ao longo dos anos.

Segundo a Piauí, enquanto a Petrobras foi sócia, a BBB não produziu um único litro de biocombustível.

"Não acho que a BBB tenha surgido porque a Petrobras achou que óleo de palma era um bom negócio. Acho que surgiu por imposição política, e não por uma ideia económica. [...] Ou [a imposição] veio do Lula ou de Sergio Gabrielli [presidente da petrobras aquando da criação da BBB], que eram os dois que poderiam mandar nesse processo", afirmou à Piauí Marcello Brito, ex-CEO da Agropalma, concorrente da BBB no setor.

Gabrielli é atualmente membro do Conselho de Administração e Comissão para a Estratégia Internacional da Galp Energia.

Foram vários os fatores que foram levando ao desaceleramento do projeto, refere a revista brasileira. O plantio das primeiras mudas do dendê começou em janeiro de 2011, com a perspetiva de colheita dos primeiros cachos a rondar 2014, visto que a planta começa a produzir após os primeiros três anos de vida.

Porém, antes da primeira colheira, a Galp desistiu de refinar o óleo de palma em Portugal, devido à baixa perspectiva de lucro, colocando assim um travão no projeto que dava os seus primeiros passos.

Outro mercado, contudo, mereceu a atenção da BBB por conseguir absorver toda a produção de óleo: a indústria de cosméticos e de alimentos.

De acordo com a Piauí, que cita a Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma, o Brasil consome 506 mil toneladas do produto por ano, enquanto produz apenas 360 mil toneladas, sendo que a diferença é importada, principalmente, da Indonésia e da Malásia, maiores produtores mundiais.

Mais tarde, em 2014, o Fundo de Desenvolvimento da Amazónia destinou à BBB 89 milhões de reais (19 milhões de euros), de um total de 576 milhões de reais (125 milhões de euros) para a construção de duas unidades industriais, onde o dendê seria esmagado.

Mas, mais uma vez, o projeto recuou, com a Petrobras a desistir do investimento no ano seguinte, quando a petrolífera enfrentava denúncias de corrupção.

Numa nova reviravolta, a BBB passou a colher os cachos de dendê e revendê-los a empresas menores daquela região.

"Os prejuízos anuais da BBB, que começaram com 8,3 milhões de reais (1,8 milhões de euros)em 2011, chegariam a 368,2 milhões de reais (80 milhões de euros) em 2016", segundo a revista brasileira.

Também irregularidades laborais marcam o histórico da empresa, tendo sido autuada 16 vezes, entre 2017 e 2019, por falta de condições mínimas de segurança e higiene para os empregados, ou jornadas excessivas de trabalho, por exemplo.

Em 2016, face a problemas no processamento das toneladas de dendê colhidas, a Galp procurou parcerias para a contrução de fábricas, chegando a acordo, em 2017, coma a Ecotauá, uma 'joint venture' entre a empresa Dentauá e o Opportunity Agro, um fundo de investimentos do Grupo Opportunity, do banqueiro brasileiro Daniel Dantas, suspeito de corrupção e branqueamento de capitais.

De acordo com a investigação do "Luanda Leaks", em setembro de 2016, Nuno Frutuoso, um dos executivos do conglomerado de empresas de Isabel dos Santos, recebeu em Angola o "senhor Daniel Dantas", segundo apurado em 'e-mails' da empresária angolana, a que o ICIJ teve acesso. Contudo, o consórcio frisa que não fica claro se se trata do banqueiro brasileiro ou de algum homónimo.

O último capítulo da BBB foi no final de 2019, com a Petrobras Biocombustíveis a anunciar a conclusão da venda da sua participação de 50% da BBB para a portuguesa Galp, já detentora dos restantes 50%.

"Após o cumprimento de todas as condições precedentes, a operação foi concluída, cabendo à Petrobras Biocombustíveis S.A o direito de receber cerca de 24,7 milhões de reais (5,5 milhões de euros), os quais serão retidos pela Galp até dezembro de 2020 para compensação de potenciais pagamentos de indemnizações", declarou a Petrobras num comunicado partilhado no seu 'site'.

A estatal brasileira acrescentou ainda que a operação em causa "está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia", visando a "geração de valor" para os seus acionistas.

