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10 dezembro 2018

Faz de conta das contas públicas do Brasil

Contas públicas viraram faz de conta’, diz José Roberto Afonso sobre LRF
Adriana Fernandes
entrevista
(Estado S.Paulo/Broadcast)
José Roberto Afonso




Brasília - Um dos pais da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o economista José Roberto Afonso alerta que as finanças públicas no Brasil se transformaram num "faz de conta". "Ninguém sabe direito quanto se arrecada, se gasta e se deve", diz ele. Segundo o economista, a raiz da crise de credibilidade da LRF está no elevado gasto do Judiciário, Ministério Público e Tribunais de Conta. "Quem tem que aplicar a lei é quem mais está descumprindo a lei. Há relatos desses Poderes ultrapassando limites de gasto de pessoal", diz.

Para ele, quase todas as medidas criativas para driblar a aplicação da LRF tiveram origem nos tribunais de conta estaduais. "Como é que o órgão vai acusar os outros Poderes quando ele mesmo não cumpre a lei?", questiona.

Broadcast: Como o sr. vê a crise dos Estados?

José Roberto Afonso: Sem surpresa. É uma crônica de uma crise anunciada. É estrutural. Tínhamos alertado que o Rio de Janeiro não era exceção. Ele só estava vindo na frente dos outros. O aspecto em comum é que são os Estados que mais gastam com inativos. O que dispara a falência dos Estados é o crescimento dos gastos de inativos. No curto prazo, por incrível que pareça, esse problema se agrava com a própria reforma da Previdência. Se você anuncia, há uma tendência de os servidores anteciparem a aposentadoria com medo de perder seus benefícios. O pior é anunciar a reforma e não fazer. Fica com ônus e não tem o bônus.

Broadcast: Isso já está acontecendo?

José Roberto Afonso: Não tenho dúvida nenhuma. Até na União acontece. Imagina nos Estados e municípios. Isso é o estopim da falência dos Estados. No Rio, Minas e Rio Grande, o número de folha salarial dos aposentados já supera dos ativos. Os outros Estados vão vindo atrás. São Paulo, por exemplo, tem um peso muito grande. A diferença é que São Paulo paga salários médios mais baixos do que os outros Estados.

Broadcast: Mas a crise decorre só do problema dos inativos?

José Roberto Afonso: A crise não é só isso. Ela começa no padrão de financiamento em cobrar impostos num tributo sobre bens, o ICMS, e o único serviço que está dentro dele está ficando ultrapassado, que é o de telefonia. O ICMS é um imposto ultrapassado e está pendurado em energia elétrica, combustíveis e poucas base. Os governadores é que deveriam estar liderando um movimento para substituir o ICMS sobre um Imposto de Valor Adicionado (IVA). O terceiro componente estrutural e importante para a crise dos Estados é o peso dos gastos com os outros poderes, basicamente o Judiciário, o Ministério Público, o Legislativo e os Tribunais de Conta. É muito alto o que os Estados gastam com esses poderes. O Rio é o Estado em que esses Poderes mais pesam no Orçamento. Não é por acaso que o Estado está falido.

Broadcast: Essa é uma razão dos problemas?

José Roberto Afonso: Isso está na raiz na crise de credibilidade da LRF, porque quem tem que aplicar a lei é quem mais está descumprindo a lei. Há relatos desses Poderes ultrapassando limites de gasto de pessoal. A começar pelos tribunais de contas, que na maioria dos casos são os órgãos que desenharam medidas criativas de interpretação de despesa de pessoal. Não são todos os tribunais, mas quase todas as medidas criativas para driblar a aplicação da LRF tiveram por origem no caso dos Estados os tribunais de conta. E o órgão que mais extrapola o limite de pessoal é o Ministério Público. Como é que o órgão vai acusar os outros Poderes quando ele mesmo não cumpre a lei.

Broadcast: Essa é uma das razões pelo qual os governadores não são punidos?

