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10 setembro 2019

Nobel ou Ignóbil?

Recentemente, o economista ambiental Martin Weitzman cometeu suicídio. Uma possível explicação foi o fato dele não receber o Nobel por suas pesquisas; e ver Nordhaus vencer o prêmio, em 2018.

I was surprised and upset to hear that Marty Weitzman, a Harvard environmental-economist of 77 years, killed himself recently. Weitzman brought, in my opinion, the right perspective to the costs and benefits of acting on climate change, and it was his work that motivated me to start the Life plus 2 meters project. I initially assumed he killed himself in despair over climate chaos, it seems that he was upset to not win the Nobel. (A third possibility is that the award of the Nobel to Nordhaus, who deserves zero respect for his highly flawed model and its recommendation to leave action to future generations,* convinced Weitzman that his work would not get the attention it deserves, thus sealing the miserable fate of our civilization.)

Basicamente, Nordhaus sugere que os efeitos das mudanças climáticas devem ser descontadas por uma taxa de mercado. Em termos práticos, Nordhaus defende que o problema do clima seja um problema da geração futura.

When comparing these two environmental economists, I would have preferred that Weitzman get the Nobel and Nordhaus get the Ignobel prize, which is “devoted to people who’s research makes people laugh and then think.” Nordhaus’s work is worth thinking about (and laughing at once that’s done), but it’s instead taken seriously, which explains (partially) why the world has taken no substantial steps to slow CC.

Faleceu James Schnurr

O ex-contador da SEC, James Schnurr, faleceu ontem. Proveniente de uma Big Four, a Deloitte, assim como muitos daqueles que o antecederam, Schnurr assumiu o cargo em 2014. Durante sua curta gestão, Schnurr enterrou de vez a possibilidade de convergência com as normas do Iasb e fez pressão contra o trabalho do PCAOB.

Em 2016, Schnurr caiu da bike perto de sua casa e ficou quadriplégico. Em maio deste ano ganhou uma ação judicial contra o condado em Palm Beach, no valor de 41 milhões de dólares.

Rir é o melhor remédio


09 setembro 2019

Novela Nissan

Saiu na Veja:

O CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, renunciou ao cargo nesta segunda-feira, 9, segundo divulgou a montadora em comunicado. [...] Saikawa era o sucessor do franco-brasileiro-libanês Carlos Ghosn, preso em 2018 por atitudes ilícitas envolvendo a companhia — ele nega as acusações.

A saída vem na esteira de um novo escândalo que abala a fabricante japonesa. Na semana passada, Saikawa admitiu ter recebido pagamentos indevidos ligados à cotação das ações do grupo.

Segundo a Nissan, um novo nome deve assumir o comando da empresa até outubro. Enquanto isso, o atual diretor de operações, Yasuhiro Yamauchi, ficará à frente da montadora. Saikawa pediu perdão “pela perturbação provocada” e garantiu que vai devolver o dinheiro recebido indevidamente.

No comunicado, a companhia cita que a renúncia veio a pedido do conselho de diretores da empresa. Na semana passada, Saikawa admitiu ter recebido uma remuneração superior à que lhe correspondia. “Recebi uma retribuição sob uma forma que não corresponde às normas em vigor. Acreditava que era fruto de um procedimento correto”, declarou o CEO.

A confissão de Saikawa ocorreu após a publicação de uma série de artigos sobre investigações internas da Nissan, que revelam possíveis pagamentos irregulares que teriam beneficiado o CEO e outros executivos. Os pagamentos questionados foram realizados com base no mecanismo conhecido como “stock appreciation rights” (SAR)”, pelo qual os dirigentes podem receber um prêmio em dinheiro vinculado ao aumento do valor da ação do grupo durante um período definido.
[...]


Você pode ler mais sobre a novela Nissan: aqui.

Custo perdido

Parece um raro caso onde o conceito de custo perdido parece ter sido apreendido (e usado) por alguém:

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) afirmou nesta quinta-feira, 5, que a estação de metrô inacabada da Gávea, na zona sul do Rio, será aterrada. O motivo é o alto custo previsto para a conclusão da obra, em torno de R$ 1 bilhão. Integrante da Linha 4 do metrô carioca, a obra está parada desde 2015.