O valor de 24,7 milhões de reais resultantes da venda à Galp equivale a apenas 11,1% do valor real a que teria direito a Petrobras, segundo a Piauí, considerando a participação da estatal brasileira no património líquido da BBB em 2018 (221,7 milhões de reais, cerca de 48 milhões de euros).

A venda das ações à companhia portuguesa ocorreu no momento em que a BBB prevê iniciar uma trajetória de lucro, com o final das obras nas fábricas onde o dendê será processado.

A Galp projeta um fluxo financeiro de 108,3 milhões de euros com a BBB no primeiro semestre de 2020, segundo a revista brasileira.


Fonte: Aqui

Contabilidade e Corrupção: Isabel dos Santos 4

E agora a reação de Isabel dos Santos. Esta declaração é interessante

Em reação, a empresária angolana destacou que a sua fortuna deve-se ao seu “carácter, inteligência, educação, capacidade de trabalho, perseverança”, acusando vários meios de comunicação social de “racismo” e “preconceito”, fazendo “recordar a era colonial em que nenhum africano pode valer o mesmo que um europeu”.

A empresária falou à BBC. Ela disse que as autoridades angolanas estão promovendo uma caça às bruxas “muito, muito seletiva, que serve o propósito de dizer que há duas ou três pessoas relacionadas com a família dos Santos”. Mais ainda: “Lamento que Angola tenha escolhido este caminho, penso que todos temos muito a perder”.

A empresária argumenta que as empresas que lançou nos últimos 20 anos são competentes e geridas por bons profissionais, e rejeita a ideia de que o facto de ser filha do antigo Presidente de Angola é sinónimo de culpa.

Contabilidade e Corrupção: Isabel dos Santos 3

Duas consequências da divulgação dos documentos sobre Isabel dos Santos, que este blog resumiu ontem aqui.

A primeira é que Isabel dos Santos não irá mais ao Fórum Econômico Mundial de 2020. Este é um encontro de líderes políticos e empresários e a empresa Unitel (leia-se Isabel) tinha pago para ser patrocinador do evento. Os organizadores afirmaram que irão reavaliar o patrocínio da Unitel.

O segundo diz respeito a PwC. Na postagem de ontem afirmamos que as Big Four ganharam muito dinheiro prestando serviço para Isabel dos Santos. Especialmente a PwC. Agora (e somente depois da reportagem) a PwC confirmou ter cancelado todos os contratos de serviços com as empresas controladas por Isabel dos Santos.

“Nós esforçamo-nos para manter os mais altos padrões profissionais na PwC e estabelecemos expetativas de comportamento ético consistente por todas as empresas da PwC na nossa rede global. Em resposta às alegações muito sérias e preocupantes levantadas, iniciámos imediatamente uma investigação e estamos a trabalhar para avaliar minuciosamente os factos e concluir a nossa investigação”, comentou, num comunicado enviado à agência Lusa.
A mesma nota acrescenta que tomou “medidas para encerrar qualquer trabalho em curso para entidades controladas por membros da família dos Santos”.

Eis um resumo para quem perdeu as notícias:

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que integra vários órgãos de comunicação social, entre os quais o Expresso e a SIC, analisou, ao longo de vários meses, 356 gigabytes de dados relativos aos negócios de Isabel dos Santos entre 1980 e 2018, que ajudam a reconstruir o caminho que levou a filha do ex-presidente angolano a tornar-se a mulher mais rica de África.
Durante a investigação foram identificadas mais de 400 empresas (e respetivas subsidiárias) a que Isabel dos Santos esteve ligada nas últimas três décadas, incluindo 155 sociedades portuguesas e 99 angolanas.
As informações recolhidas detalham, por exemplo, um esquema de ocultação montado por Isabel dos Santos na petrolífera estatal angolana Sonangol, que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para o Dubai.
Revelam ainda que, em menos de 24 horas, a conta da Sonangol no Eurobic Lisboa, banco de que Isabel dos Santos é a principal acionista, foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária.