José Roberto Afonso: Eu diria o contrário. Os governadores que cumpriram a lei estão sendo punidos, inclusive, perdendo o mandato porque foram austeros e não adotaram medidas criativas. A questão hoje é que não se sabe mais o que vale e o que não vale. Duvido que tenha alguém nesse País que saiba qual é a verdadeira situação de cada Estado e prefeitura, dado todo esse retrocesso que tivemos. O próprio governo federal tem parcela nisso porque boicotou a criação do Conselho de Gestão Fiscal. Todo mundo tem culpa. Foi o governo federal que liderou o processo de maquiagem com as pedaladas fiscais. Chegou-se ao ponto de termos o impeachment da presidente Dilma Rousseff por não ter cumprido as regras fiscais e não teve de lá para cá nenhuma mudança de regra fiscal.

Broadcast: Por que não houve punição?

José Roberto Afonso: Estamos tendo um desajuste de contas. Tem muito mais a ver com a falta de uma lei geral de orçamento e contabilidade pública do que com a LRF. Não está havendo punição porque até aqui se conseguiu de uma forma ou outra esconder despesas ou até aparecer receitas. Tem que ter boa governança não só nas empresas estatais, mas no governo. Precisamos reconstruir as contas. Não é nem mais as regras. Ninguém sabe direito quando se arrecada quando se gasta e quando se deve. O que temos nos Estados é receitas futuras sendo antecipadas e que não estão pagando para os municípios a cota parte constitucional. Isso é o mais grave. Os governos estão se apropriando de receitas que nem lhes pertencem. Hoje, as contas públicas viraram um faz de conta. (Adriana Fernandes)


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Amigo Secreto

Por uma sugestão da Isabel, os blogueiros de contabilidade estão realizando um amigo secreto. Pela terceira vez. Parte destes blogueiros estiveram reunidos em Brasília, durante o Congresso da UnB (aqui e aqui). Foi a oportunidade para rever amigos e conhecer a nova geração que está chegando.
(Polyana, Claudia, Fabrício, eu, Nyalle, Victor e Roberto, da esquerda para direita)

Dito isto, este ano fui sorteado por uma pessoa que não estava no Congresso, e é um blogueiro das antigas: desde 2009. Logicamente, admiro sua persistência em continuar postando. É de Niterói e também gosta do Poderoso Chefão. No sábado recebi seu presente, uma caneca térmica. Coloquei no grupo do Wpp que tinha recebido o presente e ele teve o desplante de perguntar que era. Inicialmente meu palpite indicava a Claudia Cruz, mas errei. Você pode saber quem foi clicando aqui.


O blogueiro que tirei já deve estar recebendo parte do presente esta semana. A empresa fez o favor de separar os pedidos. Eu o conheço pessoalmente e ele é muito inteligente, esforçado e boa pessoa. (Todos nós somos, o que não ajuda muito) Como a criatividade nunca foi meu forte, estou presenteando com livros. Espero que goste.

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

09 dezembro 2018

História da Contabilidade: contabilidade pública em 1993

A figura abaixo é um extrato da movimentação financeira da SAE, uma empresa de água e esgoto de Araguari, Minas Gerais. Foi publicado no Botija Parda, em 1993, edição 1157, p. 6. Em novembro a inflação brasileira ainda era gigantesca e os valores estão em ... cruzeiro. Trata-se de uma típica demonstração de movimentação de caixa, com as entradas e as saídas de caixa. Também é apresentado da previsão de saída de caixa (só saída) para o mês de dezembro. Observe que a conta de "atualização monetária" também é relevante.
Na mesma página, uma demonstração de movimentação financeira da prefeitura de Araguari.
As principais fontes de receita eram: fundo de participação dos municípios, ICMS e juros e correção monetária, nesta ordem. Há um superávit, mas a principal despesa segue sendo salário. Ao final, um superavit real e a projeção da folha de pagamento de dezembro da prefeitura. 

Rir é o melhor remédio

Sugestão: Sérgio Nazaré, grato

08 dezembro 2018

Vendedor da Via Varejo recebe indenização pelo Embutec

A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho entendeu ser devida indenização a vendedor da Via Varejo S.A. (grupo que inclui as redes Casas Bahia e Ponto Frio) que afirmou ter sido obrigado a "enganar" clientes para incluir nas vendas serviços não ajustados. Com isso, manteve a condenação ao pagamento de reparação a título de dano moral imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP). No entanto, a Turma reduziu o valor de R$ 10 mil para R$ 3 mil.