“Eu (1) fiz vários estudos na tentativa de concluir a obra. Infelizmente, o custo com aquela obra é de R$ 1 bilhão ou até mais (2). Nós não temos esse dinheiro” (3), argumentou Witzel. Segundo o governador, “é mais fácil aterrar e no futuro, quem sabe, se tiver dinheiro, se faz o metrô. Infelizmente temos outras prioridades neste momento”.

A Linha 4 do metrô começou a ser construída em 2010 e foi inaugurada, às pressas e sem todo o projeto original concluído, poucos dias antes do início dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. A Linha liga a zona sul do Rio à zona oeste. A obra custou (4) quase R$ 10 bilhões aos cofres públicos e, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), foi superfaturada em R$ 1,3 bilhão.


Observações

(1) O egocentrismo predominou aqui. Certamente foi uma equipe técnica do governo, não o governador.
(2) Se a decisão fosse continuar, estaria na falácia do custo perdido.
(3) Mas parece que a decisão só ocorreu em razão da falta do dinheiro.
(4) Como não está concluída, o custo pode ser maior, caso fosse continuada.

Leia mais:
O caso clássico de análise de uma linha de metrê é o artigo Social Benefit of Constructing an Underground Railway in London, de Foster e Beesley, publicado no Journal of the Royal Statistical Society Series A, 1963. Esta pesquisa inaugurou a análise custo-benefício no setor público.

A dissertação de Naiara Domingos sobre o assunto ainda é atual.

Processando uma consultoria

Um notícia diferente. Segundo o jornal Valor Econômico, a Estácio Participações estaria processando uma empresa de consultoria, a Heartman House (Estácio processo consultoria, Rodrigo Carro, 29 de agosto de 2019, aqui para assinantes).

A Estácio contratou a Heartman para um plano estratégico. Esta empresa estabeleceu uma meta em termos de Ebitda, que corresponderia a uma valor 80% maior que aquele obtido no ano de 2017. A Estácio afirmou que a proposta feita pela empresa de consultoria esta “desviada da realidade” e que a empresa só constatou isto na divulgação dos resultados oficiais no início de 2019. A Estácio pede que o contrato seja rescindido, a Heartman pague uma multa e uma indenização. Além disto, que seja desconsiderado uma remuneração variável prevista nos honorários da Heartman. Pelo contrato, a Heartman receberia 18 parcelas mensais de 105 mil reais e honorários variáveis. Esta remuneração só seria paga se a empresa atingisse a meta estipulada, podendo chegar a quase 10 milhões de reais.

Minha opinião:
(a) é pouco usual processar uma consultoria. Talvez a história esteja incompleta. Além disto, a contratação é opcional. Consultoria, no extremo, é um palpite, que você pode aceitar ou não.
(b) bater meta baseado em Ebitda merece punição para quem propôs e para quem aceitou.
(c) a Estácio é uma instituição de ensino com mais de 500 mil alunos. Será que não tinha nenhum professor com capacidade para fazer um plano estratégico, sem a necessidade de contratar uma empresa externa? Ninguém que pudesse fazer isto?
(d) a Estácio diz que constatou que o plano estava furado somente na divulgação dos resultados em 2019. Os resultados trimestrais não davam nenhuma pista que algo estava errado?

08 setembro 2019

Trump no mercado financeiro: índice Volfefe

JP Morgan has created an index to track the effect of Trump’s tweets on financial markets: ‘Volfefe index’

Trump’s market-moving tweets most often address trade and monetary policy, with keywords including “China,” “billion” and “products.”
J.P. Morgan’s “Volfefe Index,” named after Trump’s infamous and still mysterious “covfefe” tweet, explains a measurable fraction of the moves in implied rate volatility for 2-year and 5-year Treasurys.

Out of about 4,000 non-retweets by Trump occurring during market hours from 2018 to the present, only 146 moved the market.

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Fonte: aqui

07 setembro 2019

Contribuições de Kenneth Arrow para Economia

Resumo:

This article reviews Kenneth Arrow's seminal work in economics, giving special emphasis to his contributions to social choice theory and general equilibrium theory.