Contabilidade e Corrupção: Isabel dos Santos - Parte 2

Um pouco da história de Isabel dos Santos está neste infográfico. Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio



"Eu não vou pagar impostos. Quando eles disserem que eu vou para a prisão, direi não, as prisões custam muito dinheiro aos contribuintes. Você fica com o que teria custado para me encarcerar, e vamos dizer que estamos empatados." –Jimmy Kimmel  


Adaptado daqui.

19 janeiro 2020

Contabilidade e a Corrupção: Isabel dos Santos

Já comentamos aqui no blog sobre a empresária angolana Isabel dos Santos. Filha do quase eterno presidente de Angola, Eduardo dos Santos, a empresária foi considerada pela Anistia Internacional um dos 15 maiores símbolos da corrupção no mundo (em companhia de Fifa, Mubarak e Petrobras). Apesar de sua presença cheirar corrupção, um relatório divulgado hoje por um consórcio internacional mostrou como consultores e contadores ajudaram Isabel dos Santos a construir e legalizar seu império. Além disto, o relato mostrou como empresas “respeitáveis”, como Dolce Gabbana aceitarem ter Isabel dos Santos como cliente, mesmo sabendo quem ela era. Segundo esta empresa, “não é problema o que os [nossos] clientes fazem da sua vida”.

O relato chama a atenção que muitos bancos, como Citi, Barclays, Santander ou Deutsche (até este banco alemão, sempre envolvido em problemas) recusaram a trabalhar com dos Santos e seu marido, o “empresário” Sindika Dokolo. Em 2014, o Santander chamou Isabel dos Santos de uma pessoa politicamente exposta, termo usado para funcionários públicos e parentes, vulneráveis à suborno ou corrupção, e não aceitou trabalhar com ela.

Mas isto não aconteceu com as empresas de consultoria e as empresas contábeis, que ganharam muito dinheiro com Isabel dos Santos e seus negócios. TODAS as empresas Big Four continuaram a trabalhar para as empresas de Isabel dos Santos, mesmo após as alegações de corrupção. O mesmo ocorreu com a Accenture, a McKinsey e BCG.

O jogo feito pelas empresas de contabilidade pode ser encontrado aqui. Resumimos a seguir o texto.

Cada uma das grandes empresas de auditoria continuaram trabalhando para Isabel dos Santos mesmo após o início das denúncias. Vamos a uma relação (alguns exemplos):

Deloitte = Finstar
EY = Zopt
KPMG = Urbinvest
PwC = a preferida de Isabel dos Santos, inclusive como consultoria tributária usando paraíso fiscal

As empresas deveriam denunciar indícios de corrupção e lavagem de dinheiro. Mas parece que isto não funciona com as empresas de auditoria, mesmo com as regras exigindo uma conduta dos profissionais mais rígida. Sikka, um professor de contabilidade, resume isto: é um modelo de franquia global quando querem ganhar negócios, mas no momento da responsabilidade, afirmam que os negócios locais são independentes.

A reportagem tentou olhar o lado das Big Four, mas encontrou desculpas como “confidencialidade” e outras do gênero. A reportagem então submeteu um dos documentos divulgados, que incluía uma “taxa de sucesso” para o esposo de Isabel dos Santos de 4 milhões de dólares, a quatro peritos e todos disseram que isto parecia suspeito. Mas os profissionais da PwC não entenderam assim.

Isabel dos Santos disse que os documentos que serviram de base para reportagem são falsos. (os documentos podem ser encontrados aqui) Como uma grande parte da fortuna de Isabel dos Santos foi investida em Portugal, o assunto atraiu a imprensa de lá (aqui e aqui, por exemplo)

Falando com Estranhos

O novo livro de Malcolm Gladwell tem muito de Malcolm Gladwell: usando uma “teoria”, Gladwell escolhe alguns “casos” e conta de forma agradável, justificando sua “teoria”. Depois de Outliers, Ponto da Virada, Davi e Golias, Blink e o conjunto de artigos publicados em O que se passa na cabeça dos cachorros, Gladwell publica agora Falando com Estranhos. A ideia central é que os seres humanos não sabem julgar as pessoas. Não sabemos falar com as pessoas desconhecidas e isto causa mal entendidos.