“Embutec”

A prática, conhecida entre os vendedores como "embutec", consistia em embutir no preço de venda do produto itens como garantia estendida, seguro em caso de desemprego e seguro de vida, mesmo que o consumidor não quisesse.


Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

Calvin e o espírito natalino...

07 dezembro 2018

Inefetividade da Matemática

Resumo:
 
This article addresses the presupposition that mathematics is as effective as claimed and thus remove the quandary of Wigner's "miracle," leading to a non-Platonist viewpoint. Also revisits Hamming's four propositions and show how they may indeed largely explain that there is no miracle, given a reduced level of mathematical effectiveness. 
 
Abbott D. The reasonable ineffectiveness of mathematics. Proc IEEE. 2013;101(10):2147–53. doi:10.1109/JPROC.2013.22749078.
 
Image result for The Reasonable Ineffectiveness of Mathematics

Palácio da Guanabara é da União

O Palácio Guanabara (foto) pertence à União, não cabendo indenização aos herdeiros da família imperial brasileira pela tomada do imóvel após a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. A decisão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que nesta quinta-feira (6) julgou dois recursos especiais interpostos naquele que é considerado o mais antigo caso judicial do Brasil.

Por unanimidade, o colegiado negou provimento aos recursos apresentados pelos herdeiros da princesa Isabel, que reivindicavam a posse do palácio onde hoje funciona a sede do governo do Rio de Janeiro. Prevaleceu a tese de que a família imperial possuía, até a extinção da monarquia no Brasil, o direito de habitar no palácio, mas a propriedade do imóvel sempre foi do Estado.

Segundo o relator, ministro Antonio Carlos Ferreira, ficou comprovado que o imóvel era bem público destinado apenas à moradia. Para ele, o fim da monarquia fez com que as obrigações do Estado perante a família imperial fossem revogadas.


O processo começou em 1895, com a princesa Isabel, que tentava reaver a posse do imóvel.

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio



06 dezembro 2018

Amigo Secreto: Dicas de quem eu tirei [Pedro]

Este ano estamos participando do terceiro amigo secreto dos blogs de contabilidade. Eu tirei alguém que, como a Isabel, não conheço pessoalmente. Aliás, não conheço muito bem virtualmente também. E para aumentar o suspense, no site que organiza o AS não há sugestões de presentes. O que fazer? Bem... espero conseguir escolher algo legal, que simbolize e canalize o que essa brincadeira significa para todos nós. Mais ainda, espero que o meu amigo(a) acrescente algumas sugestões! kkkk 


LRF flexibilizada?

Um projeto aprovado no legislativo pretende flexibilizar a Lei de Responsabilidade Fiscal para os municípios com queda de receitas com o Fundo de Participação dos Municípios e com royalties. Estes municípios poderiam descumprir o limite de gastos com pessoal (60% da Receita corrente Líquida) e continuariam a ter acesso as transferências voluntárias, garantias e operações de crédito.

Para estes municípios, o problema é que os gastos de pessoal geralmente são fixos, enquanto a receita tem uma grande parcela variável. Além disto, o corte de pagamentos de pessoal tem um componente político forte e com grande chance de derrota em um tribunal. Entretanto, os políticos possuem uma tendência a aumentar estes gastos nos anos de bonança, deixando o problema para o sucessor.

A associação de auditores do TCU é contra o projeto.

Sem entrar no mérito da proposta, talvez a questão seja de incentivos. Como fazer com que os políticos com uma receita variável não comprometa esses recursos com uma despesa fixa? Uma possibilidade seria impedir que esta receita não seja contada no limite da LRF e estabelecer, ao mesmo tempo, um novo teto. Outra, seria punir severamente os responsáveis pelo na alocação destes recursos em época de vacas gordas. Certamente não será este tipo de projeto que irá resolver os problemas dos municípios. (Foto: aqui)

Tipo exportação

As investigações sobre a corrupção na Petrobras sempre focaram nas relações da empresa com os políticos e as empresas nacionais. Mas a empresa estatal também fazia negócios com empresas de outros países e até o momento parecia que isto não era relevante na investigação.

Agora a Reuters informa que a investigação está chegando em empresas estrangeiras. Elas também faziam parte do esquema de corrupção. Segundo a agência de notícias, os principais traders de petróleo (Vitol, Trafigura e Glencore) pagaram propinas aos funcionários da empresa. E os executivos sabiam o que estava ocorrendo. Os problemas ocorreram entre 2011 e 2014, conforme a investigação aponta.