Fonte: The Economics of Kenneth J. Arrow: A Selective Review
Annual Review of Economics Vol. 11:1-26 (Volume publication date August 2019)
First published as a Review in Advance on May 6, 2019
https://doi.org/10.1146/annurev-economics-080218-030323

Resultado de imagem para Kenneth Arrow economics

Fumantes

O mapa do fumo no mundo mostra uma evolução do ser humano: cada vez menos pessoas fumam. Na parte de cima, a participação da população fumante no total. Quanto mais escura a cor, maior o número de fumantes. O mapa seguinte é a informação de 2016. O Brasil saiu de um intervalo entre 20 a 30% da população para 10 a 20%. Mais precisamente, de 25,2% para 13,9%.

Países com maior percentual de fumantes: Kiribati (47%); Montenegro (46%); Grécia (43%); Timor (43%); e Nauru (40%). Depois: Indonésia; Rússia; Bósnia e Herzegovina; Sérvia (39%) e Chile (38%). Fonte: aqui. Para saber sobre fumantes e gênero, aqui. Com exceção de Nauru e Dinamarca, os homens fumam mais que as mulheres. No Brasil a diferença é de 17,9% versus 10,1%.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

06 setembro 2019

Ilusão do Sucesso

Resumo:

: Humanity has been fascinated by the pursuit of fortune since time immemorial, and many successful outcomes benefit from strokes of luck. But success is subject to complexity, uncertainty, and change – and at times becoming increasingly unequally distributed. This leads to tension and confusion over to what extent people actually get what they deserve (i.e., fairness/meritocracy). Moreover, in many fields, humans are over-confident and pervasively confuse luck for skill (I win, it’s skill; I lose, it’s bad luck). In some fields, there is too much risktaking; in others, not enough. Where success derives in large part from luck – and especially where bailouts skew the incentives (heads, I win; tails, you lose) – it follows that luck is rewarded too much. This incentivizes a culture of gambling, while downplaying the importance of productive effort. And, short term success is often rewarded, irrespective, and potentially at the detriment, of the long-term system fitness. However, much success is truly meritocratic, and the problem is to discern and reward based on merit. We call this the fair reward problem. To address this, we propose three different measures to assess merit: (i) raw outcome; (ii) riskadjusted outcome, and (iii) prospective. We emphasize the need, in many cases, for the deductive prospective approach, which considers the potential of a system to adapt and mutate in novel futures. This is formalized within an evolutionary system, comprised of five processes, inter alia handling the exploration-exploitation trade-off. Several human endeavors – including finance, politics, and science – are analyzed through these lenses, and concrete solutions are proposed to support a prosperous and meritocratic society

Fonte: The fair reward problem: the illusion of success and how to solve it Didier Sornette, Spencer Wheatley and Peter Cauwels ETH Zurich

Imposto sobre Cães

Em Espanha, na cidade de Zamora, ter um cão em casa vai passar a custar mais nove euros por ano. A cidade que faz fronteira com Bragança vai aplicar uma taxa, que só entra em vigor em 2020, cujo objetivo é angariar receitas para a manutenção dos espaços para os animais, limpeza das ruas e a atualização do recenseamento, avança o jornal espanhol ‘El País’.

A câmara municipal da cidade garante que os gastos diretos com estes anos “são de cerca de 70 mil euros anuais”, que a própria autarquia dispõe, além das despesas com parques que a autarquia prevê que custem cerca de 250 mil euros. Com a aplicação da taxa aos donos dos animais, “esperamos conseguir entre 50 mil e 90 mil euros”. (...)

Na cidade de Arévalo, em Ávila, é cobrado aos donos 14,30 euros por ano e existe um imposto idêntico em Mejorada del Campo e em Fresnedillas de la Oliva. Madrid, Inca e Maiorca aprovaram uma medida idêntica no início deste ano.

Este tipo de contributos por parte dos donos de animais já existem em países como Holanda e Alemanha, onde os preços rondam os 120 euros anuais.


Via Jornal Econômico.

Um imposto como este é interessante: o pagamento é feito por aquele que usa o serviço público, no caso a limpeza e manutenção da cidade. E é justo com os contribuintes que não sujam, ou seja, não possuem cachorros.