Para a contabilidade, dois aspectos interessantes que Gladwell aborda no novo livro. O primeiro é a história de Madoff, um especialista em fundos de investimento que enganou muitos investidores. Gladwell centra a atenção naquele que ele não conseguiu enganar: Harry Markopolos que descobriu que Madoff era uma enganação e sua estratégia de investimento era uma pirâmide. O exemplo é usado pelo autor para destacar que o ser humano tem um pressuposto no julgamento dos desconhecidos: que eles falam a verdade. Assim, Hitler foi verdadeiro quando disse para Chamberlain que não iria fazer a guerra; e Madoff também foi verdadeiro quando disse em uma entrevista que não tinha fraude no seu fundo. Bons casos para destacar sua teoria.

O segundo aspecto interessante para a contabilidade é a parte Transparência. Aqui Gladwell usa Friends, Amanda Knox e um caso de estupro em uma festa universitária. Seu ponto de vista é que muitas informações pode ser sinal de decisões ruins. Isto é contrário ao que a contabilidade pensa e nós exigimos da regulação. Gladwell enfatiza o caso dos juízes que devem decidir quanto um acusado deve pagar de fiança para não ir preso. Os juízes insistem em “olhar nos olhos” dos acusados, antes da decisão. E tudo parece indicar que a transparência das expressão dos atores de Friends é válida para uma série de TV, não para a vida real. Na vida real, a expressão dos acusados pode ser enganosa e levar às decisões ruins. Mais informação é igual a decisão ruim.

Vale a Pena? Gladwell é polêmico nas suas ideias e simplifica demais algumas coisas. Mas é inegável que é um excelente contador de história. Não é o melhor livro dele (ficaria entre Outliers e Blink), mas é um livro fácil de ler.

Competição é para perdedores: lições de Peter Thiel

Reportagem no WSJ

Gangue importa

Usando dados de El Salvador, uma pesquisa mostrou que pessoas que vivem em áreas sob o controle de gangues tem menor educação, riqueza ou renda, quando comparado com pessoas que vivem 50 metros de distância, em região não controlada por gangues. 

Como a distância é pequena entre as áreas, não é o fato de ter menos serviços públicos disponíveis ou outro tipo de justificativa. Segundo os autores, as gangues restringem a mobilidade das pessoas e as opções de trabalho. Isto faz diferença para as pessoas que vivem em áreas dominadas por gangues.

Via aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

18 janeiro 2020

Efeito colateral da inspeção de auditoria

 A presença e a possibilidade de inspeção, por parte do PCAOB, faz com que a empresa de auditoria concentre seus esforços nos clientes de maior risco, deixando de lado os clientes de menor risco.

Veja que é algo como acontece com um professor que orienta dois alunos: aquele com maior risco de ser reprovado talvez tenha mais atenção do professor. Mas nem sempre é isto que ocorre: sabendo disto, o professor pode focar no melhor aluno e deixar abandonado o "caso perdido". O que ocorre mais?

No caso do auditor, há um risco reputacional. Isto pode fazer com que a conclusão da pesquisa pareça meio óbvia, mas é algo novo sobre a forma como o auditor trabalha.


I provide theory-based causal evidence on the effects of risk-based regulatory inspections, modeled after the PCAOB's, on auditor behavior in a multi-client setting where clients with relatively higher misstatement risk ("higher-risk" clients) have a higher risk of being inspected than clients with relatively lower misstatement risk ("lower-risk" clients). I predict and find inspections increase auditor effort, but only for higher-risk clients. Inspections impair auditors' decision performance for lower-risk clients relative to a regime without inspections and relative to higher-risk clients within an inspections regime, ceteris paribus. Theory-based process model results show inspections increase auditors' perceived inspection risks, which increase auditor effort for higher-risk clients, but also increase auditors' task-related anxiety resulting in decreased decision performance for lower-risk clients. Notwithstanding the previously-identified benefits, this study identifies potential unintended consequences of risk-based regulatory inspections.

Lori Shefchik Bhaskar (2019) How do Risk-Based Inspections Impact Auditor Behavior? Experimental Evidence on the PCAOB's Process. The Accounting Review In-Press.  