O esquema envolvia preço abaixo do mercado para o petróleo e assinatura de contratos com mais frequência. (figura aqui)

Rir é o melhor remédio


Turma da Mônica e a História do Natal: disponível aqui

05 dezembro 2018

Alteração na relação financeira entre Banco Central e Tesouro Nacional

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados realizou uma votação simbólica para o projeto de lei que altera a relação financeira entre Banco Central (BC) e Tesouro Nacional. O projeto foi aprovado na votação, e deve seguir para sanção presidencial até o fim do ano. A proposta dá um fim ao modelo alvo de críticas pela ausência de transparência e por estabelecer mecanismo de financiamento do Tesouro pelo Banco Central.

O projeto determina que o lucro do BC na administração das reservas internacionais e nas operações internas com derivativos cambiais, apurado em balanço semestral, será destinado a uma "reserva de resultado" que integrará o balanço do Banco Central. A reserva somente poderá ser utilizada para cobrir os prejuízos do próprio BC.

Excepcionalmente, e desde que autorizado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), os recursos depositados na reserva poderão ser usados para pagar a dívida pública mobiliária federal interna quando severas restrições nas condições de liquidez afetarem de forma significativa o seu refinanciamento, segundo a Agência Câmara.

Atualmente, o lucro do BC com as reservas cambiais e com os derivativos é transferido semestralmente ao Tesouro Nacional, com depósito em dinheiro na Conta Única da União. Já os prejuízos são cobertos pelo Tesouro, mediante entrega de títulos públicos ao BC.

Fonte: Aqui e aqui

Generosidade, vida e riqueza

Parece existir uma relação forte entre a riqueza do país e a expectativa de vida: quando maior a riqueza, maior a expectativa (gráfico da esquerda). Mas não existe esta relação para a generosidade (gráfico da direita). Entretanto, um país rico permite condições para que todas as pessoas possam ter uma vida confortável.

Conselho de Gestão Fiscal

Saiu no Valor:

Depois de 18 anos tramitando no Congresso, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara finalmente aprovou, na semana passada, em caráter terminativo, o projeto de lei 3.744, de 2000, que institui o Conselho de Gestão Fiscal (CGF) e dispõe sobre sua composição e forma de funcionamento. O conselho está previsto no artigo 67 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), com a finalidade de estabelecer as diretrizes gerais para o acompanhamento e avaliação permanente da política e da operacionalidade da gestão fiscal. Se não houver recurso ao plenário da Câmara, o projeto seguirá para votação pelo Senado.

Compete ao conselho, de acordo com o projeto aprovado, harmonizar as interpretações técnica na aplicação das normas voltadas à responsabilidade da gestão fiscal, com vistas a garantir sua efetividade, disseminar práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal.


Caberá ainda ao conselho editar normas gerais de consolidação das contas públicas, buscando a convergência das normas brasileiras aos padrões internacionais, especialmente no que diz respeito aos procedimentos contábeis patrimoniais, orçamentários ou aqueles que exijam tratamento específico e diferenciado, bem como a relatórios contábeis e plano de contas padronizado para a federação.

A não regulamentação deste conselho sempre foi apontada pelos especialistas como uma das principais razões de a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) não ter evitado o atual desarranjo das contas estaduais. De acordo com os especialistas, na ausência de um órgão regulador, os Tribunais de Contas estaduais passaram a dar interpretações diversas sobre as regras fiscais, que muitas vezes não estavam de acordo com os objetivos da própria LRF.

O economista José Roberto Afonso, que trabalhou diretamente na elaboração da LRF, disse ao Valor que, "neste momento, em que a Federação atravessa uma crise grave e em que há tensões e conflitos entre os diferentes poderes dos diferentes governos, o conselho poderia ser uma peça-chave para pacificar e pactuar". Afonso lembrou que o conselho não é um órgão deliberativo, mas, para ele, "será um ótimo espaço para se discutir, por exemplo, o impacto dos reajustes dos salários do STF sobre os demais poderes e governos, a classificação de risco adotada pelo Tesouro para garantias, entre outras coisas”.

[...]

Os membros do CGF serão designados pelo presidente da República para mandato de dois anos, sendo permitida uma recondução, na forma do regulamento. As funções de membro, dos assessores e dos especialistas integrantes das câmaras temáticas não serão remuneradas, "considerando-se o seu exercício prestação de serviços de relevante interesse público".

Saúde e Economia

Quando uma pessoa tem alguma doença, os profissionais da área de saúde procuram descobrir o que causou o problema de saúde. Pode ser algo genético, associado aos hábitos da pessoa ou decorrente do ambiente onde vive. Em alguns casos, um remédio pode resolver a situação. Em outros, a mudança nos hábitos.

Uma pesquisa realizada por quatro professores da Universidade da Islândia, sendo dois da faculdade de medicina e dois da faculdade de economia, em conjunto com um pesquisador da Universidade da Virgínia, mostrou que eventos econômicos também pode causar problemas de saúde.

Em 2008, a economia da Islândia experimentou um crise econômica sem precedente. O primeiro-ministro chegou a afirmar que existia a possibilidade de um falência do país. Com isto, muitas pessoas perderam sua poupança, com a queda do mercado de ações, o desemprego triplicou e os preços dos imóveis caíram. Mesmo as pessoas que não foram ameaçadas pela crise sentiram seus efeitos, já que o país é muito pequeno e existem um forte vínculo familiar no país. A crise não durou muito tempo e já em 2011 era observada uma recuperação.

A pesquisa "The Effect of the economic collapse in Iceland on the probability of Cardiovascular events" analisa justamente a vinculação entre a crise da Islândia e o que ocorreu com a saúde da população no que se refere-se as chances de ocorrer um evento cardiovascular. Os autores concluíram que há uma relação positiva entre o fato econômico e o fato médico: apesar de ser um efeito pequeno, o problema é estatisticamente significante.

Leia mais em Birgisdóttir, Kristin et al. The Effect of the economic collapse in Iceland on the probability of Cardiovascular events. Working paper, NBER 25301, 2018.

Rir é o melhor remédio

quando o herói tem um bebê





04 dezembro 2018

Internet melhora a educação infantil?

Será que o acesso à internet melhora a educação infantil? Um experimento realizado no Peru entregou a um grupo de crianças laptops com acesso à internet de alta velocidade. Para outro grupo, computadores sem internet. Para o primeiro, as crianças passaram a ter melhor habilidade com computadores.

No entanto, não houve efeitos significativos do acesso à Internet em matemática e leitura, habilidades cognitivas, auto-estima, percepções do professor ou notas escolares, quando comparando os grupos.


Foto: aqui

Receitas e Despesas Primárias e Financeiras

O Orçamento Fácil é uma série criada pelo Senado para explicar a importância do orçamento público e como ele é elaborado no Brasil. Disponível: aqui.

Abaixo o vídeo de animação sobre receitas e despesas primárias e financeiras.

Rir é o melhor remédio


03 dezembro 2018

Quanto vale?

O castelo acima, localizado na Baixa Saxônia, foi vendido recentemente. O Príncipe Ernst August de Hanover, herdeiro do castelo, decidiu pela venda. Duas perguntas: (1) quanto você acha que vale este castelo? (2) O que motivou a venda?

Resposta nos comentários do blog.

Vítima

Um artigo publicado na revista Época, o jornalista Helio Gurovitz faz o seguinte comentário:

[A Petrobras] Sempre se apresentou ao mercado como vítima da corrupção, papel que serviu para condenar executivos e políticos na Justiça, mas nunca convenceu quem conhecia o esquema de perto

Depois de analisar o acordo de leniência feito nos Estados Unidos, Gurovitz afirma que a empresa "nada tem de vítima", já que assumiu os crimes dos executivos.