Barcelona primeiro

O ranking dos maiores clubes de futebol do mundo aponta, pela primeira vez, o Barcelona em primeiro lugar. O clube espanhol ultrapassou o United e o Real Madrid, que dominavam a classificação feita pela Deloitte. A tabela abaixo mostra a evolução da receita do time em três grandes grupos: renda dos jogos, transmissão dos jogos e comercial. O que garantiu a posição do Barcelona foi a parte comercial, que duplicou em dez anos.

Mas a evolução dos outros dois grupos também foi importante. Veja, em termos comparativos, os dados do Real Madrid, o grande adversário do Barcelona na Espanha. A receita dos jogos do Real aumentou 12% (versus 63% do Barcelona). Os direitos de transmissão apresentaram um comportamento similar, mas a evolução do grupo "comercial" no Real foi de 187%, versus 215% do Barcelona.

Concentração no futebol

Usando as informações contábeis, a UEFA chegou a conclusão que o futebol está altamente concentrado.

Depois de Deloitte e KPMG divulgarem seus relatórios financeiros em relação ao futebol europeu, foi a vez de a Uefa apresentar a sua própria compilação de dados, mas relativos a 2018. E o recorte da federação também foi diferente, apontando para um problema no panorama geral do futebol europeu: a discrepância financeira entre os principais clubes e o restante é uma ameaça ao sucesso do futebol no continente. O relatório aponta que os 30 clubes mais ricos geraram basicamente o mesmo que os outros 682 juntos.

Mas a concentração também ocorre nas ligas. O mesmo fato está ocorrendo no Brasil, onde os campeonatos estaduais irão deixar de ter relevância, sendo substituído pelo campeonato nacional. E neste campeonato, o número de clubes favoritos reduz a cada dia.

Rir é o melhor remédio

Submissão de um artigo

17 janeiro 2020

Projeto de lei visando custo menor para captação de pequena empresa

O governo quer ressuscitar uma proposta que permite a redução dos custos de captação de recursos no mercado de capitais para pequenas e médias empresas. Uma minuta de projeto de lei já está pronta para ser encaminhada ainda este ano ao Congresso Nacional, alterando a Lei das Sociedades Anônimas para conferir à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a possibilidade de aplicar descontos regulatórios às companhias com faturamento bruto anual inferior a R$ 500 milhões. [...]

Segundo pontos da minuta repassados ao Valor, a CVM poderá dar descontos em procedimentos no que se refere à obtenção do registro de emissor; distribuições públicas, no mercado primário ou secundário, de valores mobiliários (inclusive com relação à possibilidade de dispensa da participação de instituição intermediária); prestação de informações periódicas e eventuais (de modo a, por exemplo, reduzir a periodicidade das demonstrações contábeis ou flexibilizar a exigência de que sejam auditadas).

Além disso, isenções e descontos poderão ser concedidos no caso de distribuição obrigatória de dividendos, além da obrigação de realização de oferta pública de aquisição de ações para cancelamento do registro de companhia aberta e por aumento de participação. Segundo o subsecretário, às vezes alguns custos são justificados e proporcionais para uma empresa grande, mas acabam inviabilizando o acesso das pequenas ao mercado de capitais. [...]

Outra medida para reduzir custos de pequenas e médias empresas é a criação de lei específica para disciplinar a nota comercial como valor mobiliário desvinculado da nota promissória. [...]

Outras medidas foram acordadas no ano passado do âmbito IMK para serem implementadas em 2020 com o objetivo de modernizar instrumentos financeiros. [...] Entre elas, está a possibilidade de emissão das Letra Imobiliária Garantidas (LIG) no exterior. No lado tributário, após consenso no IMK, será debatido com a Receita Federal a isenção de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) para as contribuições extraordinárias cobradas dos participantes dos fundos de pensão para restabelecer o equilíbrio financeiro e garantir a sustentabilidade dos pagamentos.

Fonte: Aqui

Alphabet se torna 4ª empresa nos EUA a atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado

Fonte: aqui
A Alphabet, empresa mãe do Google, se tornou a 4ª empresa a atingir valor de mercado de US$ 1 trilhão nos Estados Unidos nesta quinta-feira (16). As ações da companhia subiram 0,8%.

Com o feito, a Alphabet se junta a outras empresas, todas do setor de tecnologia, que já tinham alcançado esse valor: Apple, Microsoft e Amazon, que tecnicamente nunca terminou um pregão valendo mais de US$ 1 trilhão.