Em 2014 já postamos sobre isto. E um análise das demonstrações de 2016 afirmamos:

Obviamente que a empresa atrai a atenção pelos problemas de corrupção dos últimos anos. É interessante que a área responsável pelas demonstrações contábeis usa o espaço para reescrever a história. Por seis vezes a palavra “vítima” aparece nas informações contábeis

Fonte da imagem: aqui

Resenha: The Tyranny of Metrics - Jerry Muller

Este pequeno livro (220 páginas), lançado em 2018, é uma tentativa de combater o excesso de métricas. Para os contadores, o tema é polêmico, já que aprendemos a máxima de que só podemos administrar aquilo que podemos mensurar. Muller, em 16 breves capítulos, mostra como as métricas tornaram tão populares que o seu papel foi invertido: em lugar de ser um meio, tornou-se um fim. Para ele, a fixação pelas métricas termina por não trabalhar tão bem assim. Na área acadêmica, o zelo pela métrica fez nascer e florescer a pesquisa salame, onde uma pesquisa é fatiada para render mais publicações. A métrica, o número de artigos publicados por um pesquisador, induz o comportamento do pesquisador, que procura render ao máximo suas pesquisas.

Neste sentido, surgiu, em 1975, a chamada Lei de Campbell. Em resumo a lei indica que quanto mais uma métrica é usada para decisão, mais sujeita estará a pressão para ser corrompida e, por consequência, mais distante estará do processo que deseja medir. Se o número de artigos pretende medir a produtividade de um pesquisador, fatie a pesquisa em três ou mais artigos. Se for o número de citações, desenvolva um círculo de amigos para citá-lo ou obrigue os alunos a fazê-lo.

O excesso das métricas incentiva o curto prazo, premia a sorte, desencoraja a tomada de risco, desestimula a cooperação, entre outras mazelas. Particularmente o que eu achei mais interessante na crítica de Muller foi sua ojeriza pela accountability. O “dever de prestar contas” e a associação com a transparência é duramente criticada por Muller, que exalta que a transparência é inimiga da política, diplomacia, do casamento ... Segundo o autor, as virtudes da accountability são exageradas e seus custos são subestimados. Não me lembro de um autor que tenha sido tão crítico da accountability. Para refletir, sem dúvida.

Vale a Pena? Apesar de ser um livro de rápida leitura (as duzentas páginas estão em um formato de livro de bolso) e ter alguns argumentos interessantes, eu achei que o livro não consegue convencer o leitor com argumentos comprováveis. De certa forma, sei que Muller tem sua razão, mas em um mundo dominado pela métrica, não sei se seria possível ter outra alternativa.

MULLER, Jerry. The Tyranny of Metrics. Princeton, 2018.

Rir é o melhor remédio

Quando o herói tem um bebê (continuação)


Martin Act versus Exxon

Uma lei chamada de Martin Act está sendo usada contra a Exxon no caso do aquecimento global. Esta lei foi aprovada em 1921, antes da crise de 1929, e é considerada uma das leis mais severas dos Estados Unidos contra a fraude. A lei, que abrange a cidade de Nova Iorque, foi pouco usada até o início do século, quando o advogado Elliot Spitzer utilizou contra empresas de Wall Street. Desde então, tem sido a base de muitos casos, incluindo uma investigação contra a Merril Lynch.

A Martin Act tem sido considerada como injusta, pois favorece os promotores nas investigações de práticas fraudulentas. Agora a lei está sendo usada contra a empresa de petróleo Exxon e no caso do reconhecimento contábil dos efeitos do aquecimento global. A empresa evita reconhecer o impacto que este ponto pode ocasionar sobre os seus ativos. Por exemplo, se no futuro a questão do aquecimento ficar muito mais grave do que nos dias de hoje, provavelmente haverá sérias restrições ao uso de combustível fóssil na sociedade. Isto demandaria uma revisão no valor das suas reservas, para incluir a probabilidade nas estimativas do valor dos seus ativos. A Exxon não faz isto. Mais ainda, a empresa já foi acusada de patrocinar grupos contrários as políticas em defesa do meio-ambiente.

No início dos anos 2000, quando Spitzer usou o Martin Act contra a Merril Lynch, o valor de mercado da empresa caiu em 5 bilhões em uma semana. E no final a empresa concordou em pagar 100 milhões de dólares por um acordo. O poder da lei é tamanho que, segundo o NY Times, a Exxon deverá ter dificuldade de se defender com sucesso.

Para ler sobre a questão da mensuração, recomendamos esta postagem. Mais aqui e aqui

02 dezembro 2018

P. S. Amigo Secreto dos Blogs de Contabilidade

Sobre o amigo secreto dos blogs de contabilidade, conforme o link: aqui.

Caso você seja um blogueiro contábil e queira participar no ano que vem, por favor nos envie um e-mail! contabilidadefinanceira@gmail.com

Deve ser um blog contábil, não comercial, que tenha sido atualizado no ano da brincadeira e seja de um contador, ou profissional envolvido com a área. Então, por exemplo, para o próximo amigo secreto é necessário que haja publicações em 2019 no blog do interessado.

Ainda, há um site criado pelo Alexandre, e no qual auxilio, com diversos blogs de contabilidade. Caso o seu não esteja lá listado, envie um e-mail para indicablog@gmail.com. Só serão divulgados blogs que tenham clara identificação do nome e e-mail de contato do responsável no próprio site.

Amigo Secreto: Dicas de quem eu tirei [Isabel]

Já estamos na primeira semana de dezembro e o espírito natalino paira no ar. Assisti a alguns filmes, montei a árvore e cansei o meu som com as músicas de natal, mas ainda estou encalhada quanto ao presente do meu amigo oculto.

Nós estamos no meio do nosso terceiro amigo secreto dos blogs de contabilidade (2013 e 2017). Nos anos passados tirei a querida amiga Claudinha, do Ideias Contábeis, e foi maravilhoso. O meu dilema era escolher uma dentre as tantas coisas com as quais a queria presentear.

(Curiosamente, houve um certo clube da Luluzinha nos anos anteriores. Foi Polyana -> Isabel -> Cláudia em 2017 e Isabel -> Cláudia -> Polyana em 2013. O Felipe estava alegando indícios fraude...!!! rsrsrs)

Este ano tirei alguém com quem tenho menos contato... É, inclusive, um blogueiro que não conheço pessoalmente, mas por quem tenho muito respeito e carinho.

Sabe qual é a parte mais legal? É alguém que conheci por causa desta brincadeira, o que só ressalta o quão especial ela é.

Com essas dicas ficou fácil, então não vou falar muito mais para não entregar tudo de uma só vez.
Mas lá vou eu, stalkear o meu amigo para ter inspiração para o presente.

Balanço da Lava-jato

Durante o Congresso da UnB foi apresentado um balanço atual da operação lava-jato. Os números são impressionantes:

Valor total do ressarcimento solicitado (incluindo multas) = 39,9 bilhões de reais
Crimes já denunciados envolvem propinas = 6,4 bilhões de reais
Bens dos réus bloqueados = 3,2 bilhões de reais
Acusações criminais = 82
Número de pessoas envolvidas = 347
Pessoas já sentenciadas = 46
Número de condenações = 215 contra 140 pessoas
Soma das penas = 2036 anos

Grandes Limitações da Inteligência Artificial

[...]

As someone who has worked in A.I. for decades, I’ve witnessed the failure of similar predictions of imminent human-level A.I., and I’m certain these latest forecasts will fall short as well. The challenge of creating humanlike intelligence in machines remains greatly underestimated. Today’s A.I. systems sorely lack the essence of human intelligence: understanding the situations we experience, being able to grasp their meaning. The mathematician and philosopher Gian-Carlo Rota famously asked, “I wonder whether or when A.I. will ever crash the barrier of meaning.” To me, this is still the most important question.



The lack of humanlike understanding in machines is underscored by recent cracks that have appeared in the foundations of modern A.I. While today’s programs are much more impressive than the systems we had 20 or 30 years ago, a series of research studies have shown that deep-learning systems can be unreliable in decidedly unhumanlike ways.

Programs that “read” documents and answer questions about them can easily be fooled into giving wrong answers when short, irrelevant snippets of text are appended to the document. Similarly, programs that recognize faces and objects, lauded as a major triumph of deep learning, can fail dramatically when their input is modified even in modest ways by certain types of lighting, image filtering and other alterations that do not affect humans’ recognition abilities in the slightest.
One recent study showed that adding small amounts of “noise” to a face image can seriously harm the performance of state-of-the-art face-recognition programs. Another study, humorously called “The Elephant in the Room,” showed that inserting a small image of an out-of-place object, such as an elephant, in the corner of a living-room image strangely caused deep-learning vision programs to suddenly misclassify other objects in the image.

[...]