Apple atingiu o valor em 2018, assim como a Amazon. A Microsoft alcançou a marca em abril do ano passado.

Os ganhos mostram a dominância das empresas de tecnologia no mercado acionário. As cinco maiores empresas do índice S&P 500 — Amazon, Microsoft, Alphabet, Apple e Facebook — respondem por 19% do peso do índice, uma alta de 7 pontos em relação a 5 anos atrás.

A Alphabet foi oficialmente criada em 2015, quando o Google decidiu separar o negócio principal da empresa — baseado em buscas de internet e venda de publicidade — de outras iniciativas, como carros autônomos, produtos para casa conectada e até o YouTube.

Fonte: Aqui

Método ou Metodologia

Malcolm Smith, em Research Methods in Accounting, faz a distinção entre método e metodologia:

Método de pesquisa diz respeito as questões técnicas associadas com a condução da pesquisa; metodologia da pesquisa está interessada com as filosofias associadas com a escolha do método da pesquisa (p. xiii, 4a ed)

Parece que sempre trocamos isto nos artigos, não? 

Ambiente é preocupação do Fórum Econômico Global

Um relatório sobre o risco global produzido pelo Fórum Econômico Global traz como grande preocupação a questão ambiental. Um resumo do documento, em língua portuguesa, pode ser obtido aqui.

Sobre a Amazônia, segundo o Jornal de Negócios, a questão também é preocupante:

Em terra, o “desaparecimento” da Amazónia também foi identificado como outro grande risco ambiental com forte impacto na economia. Nos últimos 50 anos, a floresta amazónica “perdeu 17% do tamanho”. “A Amazónia absorve agora um terço menos de carbono do que há uma década”, referiu o relatório.

Outro sinal de alarme sobre o desaparecimento da Amazónia foi dado a conhecer por uns cientistas que descobriram que se a grande floresta perder mais 20% a 25% do seu tamanho, “chegaria a um ponto sem retorno, em que um ciclo vicioso de seca, incêndios e cobertura florestal perdida seria irrecuperável”.

As consequências do desaparecimento da Amazónia, além de pôr em causa 10% das espécies terrestres que aí vivem, também significaria que o ser humano iria deixar de descobrir potências curas para doenças e criaria as condições para “incêndios e inundações na região mais intensos, assim como padrões imprevisíveis de períodos de chuva ou seca”.

“Isto colocaria em causa a produção de alimentos, aumentar a escassez da água e reduzir a geração de hidroenergia, com custos económicos superiores a três biliões de dólares [2,6 biliões de euros]”, referiu o relatório.

Executivos e Fraude Contábil

Veja o que apareceu no NYTimes sobre o que deve ocorrer em 2020:

Processos criminais por fraude contábil são incomuns, mas no final do ano passado, os promotores assumiram uma posição mais agressiva ao acusar os executivos seniores de violarem as regras contábeis.

Em dezembro, os promotores federais indiciaram um co-fundador da Outcome Health, Rishi Shah; o ex-presidente da empresa, Shradha Agarwal; e seu diretor financeiro, Brad Purdy, de lavagem de dinheiro e fraude postal e eletrônica por fazer declarações falsas a um banco para obter quase US $ 1 bilhão em empréstimos e investimentos patrimoniais.

O Departamento de Justiça também acusou os ex-executivos da MiMedx, Praker Petit e William Taylor, de "encher os canais" vendendo mais produtos aos distribuidores do que precisavam (...) 


Se os promotores federais puderem convencer um júri de que os réus violaram a lei de valores mobiliários, é provável que haja condições substanciais de prisão.

A questão para a BMW é se o relatório de vendas de veículos também enganou os investidores. A SEC está investigando se a empresa manipulou números para torná-lo mais saudável do que era. Se isto for encontrado, a empresa poderá sofrer uma penalidade substancial.

Em setembro, a Fiat Chrysler pagou US $ 40 milhões para resolver alegações de que usava práticas duvidosas para aumentar suas vendas. A SEC concluiu que a Fiat Chrysler havia fornecido informações imprecisas aos investidores, violando as leis federais de valores mobiliários.