These are only a few examples demonstrating that the best A.I. programs can be unreliable when faced with situations that differ, even to a small degree, from what they have been trained on. The errors made by such systems range from harmless and humorous to potentially disastrous: imagine, for example, an airport security system that won’t let you board your flight because your face is confused with that of a criminal, or a self-driving car that, because of unusual lighting conditions, fails to notice that you are about to cross the street.
Even more worrisome are recent demonstrations of the vulnerability of A.I. systems to so-called adversarial examples. In these, a malevolent hacker can make specific changes to images, sound waves or text documents that while imperceptible or irrelevant to humans will cause a program to make potentially catastrophic errors.
The possibility of such attacks has been demonstrated in nearly every application domain of A.I., including computer vision, medical image processing, speech recognition and language processing. Numerous studies have demonstrated the ease with which hackers could, in principle, fool face- and object-recognition systems with specific minuscule changes to images, put inconspicuous stickers on a stop sign to make a self-driving car’s vision system mistake it for a yield sign or modify an audio signal so that it sounds like background music to a human but instructs a Siri or Alexa system to perform a silent command.

These potential vulnerabilities illustrate the ways in which current progress in A.I. is stymied by the barrier of meaning. Anyone who works with A.I. systems knows that behind the facade of humanlike visual abilities, linguistic fluency and game-playing prowess, these programs do not — in any humanlike way — understand the inputs they process or the outputs they produce. The lack of such understanding renders these programs susceptible to unexpected errors and undetectable attacks.
What would be required to surmount this barrier, to give machines the ability to more deeply understand the situations they face, rather than have them rely on shallow features? To find the answer, we need to look to the study of human cognition. 

Our own understanding of the situations we encounter is grounded in broad, intuitive “common-sense knowledge” about how the world works, and about the goals, motivations and likely behavior of other living creatures, particularly other humans. Additionally, our understanding of the world relies on our core abilities to generalize what we know, to form abstract concepts, and to make analogiesin short, to flexibly adapt our concepts to new situations. Researchers have been experimenting for decades with methods for imbuing A.I. systems with intuitive common sense and robust humanlike generalization abilities, but there has been little progress in this very difficult endeavor.
A.I. programs that lack common sense and other key aspects of human understanding are increasingly being deployed for real-world applications. While some people are worried about “superintelligent” A.I., the most dangerous aspect of A.I. systems is that we will trust them too much and give them too much autonomy while not being fully aware of their limitations. As the A.I. researcher Pedro Domingos noted in his book “The Master Algorithm,” “People worry that computers will get too smart and take over the world, but the real problem is that they’re too stupid and they’ve already taken over the world.”

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

01 dezembro 2018

Curso Prático de Contabilidade


Na quarta, durante do Congresso da UnB, apresentamos o livro Curso Prático de Contabilidade. A seguir o índice da obra, que possui mais de 600 páginas:
O livro possui diversos recursos didáticos, como o "iniciando a conversa", "objetivos do capítulo", "prática", "Pequena e Média Empresa" ...

... "ética", "antes de prosseguir", "exercício de revisão", "um exemplo mais completo"...

... "usando a informação contábil", "resumo dos objetivos", "decisão", "dicionário" ...

... "problema demonstração, "questões de múltipla escolha", "questões para revisão",  "exercícios breves", "problemas" ...
 A seguir, um exemplo de uma página do livro:

 Para preparar a apresentação, fizemos uma contagem dos exercícios no livro. São mais de 700 !!

Você pode comprar o livro aqui ou em outra livraria.


Investigação e Incerteza na informação

Três empresas dos Estados Unidos estão sendo investigadas: General Electric, Tesla e Snap. Em um texto do New York Times, um resumo dos casos. As empresas afirmam que estão cooperando com o governo, mas não fornecem muita informação sobre a situação, até o momento que elas passam a saber do que está ocorrendo. E as investigações contábeis podem levar meses ou até anos para serem finalizadas.

O texto chama a atenção para a incerteza

That leaves investors with uncertainty as investigators pore over corporate records and try to build a case — and little hobbles a company’s stock price more than investor uncertainty.

A participação de mais de uma entidade na investigação, no caso o Departamento de Justiça, aumenta ainda mais a pressão.

Rir é o melhor remédio

Quando o herói tem um bebê:






Fonte: Aqui